terça-feira, julho 26, 2005
Soares e Cavaco
Não há memória de um fim de semana tão frenético! A questão das presidências chegou á ordem do dia e por incrivel que pareça foi partido socialista que a desencadeou. O PS, que dizia bem á poucos dias que a questão das presidenciais é «inoportuna» e «deve ser tratada lá mais para a frente», mudou de ideias e num fim de semana apenas fez um autêntico vendaval político.Até posso compreender que o PS pretenda desviar intenções do executivo, da instabilidade governativa, da incompetência aguda, agora em pleno mês de Julho com o país a arder, com os problemas de segurança interna e externa, armar um circo nos jornais com a questão das candidaturas presidênciais?!
O simples cidadão que observa tamanha panóplia de movimentações, de jogos de bastidores e conversas silenciosas fica a pensar(mais uma vez) qual é a espécie rara de políticos da área socialista.Talvez o PS não saiba, mas no nosso sistema constitucional não são os partidos que decidem ou escolhem os candidatos, as eleições são pessoais e apartidárias!Pois bem, o que acontece é que na esquerda não existe actualmente ninguém com o perfil e com o estatuto requesitado para o mais alto cargo da nação. Por essa razão, vai buscar ao passado mitos e pessoas que estão associados a um momento particularmente intenso da nossa história comtemporânea, estou aliás certo, que se D. Afonso Henriques fosse de esquerda o Ps não teria o minímo problema em desenterrá-lo e apresentá-lo como candidato presidencial.Soares representa um regresso á puberdade da nossa democracia, aos tempos do debate ideológico e da partidocracia.Soares tem mérito pela sua luta contra a Ditadura e contra o Comunismo, pela assaz conquista dos direitos socias e das liberdades que hoje vivemos...tudo bem, mas o país já lhe agradeceu...já lhe prestou homenagem, mas agora BASTA!Soares é a antítese do Presidente da Républica que o país precisa para se afirmar enquanto estado desenvolvido e moderno. Soares é um político hábil e mestre na área dos joginhos de bastidores e de política caseira. Soares pode perceber muito de política, mas nada sabe da realidade nua e crua do país, do desemprego, da pobreza, do antiquado modelo económico, das necessidades das novas gerações, do esgotado serviço social.O país precisa de um Presidente da Républica forte, dinâmico e conhecedor profundo da realidade nacional, Soares só representa a inoperância, a estagnação e a falta de rumo.Por tudo isto, a meu ver a única pessoa que reune o perfil para desempenhar o cargo mais responsável da nação é Cavaco Silva. Cavaco não é político, não pertence á máquina partidária, tem conhecimentos sobre a realidade e as necessidades verticais no plano da nossa sociedade.Cavaco não é, nem pretende ser o Salvador da Pátria ou o sebastianismo em pessoa, Cavaco é a imagem da qualidade, do rigor e da esperança, pondendo funcionar como impulso para o verdadeiro progresso e desenvolvimento que o país precisa.
O combate vai ser muito interessante, no entanto não tenho qualquer dúvidas que Cavaco será o primeiro Presidente da Républica a representar os verdadeiros interesses e necessidades de um país que procura á muito o rumo certo e o caminho da mudança!
O simples cidadão que observa tamanha panóplia de movimentações, de jogos de bastidores e conversas silenciosas fica a pensar(mais uma vez) qual é a espécie rara de políticos da área socialista.Talvez o PS não saiba, mas no nosso sistema constitucional não são os partidos que decidem ou escolhem os candidatos, as eleições são pessoais e apartidárias!Pois bem, o que acontece é que na esquerda não existe actualmente ninguém com o perfil e com o estatuto requesitado para o mais alto cargo da nação. Por essa razão, vai buscar ao passado mitos e pessoas que estão associados a um momento particularmente intenso da nossa história comtemporânea, estou aliás certo, que se D. Afonso Henriques fosse de esquerda o Ps não teria o minímo problema em desenterrá-lo e apresentá-lo como candidato presidencial.Soares representa um regresso á puberdade da nossa democracia, aos tempos do debate ideológico e da partidocracia.Soares tem mérito pela sua luta contra a Ditadura e contra o Comunismo, pela assaz conquista dos direitos socias e das liberdades que hoje vivemos...tudo bem, mas o país já lhe agradeceu...já lhe prestou homenagem, mas agora BASTA!Soares é a antítese do Presidente da Républica que o país precisa para se afirmar enquanto estado desenvolvido e moderno. Soares é um político hábil e mestre na área dos joginhos de bastidores e de política caseira. Soares pode perceber muito de política, mas nada sabe da realidade nua e crua do país, do desemprego, da pobreza, do antiquado modelo económico, das necessidades das novas gerações, do esgotado serviço social.O país precisa de um Presidente da Républica forte, dinâmico e conhecedor profundo da realidade nacional, Soares só representa a inoperância, a estagnação e a falta de rumo.Por tudo isto, a meu ver a única pessoa que reune o perfil para desempenhar o cargo mais responsável da nação é Cavaco Silva. Cavaco não é político, não pertence á máquina partidária, tem conhecimentos sobre a realidade e as necessidades verticais no plano da nossa sociedade.Cavaco não é, nem pretende ser o Salvador da Pátria ou o sebastianismo em pessoa, Cavaco é a imagem da qualidade, do rigor e da esperança, pondendo funcionar como impulso para o verdadeiro progresso e desenvolvimento que o país precisa.
O combate vai ser muito interessante, no entanto não tenho qualquer dúvidas que Cavaco será o primeiro Presidente da Républica a representar os verdadeiros interesses e necessidades de um país que procura á muito o rumo certo e o caminho da mudança!
Martinho
sábado, julho 23, 2005
O cheiro a « mofo » da Politica
Para um cidadão que sempre viveu no interior do país e mais precisamente no interior alentejano em Ponte de Sor, é imperioso que normalmente conclua que o comportamento dos políticos no poder – e desde a implantação do regime democrático – em nada se pode julgar congruente com este regime.A Democracia implica, antes que tudo, que haja um conceito de Igualdade entre as pessoas humanas, assente que é o pressuposto de que a vida em sociedade tem nestas o principal objectivo de conduta. A dignidade da pessoa humana é o travão a todos e quaisquer exageros ou desvarios de quem manuseia o poder político. Poder político que tem que orientar a sua acção e os seus programas no sentido da plena solidariedade entre as pessoas e as terras que geograficamente habitam. Não pode o poder democrático criar “ghetos” no território nacional ou pretender, na prática, criar faixas de marginalização e abandono. O que tem acontecido – e haja quem na prática o desminta – relativamente ao alentejo e o que faz concluir, para mágoa minha e de milhares, que mais valeria a este quinhão territorial e aos seus habitantes, ter continuado sob a alçada de um regime de ditadura como o de antes do 25 de Abril/74. É que, objectiva e notoriamente, este canto ou “chaga do canto de Portugal” (sic. Torga) não sarou. Pelo contrário, parece já ter gangrenado e estar no limiar do total abandono e da falta de condições para que as pessoas aqui possam viver com as expectativas de que integram um espaço europeu moderno, mais desenvolvido e mais alargado. Nesta região a agricultura esta de rastos, já não há expectativas de emprego, já não há expectativas empresariais locais, não há gás natural, não há auto-estradas, não há politécnico, não há saúde a contento, já não há jovens que a queiram manter povoada. Tudo por culpa grave do poder que à sombra da boa vontade das pessoas, através do voto, vieram ocupando os cadeirões do Terreiro do Paço. De onde meteram na gaveta os princípios e os valores enformadores da Democracia, e que por falsas-promessas os levaram a esses “enobrecidos e faustos” cadeirões. De onde vociferam justificações inconsistentes e desconexadas com todos e quaisquer valores democráticos. De onde falam e cada vez mais infestam de mofo a pureza da política democrática no seu alcance axiológico. É tempo de começar a surgir quem a esta falsa democracia diga… NÃO
Carlos Marques Sousa
Carlos Marques Sousa
sábado, julho 16, 2005
O PRESIDENTE, OS PROFESSORES E A MINISTRA
Os portugueses, na sua saloiice, regressam quase sempre do estrangeiro carregados de histórias perfeitamente mirabolantes e inverosímeis com as quais pretendem conquistar a atenção e a admiração dos seus companheiros da bica. Pensava, no entanto, que o nosso Presidente da República estaria imune a estas fantasias. Pelos vistos, não está.
Com que então, senhor Presidente, os professores na Finlândia passam na escola com os seus alunos 50 horas por semana? E não deve ser por muito tempo, porque, segundo parece, uma das principais reivindicações dos sindicatos finlandeses é a semana das 60 horas semanais. Pelo menos.
Esta afirmação do senhor Presidente, apesar de totalmente fantasiosa, revela, no entanto, aquilo que a nossa classe política, em particular, e os portugueses, em geral, esperam da escola e dos professores. Ou seja, que os professores sejam as amas dos seus meninos. E amas à moda antiga, obviamente, daquelas que dormiam e comiam na casa dos patrões, sem direito a férias ou fins-de-semana e tudo isso a troco de uma ninharia.
Competência científica? Isso custa dinheiro. O que interessa são professores disponíveis, dóceis, pouco ambiciosos e de vistas curtas, que nos guardem os nossos filhos sem sobrecarregar o orçamento de Estado.
O ataque que o governo socialista, secundado pelo Presidente da República, desencadeou, nos últimos meses, contra o prestígio e a dignidade da classe docente é, no mínimo, revoltante, porque tremendamente injusto.
Os nossos governantes, durante anos a fio, com a introdução de reformas atrás de reformas, cada uma pior do que a outra, destruíram totalmente o nosso sistema de ensino. Se hoje ainda alguma coisa resta, tal deve-se apenas à estóica resistência dos professores.
Ai de quem se atrevesse a reprovar um aluno... Era logo castigado com uma chusma de papéis para preencher e de relatórios para entregar. E se a percentagem de negativas, então, fosse elevada, o professor tinha logo o inspector à perna. E ai de quem se atrevesse a instaurar um processo disciplinar a um aluno... O resultado era impreterivelmente a condenação do professor, que não tinha utilizado as estratégias adequadas, e a absolvição do aluno.
Criaram um monstro e agora têm o descaramento de vir apontar o dedo acusador aos professores que têm sido as vítimas directas do sistema... (É, nestas alturas, que tenho uma pena enorme de não ser o Alberto João Jardim...).
O mal, no entanto, é os professores não terem hoje uma classe, nem sindicatos que os defendam. Antigamente, havia os professores primários e os professores do liceu. Ambos prestigiados pelo seu raio de acção muito bem definido. Hoje, misturaram tudo no mesmo saco. E, como nos ensina a Matemática, menos por mais dá sempre menos. Ou seja, hoje somos todos professores primários. Ou melhor, educadores de infância.
Aliás, basta ouvir os sindicatos falar em nome dos professores para percebermos isso de imediato. E agora até a Confederação das Associações tem como seu presidente um professor primário que cada vez que abre a boca, em vez de falar como pai, só fala como professor primário, como se o seu único objectivo fosse transformar todas as escolas, desde o jardim de infância até à universidade, em escolas primárias. (Já ouviram falar o homem no “Adulto-Significante”? E depois admiram-se de o ensino estar como está...).
Mas também não vale a pena dramatizar. Já lá vai o tempo em que se chumbava na 2ª classe por não se saber que Lisboa era a capital de Portugal ou que os Açores faziam parte da República Portuguesa... Agora, pelos vistos, até já se pode ser professora catedrática ou Ministra da Educação sem saber isto.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Com que então, senhor Presidente, os professores na Finlândia passam na escola com os seus alunos 50 horas por semana? E não deve ser por muito tempo, porque, segundo parece, uma das principais reivindicações dos sindicatos finlandeses é a semana das 60 horas semanais. Pelo menos.
Esta afirmação do senhor Presidente, apesar de totalmente fantasiosa, revela, no entanto, aquilo que a nossa classe política, em particular, e os portugueses, em geral, esperam da escola e dos professores. Ou seja, que os professores sejam as amas dos seus meninos. E amas à moda antiga, obviamente, daquelas que dormiam e comiam na casa dos patrões, sem direito a férias ou fins-de-semana e tudo isso a troco de uma ninharia.
Competência científica? Isso custa dinheiro. O que interessa são professores disponíveis, dóceis, pouco ambiciosos e de vistas curtas, que nos guardem os nossos filhos sem sobrecarregar o orçamento de Estado.
O ataque que o governo socialista, secundado pelo Presidente da República, desencadeou, nos últimos meses, contra o prestígio e a dignidade da classe docente é, no mínimo, revoltante, porque tremendamente injusto.
Os nossos governantes, durante anos a fio, com a introdução de reformas atrás de reformas, cada uma pior do que a outra, destruíram totalmente o nosso sistema de ensino. Se hoje ainda alguma coisa resta, tal deve-se apenas à estóica resistência dos professores.
Ai de quem se atrevesse a reprovar um aluno... Era logo castigado com uma chusma de papéis para preencher e de relatórios para entregar. E se a percentagem de negativas, então, fosse elevada, o professor tinha logo o inspector à perna. E ai de quem se atrevesse a instaurar um processo disciplinar a um aluno... O resultado era impreterivelmente a condenação do professor, que não tinha utilizado as estratégias adequadas, e a absolvição do aluno.
Criaram um monstro e agora têm o descaramento de vir apontar o dedo acusador aos professores que têm sido as vítimas directas do sistema... (É, nestas alturas, que tenho uma pena enorme de não ser o Alberto João Jardim...).
O mal, no entanto, é os professores não terem hoje uma classe, nem sindicatos que os defendam. Antigamente, havia os professores primários e os professores do liceu. Ambos prestigiados pelo seu raio de acção muito bem definido. Hoje, misturaram tudo no mesmo saco. E, como nos ensina a Matemática, menos por mais dá sempre menos. Ou seja, hoje somos todos professores primários. Ou melhor, educadores de infância.
Aliás, basta ouvir os sindicatos falar em nome dos professores para percebermos isso de imediato. E agora até a Confederação das Associações tem como seu presidente um professor primário que cada vez que abre a boca, em vez de falar como pai, só fala como professor primário, como se o seu único objectivo fosse transformar todas as escolas, desde o jardim de infância até à universidade, em escolas primárias. (Já ouviram falar o homem no “Adulto-Significante”? E depois admiram-se de o ensino estar como está...).
Mas também não vale a pena dramatizar. Já lá vai o tempo em que se chumbava na 2ª classe por não se saber que Lisboa era a capital de Portugal ou que os Açores faziam parte da República Portuguesa... Agora, pelos vistos, até já se pode ser professora catedrática ou Ministra da Educação sem saber isto.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
terça-feira, julho 12, 2005
Os atentados de Londres
A chacina de inocentes em Londres, antecedida por Madrid e NY, é a prova que a Europa tem de se libertar do atoleiro ideológico onde se encontra a chafurdar há demasiadas décadas. Esse lamaçal que é fomentado sobretudo por França e outros países francófonos e pela Alemanha faz com que a UE, tal como a conheçemos, seja um santuário para células terroristas de natureza islâmica. E se virem bem, tudo o que de eficaz se pode fazer para contornar esse problema é rotulado de medida xenófoba; controlo mais apertado da imigração ilegal, colaboração dos serviços secretos da União, aumento da vigilância das comunidades islâmicas estabelecidas, prisão e deportação de indivíduos que incentivem à violência, etc. Sejamos claros, estamos perante um choque cultural sem precendentes. A Civilização Ocidental, tal como a conheçemos, é fruto de uma herança Cristã e Iluminista que definiu padrões de vida e um plafond de valores que a torna superior em todos os aspectos a qualquer outra. A filosofia do Islão militante é parecida com o pântano das cruzadas Cristãs há 1000 anos atrás. As semelhanças são evidentes? Claro que sim. Mas nós evoluimos. É tempo da Europa parar de rejeitar a cultura, filosofia e espiritualidade que a definem enquanto tal. É tempo de não nos envergonharmos de quem somos, e não de quem meia dúzia de burocratas maçons em Bruxelas querem que nós sejamos. A única maneira de atacar o terrorismo islâmico é ajudar os milhões de miseráveis e pobres sem esperança que habitam esses Estados pária. E a única maneira de nos defendermos dele dentro da Europa é cooperando numa luta sem tréguas, sem complexos ideológicos de qualquer espécie e com justiça.
Rui Pedro Bento
Rui Pedro Bento
A SOLUÇÃO É O CELIBATO
Todos sabemos, por experiência própria, que a competência e a disponibilidade nada têm a ver com a exclusividade. Pelo contrário, quem pouco faz é, regra geral, quem tem menos tempo disponível. Daí a razão do provérbio chinês: «quando tiveres de pedir um favor a alguém, pede a uma pessoa que tenha muito que fazer».
Por outro lado, o facto de um indivíduo passar de aluno a professor sem nunca ter trabalhado ou desenvolvido qualquer actividade profissional fora da escola é uma das principais pechas do nosso sistema de ensino e a principal causa do grande desfasamento entre a escola e a vida activa.
Apesar disso, a nossa Ministra da Educação parece firmemente decidida a acabar, no ensino público, com o regime de acumulações. Os professores andavam mal habituados, de barriguinha cheia... É certo que um professor não ganha o mesmo que um médico... Mas isso que importa? O dinheiro não traz a felicidade.
Além disso, isto de ser professor também não é para ganhar dinheiro. O ensino não é uma profissão, é um sacerdócio ou, quanto muito, uma ocupação de mulheres bem casadas (entendendo-se por bem casadas, obviamente, mulheres com um marido rico). Com efeito, um verdadeiro professor é aquele que abraça a profissão com espírito de missionário e que, apenas, espera encontrar a recompensa do seu trabalho na outra vida. Acresce que, se o professor tiver mesmo falta de dinheiro, nada o impede que faça, tal como os sacerdotes durante a homilia, um peditório na turma, ficando o delegado de turma (sugiro mesmo que se passe a chamar «o sacristão da turma») com a incumbência de fazer circular a bandeja por entre as carteiras, enquanto o professor dita o sumário.
Mas eu bem sei, irmãos, que há entre nós muitos professores que não encaram a profissão com o mesmo espírito com que nós a encaramos e como deve ser encarada. Também eu, irmãos, conheço muitos professores que gostam de andar de automóvel, que não querem viver uma vida inteira fechados num quarto e a comer meias doses nos restaurantes, que querem que os seus filhos vão estudar para a universidade e que gostam de passar férias na praia e até no estrangeiro...
Ora, é evidente que, para se ter casa, carro, almoçar e jantar convenientemente, ter os filhos a estudar na universidade e passar férias na praia ou no estrangeiro, não é com os mil euros por mês que se ganha no ensino. É lógico que, para suportar todos estes luxos, os professores têm de procurar outras fontes de rendimento: explicações, comércio, agricultura, política, advocacia, jornalismo, dar pareceres, dar aulas noutros estabelecimentos, etc. etc.
Está visto, irmãos, que a solução não está na exclusividade, tanto mais que ninguém acredita que os peditórios na turma dêem um grande acrescento ao fraco pecúlio dos professores. Na verdade, com os salários que os professores auferem, a maioria não tinha outra alternativa, para manter o seu nível de vida, senão manter os seus “ganha-pão”, mais que não fosse, por interposta pessoa, o que fazia com que a situação ainda ficasse pior, na medida em que ficava menos transparente.
O segredo, irmãos, não é, pois, a exclusividade, mas o celibato. Porque se os professores não se casassem, nem tivessem filhos, o seu salário chegava-lhes e sobejava-lhes para poderem levar uma vida digna (sem luxos, é verdade) e sem necessidade de sacrificar os seus tempos livres para ganhar mais uns tostões.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Por outro lado, o facto de um indivíduo passar de aluno a professor sem nunca ter trabalhado ou desenvolvido qualquer actividade profissional fora da escola é uma das principais pechas do nosso sistema de ensino e a principal causa do grande desfasamento entre a escola e a vida activa.
Apesar disso, a nossa Ministra da Educação parece firmemente decidida a acabar, no ensino público, com o regime de acumulações. Os professores andavam mal habituados, de barriguinha cheia... É certo que um professor não ganha o mesmo que um médico... Mas isso que importa? O dinheiro não traz a felicidade.
Além disso, isto de ser professor também não é para ganhar dinheiro. O ensino não é uma profissão, é um sacerdócio ou, quanto muito, uma ocupação de mulheres bem casadas (entendendo-se por bem casadas, obviamente, mulheres com um marido rico). Com efeito, um verdadeiro professor é aquele que abraça a profissão com espírito de missionário e que, apenas, espera encontrar a recompensa do seu trabalho na outra vida. Acresce que, se o professor tiver mesmo falta de dinheiro, nada o impede que faça, tal como os sacerdotes durante a homilia, um peditório na turma, ficando o delegado de turma (sugiro mesmo que se passe a chamar «o sacristão da turma») com a incumbência de fazer circular a bandeja por entre as carteiras, enquanto o professor dita o sumário.
Mas eu bem sei, irmãos, que há entre nós muitos professores que não encaram a profissão com o mesmo espírito com que nós a encaramos e como deve ser encarada. Também eu, irmãos, conheço muitos professores que gostam de andar de automóvel, que não querem viver uma vida inteira fechados num quarto e a comer meias doses nos restaurantes, que querem que os seus filhos vão estudar para a universidade e que gostam de passar férias na praia e até no estrangeiro...
Ora, é evidente que, para se ter casa, carro, almoçar e jantar convenientemente, ter os filhos a estudar na universidade e passar férias na praia ou no estrangeiro, não é com os mil euros por mês que se ganha no ensino. É lógico que, para suportar todos estes luxos, os professores têm de procurar outras fontes de rendimento: explicações, comércio, agricultura, política, advocacia, jornalismo, dar pareceres, dar aulas noutros estabelecimentos, etc. etc.
Está visto, irmãos, que a solução não está na exclusividade, tanto mais que ninguém acredita que os peditórios na turma dêem um grande acrescento ao fraco pecúlio dos professores. Na verdade, com os salários que os professores auferem, a maioria não tinha outra alternativa, para manter o seu nível de vida, senão manter os seus “ganha-pão”, mais que não fosse, por interposta pessoa, o que fazia com que a situação ainda ficasse pior, na medida em que ficava menos transparente.
O segredo, irmãos, não é, pois, a exclusividade, mas o celibato. Porque se os professores não se casassem, nem tivessem filhos, o seu salário chegava-lhes e sobejava-lhes para poderem levar uma vida digna (sem luxos, é verdade) e sem necessidade de sacrificar os seus tempos livres para ganhar mais uns tostões.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
domingo, julho 10, 2005
Portalegre - Luis Cané nomeado pela JSD Nacional Ministro Sombra da Agricultura e desenvolvimento Rural
O Presidente da Distrital da JSD de Portalegre, Luís Cané, foi na semana passada nomeado pela JSD Nacional para Ministro sombra da Agricultura e desenvolvimento rural.
Esta foi, sem dúvida, mais uma vitória para a distrital de Portalegre. Cada vez mais o nosso distrito está a ter maior influência nas decisões a nível nacional.
Esta foi, sem dúvida, mais uma vitória para a distrital de Portalegre. Cada vez mais o nosso distrito está a ter maior influência nas decisões a nível nacional.
quinta-feira, julho 07, 2005
Os alicerces para o futuro
“Ao pensamento cabe o papel de realizar revoluções através de debates críticos.”
Karl Popper
Ponte de Sor, situada no Norte Alentejo, Distrito de Portalegre é um concelho do interior. A palavra “interior” no sentido geográfico é o oposto de litoral, mas é sempre usada num sentido negativo, sendo de forma abusiva sinónimo de falta de poder de compra, falta de oportunidades de emprego, envelhecimento demográfico, desertificação, crescimento económico diminuto. Ponte de Sor também sofre destes males da interioridade.
O que a JSD pretende é reconstruir o interior destruindo a interioridade. Nomeadamente em Ponte de Sor esta batalha tem de ser feroz, feita com vontade e ambição. Através da construção de infra-estruturas, conhecimento das capacidades da região, apoios dos agentes locais e do poder central e por fim empreendorismo, muito empreendorismo. Estes pontos têm que ser sustentados e complementados com medidas de incentivo, tanto em termos fiscais como de incentivos ao investimento. Só desta forma será possivel aumentar o tecido empresarial do nosso concelho.
Trata-se de um grande esforço de mudança de estruturas e mentalidades, visando criar uma dinâmica de desenvolvimento sustentado, competitivo e solidário, por forma a garantir as melhores condições de vida aos habitantes do concelho.
Gonçalo Godinho e Santos
Karl Popper
Ponte de Sor, situada no Norte Alentejo, Distrito de Portalegre é um concelho do interior. A palavra “interior” no sentido geográfico é o oposto de litoral, mas é sempre usada num sentido negativo, sendo de forma abusiva sinónimo de falta de poder de compra, falta de oportunidades de emprego, envelhecimento demográfico, desertificação, crescimento económico diminuto. Ponte de Sor também sofre destes males da interioridade.
O que a JSD pretende é reconstruir o interior destruindo a interioridade. Nomeadamente em Ponte de Sor esta batalha tem de ser feroz, feita com vontade e ambição. Através da construção de infra-estruturas, conhecimento das capacidades da região, apoios dos agentes locais e do poder central e por fim empreendorismo, muito empreendorismo. Estes pontos têm que ser sustentados e complementados com medidas de incentivo, tanto em termos fiscais como de incentivos ao investimento. Só desta forma será possivel aumentar o tecido empresarial do nosso concelho.
Trata-se de um grande esforço de mudança de estruturas e mentalidades, visando criar uma dinâmica de desenvolvimento sustentado, competitivo e solidário, por forma a garantir as melhores condições de vida aos habitantes do concelho.
Gonçalo Godinho e Santos
Mais uma vez as prioridades
Ontem, o Governo veio apresentar o seu programa para incentivar a economia nacional, dando conta da intenção de, nos próximos anos, injectar nela 25 mil milhões de euros entre investimento público e privado (curioso plano, aliás, que prevê uma contribuição maior dos investidores particulares do que do Estado).
É dificil de compreender estas medidas pois são completamente contraditórias com aquela que era, supostamente, a principal prioridade política deste executivo!
Os gastos mais significativos vão ser feitos naquilo que é conhecido como a “política do betão”, como é o caso do TGV ou do megalómano aeroporto da Ota(deixem-me já agora dizer que não consigo perceber esta obsessão do Partido Socialista com a Ota, que é dos primeiros assuntos em que tocam quando regressam ao poder)...
Quanto ao TGV que irá fazer a ligação Lisboa-Badajoz-Madrid, concordo, pois há toda uma infraestrutura que gira em torno deste modo de transporte, que poderá trazer mais alguns postos de trabalho e desenvolver o nosso distrito, nomeadamente na zona de Elvas (espero que não se esqueçam de insistir numa paragem em Elvas e não em Badajoz). Na ligação Lisboa-Porto não me parece ser o timing exacto pois as nossas contas não respiram grande saúde e existem outras prioridades...
Já no que toca ao aeroporta da Ota, não posso estar mais em desacordo! Ao que parece o governo apoia-se em decisões de economistas (que têm um papel mto importante para este tipo de estudos) mas no que toca à viabilidade de uma infraestrutura de transportes pouco ou nada percebem, pois este não é o seu ramo. Tive uma cadeira na faculdade, que se chama Transportes e que é leccionada por um dos maiores especialistas que temos nesta matéria, o Prof. José Manuel Viegas. A opinão do professor quanto à Ota residia basicamente num exemplo muito simples: aquando do Euro-2004 o nosso país mostrou capacidade de absorver um enorme fluxo de viagens para o aeroporto da Portela, a fim de evitar a rotura do mesmo, contruiu-se uma infraestrutura provisória num aeroporto das imediações da cidade onde não houve qualquer tipo de problemas. Mostamos assim a ‘tal’ capacidade que o governo afirma que nós não iremos ter daqui a 20 anos... Palavras para quê?
Verbas para o célebre "plano tecnológico", na visão do eng. José Sócrates a chave para a resolução de todos os problemas do País, são muito poucas. Aliás, o "plano tecnológico" está como o seu principal artífice - o ministro da Economia (ambos desaparecidos). Percebe-se porquê o ministro anda tão preocupado em desmentir as notícias da sua eventual demissão, que não tem tempo para se concentrar, a sério, em questões de substância.
Temos todas as razões para estar preocupados com o estado da governação e com as suas consequências sobre o estado da Nação.
Felizmente, vamos ter em Outubro e em Janeiro dois excelentes momentos para manifestar essa preocupação.
João Sanganha
É dificil de compreender estas medidas pois são completamente contraditórias com aquela que era, supostamente, a principal prioridade política deste executivo!
Os gastos mais significativos vão ser feitos naquilo que é conhecido como a “política do betão”, como é o caso do TGV ou do megalómano aeroporto da Ota(deixem-me já agora dizer que não consigo perceber esta obsessão do Partido Socialista com a Ota, que é dos primeiros assuntos em que tocam quando regressam ao poder)...
Quanto ao TGV que irá fazer a ligação Lisboa-Badajoz-Madrid, concordo, pois há toda uma infraestrutura que gira em torno deste modo de transporte, que poderá trazer mais alguns postos de trabalho e desenvolver o nosso distrito, nomeadamente na zona de Elvas (espero que não se esqueçam de insistir numa paragem em Elvas e não em Badajoz). Na ligação Lisboa-Porto não me parece ser o timing exacto pois as nossas contas não respiram grande saúde e existem outras prioridades...
Já no que toca ao aeroporta da Ota, não posso estar mais em desacordo! Ao que parece o governo apoia-se em decisões de economistas (que têm um papel mto importante para este tipo de estudos) mas no que toca à viabilidade de uma infraestrutura de transportes pouco ou nada percebem, pois este não é o seu ramo. Tive uma cadeira na faculdade, que se chama Transportes e que é leccionada por um dos maiores especialistas que temos nesta matéria, o Prof. José Manuel Viegas. A opinão do professor quanto à Ota residia basicamente num exemplo muito simples: aquando do Euro-2004 o nosso país mostrou capacidade de absorver um enorme fluxo de viagens para o aeroporto da Portela, a fim de evitar a rotura do mesmo, contruiu-se uma infraestrutura provisória num aeroporto das imediações da cidade onde não houve qualquer tipo de problemas. Mostamos assim a ‘tal’ capacidade que o governo afirma que nós não iremos ter daqui a 20 anos... Palavras para quê?
Verbas para o célebre "plano tecnológico", na visão do eng. José Sócrates a chave para a resolução de todos os problemas do País, são muito poucas. Aliás, o "plano tecnológico" está como o seu principal artífice - o ministro da Economia (ambos desaparecidos). Percebe-se porquê o ministro anda tão preocupado em desmentir as notícias da sua eventual demissão, que não tem tempo para se concentrar, a sério, em questões de substância.
Temos todas as razões para estar preocupados com o estado da governação e com as suas consequências sobre o estado da Nação.
Felizmente, vamos ter em Outubro e em Janeiro dois excelentes momentos para manifestar essa preocupação.
João Sanganha
quarta-feira, julho 06, 2005
A manta de Salazar e a clandestinidade de Cunhal
Reza a história - não sei se inteiramente verdadeira - que sempre que recebia convidados à noite na residência oficial de Verão, o Dr. Salazar - fizesse frio ou calor -, tinha por hábito oferecer uma manta grossa para lhes cobrir as pernas. Houve um dia, porém, que um convidado mais ousado recusou a dita manta, argumentando que não fazia frio para tanto aquecimento. "Ponha, ponha que pondo a manta, o frio chega logo a seguir", terá replicado Salazar.
Mais de 30 anos passados sobre o 25 de Abril, a manta de Salazar parece ainda cobrir as consciências e os costumes em Portugal, como se vivessemos todos em regime de liberdade condicionada. À esquerda e à direita, persiste uma insustentável desconfiança da iniciativa privada e um inexplicável temor à liberdade de escolha.
É longa a tradição autocrática à direita em Portugal, desde o absolutismo miguelista no século XIX ao consulado do Dr. Salazar, que durou metade do século XX. Que ordem de valores prevaleciam, nessas "direitas" de então? Deus, Pátria, Autoridade e a certeza de que "quem não é por nós é contra nós".
Na economia, condicionamento industrial, porque a concorrência é uma ameaça e não um estímulo.
O liberalismo nasceu em Portugal por oposição ao absolutismo e, ainda hoje, não é fácil encontrar um português de direita, educado no Estado Novo, que defenda valores liberais.
À esquerda, o amor à liberdade sempre foi muito apregoado e pouco praticado.
A esquerda da I República era profundamente intolerante. A do PREC abominava a liberdade. Melhor testemunho não nos podia deixar aquele que foi o exemplo de vida do Dr. Cunhal quem vive mais de trinta anos de democracia em desnecessária semiclandestinidade, não só não ama, como não sabe viver em liberdade. Quanto mais respeitar a dos outros.
Sobra a esquerda democrática continua hoje a refugiar-se em mitos e chavões politicamente correctos, para evitar o debate aberto em múltiplas frentes (segurança, estado social, etc.).
Socorre-se de um texto constitucional datado, que é em si mesmo um programa político, para limitar a margem de governação e a liberdade de escolha individual.
Portugal só dará o salto para uma sociedade moderna e de qualidade na medida em que a nossa democracia baseie os seus pilares na liberdade e na responsabilidade do indivíduo, tratando cada Pessoa como verdadeiro adulto e transferindo poder do Estado para os cidadãos. O Estado Social burocratizado que nos impõe a Constituição é profundamente irresponsável. Dar poder às pessoas e empresas é pô- -las a pagar os impostos estritamente indispensáveis à organização do Estado, porque é da acumulação de riqueza na esfera privada que advêm dinâmica social, maior poupança, bom investimento e desenvolvimento económico.
Trinta anos depois da Revolução, talvez não existisse maior homenagem que os democratas pudessem prestar ao 25 de Abril que reescreverem, sem preconceitos, a Constituição, para que esta possa garantir o bem que mais escasseia a liberdade de escolha, nomeadamente aos mais pobres, que são escravos das escolhas do Estado. A cada indivíduo, a cada família, deve corresponder o direito de escolha da escola, do hospital, do sistema de segurança social. Esse é o verdadeiro direito à educação, à saúde e à segurança social que urge defender.
Espero bem que, nestes tempos de ciclo socialista, a direita saiba encontrar um discurso que rompa preconceitos e lhe possa destinar um futuro interessante. Uma direita que ame a liberdade. Uma direita humanista, respeitadora do direito à diferença nas questões éticas, de moral e de costumes, que preze a dignidade de cada pessoa e respeite opções individuais. Uma direita que acredite na iniciativa, na concorrência e estimule a capacidade de empreender.
Em suma uma direita moderna e de marcada inspiração liberal. Portugal precisa de uma direita assim. Vamos fazer por isso?
António Pires de Lima
Gestor e deputado do CDS
domingo, julho 03, 2005
LADRÕES EM FORMAÇÃO CONTÍNUA
O facto de apenas duas pessoas terem apresentado queixa aquando do «arrastão» da praia de Carcavelos é, só por si, mais grave do que o próprio «arrastão», porque revela o elevado grau de descrença do nosso povo na nossa justiça. E os apelos da polícia para que as vítimas apresentassem queixa apenas veio reforçar isso mesmo.
Com efeito, no actual estado a que as coisas chegaram, a polícia prestaria um melhor serviço público se tivesse convencido os dois desgraçados que apresentaram queixa a desistir da mesma, em vez de apelar à apresentação de mais queixas, como se as vítimas do «arrastão» não tivessem sido já suficientemente molestadas, para ainda se terem de sujeitar a uma violência maior.
Assim, se tivéssemos uma polícia verdadeiramente vocacionada para servir os cidadãos, no preciso momento em que foram apresentadas as duas queixas, o polícia de serviço devia estar preparado para prestar, de imediato, os seguintes esclarecimentos: em primeiro lugar, mesmo que sejam apanhados os ladrões, o que é muito pouco provável, o senhor (pode ter a certeza) nunca mais vai ver a sua carteira, nem o seu telemóvel; em segundo lugar, mesmo que eles fossem condenados a indemnizá-lo, o senhor nunca iria conseguir receber a indemnização, porque eles não têm nada em seu nome; em terceiro lugar, se está à espera que eles apanhem uma pena que os dissuada de voltar a fazer o mesmo, desimagine-se completamente: se forem menores, são inimputáveis; se forem maiores, o mais que lhes sucede é serem condenados ou numa pena de multa ou em trabalho a favor da comunidade. Se forem condenados a trabalho em favor da comunidade, não vão pura e simplesmente cumpri-lo, porque a instituição que os receber prefere fingir que eles lá estão a trabalhar do que lá os ter efectivamente; se foram condenados em multa, lá vai mais um desgraçado ficar sem carteira para eles a poderem pagar. E como em cada cem assaltos, apenas há um tontinho como o senhor que apresenta queixa, a actividade de assaltante é hoje altamente lucrativa. Finalmente, é bom não esquecer que o senhor e as suas testemunhas vão perder tantos dias de trabalho para coisa nenhuma que, quando chegar ao fim do processo, já está na disposição de dar ao assaltante mais outro telemóvel e outra carteira só para se livrar do labirinto em que se meteu.
Esta é, aliás, a principal razão por que os assaltantes da linha de Sintra, apesar de saberem que estão a ser filmados, actuam com a cara descoberta… Eles sabem perfeitamente que o mais que arriscam é um passeio de automóvel ao Tribunal para conhecer o juiz e apresentar-lhe cumprimentos.
Além disso, obrigar a polícia a andar armada, quando não podem fazer uso da arma, acaba por se tornar numa vantagem decisiva para o meliante. Como todos sabemos, a única forma de um polícia apanhar um ladrão é correr mais do que ele. Ora, neste contexto, as armas acabam por se tornar um empecilho, ao dificultar a corrida ao polícia. Acresce que o facto de o polícia andar armado pode levar este, na sua ingenuidade, a parar para apontar a pistola e gritar: «alto, se não disparo!», o que só irá, na prática, fazer com que o ladrão ainda ganhe mais avanço.
Sejamos honestos: em relação à segurança, há um aspecto que pode ser resolvido de imediato e outro que apenas pode ser amenizado, muito lentamente, mas nunca resolvido. Com efeito, por muita boa vontade que haja, não é possível garantir, por exemplo, um salário de três mil euros a um indivíduo que só tem habilitações para trabalhar nas obras, como servente. Agora é perfeitamente possível tomar medidas legislativas (criminais e de reforço da autoridade das polícias) que façam sentir ao jovem que quer um telemóvel que é preferível trabalhar para o comprar do que roubá-lo.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Com efeito, no actual estado a que as coisas chegaram, a polícia prestaria um melhor serviço público se tivesse convencido os dois desgraçados que apresentaram queixa a desistir da mesma, em vez de apelar à apresentação de mais queixas, como se as vítimas do «arrastão» não tivessem sido já suficientemente molestadas, para ainda se terem de sujeitar a uma violência maior.
Assim, se tivéssemos uma polícia verdadeiramente vocacionada para servir os cidadãos, no preciso momento em que foram apresentadas as duas queixas, o polícia de serviço devia estar preparado para prestar, de imediato, os seguintes esclarecimentos: em primeiro lugar, mesmo que sejam apanhados os ladrões, o que é muito pouco provável, o senhor (pode ter a certeza) nunca mais vai ver a sua carteira, nem o seu telemóvel; em segundo lugar, mesmo que eles fossem condenados a indemnizá-lo, o senhor nunca iria conseguir receber a indemnização, porque eles não têm nada em seu nome; em terceiro lugar, se está à espera que eles apanhem uma pena que os dissuada de voltar a fazer o mesmo, desimagine-se completamente: se forem menores, são inimputáveis; se forem maiores, o mais que lhes sucede é serem condenados ou numa pena de multa ou em trabalho a favor da comunidade. Se forem condenados a trabalho em favor da comunidade, não vão pura e simplesmente cumpri-lo, porque a instituição que os receber prefere fingir que eles lá estão a trabalhar do que lá os ter efectivamente; se foram condenados em multa, lá vai mais um desgraçado ficar sem carteira para eles a poderem pagar. E como em cada cem assaltos, apenas há um tontinho como o senhor que apresenta queixa, a actividade de assaltante é hoje altamente lucrativa. Finalmente, é bom não esquecer que o senhor e as suas testemunhas vão perder tantos dias de trabalho para coisa nenhuma que, quando chegar ao fim do processo, já está na disposição de dar ao assaltante mais outro telemóvel e outra carteira só para se livrar do labirinto em que se meteu.
Esta é, aliás, a principal razão por que os assaltantes da linha de Sintra, apesar de saberem que estão a ser filmados, actuam com a cara descoberta… Eles sabem perfeitamente que o mais que arriscam é um passeio de automóvel ao Tribunal para conhecer o juiz e apresentar-lhe cumprimentos.
Além disso, obrigar a polícia a andar armada, quando não podem fazer uso da arma, acaba por se tornar numa vantagem decisiva para o meliante. Como todos sabemos, a única forma de um polícia apanhar um ladrão é correr mais do que ele. Ora, neste contexto, as armas acabam por se tornar um empecilho, ao dificultar a corrida ao polícia. Acresce que o facto de o polícia andar armado pode levar este, na sua ingenuidade, a parar para apontar a pistola e gritar: «alto, se não disparo!», o que só irá, na prática, fazer com que o ladrão ainda ganhe mais avanço.
Sejamos honestos: em relação à segurança, há um aspecto que pode ser resolvido de imediato e outro que apenas pode ser amenizado, muito lentamente, mas nunca resolvido. Com efeito, por muita boa vontade que haja, não é possível garantir, por exemplo, um salário de três mil euros a um indivíduo que só tem habilitações para trabalhar nas obras, como servente. Agora é perfeitamente possível tomar medidas legislativas (criminais e de reforço da autoridade das polícias) que façam sentir ao jovem que quer um telemóvel que é preferível trabalhar para o comprar do que roubá-lo.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
sábado, julho 02, 2005
Do papão para o futuro
Todos sabemos o que os portugueses pensam dos nossos políticos.Todos sabemos qual é a imagem que passa para a comunicação social e a qual os portugueses assimilam na perfeiçao. Todos os portugueses criaram um estereótipo dos partidos, que ultrapassa as linhas ideológicas e que se mistura com a imagem que cada um consegue criar.Todos conhecemos Ponte de Sor.Sabemos que em Ponte de Sor os bons políticos são raros e não querem dar a cara, os que nos governam são a sobra dos conflitos partidários, dos jogos de bastidores e das jogadas palacianas e de café. Aqueles que realmente têm ideias são muitas vezes calados, obrigados a ficar na escuridão, isto porque as máquinas partidárias os absorvem ou então têm medo do papão.O papão todos nós sabemos quem é, figura prepotente e autoritária, senhor da bisca e amigo do seu amigo.Mas o papão é esperto, muito esperto e não só sabe jogar muito bem jogos de azar como também domina o espaço onde se insere, tem tudo controlado, tudo estudado para o "show", a panóplia de inaugurações, o fogo de artifício monumental e as festas e danças á moda de dona Constança.A máquina partidária está pronta a funcionar com todas as estruturas no terreno!Vem aí a quarta jornada e todos os outros estão em desvantagem.Estão em desvantagem porque foi-lhe tirado o pio, foi-lhe cortada a voz e ataram-lhe os braços, impedindo-os de trabalhar.Pois bem....É chegada a hora daqueles que primam pela qualidade e pela competência apresentarem o seu projecto, mostrar o que valem e sobretudo trabalhar para o merecer. Sempre achei que os melhores políticos são os "enteados" que não precisam da cunha do amigo ou do padrinho para subir na vida e é em esses que vamos ter que apostar.O engenheiro Joaquim Lizardo é um homem novo, com espirito de iniciativa e descomprometido com a máquina partidária, tenho a certeza que meterá outra mudança nestas eleições autárticas, tornado-a mais competitiva e sobretudo mais esclarecedora.È o único dos candidatos que tem um projecto para Ponte de Sor e que com certeza saberá minui-se de uma equipa isenta, imparcial e sobretudo com enormes qualidades técnicas e políticas.Sei que o caminho não é facil, a vitória não é certa, mas o destino é implacável e mais dia menos dia vamos colocar um social democrata na autarquia. Acredito, porque conheço as pessoas, sei o que valem e do potencial que têm para mostrar.O futuro faz-se com projectos e é de um projecto para Ponte de Sor que nós precisamos!
Martinho
www.intramolecular.blogspot.com
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