quinta-feira, maio 12, 2005

 

Socialistas...

No séc. XXI, segundo os socialistas portugueses:

"A Finlândia é o país da Nokia; a Espanha é o país da Zara; e Portugal tem que ser o país do plano (QUINQUENAL) tecnológico"
(Manuel Pinho, Porta-Voz para os Assuntos Económicos do Partido Socialista)

Em 1981 os países nórdicos Suécia, Noruega e Finlândia criaram a primeira rede internacional de telefones móveis. E criaram porque?

1. Uma parte da população vivia em áreas absolutamente inóspitas e de díficil acesso, e este facto faz com o acesso a redes de comunicações seja vital, sobretudo no inverno, dado o grau de isolamento que as condições geográficas impõem.

2. Os nórdicos chegaram à conclusão que o custo de levar uma linha de comunicações terrestre a cada cidadão dessas zonas custava 800 USD$, enquanto que se a ligação fosse realizada sem fios custaria 500 USD$.

Conclusão: 13 anos depois (1994) 12% dos escandinavos possuiam telefones móveis, logo seguidos de uns meros 6% de americanos.

Nos anos 70 e 80, a Nokia era uma empresa que fabricava borracha, pneus, papel, televisões e... equipamentos de telecomunicações, o que a deixava numa posição de potencial fornecedor deste movimento de expansão. Mas não só:

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1. Imaginem o que é que NUNCA existiu na Finlândia: Um monopólio nacional de telecomunicações. O mercado de telecomunicações na Finlândia era desde há muito fornecido por aproximadamente 50 (cinquenta!) empresas de telecomunicações locais, cujas administrações estipulavam preços por referendo, o que se traduz em baixos preços.

2. Esta cultura, nada centralista e absolutamente sensível ao tema preços, desde sempre obrigou a Nokia a uma grande ginástica. Mais. As compras nórdicas eram absolutamente despojadas de qualquer sentimento patriótico: Se a Nokia não apresentasse um bom preço, a encomenda seria feita, por exemplo, à sueca Ericsson ou à americana Motorola.

Não existe sombra de semelhança entre este clima de concorrência e a realidade do mercado das telecomunicações nos restantes países desenvolvidos à altura (anos 80 e inícios de 90), que se caracterizavam por monopólios nacionais e/ou estatais efectuando compras a fornecedores locais ou produzindo os seus próprios equipamentos.

O mercado finlandês, por seu lado, obrigava a Nokia a uma constante pressão competitiva, com pressão nos custos de fabrico ao mesmo tempo que a obrigava a manter-se na vanguarda do desenvolvimento tecnológico.

Apesar de nessa fase a Motorola conseguir suplantar a Nokia em vendas (mas não em margem operacional, devido à pressão custos e preço), hoje em dia é a Nokia quem lidera o mercado.

Lidera porque os nórdicos, atenção, movidos por uma necessidade concreta, avançaram para a tecnologia digital 5 (cinco!) anos antes do resto de países.

Lidera porque desde a sua fundação os gestores e engenheiros da Nokia forneceram um mercado aberto e concorrencial. Lidera porque para além de deter know-how e equipamentos com qualidade, estes tinham sido forjados e eram demonstradamente competitivos em mercado aberto.

Foi a cultura de resposta a necessidades concretas e às exigências de um mercado aberto que forjou a Nokia.

Mais do que um Choque Tecnológico, a implementação deste tipo de cultura Nokia deixaria, isso sim, os Socialistas em Estado de Choque.

Colocar o Plano Quinquenal Flop Choque Tecnológico do Partido Socialista ao mesmo nível das fundações e presente realidade da Nokia seria risível não lesse eu algumas sondagens face a tendências de voto nas legislativas de dia 20.

Quem quer uma Nokia tem que deixar que o mercado tenha os seus factores elásticos para que as empresas se ajustem às necessidades que vão surjindo. Tem de deixar que as escolhas dos consumidores decidam quem é efectivamente melhor. E tem sempre de procurar as escolhas mais eficientes, não criando protecções artificiais que desaparecem assim que se atravessa a fronteira.

Para os nossos Socialistas as Nokias criam-se com Planos Quinquenais. Enfim... Socialistas...

www.amaoinvisivel.blogspot.com

Comments:
Taveira Pinto, durante 12 anos, aceitou perder rios de dinheiro (as palavras são dele) apenas para que nós pudéssemos ter a graça de o ter como presidente da Câmara. Não fosse ser casado como um médica e não sei mesmo como conseguiria manter casa, carro e filhos a estudar. Nós não podemos ser um povo ingrato. Venho, por isso, desafiar este blogue a fazer uma colecta pública para evitar que, em caso de divórcio, o nosso presidente fique na miséria.
 
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