JSD PONTE DE SOR

Há um problema de estratégia - política ou militar, tanto faz - de que o Governo ainda não se apercebeu, e quando isso acontecer, pode ser tarde e sem emenda. E esse erro foi cometido ao longo de séculos, e nunca trouxe bons resultados nunca ninguém ganha, em nenhuma circunstância, uma "guerra" aberta em todas as frentes, ao mesmo tempo, e apenas com os recursos internos.É impossível, esgota a energia, e dá à oposição, com o passar do tempo, e o desgaste sistemático, um crescendo de espaço de manobra que a determinado ponto passa a ser avassalador.Por outras palavras o Governo não pode atingir, ao mesmo tempo, a classe média, os pobres, os ricos, os reformados, os pensionistas, os polícias, os funcionários públicos, os políticos, os enfermeiros, os médicos, os proprietários, e os pequenos e grandes grupos. É um erro crasso, cujos resultados redundarão numa luta aguerrida, sem tréguas, e com todos os meios: na rua, nos jornais e televisões, na classe política, nos sindicatos, e no mais ínfimo e comum dos cidadãos.Em nome do défice, que não é o País, nem o princípio e o fim das coisas, nenhum Governo, mesmo que maioritário (conceito que passou a ser relativo) aguenta, indeterminadamente, uma luta dessa grandeza. Tem de ter prioridades claras, avançar determinadamente, mas concentrado e focado em objectivos precisos, calculados e assumidos.Tudo ao molho, de uma vez, é dose que não conduz a vitória nenhuma, mesmo que nos primeiros tempos exista essa ilusão. O tempo, felizmente, encarrega-se de virar e proteger os mais atingidos, afectados e incomodados. O PM meteu-se num caldeirão, mas fê-lo conscientemente. E por agora, enquanto tudo não passa de um plano em papel, nada vem à superfície com uma violência inaudita. Mas apliquem essas medidas todas, contra todos, ao mesmo tempo, e logo se verá a tempestade, até ao final de 2005, e quando em 2006 o clima persecutório atingir todos, incluindo os mais fracos e indefesos. Há, repito, uma maneira simples de corrigir o défice fechando o País. Assim teremos contas certas...

Carlos Marques Sousa