terça-feira, setembro 20, 2005

 

A COLHEITA DO PRESIDENTE DA CÂMARA

O Partido Socialista anda agora a tentar convencer-nos de que as eleições autárquicas não devem ter uma leitura nacional, uma vez que são eleições diferentes das legislativas.

(O Partido Socialista, para quem já esteja esquecido, é o partido daquele primeiro-ministro que, há quatro anos, deu à sola quando o PS perdeu as últimas eleições autárquicas.)
É óbvio que as próximas eleições autárquicas vão continuar a ter, como sempre tiveram, uma leitura nacional, como, aliás, tem acontecido em todas as eleições (legislativas, autárquicas e europeias) e até nos referendos. Sem esquecer que estas eleições vão ser as únicas eleições nos próximos 4 anos (não vai haver outras, à excepção das presidenciais) em que os portugueses se poderão manifestar sobre a falta de legitimidade de um Governo que venceu as eleições com base numa mentira: «se ganhar as eleições comprometo-me a não aumentar os impostos, porque isso seria um erro». (Lembram-se de quem repetia, nas últimas legislativas, esta frase todos os dias e a toda a hora?)

Ora, a mentira tem um preço que deve ser pago já nestas eleições, sob pena de os mentirosos se julgarem impunes.
Além disso, é bom que os presidentes de Câmara não permaneçam muito tempo nos seus cargos. Os presidentes de Câmara são como os frutos: se ficarem muito tempo na árvore acabam por apodrecer. Por isso, é higiénico substituí-los, antes que apodreçam. Ou seja, antes que se julguem os donos do concelho, que comecem a confundir-se com a própria Câmara e que usem o dinheiro dos contribuintes como se fosse seu.

Como dizia Lord Acton, «todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente». Por isso, se gostamos muito do nosso presidente da Câmara devemos evitar que seja reeleito mais do que duas vezes para que não se estrague. As reeleições sucessivas dos presidentes da Câmara têm levado a que indivíduos adoráveis, humildes e trabalhadores se transformem, com o passar dos anos, em autênticos déspotas que usam o seu poder de uma forma absolutamente sanguinária e arbitrária, perseguindo todos aqueles que têm a ousadia de discordar ou de criticá-los.

E fiquem descansados que, se o presidente da Câmara perder as eleições, o mundo não vai acabar. Obras? Todos fazem. Empregos? Todos dão. Desde que haja dinheiro, bem entendido. Sem dinheiro é que é difícil fazer obras e dar emprego. E com a chegada dos fundos comunitários, dinheiro foi coisa que nunca faltou. Pena que nem sempre seja bem gasto. Mas isso também já era pedir muito.
No entanto, nem só de obra feita vive o homem. Mais importante do que as obras é cada um de nós sentir, em cada momento, que é um homem livre. Livre para pensar, livre para criticar e livre para fazer.

E a única forma de se viver em Liberdade na nossa terra é nunca permitirmos que alguém se sinta senhor do nosso voto ou dono do nosso concelho. E, para isso, só há um antídoto seguro: nunca deixar que um presidente apodreça na árvore.

Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

Comments:
Dr. Santana Maia mais uma vez os meus parabéns pelo excelente artigo que escreveu. È simples, real, e muito acessível a mente da população.
O senhor conseguiu de uma forma simples explicar o que acontece quando os vícios se instalam no sistema. O fruto fica podre na arvore!
Um abraço
 
Este artigo devia era ser publicado num jornal de Ponte de Sor, mas isso é impossível tendo em conta a censura socialista existente. Mas, pelo menos, devia haver a coragem de alguém o distribuir porque se aplica como uma luva ao nosso concelho.
 
Apesar de estar infelizmente afastado da vida política, ainda é o Dr. Santana Maia que mais mossa faz nos socialistas e quem eles mais temem. Pensaram que, com a sua saída do jornal ficavam descansados, mas pelos vistos não estão...
 
É fundamental que alguém tenha a coragem de mandar distribuir este artigo no nosso concelho. Estamos fartos de ditadores comunistas trasvestidos de socialistas.
 
É pena deixarmos mais uma vez o fruto podre na árvore.Temos que esperar que ele ainda apodreça mais e talvez mais tarde nascer uma árvore nova com novos frutos.Preferencialmente uma larangeira.
 
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