sexta-feira, junho 17, 2005

 

RACISMO CIGANO



Não sou minimamente racista. Tenho amigos brancos, pretos e amarelos. A cor da pele nunca foi um factor que tive em conta na escolha dos meus amigos. Além disso, o meu pai só sobreviveu à morte da sua mãe no parto, graças a uma cigana que o amamentou e a quem o meu pai sempre chamou, com carinho, mãe cigana. Também por isso, nunca olhei para um cigano com a mais leve ponta de desprezo ou de superioridade.

Para mim, brancos, pretos, amarelos, vermelhos, ciganos ou judeus é tudo gente da mesma raça. É, por isso, que avalio negativamente e com a mesma gravidade qualquer comportamento racista, venha ele de onde vier.

Para mim, é tão grave e indigna-me da mesma forma a perseguição aos ciganos pelos Skins como a destruição de um pequeno café por ciganos, como retaliação pelo facto de o dono do estabelecimento se recusar a vender uma bebida a um cigano embriagado ou que não quer pagar. Como me indigna tanto a perseguição aos negros pela Ku-Klux-Klan como a perseguição e morte dos brancos, no Zimbabwe, pelos negros. E da mesma forma que não aceito que a Europa seja dos brancos, também não aceito que a África seja dos negros. A Europa e a África são das pessoas que aí vivem e trabalham, independentemente da cor da pele.

Isso não quer dizer, no entanto, que eu seja um partidário ou defensor do chamado multiculturalismo. Efectivamente não só não sou partidário como sou literalmente contra, por considerar que esta corrente (que está tão entranhada no politicamente correcto das sociedades ocidentais) é a principal instigadora dos movimentos racistas que, neste momento, começam a eclodir por toda a parte.

Portugal é uma país da Europa habitado por uma comunidade de pessoas, com diferentes credos e de diferentes proveniências, mas que se regem por determinadas normas e partilham valores comuns. Sendo certo que, vivendo nós num Estado democrático, somos senhores de poder alterar, em qualquer momento, essas mesmas normas que nos regem.

Assim sendo, o mínimo que se exige a qualquer pessoa que aqui viva ou pretenda viver é que respeite as normas e os valores desta comunidade. E não é demais salientar que há ciganos e ciganas que estão perfeitamente integrados na nossa comunidade e da qual fazem parte.

No entanto, o que se passa com a maioria das comunidades ciganas é que, pura e simplesmente, não só não respeitam as normas, nem os valores da nossa comunidade, na qual se recusam a integrar, como ainda impõem, sob um clima de terror, às populações com quem co-habitam as suas normas e valores que, em regra, colidem abertamente com os nossos.

(Quais são os direitos das mulheres ciganas? Por que razão as mulheres ciganas não gozam dos mesmos direitos e da mesma protecção das mulheres portuguesas? Por que não pode uma cigana casar ou namorar com quem bem quiser? Quais as fontes de rendimentos dessas comunidades ciganas que justificam os sinais exteriores de riqueza que, muitas vezes, apresentam? Por que razão uma simples questão entre um branco e um cigano origina a que toda a comunidade cigana exerça retaliações contra aquele? Etc. etc. etc.)

Ora, quando as populações se levantam contra os ciganos, não o fazem, obviamente, por razões racistas. Pelo contrário, os levantamentos populares são, em regra, uma reacção defensiva das populações contra os abusos claramente racistas dos ciganos. E é perfeitamente legítimo que as populações se recusem a viver sob a jurisdição de comunidades ciganas que impõem as suas regras à lei da bala, de ameaças e de agressões físicas.





Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

Comments:
Apenas desejo dar uma palavra de incentivo a esta iniciativa.
Parebéns.
 
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