domingo, setembro 18, 2005

 

Marques Mendes acusa primeiro-ministro de promover "empregos para os amigos"

O líder nacional do PSD, Marques Mendes, voltou hoje a acusar o primeiro-ministro, José Sócrates, de promover "jobs for the friends", ao colocar "os amigos no aparelho do Estado, empresas públicas e tribunais".

"Em vez de ter saída para a crise, [José Sócrates] preocupa-se em colocar os amigos. Hoje, em Portugal, o que está a resultar é ser amigo do primeiro-ministro, porque tal significa um emprego ou uma nomeação", frisou.

Luís Marques Mendes falava em Portalegre, nas instalações do núcleo de empresários local, no comício de arranque da pré-campanha eleitoral do PSD para as eleições autárquicas de 09 de Outubro, que contou com mais de meio milhar de participantes.

A alegada colocação de "clientela socialista" no aparelho de Estado também já tinha sido uma das tónicas do discurso do presidente do PSD, ontem à noite, em Ponta Delgada, Açores, num jantar com os candidatos "laranja" às câmaras municipais da ilha de S. Miguel.

Já em terras alentejanas, hoje à noite, Marques Mendes insistiu nessas críticas ao primeiro-ministro, acusando-o de substituir "os 'jobs for the boys', de António Guterres, pelos 'jobs for the friends' [empregos para os amigos]".

Nesse contexto, o líder social-democrata aludiu às nomeações do deputado independente da bancada parlamentar socialista Guilherme d'Oliveira Martins para presidente do Tribunal de Contas e dos socialistas Armando Vara e Fernando Gomes para administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da GALP, respectivamente.

A escolha do dirigente e deputado do PS António Vitorino para representante do Estado nas negociações entre a GALP e a empresa italiana ENI e a colocação da ex-assessora do primeiro-ministro Maria Rui como conselheira em Bruxelas foram os outros exemplos referidos.

"As empresas fecham, há mais desemprego, o preço dos medicamentos genéricos aumenta e a preocupação do primeiro-ministro é colocar os seus amigos no aparelho do Estado", sublinhou Marques Mendes.

O relatório divulgado ontem pelo Banco de Portugal, que realça que a economia portuguesa voltou a dar sinais de deterioração em Agosto, foi outra das tónicas do discurso do presidente social-democrata. De acordo com o relatório dos Indicadores de Conjuntura de Setembro, do Banco de Portugal, o indicador coincidente mensal caiu 0,1 por cento em Agosto, face a igual mês do ano passado, depois de ter estagnado em Julho.

Elementos que, de acordo com Luís Marques Mendes, "confirmam que o país está em crise" e que a situação económica "piorou nos últimos seis meses".

"A despesa do Estado subiu 8,4 por cento, comparativamente com período homólogo, e assistiu-se ainda a uma subida de 10 por cento das despesas correntes do Estado. Isto significa uma nova derrapagem nas contas públicas", argumentou.

Manifestando-se "preocupado" com os dados incluídos no relatório do Banco de Portugal, o líder do PSD criticou o primeiro-ministro por causa do aumento dos impostos, considerando que José Sócrates "enganou o país e os portugueses por duas vezes".

"Primeiro, antes das eleições, quando prometeu não aumentar os impostos e, depois de estar em funções, aumentando os impostos, que foram canalizados para financiar as despesas do Estado", realçou.

Ainda assim, segundo Marques Mendes, "a situação económica piorou nos últimos seis meses e o aumento dos impostos foi mau para a economia, para as empresas e para as pessoas".

www.publico.clix.pt

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