O Plano Plurianual de Investimentos (PPI) e as Grandes Opções do Plano de 2009 para o concelho de Ponte de Sor foi aprovado em reunião do executivo municipal que teve lugar a 10 de Dezembro de 2008. O documento foi aprovado por maioria pelo PS com os votos contra do PSD e da CDU. O orçamento, de cerca de 35 milhões de euros, surge na sequência de “todo um trabalho que em termos estratégicos foi desenvolvido desde o início deste mandato”, diz a Ecos do Sor João Taveira Pinto, presidente da autarquia. O Plano assenta em três vertentes (Social, Cultural e Investimento), que o presidente considera fundamentais, “para se conseguir não um crescimento mas sim um desenvolvimento sustentável do nosso concelho”. João Taveira Pinto afirma que o executivo a que preside continua interessado na captação de novas empresas, “não só para a sede do concelho, mas também para alguma das freguesias onde tal possa acontecer”. A este respeito, o presidente avançou que existe o interesse de uma empresa alemã em sediar-se na zona industrial de Galveias. “O loteamento industrial da freguesia está a ser ultimado, à imagem do de Vale de Açor. Tal vai permitir, para já, a instalação de uma empresa alemã ligada à recuperação e recolha dos resíduos florestais. O investimento abre uma porta para que no futuro possam acontecer aqui outros investimentos deste sector”, reconhece João Taveira Pinto. A empresa pretende criar cerca de dez postos de trabalho. Para o presidente da autarquia, “o importante, não é o número de postos de trabalho que a empresa vai criar, é, antes, o primeiro passo que se dá no sentido de Galveias poder vir a ser um local onde investimentos deste sector possam acontecer”, ressalva.
Apostas estratégicas A questão Social é outra das áreas que João Taveira Pinto admite como “fundamental para que o desenvolvimento aconteça”. Como tal, o orçamento prevê “a conclusão da construção da rede de centros comunitários do concelho, como o de Longomel e o de Ponte de Sor, que vai ser erguido na antiga Escola Preparatória D. Manuel I, em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia”. As apostas estratégicas da autarquia passam também pela Educação. “Queremos requalificar todo o tecido escolar do concelho e apoiar aquilo que são as aprendizagens para, em conjunto com os conselhos executivos, colmatarmos insuficiências que possam acontecer”. Ainda na área social, João Taveira Pinto diz ser de extrema importância a concretização da 3.ª fase da construção da habitação social. “O plano de pormenor está concluído, o loteamento do sr. José Pranto também está praticamente aprovado e é nosso interesse avançar com os acordos com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e com a Cooperativa de Habitação para começar a obra em 2009”, afirma. Melhorar os espaços culturais Para a cultura, João Taveira Pinto diz querer “continuar a desenvolver uma estratégia cultural” que passe “pela utilização efectiva e pela melhoria dos espaços culturais de forma a satisfazer as pretensões da população, e fazer aquilo que entendemos ser necessário para tornar Ponte de Sor num grande pólo cultural do Alentejo e do nosso país”. No desporto, o Plano passa pela conclusão dos polidesportivos do concelho, do novo pavilhão gimnodesportivo e pela zona desportiva de Montargil que o presidente considera mesmo como “fundamental”. “Em Montargil, queremos continuar a apoiar a construção do centro de saúde, que começa já no início de 2009. Nos Foros do Arrão vai ser lançada a obra do centro de noite, uma obra fundamental para esta freguesia”, reconhece.
Necessidades do concelho João Taveira Pinto desvaloriza o facto de 2009 ser ano de eleições autárquicas. Obras como o novo pavilhão gimnodesportivo, a escola do 1.º ciclo ou a ampliação do Aeródromo surgem, nas palavras do presidente como necessidades e não como bandeiras de campanha. “O pavilhão era uma necessidade premente porque os existentes já não correspondem, nomeadamente, às necessidades do desporto escolar. Por outro lado, queremos dotar o nosso aeródromo de características acolhedoras para que os investimentos que possam surgir venham a ser potenciados e até captar carreiras de low cost para o nosso concelho tendo em conta a sua localização e os investimentos turísticos da barragem de Montargil. A nova escola também era uma necessidade. São investimentos pesados, reconheço, mas necessários, e que nada têm a ver com eleições. São uma consequência natural daquilo que entendemos realizar e construir no nosso concelho”, conclui o presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor.
As razões da oposição Joaquim Lizardo, vereador do PSD diz que votou contra o orçamento por três motivos. “O primeiro tem a ver com a conjuntura económica. O próximo ano vai ser um ano extremamente difícil não só para o nosso país mas também para o nosso concelho devido ao processo de encerramento da Delphi. Também já se fala em dificuldades na Subercentro. Como tal, o PSD gostava que o orçamento contemplasse um conjunto de sinais encorajadores para a criação e captação de novas empresas. Por outro lado, o orçamento traduz a proposta socialista de manter as taxas máximas de IMI nos imóveis do concelho, o que discordamos e achamos injusto. Por fim, e apesar do assunto ainda não estar esclarecido, nota-se claramente que o município já não conta com a Fundação António Prates, o que denota que a autarquia quer acabar à força com este processo sem dar uma explicação devida à população”. Por seu lado, João Pedro Amante, da CDU enumera as razões que levaram os dois vereadores comunistas a votar contra: “Debruçámo-nos sobre a análise destes quatro anos de mandato. Ano após ano temos reforçado a ideia que este Plano está feito em função de um calendário eleitoral. Do balanço que fazemos, teria sido possível realizar e concluir muitas obras que têm vindo a ser programadas pelos sucessivos PPI. Isto com claras intenções de estarem concluídas em Outubro de 2009, nomeadamente o centro comunitário de Ponte de Sor, infra-estruturas desportivas e sociais que têm constado nos PPI anteriores e voltam a constar neste, logo, não há certeza que no próximo ano se vá executar alguma coisa. Esperamos que sejam executadas pois quem ganha é o concelho. Face a estes adiamentos sucessivos, nota-se uma certa falta de programação em várias obras e que levam a ajustes constantes: centros comunitários que foram inaugurados recentemente e têm que ser ampliados ou até o aeródromo que foi recentemente construído e tem agora, também ele, de ser ampliado. Em relação ao orçamento, julgamos que há um empolamento da receita. Temos vindo a comprovar nos últimos anos que o índice de execução é demasiado baixo, logo, o orçamento real nunca chega para a execução total do PPI”.
In www.ecosdosor.net
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