sexta-feira, janeiro 23, 2009

 

Já chega de ilusões...

E pronto, o Governo lá caiu na real: depois de meses de negação, fez um acerto (e que acerto!) ao cenário em que baseara o Orçamento do Estado para 2009. Mas será que caiu mesmo na real ou foi condicionado pela Comissão Europeia, que divulgou ontem as previsões para 2009 (o PIB cai o dobro do que prevê o Governo e o défice orçamental dispara para 4,6%)?A resposta é óbvia: se o Governo não tivesse revisto as suas previsões na sexta-feira (embora a desoras, tentando limitar os danos na Imprensa, Rádio e TV) ontem sairia fortemente desacreditado. Não vale a pena repetir aqui a análise de ontem às consequências do disparo do défice orçamental (vide aumento acentuado dos "spreads" dos bancos). Mas vale a pena tentar perceber o que nos espera. Em primeiro lugar, uma evidência: os impostos não vão baixar (e se baixarem será apenas por motivos políticos). Imagine-se o impacte no défice de uma baixa do IRC… ou do IRS (um verdadeiro descalabro). Em segundo, a confirmação de que nos próximos dois anos vamos desfazer tudo o que de bom fizemos nos últimos três em matéria de consolidação orçamental. Em terceiro, outra certeza: sem capacidade produtiva interna para responder ao aumento da moeda que os investimentos públicos vão colocar na economia, a única certeza que podemos ter é que o défice externo vai agravar-se. Com o que isso significa de encerramento de empresas e perda de empregos. Começa a ser preocupante tantos erros...

Carlos Marques Sousa

terça-feira, janeiro 20, 2009

 

O ritmo é essencial ao sucesso!

Este fim de semana poderia ter sido perfeito para Manuela Ferreira Leite: esteve muito bem, esteve sólida, esteve bem preparada e, particularmente importante, foi simpática na Grande Entrevista; esteve particularmente bem em Santa Maria da Feira, assertiva e dura; aparece no Domingo a chamar Sócrates de "Coveiro da Pátria". Teve cobertura mediática e direito a "prime-time". Com tudo isto, porque não foi perfeito? Por causa do deslize no ataque à LUSA, que arruinou o ciclo noticioso.

Estaria este último "ataque" préviamente planeado? É que esta dúvida conduz-nos a uma grande questão: se MFL começa em Janeiro a chamar Coveiro ao PM, será que ainda terá títulos e cognomes para José Sócrates quando as eleições chegarem? Partilho esta preocupação: estaria este ataque planeado, e a CPN segue de acordo com o plano, "no matter what"; ou assistimos ao lançamento precoce de artilharia pesada, para tentar limpar o delize? A resposta a esta questão fará toda a diferença.

Não nos esqueçamos de um ensinamento essencial: a gradação de uma campanha, a evolução, em crescendo, do seu tom, é a sua própria vida: o seu ritmo é essencial para o seu sucesso. Quem controla o ritmo, controla a corrida...

in http://psicolaranja.blogs.sapo.pt/

terça-feira, janeiro 13, 2009

 

Capitalismo de Estado

Nos últimos dias vieram a lume três notícias que anunciam algo de grave e que se tornará comum nos próximos anos. Foi a promoção de Armando Vara na Caixa Geral de Depósitos, já depois de ter sido (politicamente) nomeado para a administração do BCP; a dívida total de 20 empresas do sector público empresarial que atingiu, em 31 de Dezembro de 2007, o correspondente a 17% do orçamento de Estado desse ano; a dispensa das autarquias de levarem a concurso público obras com custos até 5 milhões de euros. Um escândalo, porque é de um escândalo que se trata, que não ficará por aqui.

Perante a crise económica que atravessamos, o governo decidiu agir com o aval da maioria da população. É bom que se diga que a actual situação é um verdadeiro maná para qualquer governo. Para quem esteja no poder. A liberdade de gastar impunemente, apresentar obra e acção, não se preocupando com o pagamento da conta, é o sonho de qualquer político que, apenas uma forte disciplina moral e intelectual poderia evitar.

Quanto mais o Estado intervir na economia, emprestar dinheiro à empresas escolhidas pelos governantes, mais o Estado, o governo, os ministros, os secretários de estado, respectivos assessores e demais funcionários ligados ao poder, terão uma palavra a dizer sobre a forma como os negócios deverão ser conduzidos. Sobre quem deve ser nomeado, quem deve ser afastado. Sobre quem deve ser saneado.

O resultado do capitalismo de Estado em que já estamos embrenhados dará nisto: Um conluio entre governos e empresários. Corrupção, dinheiros perdidos sabe-se lá onde e por quem, negociatas, muito jogo escondido. Desfazer isto tudo dará muito trabalho no futuro.

Entretanto, perdem os cidadãos. Os que trabalham, arranjam empregos, pagam casas, as escolas dos filhos, juntam o pouco que sobra para a sua reforma. Perdem eles, porque nada lhes sobrará.

in http://oinsurgente.org/

terça-feira, janeiro 06, 2009

 

Ensino profissional mais que triplicou nos últimos dez anos em Portugal

O ensino profissional mais do que triplicou nos últimos dez anos em Portugal, tanto em número de alunos como na oferta de cursos, abrangendo actualmente quase um terço dos estudantes do secundário, indicam dados do Ministério da Educação.

Em 2009, ano em que se comemoram os 20 anos do ensino profissional em Portugal, estão a frequentar este tipo de cursos quase 91 mil alunos, dos quais 60,3 por cento em escolas secundárias públicas. O número de alunos inscritos em cursos profissionais tem mantido crescimentos constantes desde há, pelo menos, dez anos, quando estavam inscritos 27.995 alunos, apenas nas escolas profissionais.

"O Governo propunha-se atingir a meta de, em 2010, ter metade dos alunos do secundário a frequentar a via qualificante e, actualmente, à entrada no 10º ano, já alcançámos o objectivo", afirmou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, em declarações a propósito das comemorações públicas, que se iniciaram em Janeiro.

Para o presidente da Associação Nacional do Ensino Profissional, no entanto, o ensino profissional abrange ainda uma parcela relativamente reduzida da população estudantil, já que a opção por cursos profissionais é feita por 30 por cento dos cerca de 300 mil alunos que frequentam o ensino secundário em Portugal. "Estamos ainda muito longe dos níveis atingidos nos países do Norte da Europa, onde 70 a 80 por cento dos jovens no ensino secundário escolhem um percurso de formação qualificante", destacou o presidente da Associação Nacional do Ensino Profissional (ANESPO), Luís Presa.

A ministra considera que o número de cursos profissionais oferecidos está "já num nível aceitável", mas admite a possibilidade de um alargamento, tendo em conta as "dinâmicas da procura". Em 1998, as escolas profissionais ofereciam 1.400 cursos, enquanto actualmente escolas públicas e privadas disponibilizam mais de 4.500.

Os cursos profissionais, desenvolvidos em Portugal de forma pioneira pelas escolas profissionais, criadas por decreto-lei de Janeiro de 1989, são uma oferta formativa de dupla certificação destinada a jovens e cujo objectivo principal é a inserção no mercado de trabalho, embora permitam o prosseguimento dos estudos no ensino superior. Além de conferirem um nível secundário de educação, as aprendizagens realizadas nestes cursos valorizam o desenvolvimento de competências pessoais e técnicas necessárias ao exercício de uma profissão. Entre as áreas em que os formandos do ensino profissional são mais procurados, Luís Presa destaca a hotelaria, informática e electrónica e construção civil, "embora praticamente todos os cursos tenham uma boa aceitação por parte dos empregadores".

As comemorações dos 20 anos da criação das escolas profissionais prevêem a realização de seminários, encontros, debates ou conferências sobre o tema, ao ritmo de, pelo menos, uma actividade em cada mês do ano. A comissão de honra das comemorações é presidida pelo antigo ministro da Educação Roberto Carneiro e o programa tem um financiamento de 500 mil euros, atribuído pela Agência Nacional para a Qualificação.

in www.jsd.pt

sexta-feira, janeiro 02, 2009

 

Carga fiscal aumentou no ano passado para o nível mais elevado em 13 anos


A carga fiscal dos portugueses aumentou em 2007 pelo terceiro ano consecutivo, encontrando-se em máximos de pelo menos 13 anos, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.

Os dados do Anuário Estatístico de 2007 mostram que no ano passado a carga fiscal (valor dos impostos e contribuições sociais sobre a riqueza produzida) estava nos 37,5 por cento, mais 0,7 pontos percentuais do que em 2006.

"Este aumento da carga fiscal insere-se numa tendência que se verifica desde 1996", refere o INE, acrescentando que esta tendência foi interrompida em 2001 e em 2004.

O valor de 2007 é o mais alto da série disponibilizada no Anuário entre 1995 e 2007, ou seja o máximo em pelo menos 13 anos. Nesse período, a carga fiscal portuguesa agravou-se em 5,6 pontos percentuais.

As contribuições sociais foram aquelas que viram o seu peso no Produto Interno Bruto (PIB) subir mais (2,2 pontos percentuais, para 12,7 por cento), entre 1995 e 2007, mas o peso dos impostos sobre a produção e importação e dos impostos sobre o rendimento e património também aumentaram a sua importância da riqueza produzida, para 15 e 9,8 por cento, respectivamente.

Os dados mostram ainda que a estrutura produtiva portuguesa em 2006 continuou dominada das pequenas e médias empresas, com as empresas com menos de 10 pessoas a representarem 95 por cento do total das empresas.

Cerca de 68 por cento do emprego assalariado gerado no período de 1996 a 2006, é atribuído às empresas com menos de 50 pessoas ao serviço, 60 por cento do qual em microempresas, segundo o INE.

in publico.pt

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