sábado, maio 24, 2008

 

Sentir Portalegre


É com um enorme sentido de responsabilidade assente no compromisso que a Juventude Social-democrata pode e deve ter para com a sociedade civil, em geral, e a juventude norte alentejana, em particular, que assumimos a candidatura à Comissão Política Distrital da JSD-Portalegre. Este enorme desafio reveste-se de renovada pertinência tendo em vista os desafios que o ano de 2009 nos reserva.

É-nos próxima a insatisfação dos jovens com a situação social, económico e cultural que a acção deste Governo Socialista agudiza, com graves consequências que embargam um futuro possível e desejável para uma juventude que se vê encurralada num caminho de encruzilhadas sem rumo ou fim à vista.

A crescente alienação dos jovens alentejanos dos processo reflexivo e decisório é sintomática de que estes não se revêem nas estruturas de juventude actuais. A estas será imperativa uma renovação e modernização da sua organização, uma comunicação adequada ao alvo etário e um activismo sóbrio e sensível às reais necessidades da juventude alentejana.

Os desafios da desertificação, do envelhecimento populacional e da perda sistemática de Bem-estar por parte dos nossos concidadãos exigem aos jovens a tomada de um papel activo e consequente que terá de encontrar nas juventudes partidárias uma estrutura forte, organizada e capaz de ir ao encontro às suas ambições e expectativas devidamente balizadas no nosso ideário.

Escolhemos assumir este projecto político porque o altruísmo, o mérito e a competência são valores nos quais nos revemos e que desejamos reabilitar na forma de fazer política. Dos jovens queremos veicular a irreverência e o dinamismo próprio da sua estrutura mental e moral, fazendo destas valências componentes essenciais na representatividade política dos valores social-democratas nos diferentes papéis políticos, representativos ou executivos, na nossa região.

Queremos transformar ideais em ideias, ambições em acções, reflexões em propostas válidas que contribuam para a construção de um Norte Alentejo mais rico, mais atractivo que crie um sentimento de esperança a uma região adiada cujas potencialidades culturais, patrimoniais ou geográficas devem ser maximizadas ao serviço da sua população.

Não nos queremos limitar a implementar um projecto político, queremos introduzir uma nova filosofia, estamos conscientes do difícil desafio que queremos ter em mãos. Corajosamente assumimos esse compromisso com a confiança nas nossas competências e a força das nossas convicções. O Distrito de Portalegre pode contar connosco!

Bruno Miguel Madeira

Candidato à CPD do Distrito de Portalegre

http://maisalentejo.wordpress.com/




quarta-feira, maio 21, 2008

 

“Liberais-conservadores”





O Pedro Lomba escreveu um artigo no Diário de Notícias, declarando-se “liberal-conservador”. Também eu me defino como liberal-conservador. E concordo igualmente que a ordem não é indiferente. Foi a partir do liberalismo que comecei a entender e partilhar o valor de algumas tradições e a importância de saber conservar. Não foi de uma posição conservadora que cheguei à defesa absoluta da liberdade. E a liberdade é para mim o mais fundamental dos valores. Ou seja, no essencial estou de acordo com o Pedro Lomba.

No entanto, devo dizer que, no fim, fiquei desiludido com o artigo de Pedro Lomba. Não entendo o propósito de defender o liberalismo-conservador criticando o “liberalismo puro” e o “conservadorismo puro”. Apesar de tudo, para um “liberal-conservador”, há ameaças mais sérias à liberdade individual. E é nessas que nos devemos concentrar. Mas o ponto crucial deve ser a construção de um programa político à volta da ideia de liberdade. De certo modo, é secundário discutir se se é “liberal-conservador”, “conservador-liberal”, “liberal”, ou “conservador”. Muito mais importante do que definições individuais é a questão da liberdade dos portugueses. E a verdade é que os portugueses continuam a não gozar algumas liberdades fundamentais, principalmente se compararmos com o que se passa na maioria dos países europeus.

Antes de mais, não faz muito sentido reduzir a liberdade a um valor abstracto, uma espécie de princípio constitucional, se depois não somos capazes de criar uma sociedade onde se possa ser cada vez mais livre. As liberdades de organização política, de votar, de opinião são muito importantes e devemos fazer tudo para as manter. Mas não chegam. Num país como o nosso, e como a maioria dos países europeus, onde existem todas aquelas liberdades, há igualmente muitas formas de travar e impedir outras liberdades. E há muitas forças políticas, económicas e sociais dispostas a fazê-lo. Estes são os maiores adversários da tradição da liberdade.

Há um impulso humano muito forte e terrível: desejar controlar a vida dos outros, dizer como devem viver e decidir por eles. Quando estes impulsos se juntam a ideologias políticas que reforçam o dirigismo social e económico e o controlo colectivo (e tanto acontece à esquerda como à direita) e ao poder do Estado, então a liberdade diária está ameaçada. Os portugueses podem votar, mas não têm liberdade para escolher as escolas para os seus filhos estudarem (a não ser que sejam ricos). Os portugueses podem aderir aos partidos que querem (até podem criar novos partidos), mas não podem escolher os hospitais para se tratarem quando estão doentes (a não ser que sejam ricos). Os portugueses têm liberdade de opinião, mas a maioria deles não tem a liberdade para negociar os seus ordenados ou para iniciar novas actividades económicas (a não ser que sejam ricos).

Ou seja, a grande maioria dos portugueses estuda, trabalha e fica doente sem nunca escolher as suas escolas, os seus ordenados e os seus médicos. Eis alguns dos limites à nossa “liberdade”. Mas o mais trágico é que um sistema económico e social construído por socialistas e sociais-democratas permite, em nome da igualdade, que os mais ricos possam ser mais livres que a classe média (a grande maioria de portugueses) e muito mais do que os pobres. Em Portugal, a liberdade educativa, a liberdade laboral e a liberdade da saúde compra-se, não é um direito universal.

Gostaria que um dia as liberdades, em oposição à “Liberdade”, não fossem apenas um privilégio de uma minoria, mas que estivessem ao alcance da maioria. Não chega gostarmos de gozar a nossa liberdade individual, de uma maneira egoísta, e se tivermos condições para o fazer. Precisamos de responsáveis políticos e de cidadãos que acreditem que todos têm o direito a ser o mais livres possível. É óbvio que não há o perigo do retorno de regimes autoritários ou ditaduras, mas tem que haver uma nova maneira de encarar a política. Em democracia, pode existir mais ou menos liberdade. Em democracia, continuam a existir ameaças à liberdade e esta nunca está inteiramente conquistada. É necessário lutar por ela.

A questão decisiva para quem está no poder é a seguinte: quando tomo decisões, estou mais preocupado em aumentar a liberdade de escolha dos cidadãos ou em aumentar o meu poder para controlar? O principal objectivo de um governo deveria ser o seguinte: quando deixarmos o poder, Portugal será um país com cidadãos mais livres e com mais oportunidades. Se isso não acontecer, continuará a ser a riqueza a definir as liberdades dos portugueses.

João Marques de Almeida

in Diário Económico

 

Autarquia insiste na compra da Delphi


"Estou convicto, e reafirmo-o: se a holding não conseguir vender as instalações da Delphi de Ponte de Sor a outra empresa que aqui se queira instalar, que faça uma venda simbólica à Câmara Municipal. Se tal acontecer, estou convicto que no máximo de dois, três anos, teremos aquele espaço de novo a laborar em pleno, pelo menos com 450 trabalhadores, se não mesmo com mais. De resto, já o fizemos saber à holding, ao Governo e ao embaixador dos Estados Unidos em Portugal”. A afirmação é de João Taveira Pinto, presidente da autarquia. Em entrevista a Ecos do Sor, o autarca vai mais longe e garante que está em contacto directo com potenciais interessados. “No dia 7 de Maio reuni com duas empresas. Posso adiantar que o interesse destas fábricas não resolverá o problema dos actuais 450 trabalhadores da Delphi. Resolverá o problema de 600 ou 700 trabalhadores do concelho”, avança o presidente para quem a média de idades (45, 48 anos) não constitui obstáculo a uma possível integração noutra fábrica. “Nestas idades os trabalhadores estão em pleno exercício das funções físicas e mentais. Ao nível da holding, os trabalhadores da Delphi de Ponte de Sor estão mesmo entre os melhores do mundo, como legitimam os prémios com que a empresa é sistematicamente galardoada. No que diz respeito à formação dos trabalhadores, contactei responsáveis do IAPMEI e do IEFP do Alentejo e posso garantir que esta está salvaguardada de acordo com as pretensões da empresa, ou empresas, que aqui se queiram instalar”, assegura.

In Ecos do Sor

sábado, maio 10, 2008

 

ERA SOCRÁTICA: Como seria se houvesse Cruzamento de dados em 2013?

- Telefonista: Pizza Hut, boa noite!
- Cliente: Boa noite, quero encomendar Pizzas...
- Telefonista: Pode-me dar o seu NIN?
- Cliente: Sim, o meu Número de Identificação Nacional é o 6102 1993 8456 5463 2107.
- Telefonista: Obrigada, Sr. Lacerda. O seu endereço é na Avenida Paes de Barros, 19, Apartamento 11, e o número do seu telefone é o 21549 4236, certo? O telefone do seu escritório na Liberty Seguros, é o 21 574 52 30 e o seu telemóvelé o 96 266 25 66, correcto?
- Cliente: Como é que conseguiu todas essas informações?
- Telefonista: Porque estamos ligados em rede ao Grande Sistema Central.
- Cliente: Ah, sim, é verdade! Quero encomendar duas Pizzas: uma Quatro Queijos e outra Calabresa...
- Telefonista: Talvez não seja boa ideia...
- Cliente: O quê...?
- Telefonista: Consta na sua ficha médica que o senhor sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol muito alta. Além disso, o seu seguro de vida proíbe categoricamente escolhas perigosas para a saúde.
- Cliente: Claro! Tem razão! O que é que sugere?
- Telefonista: Por que é que não experimenta a nossa Pizza Superlight, com Tofu e Rabanetes? O senhor vai adorar!
- Cliente: Como é que sabe que vou adorar?
- Telefonista: O senhor consultou a página 'Receitas Gulosas com Soja' da Biblioteca Municipal, no dia 15 de Janeiro, às 14:27 e permaneceu ligado à rede durante 39 minutos. Daí a minha sugestão...
- Cliente: Ok, está bem! Mande-me então duas Pizzas tamanho familiar!-
Telefonista: É a escolha certa para o senhor, a sua esposa e os vossos quatro filhos, pode ter a certeza.
- Cliente: Quanto é?
- Telefonista: São 49,99.
- Cliente: Quer o número do meu Cartão de Crédito?
- Telefonista: Lamento, mas o senhor vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu Cartão de Crédito foi ultrapassado.
- Cliente: Tudo bem. Posso ir ao Multibanco levantar dinheiro antes que chegue a Pizza.
- Telefonista: Duvido que consiga. A sua Conta de Depósito à Ordem está com o saldo negativo.
- Cliente: Meta-se na sua vida! Mande-me as Pizzas que eu arranjo o dinheiro. Quando é que entregam?
- Telefonista: Estamos um pouco atrasados. Serão entregues em 45 minutos. Se estiver com muita pressa pode vir buscá-las, se bem que transportar duas Pizzas na moto, não é lá muito aconselhável. Além de ser perigoso...
- Cliente: Mas que história é essa? Como é que sabe que eu vou de moto?
- Telefonista: Peço desculpa, mas reparei aqui que não pagou as últimas prestações do carro e ele foi penhorado. Mas a sua moto está paga e então, pensei que fosse utilizá-la.
- Cliente: Chiça.......!!!!!!!!!
- Telefonista: Gostaria de pedir-lhe para não ser mal educado... Não se esqueça de que já foi condenado em Julho de 2006 por desacato em público a um Agente da Autoridade
- Cliente: (Silêncio).
- Telefonista: Mais alguma coisa?
- Cliente: Não. É só isso... Não. Espere... Não se esqueça dos 2 litros de Coca-Cola que constam na promoção
.- Telefonista: O regulamento da nossa promoção, conforme citado no artigo 095423/12, proíbe a venda de bebidas com açúcar a pessoas diabéticas...
- Cliente: Aaaaaaaahhhhhhhh!!!!!!!!!!! Vou atirar-me pela janela!!!!!
- Telefonista: E torcer um pé? O senhor mora no rés-do-chão...!
Não é para isto que caminhamos com este PS manipulador?

terça-feira, maio 06, 2008

 

Sou do PSD de Alma e Coração! Este Post tenta explicar o que penso acerca da barafunda do PSD


Embora com relutância, também eu direi a seguir algumas palavras sobre a calamidade organizativa em que o PSD se deixou cair, há bem mais de uma década, se considerarmos que, no final do 2º Governo de maioria absoluta de Cavaco Silva, já as coisas, nesse plano, corriam francamente mal.Quando falo da calamitosa situação deste partido, faço-o sem qualquer regozijo, sem nenhum cinismo, antes com certa mágoa, porque a ele me afeiçoei, na denominada era Cavaco, e nele votei várias vezes, desde 1985 até ao advento da ilusão barrosista.Quando era já perceptível o fiasco de Durão Barroso, um caso notável de excesso de cotação para o real valor da personagem, ainda me dei ao trabalho de escrever alguns textos com intuitos morigeradores da situação que o PSD então vivia, que enderecei, sozinho e em conjunto com outras pessoas, a algumas gradas figuras políticas e mediáticas do partido.Jamais houve resposta das ditas figuras. Deveriam certamente estar muito ocupadas com altíssimas dissertações académicas ou com a elaboração de vastíssimos Tratados Económico-Político-Filosóficos, todos de marcado pendor neo-liberal, por certo de elevadíssima complexidade, que totalmente os absorvia, impedindo-os de desviar a sua digníssima atenção para coisas mais singelas, mais terra-à-terra, muito fora do âmbito das suas etéreas cogitações.
Naqueles tempos, Durão Barroso, Carlos Tavares, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, concentravam-se na competitividade da Economia, na diminuição do défice orçamental, com fortes rombos sofridos no final da generosidade guterrista, e davam também prioridade à revisão da legislação laboral.Durante dois anos, até à fuga vitoriosa de Durão Barroso para Bruxelas, fomos bombardeados com aqueles três grandes desígnios nacionais.A competitividade das Empresas traduziu-se em contenção salarial, com aumentos sempre abaixo da taxa de inflação, viciadamente calculada, com largos licenciamentos de pessoal, aqui continuando a modernização guterrista, ao mesmo tempo que se premiavam copiosamente gestores de grande intimidade pessoal com os círculos polítitco-partidários do chamado bloco-central, no que se mantinha a anterior prática guterrista, ainda que com menor sectarismo, não sei se por deliberação própria, se por ingenuidade ou se simplesmente por pura inépcia.
No combate ao défice, erguido como condição absolutamente sine qua non do nosso desenvolvimento, se não mesmo da nossa própria sobrevivência como estado soberano, chegou-se ao cúmulo de vender património à pressa, sem sequer se curar da oportunidade dos negócios, alienando ao desbarato valores e bens do Estado, que interesses especulativos rapidamente aproveitaram. No final, o resultado foi que o Estado não só não conseguiu diminuir o défice orçamental, como perdeu definitivamente património.Na apregoada ingente reforma da legislação laboral, o Governo de Durão Barroso sustentou enorme contestação social durante dois anos inteiros, para, dizia-se, estimular a criação de emprego, só possível com a destruição da rigidez legislativa vigente : «boa para quem estava empregado, péssima para quem procurava emprego», como igualmente se inculcava.No final, não houve criação de emprego, mas aumento das situações de precariedade contractual no mundo do trabalho, como o homem da CGT, Carvalho da Silva, denunciava, aqui com inteira oportunidade e razão. Tanto é assim que, agora, já se anuncia nova revisão das leis laborais, considerando-se insuficiente ou desadequada a anterior reforma de Bagão Félix.
Cumpre dizer que o PS, na altura, combateu imenso esta reforma da legislação laboral, para depois, na era socrática, praticar toda a sorte de expedientes legais e para-legais no tratamento de conflitos laborais, designadamente dos ocorridos dentro do Estado, com os trabalhadores da Função Pública.Entretanto, a ilusão barrosista consumou-se, quando surgiu a Durão Barroso a hipótese de saída em alta do decepcionante ramerrão lusitano, para as cintilantes torres bruxelenses.Com tal desfecho, proporcionou-se a felicidade a uma família nacional, e ofereceu-se a ribalta a uma suposta vedeta mediática, imbatível nos prélios eleitorais, alegava-se, que em poucos meses tratou de delapidar o pequeno crédito que retinha aos olhos dos que já o conheciam de alguns lustros.
Com as trapalhadas santanistas, pressurosamente ampliadas pela comunicação social pró-socialista, não praticante, evidentemente, deu-se de bandeja ao Presidente da República mais palavroso e inócuo do pós 25 de Abril o ensejo de ensaiar o seu grande acto de autoridade institucional, despedindo do Governo da Nação um adversário político do seu partido, que logo surgiu como força salvífica da Nação, mesmo se arregimentando uma corte de velhas e novas mediocridades, que continuaram e agravaram, no essencial, todas as medidas de gestão política e económica dos governos de Barroso e de Santana.Para quem acompanha a vida política sem subordinação mental, tudo isto foi limpidamente registado.
Sócrates entrou a governar, exaltado por uma Comunicação Social altamente estipendiada para o efeito. Aumentou impostos, decretou congelamentos de carreiras e de salários na Função Pública, dando o mote para a actuação dos Empresários no sector privado. Intimidou com medidas pidescas quem se lhe opunha dentro do Estado, sempre contando com a maioritária coadjuvação mediática, controlando tudo o que lhe era possível, para condicionar ou limitar a acção dos seus opositores.Finalmente, quando o embuste socrático começou a desmoronar-se, o partido que mais poderia lucrar com a perda de popularidade do Governo em funções, vê-se envolvido em permanentes lutas intestinas, de imaginadas sumidades ou barões, que, no entanto, nada têm a oferecer ao Partido e muito menos ao País, obcecados que estão em voltar a ser Ministros ou Administradores de Empresas do Estado ou com capital do Estado, na totalidade ou em parte, ou ainda em outras Empresas ou Bancos amigos do Estado, que também os há, como descobrimos recentemente com a crise do BCP, baluarte da iniciativa privada, mas entregue nas mãos do Estado para sua própria salvação.O Governo socrático e o seu partido chamaram-lhe naturalmente um figo, maduro, suculento e ainda por cima gratuito.
O PSD, no meio destas guerrinhas de alecrim e manjerona, tornou-se uma entidade que não inspira confiança a ninguém e, por isso mesmo, está incapacitado de lucrar com a falência da governação socrática. Chega a meter dó, ouvir o que dizem certas figuras cimeiras deste Partido.Nem parece uma instituição que anda na política há 34 anos, mas um bando, não de loucos, como o vice-rei da Madeira chamou aos Deputados da oposição, mas de desastrados políticos, que não acertam com o que devem fazer.A festejada ausência de ideologia no Partido deu nisto : qualquer grupo serve para o orientar, desde que prometa levá-lo à vitória nas próximas eleições.Ninguém cura de saber quem são estas personalidades que se apresentam para conduzir o partido. Têm competências nalgum saber ou nalguma técnica, para além de haverem ganho eleições regionais ou ajudado este ou aquele a alcançar postos de influência na máquina partidária ?Que ideias defendem para melhorar o País, excluindo os estafados dogmas do combate ao défice, a competitividade da Economia e a rigidez da legislação laboral, apesar de se admitir que possa haver aqui necessidade de intervir, porém sem a fixidez obsessiva a que temos assistido e que invariavelmente se traduz num logro final, que beneficia uns – poucos – e penaliza muitos e sempre os mesmos ?Cabe inquirir : algum dos nomes que se anunciam já expôs o seu pensamento sobre o que pretende fazer no Partido e no País, se vier a vencer eleições ?Fora do improdutivo jargão economês, que temos nós escutado de importante a tanta sumidade auto-embevecida ?Porquê insistir em nomes gastos, que já dispuseram de várias oportunidades de acção política, a qual se revelou ou uma completa irrelevância ou um fracasso rotundo, excepto no que respeita às suas aceleradas promoções sócio- económicas ?Quer o PSD ser um partido do centro, do centro-direita, do centro-esquerda ou pura e simplesmente da Direita, como ouvimos uma vez o Professor Marcelo politicamente a si mesmo se definir ?Que pretende o PSD fazer da Social-Democracia, da sua doutrina, velha, renovada ou reajustada, mas com presumível influência inspiradora na sua acção política ?Quer o PSD assumir-se como partido liberal, conservador ou democrata-cristão, sem qualquer referência à Social-Democracia ?Note-se que, ao aventar estas perguntas, não vejo nenhum mal se o PSD optar por qualquer destas supostas orientações doutrinárias, presumindo que no PSD ainda se dê importância a este pormenor da doutrina política, como fonte de ideias inspiradoras da intervenção de um Partido na sociedade.Imagino eu ainda que, antes de haver intervenção política, deva existir preparação técnica, competência nalguma área do saber, que habilite os intervenientes a agir com proficiência, com capacidade para atingir objectivos, identificar problemas, avaliar perspectivas, modos de actuação, vias de solução, etc. Que para tal, seja preciso reunir pessoas com competência técnica, seriedade, probidade, honestidade na relação com os meios utilizados e nos fins perseguidos e não só com desembaraço oratório, agilidade argumentativa, que, muitas vezes, se esgota em si mesma, nada produzindo, salvo inflação de vaidades pessoais.Devem também os putativos salvadores da pátria PSD que já se saracoteiam ponderar bem se têm vocação para a defesa do interesse público, o qual exige mais do que determinação, capacidade de decisão; exige isto e uma robustez ética que sustente todos os requisitos, técnicos e de ordem psíquica.Parece-me elementar que ninguém deve abraçar a carreira política, se não sente vocação para servir causas de interesse público ou colectivo, se não tem sentido de missão, se não está disposto a servir, sem pedir de imediato contrapartidas.Quem acha que se realiza na busca de riqueza, deve fazê-lo fora da Política, no mundo dos Negócios, das Empresas, criando bens e serviços, que são tarefas de justificada realização pessoal e também de grande utilidade social, se desenvolvidas no estrito cumprimento da lei e no respeito dos direitos dos outros.Tudo isto, creio, são banalidades, mas o País está mergulhado numa confusão tal que precisa de voltar ao reconhecimento delas, da sua indispensabilidade, se almeja seriamente a objectivos superiores.
Reformulo outra trivialidade : o País precisa de instituições com credibilidade.No sistema político existente, O PSD é um partido de carácter reformista, inter-classista, moderado, muito necessário para garantir alternativa de Governo no País, imprescindível para arredar a actual família socrática, que não é socialista, nem social-democrática, mas uma vasta rede de nomes, de apoios, de interesses, de cumplicidades, de supostas amizades, erguida e sustentada para açambarcar o Poder, onde quer que ele resida : no Estado ou fora dele.Perceber isto, é fundamental para extirpar, de vez, o mal que corrói a Nação; não para substituir esta rede por outra de semelhante jaez.Se, todavia, não há vontade para lutar por este objectivo essencial, não vale a pena tanto bulício, basta animar e prosseguir com os presentes folhetins.
Ate agora, ainda não decidi em qual das personagens irei votar...

Carlos Marques Sousa

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