quarta-feira, setembro 28, 2005

 

A hora da mudança

A transfiguração é um acto muito utilizado por alguns políticos quando querem esconder actos e palavras do passado. Sócrates é o principal exemplo, como lider da oposição diz uma coisa, mas como primeiro-ministro "desdiz" o que disse e volta a dizer o que não tinha dito.
Se é verdade que houve vontade para tomar algumas medidas positivas e corajosas, também tem que se dizer que a actuação na globalidade é bastante negativa, os portugueses sentem que estão piores, mais pobres, mais tristes, menos confiantes, menos motivados. A imagem de pseudo-austeridade moral, de arrogância e de distanciamento face ás verdadeiras necessidades das pessoas aleado a uma tomada de influência estratégica por parte de dirigentes e amigos do Ps de cargos públicos bastante importantes e que necessitavam de pessoas independentes e isentas, tem levado a que os portugueses deixassem de dizer em surdina aquilo que agora falam na rua, no emprego, em casa : isto está cada vez pior.
Os primeiros 6 meses de governação socialista só têm servido para degradar ainda mais a ideia que o povo tem do sistema e dos políticos em geral, contribuindo para uma quebra de confiança e de estímulo, tão importante na recuperação da desenvolvimento e da prosperidade.
Dia 9, não é o dia dos portugueses julgarem o PS como governo,uma coisa são legislativas, outra coisa são eleições locais, mas é a altura dos portugueses começarem a mudar de rumo. Colocando pessoas com capacidade técnica e política, com projectos e com ambição de um trabalho em prol do serviço público, nos executivos municipais. A confiança e a determinação é condição sine qua nom para este tipo de eleições,sendo do meu ponto de vista, o PSD o partido melhor preparado para assumir a gestão e a administração das nossas cidades e vilas.
Somos o partido que tem ambição, determinação e capacidade de mudança. Somos o partido de Sá Carneiro e do seu sonho, da melhoria da qualidade de vida para todos e da procura do desenvolvimento humano, económico e social.
São estas as razões que devem ser prioritárias na escolha dos portugueses dia 9. è hora de começar a mudar...para melhor e porque não começar por Ponte de Sor?

MarTinho

sexta-feira, setembro 23, 2005

 

A MORTE DE GALILEU OU O ELOGIO DA ESTUPIDEZ

A recente medida aprovada pelo Ministério da Educação de ocupar os professores na escola durante as horas não lectivas revela bem o primarismo intelectual dos nossos governantes.

Assim, à primeira vista, a medida parece excelente: os alunos deixam de ter furos, os professores passam a trabalhar como os outros e os pais podem ficar mais descansados por terem os filhos mais vigiados. Só que, à primeira vista, também o sol gira à volta da terra. Pode, aliás, avaliar-se a estupidez de uma medida pelo grau de aceitação pública: em regra, quanto maior for o aplauso mais estúpida é.

Ora, esta medida não só não vai ser benéfica para ninguém como vai agravar substancialmente a qualidade do ensino ministrado nas nossas escolas públicas.
Por um lado, esta medida vai acelerar o processo revolucionário em curso, desde o 25 de Abril, de transformar todos os professores do ensino não universitário em simples monitores, que tem sido o principal cancro do nosso sistema de ensino. Equiparar em funções e estatuto os professores do ensino não universitário tem sido, aliás, o grande sonho dos professores primários e a principal reivindicação dos sindicatos de professores.

Ora, não podendo o professor substituto continuar a unidade que está a ser leccionada pelo seu colega (não conhece a turma, nem a unidade, nem as estratégias, nem o método seguidos pelo seu colega), vai, apenas, durante a hora de substituição, tentar manter os alunos dentro da sala. Esta situação não só não vai dignificar a actividade do professor como vai ser, física e psicologicamente, muito mais desgastante para este do que se tivesse mais uma hora lectiva no seu horário. E a razão é fácil de entender: não só os alunos vão estar mais agitados porque aquela aula, pura e simplesmente, não vai ter quaisquer efeitos para a sua avaliação como também o professor vai ter menos autoridade pelo facto de estar de passagem e não ser professor da turma.
Porque o que é verdadeiramente desgastante no ensino, física e psicologicamente, não é o acto de leccionar mas o ter de aguentar 30 adolescentes, naturalmente rebeldes, fechados numa sala.

Além disso, também não se está a ver um professor a preparar as suas aulas ou a corrigir os seus trabalhos e testes, sem qualquer privacidade e sem meios, em salas com dezenas de professores ou de alunos a conversarem uns com os outros. Com esta medida, o Ministério vai, consequentemente, obrigar os professores mais diligentes e conscienciosos a juntarem-se aos demais, descurando por completo a preparação das suas aulas e aligeirando ao máximo a avaliação escrita.
Com efeito, ninguém espere, tendo em conta o caldo de cultura em que o sistema de ensino está mergulhado, que os conselhos executivos, por sua livre iniciativa, façam uma discriminação positiva, libertando os professores que, por natureza, têm mais trabalho na preparação das aulas, como é o caso dos professores que leccionam o ensino secundário, em particular, e os professores de Línguas e Literatura, em geral (com leitura e análise de obras literárias, com a elaboração de fichas com base em documentos autênticos e com a avaliação da expressão escrita).

Quanto aos pais, esta medida também não os deve tranquilizar: basta terem lido a história da Bela Adormecida. Na verdade, não foi pelo facto de os seus pais terem mandado cortar todos os espinhos do reino que a sua filha se deixou de picar. Pelo contrário, gente tão protegida e vigiada está mais atreita às companhias e influências das fadas más.

Por outro lado, também não é, com certeza, humilhando publicamente toda uma classe profissional, espoliando-a, na praça pública, dos seus direitos e compensações como se não fossem merecidos, que se vai conseguir melhorar a qualidade do ensino público. Até porque não é com vinagre que se apanham moscas...

(continua)



Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

terça-feira, setembro 20, 2005

 

O PSD "não é de direita"?!

O PPD-PSD "não é de direita". É uma discussão ideológica interessante, mas menos relevante face ao ponto substancial: Sendo ou não de direita, o PPD-PSD foi nestes 30 anos o partido da direita, o partido que ela maioritariamente integrou e votou. A direita, o centro e consta ainda do inventário alguma esquerda perto do centro.

Se, após as conquistas dos "25s" de Abril e de Novembro, existe algo em Portugal próximo daquilo que poderíamos chamar uma sociedade liberal, existe devido à agenda programática PPD-PSD. E foi essa agenda que permitiu ao país dar um salto de modernidade, à data, julgado impossível. Foi essa mesma agenda que colocou Portugal num padrão de crescimento que o aproximava da média da UE a 12 (e a 15), padrão este interrompido em 1994 para nunca mais ter sido retomado.

Direita da calculadora ou nem sequer direita? Talvez, mas parece-me uma visão manifestamente redutora.Qual a composição sociológica do PPD-PSD? Na sua fundação: pequenos e médios empresários da indústria, do comércio ou dos serviços, profissionais liberais, muitos deles self-made-men que forjaram um partido pragmático, feito de propostas e estratégias para vencer eleições e as pôr em prática. É, neste sentido, um partido reformista, feito de quadros com sucesso no sector privado que trazem para a política uma agenda de resolução de necessidades muito concretas.
O PPD-PSD não é, na sua maioria, um partido de salão típico de discussão acerca da obra de Oakeshott. É antes o partido de Cavaco Silva, que olha para um país e percebe a falta de um 2+2 de economia de desenvolvimento: propriedade privada, sistema bancário, uma bolsa de valores, concorrência, imprensa livre, rede de infraestruturas, sistema fiscal mais simples e uniformizado, credibilidade internacional, entre outros.

Um partido que arregaça as mangas e vai à luta com a mesma atitude que a massa sociológica que o compõe, fazendo-o mais resistente a grupos de pressão como sindicatos ou corporações.

adaptado de
http://www.maoinvisivel.com/

 

Autárquicas: por uma política cultural

Se ainda faltam alguns meses para as próximas eleições autárquicas, nunca é cedo para promover um debate sobre as políticas culturais dos municípios.
A relação entre agentes culturais e poder político deve ser de cooperação, sempre que cada uma das partes respeite o trabalho das outras. Quando, por um lado, o poder político tenta «anexar» os agentes culturais, por outro, pratica uma política de incúria cultural (quantas vezes partilhada pelas oposições eleitas!), deverá ter, nos agentes culturais responsáveis e livres, uma oposição acérrima e frontal.
A existência duma Agenda Cultural (AC), bem cultural (e informativo)
é fundamental, quer para os agentes culturais (para a divulgação das suas iniciativas), quer para os cidadãos (para delas terem conhecimento).
Também, quando falamos de agendas municipais, para a própria autarquia mostrar o que acontece no seu Concelho (muitos autarcas ainda não perceberam isto!), seja promovido pela autarquia ou não. Agenda essa, cuja periodicidade (muito há a dizer sobre isto) se deverá adaptar à oferta cultural que no município proporciona, devendo ser a mais completa possível, não promovendo apenas os eventos organizados pelo município e todos os que acontecem na sua área geográfica.Na verdade, a melhor agenda cultural, nunca cobre tudo o que acontece, porque surgem iniciativas que só se confirmam à última hora. Desde que os agentes culturais enviem a divulgação das suas iniciativas atempadamente para os responsáveis da AC, desde que os próprios agentes culturais sejam contactados por esses responsáveis, incentivando-os a enviarem os dados e a informá-los sobre a AC (muitos desconhecem que estas existem, devido à deficiente distribuição de muitas delas). Assim, provavelmente as lacunas duma AG podem ser eficazmente combatidas.
Fazer uma (nova) agenda cultural e os seus responsáveis não contactarem, nomeadamente, os agentes culturais mais activos na sua área geográfica, semeia a desconfiança e não consigo perceber quem aproveita com isso!
Os municípios devem bater-se por uma política cultural clara e activa, promotora da Cidadania, duma Cultura de qualidade, diversificada nas abordagens e abrangente no que respeita aos públicos, dando espaço para que novos valores se mostrem. Se o nível cultural é normalmente baixo, não é sério nem responsável, promover iniciativas que não o combatam e o mantenham.A definição de uma utilização integrada de espaços culturais (e de lazer), como: bibliotecas, museus, arquivos, cinemas, teatros, auditórios, centros culturais, galerias de arte, postos de turismo, espaços internet, escolas, jardins públicos, cafés e bares devendo os espaços públicos ter horários (alargados) que promovam o acesso e não o dificultem.
Não faz sentido que os responsáveis autárquicos pelo sector da Cultura vivam de costas viradas para os agentes culturais, sendo o oposto também verdadeiro. Também não faz qualquer sentido que os vários agentes culturais vivam de mão estendida para o Poder.
No entanto, é verdade que o Poder central, regional e local, afectam verbas para as várias áreas da sua responsabilidade, sendo a Cultura uma delas e se apoiam outras áreas, por que não a Cultura, por isso, não sou contra os subsídios. Não se fique é por aí e que sem eles alguns nada façam!

www.apagina.pt

 

A COLHEITA DO PRESIDENTE DA CÂMARA

O Partido Socialista anda agora a tentar convencer-nos de que as eleições autárquicas não devem ter uma leitura nacional, uma vez que são eleições diferentes das legislativas.

(O Partido Socialista, para quem já esteja esquecido, é o partido daquele primeiro-ministro que, há quatro anos, deu à sola quando o PS perdeu as últimas eleições autárquicas.)
É óbvio que as próximas eleições autárquicas vão continuar a ter, como sempre tiveram, uma leitura nacional, como, aliás, tem acontecido em todas as eleições (legislativas, autárquicas e europeias) e até nos referendos. Sem esquecer que estas eleições vão ser as únicas eleições nos próximos 4 anos (não vai haver outras, à excepção das presidenciais) em que os portugueses se poderão manifestar sobre a falta de legitimidade de um Governo que venceu as eleições com base numa mentira: «se ganhar as eleições comprometo-me a não aumentar os impostos, porque isso seria um erro». (Lembram-se de quem repetia, nas últimas legislativas, esta frase todos os dias e a toda a hora?)

Ora, a mentira tem um preço que deve ser pago já nestas eleições, sob pena de os mentirosos se julgarem impunes.
Além disso, é bom que os presidentes de Câmara não permaneçam muito tempo nos seus cargos. Os presidentes de Câmara são como os frutos: se ficarem muito tempo na árvore acabam por apodrecer. Por isso, é higiénico substituí-los, antes que apodreçam. Ou seja, antes que se julguem os donos do concelho, que comecem a confundir-se com a própria Câmara e que usem o dinheiro dos contribuintes como se fosse seu.

Como dizia Lord Acton, «todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente». Por isso, se gostamos muito do nosso presidente da Câmara devemos evitar que seja reeleito mais do que duas vezes para que não se estrague. As reeleições sucessivas dos presidentes da Câmara têm levado a que indivíduos adoráveis, humildes e trabalhadores se transformem, com o passar dos anos, em autênticos déspotas que usam o seu poder de uma forma absolutamente sanguinária e arbitrária, perseguindo todos aqueles que têm a ousadia de discordar ou de criticá-los.

E fiquem descansados que, se o presidente da Câmara perder as eleições, o mundo não vai acabar. Obras? Todos fazem. Empregos? Todos dão. Desde que haja dinheiro, bem entendido. Sem dinheiro é que é difícil fazer obras e dar emprego. E com a chegada dos fundos comunitários, dinheiro foi coisa que nunca faltou. Pena que nem sempre seja bem gasto. Mas isso também já era pedir muito.
No entanto, nem só de obra feita vive o homem. Mais importante do que as obras é cada um de nós sentir, em cada momento, que é um homem livre. Livre para pensar, livre para criticar e livre para fazer.

E a única forma de se viver em Liberdade na nossa terra é nunca permitirmos que alguém se sinta senhor do nosso voto ou dono do nosso concelho. E, para isso, só há um antídoto seguro: nunca deixar que um presidente apodreça na árvore.

Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

domingo, setembro 18, 2005

 

Marques Mendes acusa primeiro-ministro de promover "empregos para os amigos"

O líder nacional do PSD, Marques Mendes, voltou hoje a acusar o primeiro-ministro, José Sócrates, de promover "jobs for the friends", ao colocar "os amigos no aparelho do Estado, empresas públicas e tribunais".

"Em vez de ter saída para a crise, [José Sócrates] preocupa-se em colocar os amigos. Hoje, em Portugal, o que está a resultar é ser amigo do primeiro-ministro, porque tal significa um emprego ou uma nomeação", frisou.

Luís Marques Mendes falava em Portalegre, nas instalações do núcleo de empresários local, no comício de arranque da pré-campanha eleitoral do PSD para as eleições autárquicas de 09 de Outubro, que contou com mais de meio milhar de participantes.

A alegada colocação de "clientela socialista" no aparelho de Estado também já tinha sido uma das tónicas do discurso do presidente do PSD, ontem à noite, em Ponta Delgada, Açores, num jantar com os candidatos "laranja" às câmaras municipais da ilha de S. Miguel.

Já em terras alentejanas, hoje à noite, Marques Mendes insistiu nessas críticas ao primeiro-ministro, acusando-o de substituir "os 'jobs for the boys', de António Guterres, pelos 'jobs for the friends' [empregos para os amigos]".

Nesse contexto, o líder social-democrata aludiu às nomeações do deputado independente da bancada parlamentar socialista Guilherme d'Oliveira Martins para presidente do Tribunal de Contas e dos socialistas Armando Vara e Fernando Gomes para administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da GALP, respectivamente.

A escolha do dirigente e deputado do PS António Vitorino para representante do Estado nas negociações entre a GALP e a empresa italiana ENI e a colocação da ex-assessora do primeiro-ministro Maria Rui como conselheira em Bruxelas foram os outros exemplos referidos.

"As empresas fecham, há mais desemprego, o preço dos medicamentos genéricos aumenta e a preocupação do primeiro-ministro é colocar os seus amigos no aparelho do Estado", sublinhou Marques Mendes.

O relatório divulgado ontem pelo Banco de Portugal, que realça que a economia portuguesa voltou a dar sinais de deterioração em Agosto, foi outra das tónicas do discurso do presidente social-democrata. De acordo com o relatório dos Indicadores de Conjuntura de Setembro, do Banco de Portugal, o indicador coincidente mensal caiu 0,1 por cento em Agosto, face a igual mês do ano passado, depois de ter estagnado em Julho.

Elementos que, de acordo com Luís Marques Mendes, "confirmam que o país está em crise" e que a situação económica "piorou nos últimos seis meses".

"A despesa do Estado subiu 8,4 por cento, comparativamente com período homólogo, e assistiu-se ainda a uma subida de 10 por cento das despesas correntes do Estado. Isto significa uma nova derrapagem nas contas públicas", argumentou.

Manifestando-se "preocupado" com os dados incluídos no relatório do Banco de Portugal, o líder do PSD criticou o primeiro-ministro por causa do aumento dos impostos, considerando que José Sócrates "enganou o país e os portugueses por duas vezes".

"Primeiro, antes das eleições, quando prometeu não aumentar os impostos e, depois de estar em funções, aumentando os impostos, que foram canalizados para financiar as despesas do Estado", realçou.

Ainda assim, segundo Marques Mendes, "a situação económica piorou nos últimos seis meses e o aumento dos impostos foi mau para a economia, para as empresas e para as pessoas".

www.publico.clix.pt

 

Tenham Medo, Muito Medo

Em Coimbra, na Convenção Autárquica do PS, Almeida Santos lembrou-se de comparar Cavaco Silva a Salazar porque ambos cultivariam "o mesmo distanciamento dos partidos".
Preparem-se... Isto é só o princípio. O povo de esquerda está em pânico com as sondagens e vai valer tudo até Janeiro. O remoque de Soares sobre a "falta de perfil humanista" de Cavaco foi apenas o tiro de partida.
Ou muito me engano, ou ainda vamos ver Carvalho da Silva a queixar-se de que Cavaco aumentou terrivelmente o número de pobrezinhos, Louçã a insinuar que Cavaco não sabe assim tanto de finanças, Saramago a culpar Cavaco pelo caso Evangelho Segundo Jesus Cristo, o Maestro Vitorino de Almeida a rir-se da falta de ouvido de Cavaco, Valentim Loureiro a proclamar que Cavaco não gosta do poder local, o Padre Melícias a garantir que Cavaco não gosta de nós e Maria Barroso a criticar os vestidos de Maria Cavaco.
Tenham medo, muito medo.

Pedro Picoito
www.maoinvisivel.blospot.com

quinta-feira, setembro 08, 2005

 

O DIABO DA CRUZ

A vitória de José Sócrates nas legislativas veio deitar por terra as velhas teorias dos sábios ideólogos socialistas que anteviam como única via para o poder uma abrangente coligação de esquerda que reunisse socialistas, comunistas e bloquistas. Se estas eleições demonstraram alguma coisa, é que o povo português foge dos extremos como o diabo da cruz. E bastou a José Sócrates puxar o partido socialista para o centro do espectro político para ganhar as eleições de forma categórica, sem precisar, sequer, de avançar com uma única ideia digna desse nome.

Resumindo: hoje em dia, mais importante do que divisão Esquerda e Direita é a divisão entre Moderados e Radicais. Ou seja, entre aqueles que são democratas por convicção e os que são democratas por conveniência. Por essa razão, é muito mais fácil a um eleitor social-democrata votar nos socialistas e vice-versa do que votar nos comunistas, no Bloco de Esquerda ou no CDS.

Isto não significa, obviamente, que eu considere que a distinção entre Esquerda e Direita já não faz sentido. Antes pelo contrário.

(Quando falo aqui em Direita e Esquerda, refiro-me obviamente à direita e esquerda moderadas, vulgo centro-direita e centro-esquerda, uma vez que a diferença entre a direita trauliteira e a esquerda comunista é mais de forma do que de substância)

A Direita norteia-se pela ideia de Liberdade, privilegia o Trabalho, premeia a Qualidade, tem uma consciência ética e preocupa-se com o ser humano; por sua vez, a Esquerda, norteia-se pela ideia de Igualdade, privilegia o Emprego, premeia a Mediocridade, tem uma consciência ideológica e preocupa-se com a Humanidade. Para a Direita, quem produz mais e melhor deve ganhar mais; por sua vez, para a Esquerda, dois operários com a mesma categoria profissional devem ganhar o mesmo, independentemente da qualidade do trabalho prestado. Para a Direita, uma ditadura é uma ditadura e um preso político é um preso político; para a Esquerda, existem umas ditaduras e uns presos políticos que são mais iguais do que outros. Para a Direita, o primeiro responsável por um determinado acto é quem o pratica; para a Esquerda, o responsável é sempre e invariavelmente a sociedade ou o sistema.

Se perguntarem aos portugueses qual a sua área política, mais de 70% responderão, sem pestanejar, que são de centro-esquerda, mesmo não sabendo explicar porquê. Mas a verdade é que são mesmo. E até é fácil perceber porquê.





Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

terça-feira, setembro 06, 2005

 

"Feios, Porcos e Maus" ou "O Bom , o Mau e o Vilão."

Desde o passado mês de Agosto, as caixas de correio dos Pontessorenses foram o alvo preferencial da campanha autárquica quer da CDU, quer do PS. Até aqui, nada de novo. Não é a forma que me incomoda, é sim o conteúdo!
Começando pela CDU. O info mail que pelas caixas de correio divulgado é puro sensacionalismo onde não se apresenta uma ideia, um projecto, um rumo. É uma forma de fazer política pela negativa. Não gostava de me referir explicitamente ao que foi divulgado nesse pasquim, contudo, sei que a CDU não tem legitimidade alguma para apontar o dedo seja ao que for, pois porque pelo executivo também lá andaram tendo as mesmas atitudes vergonhosas que relatam.
Relativamente ao PS, a sua propaganda veio também parar ás nossas caixas de correio com o nome de Boletim Municipal. A esperteza saloia e a falta de sentido de estado do nosso presidente mais uma vez é posta a nu. É engraçado como o boletim começa por falar da Câmara, "nós", para sem quase nos apercebermos passar para um "eu" muito sui generis do nosso presidente. De facto, a Câmara e o presidente confundem-se. Neste boletim, temos propaganda "do que fiz" e "do que vou fazer". Mas o que mais me choca nem é esta propaganda encapotada, é a linguagem! A linguagem utilizada pelo nosso presidente envergonha-me enquanto pontessorense e só mostra o nível de quem nos governa. A consideração que tenho pelo nosso presidente é tão baixa, que nem me vou dignar a escrever mais uma palavra acerca dele. Fico-me por aqui.

Gonçalo Godinho e Santos

 

UNIV 2005

A começar no dia 29 de Agosto e a finalizar no dia 4 de Setembro, a Universidade de Verão da JSD foi mais uma vez a prova que os partidos políticos, nomeadamente o PSD, preocupam-se com a formação política dos seus quadros e de alguns independentes. Esta iniciativa, levada a cabo pelo Dep. Carlos Coelho, foi a face vísivel de um esforço conjunto entre o PSD, a JSD e o Instituto Sá Carneiro que externalizaram neste evento a vontade de uma mudança de mentalidades. A política não é só para os políticos, mas para todos que queiram intervir na sociedade. Quem lá esteve aconselha vivamente a experiência a outros. É sem dúvida uma semana marcante na vida de quem por lá passou. Obrigado JSD!

Gonçalo Godinho e Santos

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