sexta-feira, julho 18, 2008

 

CASAMENTO

Manuela Ferreira Leite, candidata a primeira-ministra, disse uma coisa óbvia: que o casamento visa a procriação. É certo que pode haver muitas pessoas que se casam sem pensar em ter filhos. No entanto, do ponto de vista do Estado, o casamento visa, em primeira linha, promover uma união capaz de gerar filhos e de lhes proporcionar o habitat indispensável à sua educação, crescimento e formação. Ou seja, o casamento é uma instituição que tem por objectivo, essencialmente, acautelar o futuro da comunidade.
Por essa razão, o casamento é e deve continuar a ser uma forma de discriminação positiva das uniões que cumpram aqueles requisitos. Consequentemente, devem ficar fora do casamento, não só as uniões homossexuais (naturalmente inférteis) como também as uniões heterossexuais que, sendo potencialmente férteis, põem em risco o crescimento e a educação do menor (ou seja, as uniões bissexuais, polígamas, incestuosas, etc.).
Isso não significa, obviamente, que duas ou três pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente não possam viver juntas ou até que pai e filha, mãe e filho ou dois irmãos não possam viver em união de facto. É uma decisão que cabe a cada um. Mas não cabe ao Estado promover este tipo de uniões.
Qualquer pessoa tem, obviamente, o direito de casar, independentemente de ser homossexual, bissexual, polígamo, praticante da zoofilia ou do incesto. Basta-lhe cumprir os requisitos do casamento: casar com pessoa de sexo diferente que não seja familiar directo. Para o Estado, é-lhe absolutamente indiferente a tendência sexual dos nubentes ou o seu grau de paixão.
O mesmo princípio se aplica às empresas. Quando o Estado atribui benefícios fiscais ou outros às empresas que se fixem no interior, isso não significa que esteja a proibir ou a perseguir as empresas que se fixam no litoral. Significa apenas que está a promover a fixação de empresas no interior, porque isso, estrategicamente, lhe interessa.
Abrir-se o casamento às uniões homossexuais é tão absurdo como atribuir às empresas do litoral os benefícios destinados a fixar empresas no interior. O casamento, pura e simplesmente, deixava de fazer sentido (se é que ainda tem algum sentido, depois das últimas alterações legislativas). Aliás, se isso sucedesse, deixava de haver fundamento (a não ser por preconceito) para impedir os pais de casar com os próprios filhos, irmãos com irmãs ou várias pessoas umas com as outras. Recordo que, em Espanha e na Alemanha, há já dois casais de irmãos que manifestaram publicamente a sua vontade em se casar.
Sem esquecer que o parlamento espanhol acaba de estender certos direitos do Homem aos macacos, o que significa que, num futuro próximo (mais próximo do que pensamos), estaremos a interrogar-nos por que razão um ser humano não se há-de poder casar com um animal. Porque se o argumento, para o casamento, for apenas o amor do coração (e não o amor da razão), não podemos deixar de constatar que há pessoas que amam o seu cão mais do que os seus familiares, tanto assim que são capazes de lhe deixar toda a sua fortuna. Sendo certo que, na Holanda, já existe um partido que defende a legalização da zoofilia e da pedofilia. Este partido não pode ser acusado, certamente, por José Sócrates de ser pré-moderno ou retrógrado.
É óbvio que defender, nos tempos que correm, o casamento destas modernices é o bastante para se ser delapidado em público e lançado para a fogueira. Não sei se Manuela Ferreira Leite , depois de ter sido apedrejada em público pelos nossos inquisidores pós-modernos, vai conseguir manter a sua opinião, à vista da fogueira. Talvez o melhor seja mesmo fazer como Galileu e negar perante os inquisidores pós-modernos (que tomaram de assalto o Governo e os órgãos de comunicação social) a evidência de que o casamento tem por objectivo a procriação. (Mas a verdade é que tem).

Santana-Maia Leonardo : http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente

quinta-feira, julho 17, 2008

 

Rica ou Tecnicamente falida ( Sem liquidez financeira)?

A junta de Galveias administra herança superior a 50 M€. A Junta de Freguesia de Galveias (Portalegre), proprietária de um prédio atingido por um incêndio, em Lisboa, é considerada a mais rica do país em património, administrando uma herança avaliada em mais de 50 milhões de euros.«Em património, somos a junta mais rica do país», garantiu hoje à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Galveias, António Augusto Delgadinho, quando seguia para Lisboa, onde um prédio da autarquia, na Avenida da Liberdade, foi afectado pelas chamas domingo à noite.
A autarquia administra cerca de dois terços da herança legada à freguesia pelo Comendador José Godinho de Campos Marques, que doou o restante a uma fundação da vila.A herança da junta engloba prédios rústicos e urbanos, distribuídos pelos concelhos de Lisboa, Torres Vedras, Borba, Estremoz, Monforte, Crato, Avis e Ponte de Sor, num valor que ultrapassa os 50 milhões de euros.
Com cerca de dois mil habitantes, a vila de Galveias, no concelho de Ponte de Sor, distrito de Portalegre, está situada na encosta de uma colina, é fértil em azeite, frutas e cortiça e é atravessada pela Estrada Nacional (EN) 244, que liga Avis à Sertã.

In agência Lusa


O presidente veio a Lisboa apenas para dar entrevistas, pavoniar-se e fazer show off...

È vergonhoso como o Presidente da JFG tratou os inquilinos do Prédio da av da Liberdade.

Será que a conversa de ser a Junta mais rica não farta ja um bocadinho?

A ignorância tem falado mais alto neste caso.

Carlos Marques Sousa

quarta-feira, julho 16, 2008

 

DIÁRIO DE UMA NOITE DE TRISTEZA

23 Horas chego a casa e ligo o computador. O meu primo Zé Pedro avisa-me. Há fogo no 21 na Av. da Liberdade. Ligo a Tv. e vejo que o prédio da junta de freguesia já estava em chamas. Ligo ao Presidente da Junta de Galveias a oferecer os meus préstimos para o que fosse preciso. Ele agradece e diz que liga após 30 min. Saio de casa com o meu primo luís a caminho da Av. da liberdade.
O drama permanecia na cara das pessoas aterrorizadas pelo fogo.
Peço para falar com o comandante da Policia, para que este me faça o ponto da situação. A coisa estava feia. Peço para falar com o Presidente da Câmara no qual me explicou o que se passava. De imediato coloco o Dr. António Costa em contacto com o Presidente da Junta.
Preocupado com a situação, dirijo-me juntamente com o meu primo ao cinema S. Jorge para ver as vitimas. Os habitantes do 21 estavam em pânico.
O Luís «Psicólogo» conforta as pessoas enquanto eu faço as diligências com a protecção civil. Encontro o Vereador Sá Fernandes e a vereadora Helena Roseta ao qual me contam o que se estava a passar.
O presidente da Junta Continua a ignorar a situação…. Ligo-lhe e digo…. Presidente para onde vamos levar as pessoas. Ele responde. Já tratei disso com a protecção civil, fiquei mais descansado!
Estava incrédulo, pois o dever dele seria vir de imediato para Lisboa, e este continuava na sua casa acompanhar a catástrofe pela TV.
Entretanto a protecção civil vem ter comigo e diz…. Carlos onde vamos meter os 2 últimos idosos que faltam? Eu respondo, mas o presidente da Junta não tinha já arranjado alojamento?Nãoooooo …..foi a resposta dada de forma boquiaberta….De imediato ligo-lhe:- Então António Augusto, afinal que tinha alojamento e agora não tem …..Ele responde:Fiquem aí que amanha vou para aí…. O que? Deve estar a gozar comigo…Entretanto o vereador Sá Fernandes vendo-me nesta situação caricata…Pede-me o telefone e diz…. Oiça lá esta a gozar connosco?Ao qual o António Augusto responde…. Se tivesse o telefone desligado e a dormir não me estavam a incomodar….Entretanto Sá Fernandes «Salta-lhe a tampa» e diz, o prédio é privado você é responsável…. E aumenta o tom de voz e fala num tom agressivo.
António Costa não queria acreditar na frieza do presidente da Junta. Ninguém queria entender o que estava a suceder…Entretanto ligo para tentar resolver a situação…. Presidente então onde vamos meter as pessoas…- Ele sugere um hotel, mas esse tinha sido evacuado…È então que me da ordem de tentar resolver a situação.
Falo com o presidente da Junta de S. José e de imediato a Dona Ana Lúcia e outra senhora, é instalada na residencial Nova Avenida.
Em suma tenho que fazer um desabafo….Sei que só ajudei porque quis.Mas sinto-me na obrigação de ajudar.Um presidente normal teria vindo de imediato para Lisboa….
O prédio ficou sem telhado e com o 5º andar totalmente destruído.O que restou ficou tudo inundado de agua…. Só encontro uma palavra
- IRRESPONSABILIDADE!!!
Fiquei com magoa, pois pensava que o Presidente da Junta era mais humano. Já para não falar que ele apenas me ligou uma única vez para se inteirar da situação… certamente no conforto do seu lar…. Onde ninguém o chateava para resolver problemas.
Tive muito gosto em ajudar os moradores do prédio 21.
Tenho muito desgosto em ter uma pessoa tão irresponsável a frente da Junta.
Agradeço ao Dr. António Costa presidente da Câmara de Lisboa, ao vereador Sá Fernandes, e a vereadora Helena Roseta por nos ter ajudado.Agradeço também a ajuda do filho do Dr. António Costa pela disponibilidade que teve em nos acompanhar. Tentei relatar um Péssimo exemplo de governação…. Agora a Junta tem que reconstruir o 5º Andar direito e esquerdo e colocar o telhado no prédio.O prédio no interior deverá necessitar de grande intervenção, devido a agua que ficou infiltrada…A reconstrução tem que ser rápida… Pois qualquer dia o Inverno esta aí….

Carlos Marques Sousa

terça-feira, julho 15, 2008

 

EM DEFESA DO TOURO BRAVO

Como toda a gente sabe, o único e verdadeiro valor genuinamente civilizacional que hoje nos rege é a hipocrisia. E é precisamente em nome da hipocrisia que os (putativos) defensores dos direitos dos animais defendem o fim das touradas e dos touros de morte. Porque se os (putativos) defensores dos direitos dos animais se preocupassem efectivamente com o sofrimento dos animais, deviam preocupar-se com os bois e não com os touros.
Com efeito, em três ou quatro anos de vida do touro, este apenas sofre cerca de 30 minutos, o tempo que dura a lide. O resto do tempo, não há animal que viva junto do homem que tenha vida que se lhe compare. Vive em liberdade, em estado selvagem, inteiro.
Por seu lado, a vida do boi é feita de sofrimento desde que nasce até que morre: capado, amarrado a uma manjedoira quase sem espaço para se mexer, engordado a toque de farinhas e hormonas, para morrer ao fim de 6 meses num matadouro qualquer e sabe-se lá como. É uma vida triste, curta e sem o mínimo de dignidade.
Mas isso não preocupa, obviamente, os tais (putativos) defensores dos direitos dos animais. Na verdade, pouco lhes interessa que a vida do touro seja muito mais longa, saudável e alegre do que a do boi. Porque o que, na realidade, os preocupa não é o sofrimento dos animais, designadamente, do touro, mas (suprema hipocrisia) o facto de os verem sofrer. E como o que aparece na televisão são os 30 minutos da lide...
Ora, os defensores dos direitos dos animais fariam melhor em preocupar-se com os valores civilizacionais que transformaram a vida de certos animais domésticos num espectáculo verdadeiramente degradante do que com as touradas que enobrecem e perpetuam a vida dos touros bravos, proporcionando-lhes uma vida de fazer inveja à dos seus primos bois.
Acresce que, se é certo que a tourada é um espectáculo medieval, também é bom não esquecer que, nessa época, a sociedade se regia por valores bem diferentes dos de hoje, designadamente, a honra. Isto só para concluir que nem tudo o que é medieval é forçosamente negativo.
Além disso, o fim das touradas significaria, pura e simplesmente, o fim dos touros bravos. E tal como as reservas naturais são o garante da sobrevivência de muitas espécies animais, também as touradas são o único garante da perpetuação da raça dos touros bravos. Não existe um único país que seja criador de touros bravos em que o destino destes não seja as touradas.
É óbvio que todos aqueles que clamam pelo fim das touradas têm a perfeita consciência de que, no dia em que isso suceder, os touros bravos têm os dias contados. Mas a sua extinção tão pouco os preocupa. Antes pelo contrário, desejam-na ardentemente. Só que, depois, não se percebe muito bem por que razão fazem tanto alarido com a extinção de outras espécies que só conhecem da televisão. Ou seja, à boa maneira portuguesa, choram pela extinção de espécies que nunca viram, enquanto contribuem decisivamente para a extinção daquela que têm ao pé da porta.

Santana-Maia Leonardo : http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente

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