sábado, outubro 29, 2005
O NOVO “PREC” SOCIALISTA!
Que o país, em geral, e a economia e as finanças, em particular, estão mal, que são necessários sacrifícios, com perdas, inclusive, de direitos, já todos nós sabemos desde há muito. Ou por outra, quase todos, uma vez que José Sócrates e os socialistas só despertaram para o problema algumas semanas depois de estarem no Governo. Até essa altura, todo este presente e futuros negros não passavam de uma fantasia criada por essa bruxa má chamada Manuela Ferreira Leite e que apenas visava denegrir a imagem do inesquecível governo socialista dos incontornáveis Engenheiros Guterres e Sócrates.
Ou seja, apesar de todas as mentiras que o Engenheiro José Sócrates apregoou para ganhar as eleições (desde o não aumento dos impostos porque isso seria um erro até à diminuição do desemprego, com a criação de 150.000 postos de trabalho, sem esquecer a não colocação de portagens nas SCUTs, etc.), a verdade é que todos os portugueses, provavelmente por perceberem mais de economia do que o primeiro-ministro, estavam preparados para os sacrifícios, como algo de inevitável.
Agora o que ninguém esperava é que um governo chefiado pelo ministro dilecto de António Guterres e do tempo das rosas em que tudo eram beijos e abraços, viesse, à moda do famigerado PREC do “Verão Quente de 1975”, expropiar as classes profissionais daquele mínimo que ainda lhes restava de dignidade, consideração e respeito público, jogando-as na praça pública para serem enxovalhadas, espezinhadas e aviltadas pelas massas populares em fúria.
Quando hoje magistrados judiciais e do ministério público, professores, funcionários judiciais e funcionários da administração pública, reagem em uníssono às medidas governamentais destinadas a retirar-lhes direitos adquiridos, tal não se deve, apenas, ao egoísmo próprio da classe e à sua falta de solidariedade patriótica, mas à forma que o Governo escolheu para apresentar às hordas populares essas medidas.
Com efeito, o primeiro-ministro e os ministros respectivas não apresentaram essas medidas como o sacrifício necessário que cada um de nós tem de fazer para salvar o país, mas como a expropriação de direitos absolutamente ilegítimos de que as classes profissionais indevida e abusivamente se apropriaram. E esta situação é tanto ou mais chocante quando é certo que praticamente todos esses direitos (que agora são apresentados como ilegítimos na praça pública) ou foram dados pelos socialistas ou contaram com o seu apoio incondicional, tendo, na maioria dos casos, inclusive, o Partido Socialista defendido que se deveria ainda ter ido mais longe.
Como os professores já desceram ao ponto mais baixo da dignidade humana, tendo-se transformado num autêntico rebanho de ovelhas a caminho do matadouro, provavelmente isso já não afectará grandemente a sua dignidade. Agora os magistrados, que sempre foram vistos como um classe altamente prestigiada, é natural que não fiquem indiferentes quando constatam que o Governo os está a empurrar para a mesma rampa descendente e sem regresso que levou, aqui há alguns anos atrás, a que os professores perdessem a sua autoridade e prestígio. E isso nunca mais se recupera.
Aliás, a melhor prova disso é a forma como o Governo agita o espantalho dos direitos “ilegítimos” mesmo quando as classes profissionais apenas pretendem chamar a atenção para a estupidez de algumas medidas (como é o caso, das férias judiciais e das horas não lectivas dos docentes) que apenas irão produzir o efeito precisamente contrário ao pretendido. Que, na mesa do café, o cidadão comum defenda isso, compreende-se, porque nem percebe o que são as férias judiciais (o termo confunde-o, levando-o a pensar que os tribunais têm dois meses de férias no verão), nem conhece a realidade das escolas (nem as cargas horárias dos alunos, nem as suas condições físicas e técnicas). Agora que ministros proponham estas medidas é, apenas, o sinal da degradação a que isto chegou...
Mas ninguém lhes pode dizer nada, porque isso é defender direitos e regalias ilegítimos...
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Ou seja, apesar de todas as mentiras que o Engenheiro José Sócrates apregoou para ganhar as eleições (desde o não aumento dos impostos porque isso seria um erro até à diminuição do desemprego, com a criação de 150.000 postos de trabalho, sem esquecer a não colocação de portagens nas SCUTs, etc.), a verdade é que todos os portugueses, provavelmente por perceberem mais de economia do que o primeiro-ministro, estavam preparados para os sacrifícios, como algo de inevitável.
Agora o que ninguém esperava é que um governo chefiado pelo ministro dilecto de António Guterres e do tempo das rosas em que tudo eram beijos e abraços, viesse, à moda do famigerado PREC do “Verão Quente de 1975”, expropiar as classes profissionais daquele mínimo que ainda lhes restava de dignidade, consideração e respeito público, jogando-as na praça pública para serem enxovalhadas, espezinhadas e aviltadas pelas massas populares em fúria.
Quando hoje magistrados judiciais e do ministério público, professores, funcionários judiciais e funcionários da administração pública, reagem em uníssono às medidas governamentais destinadas a retirar-lhes direitos adquiridos, tal não se deve, apenas, ao egoísmo próprio da classe e à sua falta de solidariedade patriótica, mas à forma que o Governo escolheu para apresentar às hordas populares essas medidas.
Com efeito, o primeiro-ministro e os ministros respectivas não apresentaram essas medidas como o sacrifício necessário que cada um de nós tem de fazer para salvar o país, mas como a expropriação de direitos absolutamente ilegítimos de que as classes profissionais indevida e abusivamente se apropriaram. E esta situação é tanto ou mais chocante quando é certo que praticamente todos esses direitos (que agora são apresentados como ilegítimos na praça pública) ou foram dados pelos socialistas ou contaram com o seu apoio incondicional, tendo, na maioria dos casos, inclusive, o Partido Socialista defendido que se deveria ainda ter ido mais longe.
Como os professores já desceram ao ponto mais baixo da dignidade humana, tendo-se transformado num autêntico rebanho de ovelhas a caminho do matadouro, provavelmente isso já não afectará grandemente a sua dignidade. Agora os magistrados, que sempre foram vistos como um classe altamente prestigiada, é natural que não fiquem indiferentes quando constatam que o Governo os está a empurrar para a mesma rampa descendente e sem regresso que levou, aqui há alguns anos atrás, a que os professores perdessem a sua autoridade e prestígio. E isso nunca mais se recupera.
Aliás, a melhor prova disso é a forma como o Governo agita o espantalho dos direitos “ilegítimos” mesmo quando as classes profissionais apenas pretendem chamar a atenção para a estupidez de algumas medidas (como é o caso, das férias judiciais e das horas não lectivas dos docentes) que apenas irão produzir o efeito precisamente contrário ao pretendido. Que, na mesa do café, o cidadão comum defenda isso, compreende-se, porque nem percebe o que são as férias judiciais (o termo confunde-o, levando-o a pensar que os tribunais têm dois meses de férias no verão), nem conhece a realidade das escolas (nem as cargas horárias dos alunos, nem as suas condições físicas e técnicas). Agora que ministros proponham estas medidas é, apenas, o sinal da degradação a que isto chegou...
Mas ninguém lhes pode dizer nada, porque isso é defender direitos e regalias ilegítimos...
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha