quinta-feira, janeiro 19, 2006

 

As muletas de Sócrates

Já sabíamos que o Estado não era uma pessoa de bem, mas nunca pensámos que esse mesmo Estado fosse agora - em quadrilhas politicamente organizadas - assaltar cada uma das famílias que usa o carro para se fazer transportar.

Max Weber ensinava que o Estado organizava a violência e podia utilizá-la legitimamente porque só assim se fazia respeitar e disciplinar todas as ameaças internas e os potenciais inimigos externos. Mas esta noção não era tão elástica ao ponto de permitir que o Estado assaltasse - duma vez só - os milhões de portugueses em simultâneo. E mais, consegue a proeza de os assaltar em movimento - deixando-nos completamente indefesos...

Desta feita o ouro negro não aumentou na fonte, o que se agravou, mais uma vez, foram os impostos do Estado relativamente aos produtos petrolíferos com vista a garantir duas coisas:

1) Aumentar a receita do Estado gerido por estes socialistas de tanga e para pagar os elevados ordenados aos amigalhaços da CGD e demais instituições para onde são acomodados os amigos da partido da Rosa;

2) Ajustar o défice que não se consegue estabilizar por via da racionalização das despesas públicas e da reorganização dos serviços na Administração Pública.

3) Pagar os lucros cessantes às empresas concessionárias como a Brisa - que assim vendem menos bilhetes de portagem - e o Estado tem de compensar essas falhas de mercado ao grupo Mello que as explora.

Vnha de Montargil para Ponte de Sôr e ouço na TSF um ouvinte que dizer "que votou no PS mas chama vigarista, mentiroso e aldrabão a José Sócrates".
Mesmo que ache esta linguagem excessiva, tenho de concordar com esta adjectivação, já que este Primeiro Ministro tem governado com recurso a um método: a mentira sistemática, e creio que o homem não foi eleito com base nessa catadupa de mentiras.

A não ser que ele não se sinta visado por elas só porque agora anda de muletas...

As muletas que estão a transformar os portugueses nestas batatas.
Isto é o que se chama esfolar os portugueses vivos, como se fazia aos coelhos.
Só que agora queimam-nos vivos com o petróleo.

Teremos de passar a andar com novos carros empurrados pelo vento???
Será que é desta que se fomenta uma guerra civil às portas de S. Bento - bloqueando Lisboa inteira??

Nota final: se este País não monta rapidamente uma refinaria em Sines, como advertiu no outro dia o empresário Patrick Monteiro de Barros - os portugueses bem se podem mudar todos para Espanha e pagar os nossos impostos lá...

Compensa.

Doravante, sempre que vejo Sócrates aparecem-me sempre duas imagens: a dos portugueses a serem queimados vivos com petróleo acompanhados da metáfora aqui de baixo - transformando as nossas cabeças em batatas maceradas.

Votem mais no PS...
Elejam a mentira como método de fazer política.
Portugal está em regime de autodestruição acelerada.

P.S. No caso da água contaminada no nosso munícipio o caso é igual.

Pedro Manuel

Comments:
Afinal o José Sócrates não é gay !!!
Foi visto a andar com duas canadianas...
 
Para Mário Soares, beijar velhinhas não é campanha.
É cumprimentar amigas de infância.
 
Soares a rir em Janeiro, é sinal de pouco dinheiro.
Quem anda à chuva molha-se; quem vota em Soares lixa-se.
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão; parvo que vota em Soares, tem cem anos de aflição.
 
“Soares é fixe”, disse-se dele. “Soares é fixíssimo”, diz ele dele próprio. Mas talvez seja ele, hoje, o único a acreditar verdadeiramente nisso. E a campanha, bem como o resultado de depois de amanhã, traduzem/irão traduzir isto mesmo: o político teve o seu tempo; o homem, coitado!
Há uma diálise interessante no fenómeno Mário Soares. O povo gostou e gosta do homem. É simpático, é afável, consegue passar na multidão e entrosar-se nela. Politicamente teve um estilo, uma forma, uma maneira única de se mexer no caldeirão das multidões. A ele se perdoa, e perdoou, mais que a qualquer outro: o povo reconhece-lhe, ainda, alguma mestria no que fez no passado. Mas teve os seus dias. Sim, teve. E a diálise é precisamente esta: Soares teve importância, Soares não tem importância. Soares é história, passado. Soares não tem futuro. Como qualquer homem, e saber reconhecê-lo é uma virtude, é finito, limitado. Passado, presente e futuro não são a mesma coisa. Coitado do homem!
Saber sair do palco ou de cena, neste como noutros casos, é um dom. Que uns têm e outros não. E tem tudo a ver com liderança. A liderança pode aplicar-se tanto ao processo/conceito de liderar como às pessoas/indivíduos que desempenham essa liderança. Mais, o processo de liderança encontra expressão em duas características particulares: 1) a característica da actualidade, i.e., aquela que confere uma direcção e assegura hoje um caminho, uma condução; 2) a característica do potencial, i.e., aquela que responde pela capacidade acumulada para liderar, para fazer futuro.
Warren Bennis, conceituado autor sobre liderança, acrescentaria a esta aproximação outras características. Um líder, segundo Bennis, deve ter: 1) Visão comprometida com os outros, i.e., capacidade de prever/fazer futuro e de pensar nas outras pessoas, levando-as consigo; 2) Capacidade de comunicação, i.e., clareza na transmissão das suas ideias e modelos e no que pretende para o futuro; 3) Confiança, i.e., assegurar que o caminho percorrido em busca da visão é consistente e correcto; 4) Criatividade e uso dessa criatividade.
As coisas da liderança, seja pelo actual versus potencial, seja pelas características apontadas por Bennis, apresentam um traço comum, transversal, a que se chama futuro. E o futuro, embora ninguém saiba muito bem o que é, nem como é, acaba por poder ser identificado com a porção de tempo que ainda está para vir, i.e., o lugar no espaço-tempo em que irão ocorrer os eventos que ainda não ocorreram. É no futuro que o homem se imagina e realizar os seus sonhos; é lá que ocorrem os fenómenos de felicidade, estabilidade, riqueza, saúde, entre tantos outros, que hoje - pelas mais diversas circunstâncias - cada qual não consegue ver ocorrer.
E foi aqui que Soares se enganou redondamente. Soares não está no imaginário futuro das pessoas, nos sonhos, por mais que o quisesse. Pode dizer-se que nada tem a ver com a idade do homem, mas tem. Porque a idade permite-nos aspirar, ou não, a um tempo maior ou menor do que estará por vir. Doa isto o que doer, e dói muito quando a idade avança, mas para efeitos de liderança conta o saber quando parar, o saber quando o homem se deve sobrepor ao político para viver o devir, por pequeno que seja, apenas enquanto homem.
Soares não soube fazê-lo. Depois de amanhã poderá ser recordado por muitas coisas, as que fez e as que deixou de fazer. Mas depois de amanhã passará, também, a ter direito a menos uma linha no seu currículo para a história: pode ter sido um político, mas nunca terá sido um líder. Porque os líderes têm que saber sair de cena quando o momento não é o deles. Coitado do homem!
 
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