quinta-feira, maio 26, 2005

 

Um post à José Sócrates

Este discurso não tem nada a ver com o discurso que Durão Barroso aqui fez há três anos atrás. Eu, por exemplo, não falei sobre tangas, não lancei o pânico, não vou aumentar os impostos nem sequer anunciar que as promessas de campanha não vão ser cumpridas.

O pacote de investimentos? Qual pacote de investimentos? Ah! Aquele pacote! A parceria boas intenções públicas/carcanhol privado? Sabem...nunca gostei de pacotes. Sempre preferi medidas. Daquelas pequenas e maneirinhas. Bela ideia, não acham? Pelo menos os jornalistas andaram entretidos com isso durante imenso tempo.

O problema foi esta coisa do défice. Quer dizer, eu sabia que o défice era grande. Só não sabia que era assim tão grande. Aquelas promessas não eram bem promessas. Eram mais intenções de campanha. Desejos. Eu “desejo” não aumentar impostos. Eu “desejo” relançar a economia. Eu “desejo” ser nomeado para um cargo internacional ao fim de dois anos de governo. Não prometo nada, mas desejo imenso.

Como isto está tudo muito frágil, já mandei os meus ministros não fazerem nada nem dizerem nada. Mandei-os estarem quietos. Eles, tão queridos, já estavam quietos há imenso tempo.

[Rodrigo Moita de Deus]

www.oacidental.blogspot.com

Comments:
José Socrates consegue o notável: fazer exactamente aquilo que tinha prometido não fazer... É inexistente a coerência do nosso deplorável governo socialista.
 
O Estado resolveu entregar um livro de cheques aos nossos trezentos e oito presidentes de Câmara para estes gastarem como muito bem entendessem. E foi um fartar vilanagem. Obras de 100 mil contos que acabaram por custar 500 mil. Viagens com fartura para vereadores e malta amiga. Espectáculos culturais que ninguém queria ver à conta do município. Almoços e jantares com fartura para tudo o que era associação. Subsídios à vara larga para encher os bolos de alguns. Empregos e materiais com fartura para garantir votos. Etc. Etc. Etc. Agora é evidente que chegou a hora de pagar a factura. Mas o povo não se tem de queixar. Os presidentes da Câmara, afinal, não são mais do que o espelho fiel de quem os elegeu.
 
Talvez agora o povo comece a perceber das vantagems de votar em gente séria.
 
Impõem-se questionar se não seria muito mais justo introduzir portagens nas SCUTS, cumprindo o princípio do utilizador/pagador, do que aumentar os combustíveis, ficando assim, a generalidade dos contribuintes obrigada a pagar algo, que apenas uma minoria beneficia. Será justo um reformado pagar uma obra que nunca na vida usufruiu?
 
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