sábado, junho 18, 2005
Obikwelu e Deco são "filhos da terra"?!
Só os tacanhos e provincianos é que, ano após ano, vêm com a história do requisito n.º1 para se ser candidato à Câmara Municipal (ou Junta): ser filho da Terra. Importa dissecar esse assunto. O que é ser filho da terra? É ter escrito no BI "Naturalidade: Ponte de Sor"? Mesmo que a mãe o tenha parido à beira do rio Sor e depois tenha vivido toda a vida noutro qualquer local? Ou se no BI aparecer "Naturalidade: Lisboa", mas a pessoa tiver vivido os últimos 20 a 30 anos em Ponte de Sor, já não é filho da terra, pois claro! É que, por esta ordem de ideias, em breve deixarão de existir "filhos da terra". Quantos nados vivos nascem no Concelho de Ponte de Sor? Tanto quanto sei, vão todos nascer a Abrantes e Portalegre (na melhor das hipóteses), e o n.º de pessoas a registarem na Conservatória do Registo Civil o filho como natural de Ponte de Sor tem vindo a diminuir a olhos vistos. Enquanto a população não aprender com os seus próprios erros, e não se aperceber que ser "filho da terra" é totalmente irrelevante, Ponte de Sor nunca sairá da cepa torta, porque a verdade é que o actual executivo está lá porque uma maioria esmagadora dos eleitores entendeu que ia GERIR melhor os destinos do Concelho. De que se queixam então? É tudo uma questão de ser "filho da terra", não é? Eu destaquei o termo GERIR porque me parece que é uma das duas coisas que faltam neste edil. O perfil do próximo Presidente da Câmara devia passar por um Gestor de excelência. Seja de Ponte de Sor, de Lisboa, de Faro, de Coimbra ou do Porto. O 2.º requisito... essa sim, é uma visão arrojada que poucos estão dispostos a partilhar e que se aplica a qualquer líder de qualquer sistema de Poder: ter um plafond de valores que consiga refundar a democracia humanista e que os consiga transpor para a gestão diária com a para as pessoas. Estamos a falar de um Homem Novo, cujo único objectivo seja servir o Próximo numa lógica de entrega total às necessidades reais da população. Estamos a falar da linguagem do Amor e não da mesquinhez e do ódio. É isto que verdadeiramente faz falta em Ponte de Sor, no País e no Mundo. Acham utópico? Quase a roçar em Aldous Huxley? Caiam no real e abram os olhos. Saibam separar o essencial do acessório.
Rui Pedro Bento
www.pontedosor.blogspot.com
Comments:
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Para se ser candidato a qualquer coisa tem de se ter a ver alguma coisa com essa coisa. Não é o local do nascimento que nos identifica mais ou menos com determinada terra ou concelho. A nossa terra é aquela que escolhemos para viver e residir. É uma escolha própria e não um acaso do destino. Por essa razão, faz muito mais sentido o seu pai ser candidato a Ponte de Sor do que a Coruche. Aliás, ser candidato a Coruche é que não faria qualquer sentido. E o que se aplica para o seu pai, aplica-se aos restantes candidatos..
Para gerir um município, um clube de futebol ou uma igreja, não basta ser um bom gestor é também necessário ter-se uma relação afectiva com esse município, esse clube ou essa igreja. E da mesma forma que não faz sentido um sportinguista a gerir o Benfica, ou uma testemunha de Jeová a gerir o património da Igreja Católica, também não faz sentido alguém que não tem nada a ver com um município gerir esse município.
Ao anonymous das 5:10,
O Sr(a) inicia o seu post com um parágrafo importante, a que eu poderia acrescentar que 1+1=2, ou estar vivo é o contrário de estar morto ou outro género de frivolidades. Eu nunca sugeri que a ausência de afinidade para com um Concelho ou uma Freguesia fosse irrelevante para um candidato. Mas será que é esse o critério fundamental que separa um bom de um mau autarca? Ou será que um hipotético especialista em Gestão, forasteiro, altamente qualificado e graduado, com provas dadas na vida e que acrescentasse às suas mais valias técnicas um potencial humano sedimentado em valores cristãos, faria mais por uma população? Mais, entenda-se, do que um "filho da terra" de inteligência mediana, formação mediana, absorvido pela bola de neve vícios locais e de formação moral duvidosa. Mas, reconheço humildemente, quem sou eu para qualificar as pessoas em boas, menos boas, ou más? Por isso é que nunca referi nomes, nem citei exemplos. Esses exemplos, guardo-os para mim e não para os atirar para a praça pública ou virtual. Limitei-me a esboçar um perfil genérico do líder que acredito aproximar-se do ideal. Todas as leituras que vão para além daquilo que escrevi, nem que seja uma vírgula a mais são abusivas e falsas. A única pessoa que referiu o nome do meu Pai foi o Sr(a). E digo-lhe mais: se leu atentamente o que escrevi sobre a formação académica que, por excelência, deve ter um autarca, certamente não encaixa lá o meu Pai.
Ao anonymous das 7:30,
Na sequência do que disse ao anterior Sr(a), está dada a resposta.
O Sr(a) inicia o seu post com um parágrafo importante, a que eu poderia acrescentar que 1+1=2, ou estar vivo é o contrário de estar morto ou outro género de frivolidades. Eu nunca sugeri que a ausência de afinidade para com um Concelho ou uma Freguesia fosse irrelevante para um candidato. Mas será que é esse o critério fundamental que separa um bom de um mau autarca? Ou será que um hipotético especialista em Gestão, forasteiro, altamente qualificado e graduado, com provas dadas na vida e que acrescentasse às suas mais valias técnicas um potencial humano sedimentado em valores cristãos, faria mais por uma população? Mais, entenda-se, do que um "filho da terra" de inteligência mediana, formação mediana, absorvido pela bola de neve vícios locais e de formação moral duvidosa. Mas, reconheço humildemente, quem sou eu para qualificar as pessoas em boas, menos boas, ou más? Por isso é que nunca referi nomes, nem citei exemplos. Esses exemplos, guardo-os para mim e não para os atirar para a praça pública ou virtual. Limitei-me a esboçar um perfil genérico do líder que acredito aproximar-se do ideal. Todas as leituras que vão para além daquilo que escrevi, nem que seja uma vírgula a mais são abusivas e falsas. A única pessoa que referiu o nome do meu Pai foi o Sr(a). E digo-lhe mais: se leu atentamente o que escrevi sobre a formação académica que, por excelência, deve ter um autarca, certamente não encaixa lá o meu Pai.
Ao anonymous das 7:30,
Na sequência do que disse ao anterior Sr(a), está dada a resposta.
Então conhece mal o seu pai, porque o seu pai tem todas as qualidades para ser um bom autarca: é inteligente, ponderado, trabalhador e organizado. No entanto, para se gerir bem um município, é fundamental também a relação afectiva com o próprio município, até para impedir que outros interesses se sobreponham aos interesses da sua terra. Com efeito, quem gosta da sua terra (da terra onde vive) está mais talhado a resistir a certos interesses... Por isso, lhe disse que o seu pai, para além de ter todas as qualidades para ser um bom autarca, seria certamente um bom presidente da Câmara de Ponte de Sor, na medida em que alia às suas qualidades pessoais o facto de ser de Ponte de Sor.
No entanto e infelizmente, as qualidades para se ser um bom presidente raramente coincidem com as qualidades para se ser um bom candidato. Mas esse é um mal que as democracias ainda não conseguiram resolver.
No entanto e infelizmente, as qualidades para se ser um bom presidente raramente coincidem com as qualidades para se ser um bom candidato. Mas esse é um mal que as democracias ainda não conseguiram resolver.
O candidato da terra tem ainda uma vantagem... Nós conhecemos-lhes os defeitos e as virtudes. Sabemos quem é, os seus vícios, o seu nível intelectual, o seu passado... E isso faz dele um homem.
Quando ao tal gestor brilhante e de forte formação moral, a verdade é que um homem com essas qualidades só existe quando se candidata numa terra onde ninguém o conhece. Bastava candidatar-se na sua terra para toda a gente achar que, afinal, nem era tão inteligente, nem tão virtuoso.
Devemos ser mais tolerantes com quem conhecemos e mais prudentes com quem desconhecemos.
Por essa razão, nunca votarei num candidato autárquico que não se identifique com o meu concelho ou que eu, pura e simplesmente, desconheça quem seja.
Quando ao tal gestor brilhante e de forte formação moral, a verdade é que um homem com essas qualidades só existe quando se candidata numa terra onde ninguém o conhece. Bastava candidatar-se na sua terra para toda a gente achar que, afinal, nem era tão inteligente, nem tão virtuoso.
Devemos ser mais tolerantes com quem conhecemos e mais prudentes com quem desconhecemos.
Por essa razão, nunca votarei num candidato autárquico que não se identifique com o meu concelho ou que eu, pura e simplesmente, desconheça quem seja.
"O candidato da terra tem ainda uma vantagem... Nós conhecemos-lhes os defeitos e as virtudes."
Quando vota em eleições gerais para a AR conhece as virtudes e defeitos dos candidatos, nomeadamente do candidato a 1.º Ministro? Não é pelo facto de não o conhecer pessoalmente que deixa de ter uma opinião sobre a pessoa.
"Sabemos quem é, os seus vícios, o seu nível intelectual, o seu passado... E isso faz dele um homem."
Engraçado, pensava que o que fazia dele(a) um Homem era a sua formação académica e moral, a sua obra e o facto de estar vivo(a).
"Quando ao tal gestor brilhante e de forte formação moral, a verdade é que um homem com essas qualidades só existe quando se candidata numa terra onde ninguém o conhece."
Esta também é nova. Eu bem sei que a escala de valores difere de pessoa para pessoa. Certamente não é a mesma para um maçon e para um católico. Daí até me dizer que as virtudes só aparentam o que verdadeiramente são vindo de alguém de fora, vai um longo caminho.
Também pensava que um bom gestor, o é aqui e na Austrália, admitindo obviamente que estamos a falar de modelos de gestão ocidentais e não de um ou dois redutos do "socialismo real" que ainda mirram lentamente pelo Mundo.
"Devemos ser mais tolerantes com quem conhecemos e mais prudentes com quem desconhecemos."
Verdade. O sr. La Palice não diria melhor. Mas se a tolerância implicar o sacrifício das qualidades que acreditamos necessárias para um bom autarca, então que venha o desconhecido. Nem sempre o que vem de fora é mau.
"Por essa razão, nunca votarei num candidato autárquico que não se identifique com o meu concelho ou que eu, pura e simplesmente, desconheça quem seja."
Então ainda bem que vive num Concelho com cerca de 17.000 hab. Por estas bandas toda a gente conhece toda a gente, ou pelo menos conhece fulano que por sua vez conhece patrano. Se fosse eleitor em Lisboa, no Porto, em Braga ou Coimbra, estava bem arranjado! Não votava.
Quando vota em eleições gerais para a AR conhece as virtudes e defeitos dos candidatos, nomeadamente do candidato a 1.º Ministro? Não é pelo facto de não o conhecer pessoalmente que deixa de ter uma opinião sobre a pessoa.
"Sabemos quem é, os seus vícios, o seu nível intelectual, o seu passado... E isso faz dele um homem."
Engraçado, pensava que o que fazia dele(a) um Homem era a sua formação académica e moral, a sua obra e o facto de estar vivo(a).
"Quando ao tal gestor brilhante e de forte formação moral, a verdade é que um homem com essas qualidades só existe quando se candidata numa terra onde ninguém o conhece."
Esta também é nova. Eu bem sei que a escala de valores difere de pessoa para pessoa. Certamente não é a mesma para um maçon e para um católico. Daí até me dizer que as virtudes só aparentam o que verdadeiramente são vindo de alguém de fora, vai um longo caminho.
Também pensava que um bom gestor, o é aqui e na Austrália, admitindo obviamente que estamos a falar de modelos de gestão ocidentais e não de um ou dois redutos do "socialismo real" que ainda mirram lentamente pelo Mundo.
"Devemos ser mais tolerantes com quem conhecemos e mais prudentes com quem desconhecemos."
Verdade. O sr. La Palice não diria melhor. Mas se a tolerância implicar o sacrifício das qualidades que acreditamos necessárias para um bom autarca, então que venha o desconhecido. Nem sempre o que vem de fora é mau.
"Por essa razão, nunca votarei num candidato autárquico que não se identifique com o meu concelho ou que eu, pura e simplesmente, desconheça quem seja."
Então ainda bem que vive num Concelho com cerca de 17.000 hab. Por estas bandas toda a gente conhece toda a gente, ou pelo menos conhece fulano que por sua vez conhece patrano. Se fosse eleitor em Lisboa, no Porto, em Braga ou Coimbra, estava bem arranjado! Não votava.
Epá, que ninguém fique chateado com as minhas respostas! Mas no intervalo do estudo para os exames sabe bem vir aqui mandar umas farpas... aquece o debate! Abraço para todos
Não posso deixar de discordar da tua opinião. Certo que o futuro presidente da câmara tem de ser uma pessoa de excelência. Mas requisito ainda mais importante é ser um filho da terra. Sentir ponte de sor como Nós, pontessorenses, a sentimos. Não me vejo representado por um simples gestor com provas dadas que vem sei lá de onde. Se bem que, também não me ache muito bem representado no momento, mas isso já são os contras da nossa tão desejada democracia. Concordo sim se me disseres que quem nos representa se deve rodear por uma equipa forte e competente, essa sim composta ou não por filhos da terra. Mas se o for tanto melhor. Ponte de sor tem gente capaz de a representar e dirigir. Não precisamos de "alugar" um gestor desconhecido.
Um abraço
Um abraço
Não há candidatos desconhecidos a Lisboa, Porto e Coimbra. Esses toda a gente os conhece e todos os jornais falam deles.
Bons gestores desconhecidos só aparecem mesmo nas terras do interior. E só os papalvos acham que são bons precisamente porque não os conhecem. Se os conhecessem não teriam certamente a mesma opinião.
Acresce que é completamente impossível avaliar a formação moral de quem se desconhece.
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Bons gestores desconhecidos só aparecem mesmo nas terras do interior. E só os papalvos acham que são bons precisamente porque não os conhecem. Se os conhecessem não teriam certamente a mesma opinião.
Acresce que é completamente impossível avaliar a formação moral de quem se desconhece.
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