quinta-feira, maio 26, 2005

 

SEXO NA SALA DE AULA

A introdução da disciplina de «Educação Sexual» nas nossas escolas, defendida por quase toda a gente (associações de pais, de alunos e partidos políticos) é a demonstração clara que, para muita gente, a cabeça só serve mesmo para usar o chapéu.

Em primeiro lugar, como se o excesso de disciplinas e a sobrecarga horária não fossem já um dos principais cancros do nosso sistema educativo. E nada melhor do que inventar mais uma disciplina.

Em segundo lugar e partindo do princípio que esta disciplina faria parte dos currículos do 7ºano ao 12º ano, fica-se sem saber como iriam os professores ocupar as centenas de horas do curso. Com trabalhos práticos? Com trabalhos em grupo? Ou com trabalhos manuais? E o que se ensinaria nestas aulas? Qual o modelo de ensino a seguir?

O modelo científico, ensinando a forma como se formam os espermatazóides e qual o trajecto que têm de percorrer para fecundar o óvulo? Para ensinar isto já existe a Biologia.

Ou o modelo preconceituoso, ensinando a mesma coisa mas recorrendo à metáfora das corolas e dos estames para evitar falar directamente em espermatozóides e óvulos? Bem, mas para ensinar isto já existem as disciplinas de Botânica e de Religião e Moral.

Ou o modelo “conselheiro sexual”, em que os alunos colocam as suas dúvidas e o professor esclarece? Para isso, já existe a revista «Maria», para além de ninguém estar a ver um aluno a levantar o dedo durante a aula para expor as dúvidas que o atormentam.

Ou o modelo prá-frentex, em que se explica, sem quaisquer preconceitos e, se possível, recorrendo aos meios audio-visuais, como se pratica o sexo oral, anal, em grupo, sado-masoquista, assim como as diferentes utilizações dos diversos acessórios sexuais? Ora, também não me parece, assim à primeira vista, que seja este o método mais adequado.

Mas o problema não é só do método: é também do professor que iria leccionar a disciplina. Porque, como todos devíamos saber, a sexualidade tem uma forte matriz ideológica. E nesta questão não há professores neutros.

Ora, qualquer pessoa que pense um bocadinho não poderá deixar de chegar à conclusão que a disciplina de «Educação Sexual» ou é absolutamente inútil, no caso de ensinar o que já todos sabem, ou potencialmente perigosa, no caso de pretender ir mais além.

Com isto não significa que a educação sexual deva estar arredada das nossas escolas. Pelo contrário, deve fazer parte do currículo de todas as disciplinas e todos os professores devem estar preparados para a abordar, assim como para responder às questões que os alunos pretendam ver esclarecidas. Ou seja, Educação Sexual, sim! Disciplina de «Educação Sexual», não!



Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

Comments:
Petição online em:
http://www.forumdafamilia.com/peticao/peticaoonline.asp
 
Este texto é ridículo.
 
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