quarta-feira, novembro 30, 2005

 

OS AFILHADOS DE SCOLARI

Como português, não posso deixar de ficar profundamente indignado pelo facto de o actual presidente da Federação Portuguesa de Futebol consentir que Scolari reduza a selecção nacional ao grupo dos seus afilhados. A selecção nacional, como o próprio nome sugere, devia ser formada pelos melhores jogadores portugueses à data da convocatória. Só assim faz sentido chamar-lhe selecção nacional. É certo que o critério das escolhas é necessariamente subjectivo pelo que haverá sempre, seja qual for o seleccionador, alguma discussão em relação à justeza da convocatória. Mas uma coisa é aquela dose de subjectividade que acompanha necessariamente qualquer escolha, outra coisa completamente diferente é a escolha carecer daquele mínimo de objectividade e razoabilidade que devem presidir a todas as decisões de uma pessoa competente e sensata. Ora, o que se passa com as convocatórias da selecção nacional é ofensivo do mais elementar sentido de justiça e de bom senso.

Por outro lado, como sportinguista, não posso também deixar de ficar profundamente revoltado ao assistir à destruição psicológica do guarda-redes Ricardo às mãos de Scolari. Com efeito, a forma como Scolari se está a servir de Ricardo para chatear Pinto da Costa é totalmente inadmissível. Se Scolari não gosta de Pinto da Costa e do FC Porto é um problema dele e que deverá resolver no local próprio: no psiquiatra ou na vidente. Agora não pode é servir-se da selecção e dos jogadores para os seus ajustes de contas e para as suas vinganças pessoais, como salta aos olhos de toda a gente.

Não há nada mais destrutivo do carácter e do ego de uma pessoa do que ter a consciência de que se ocupa determinado lugar por favor e não por mérito. E a prova disso mesmo é que Ricardo nunca mais foi o guarda-redes que era desde que Scolari lhe entregou a baliza de mão beijada, afastando das convocatórias, por birra ou capricho, o seu principal concorrente. Ricardo tem qualidades para ser guarda-redes da selecção nacional, mas só devia ser convocado, tal como qualquer outro jogador, quando estivesse em forma. Se assim fosse, Ricardo sentir-se-ia honrado e premiado com a convocatória. Mas como a sua convocatória é automática, independentemente do seu momento de forma, só se pode sentir profundamente humilhado e envergonhado, acabando por transportar para o próprio jogo o desconforto da situação e, inclusive, reconhecendo interiormente quão merecidos são os assobios com que o brindam sempre que entra em campo. Além disso, Ricardo sabe, tão bem como qualquer um de nós, que ninguém gosta de afilhados.

Mas se o caso de Ricardo é o mais flagrante, não é o único. Na verdade, salta à vista de toda a gente que jogadores como Maniche, Costinha, Nuno Valente, Hugo Viana, Miguel, Frechaut, Jorge Ribeiro, Hélder Postiga, etc. etc., não justificam, neste momento, minimamente a sua chamada à selecção nacional. Uns andam a levar cabazadas, todos os fins-de-semana, de equipas russas de que nunca ninguém ainda ouviu falar; outros nem conseguem aquecer o banco de suplentes do seu actual clube. Ora, isto é manifestamente pouco para se merecer envergar a camisola da selecção.

Mas esta cegueira (ou será mesmo incompetência?) de Scolari, infelizmente, não é só de agora. Como explicar que Scolari tivesse andado dois anos a preparar o Europeu e tivesse iniciado esse campeonato com Deco, Ricardo Carvalho, Maniche e Costinha afastados da equipa principal quando mesmo qualquer pessoa que não percebesse nada de futebol não poderia deixar de ver que eram os melhores naquela altura? Aliás, a conquista de dois campeonatos nacionais, da Taça UEFA e da Taça dos Campeões eram a prova disso mesmo. Foi preciso perder com a Grécia para Scolari ver aquilo que toda a gente não podia deixar de ver.

Agora, das duas uma: ou Scolari consegue convocar os melhores jogadores portugueses, independentemente das simpatias que tenha pelos dirigentes do clube a que pertençam ou, então, o melhor é deixar de chamar selecção nacional à sua selecção.



Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

segunda-feira, novembro 28, 2005

 

A entrevista na TVI

A entrevista do Prof. Aníbal Cavaco Silva, ontem na TVI, depois do Jornal da Noite, merece especial referência em todos os órgãos de comunicação social que dedicam especial atenção a uma afirmação: “Sou um homem de palavra”.

O Público titula: “Candidato Cavaco Silva não é ‘a favor da retórica” e recorda um aviso: “Todo aquele político que não cumpra uma promessa é afectado na sua credibilidade”.

O jornal sublinha que Cavaco não comentou a Ota, TGV, Orçamento de Estado e esclareceu que ainda é cedo para julgar o Governo de Sócrates. No entanto, lembrou que os apoios conseguidos para a modernização da indústria têxtil e, até, os 29 Conselhos de Ministros Europeus em que participou.

O Jornal de Notícias, destaca o facto de Cavaco não querer, com a sua candidatura à Presidência da República saldar contas com o passado. O Candidato considera que Sampaio deve ter tido razões fortes para dissolver a Assembleia e critica o incumprimento das promessas.

O Diário Económico destaca o facto de Cavaco se recusar a avaliar o Governo de José Sócrates. Até Março, campanha incluída, o candidato deixa para Sampaio o julgamento do Executivo. “A ideia de Cavaco é passar a mensagem de “cooperação estratégica” no eixo Presidência da República, governo e Parlamento. E é isso que vai explicar às pessoas: E daí não vou sair. Sou um homem de palavra”.

No Diário de Notícias o destaque vai para o facto de Cavaco Silva não querer mais poderes. O seu objectivo, se for eleito, é contribuir para que todos, Presidência da República, Assembleia da República, Governo e partidos “remem para o mesmo lado.

O Correio da Manhã dedica especial atenção duas frases da entrevista à TVI: Eleitores esperam ‘mais do que diálogo’ e, “Sou um homem de palavra”. O jornal recorda também a pergunta e a resposta sobre a guerra do Iraque:
- Não se lhe conhece um artigo sobre a guerra do Iraque?
- Manifestei, na televisão, estranheza pela falta de tacto da diplomacia norte-americana e por não conseguir provas das armas de destruição maciça.

in http://www.cavacosilva.pt

quarta-feira, novembro 23, 2005

 

EM ROMA SÊ ROMANO

Com a queda do muro de Berlim, o mundo ocidental respirou fundo e adormeceu tranquilo, convencido da impossibilidade de alguém poder pôr em causa, no século mais próximo, a sua segurança e o seu bem estar físico e psicológico. Sendo certo que o muro de Berlim ruiu sem que a Europa ocidental tivesse contribuído, por aí além, para esse evento. Com efeito, o muro desmoronou-se quando Ronald Reagan, contra todas as vozes apocalípticas que se ergueram e manifestaram na Europa, anunciando o fim do mundo, decidiu encostar o ombro ao muro para ver se aquilo era assim tão resistente como se apregoava. Não era.

E foram precisamente os mesmos que, antes, diabolizaram Reagan e a América que, derrubado o muro, saíram dos seus covis para exultar com o fim da guerra fria, anunciando um século de paz e prosperidade para toda a gente. A Europa é hoje formada maioritariamente por esta gente sem coragem e sem carácter que se esconde atrás de um falso pacifismo para esconder a sua cobardia, porque pensa que é apaparicando os seus inimigos que consegue ir mantendo as suas mordomias.

Como já devem ter reparado, hoje quase toda a gente é de esquerda. Da tal esquerda não praticante, bem entendido, que gosta de falar dos pobrezinhos e dos excluídos para aliviar a consciência e ajudar a digestão. E hoje em dia, não há melhor digestivo para um requintado banquete do que as preocupações sociais. Mas como eu escrevi há sete anos e volto a repetir agora, «quem quiser continuar a ser anti-fascista não pode ser de esquerda. Porque esta esquerda mole, lassa, barriguda e viscosa que se reproduz nos órgãos de comunicação social e engorda nas repartições públicas, é a mãe de todos os fascismos. E, quer se queira, quer não, pais e filhos são tudo gente da mesma família».

Escrevi isto a propósito do fenómeno do crescimento dos partidos fascistas e neo-nazis na Europa, originado pela permissão da criação de autênticos enclaves em território europeu formados por comunidades de imigrantes (sobretudo islâmicos) que se regiam por leis próprias, muitas das quais ofendiam abertamente a sociedade livre, democrática e laica onde estavam inseridas.

O que está a suceder hoje em França é a consequência natural desta cegueira colectiva, sendo certo que o pior cego é aquele que não quer ver. É, por isso, natural que aqui em Portugal, um dia depois do arrastão de Carcavelos, os “cegos que não querem ver” tivessem saído à rua para demonstrar que afinal os culpados foram os polícias que, fazendo alarde ao seu subconsciente colonialista, resolveram carregar sobre um grupo de negros que não teve outra alternativa do que desatar a correr pela praia, levando consigo tudo o que apanhavam.

Em França, os Louçã e os Soares lá do sítio também se convenceram que resolviam o problema, culpando os polícias que tinham perseguido os dois larápios que morreram electrocutados por terem decidido esconder-se onde não deviam. Que ingenuidade a sua! Trouxeram o cavalo de Tróia para dentro das nossas muralhas e agora pensam que é com falinhas mansas que conseguem travar o saque e a pilhagem.

Não é, pois, de estranhar que os habitantes de Tróia (ou seja, da Europa), ao verem os seus lideres a tremer de medo e incapazes de enfrentar os invasores, comecem a dar ouvidos aos lideres populistas que lideram os partidos neo-nazis e fascistas. É no que dá o multiculturalismo e as lideranças frouxas.

Não se entenda com isto que sou contra os imigrantes. Eu sou é contra o multiculturalismo e todas as políticas que lhe estão adjacentes. «Em Roma sê romano». É este o princípio que deve ser seguido. Cabe aos imigrantes adaptarem-se à nossa cultura, leis e hábitos e não o contrário. Ponto final.

Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

segunda-feira, novembro 21, 2005

 

Porquê Cavaco?!

Muita coisa já se disse sobre Eleições Presidências e muita coisa ainda será dita, no entanto, o quadro político e o perfil das campanhas e dos candidatos está praticamente definido.
Todos sabemos o que todos eles pensam sobre os principais problemas e questões que interessam aos portugueses e a Portugal.
Ao contrário do que alguns candidatos querem demonstrar, os portugueses são são «tolos», sabem bem aquilo que querem de acordo com o que acham melhor para a construção de um futuro para eles e para as gerações vindouras. Foram asssim a 25 de Novembro de 75 quando não deixaram o pais cair no extremismo de esquerda, foram assim ao longo de todos os momentos eleitorais.
Talvez pela sábia e única capacidade de escolha dos Portugueses, Cavaco Silva surja destacado nas sondagens, fazendo destas eleições não um mero plebiscito, mas sim a expressão de uma fortíssima motivação e confiança num Homem e num perfil.
Não tenho dúvidas em considerar Cavaco como o Presidente de que Portugal precisa na conjuntura actual e nos desafios que se colocam á nossa sociedade.
Não se trata de dividir a esquerda da direira, não se trata de dividir os conservadores, os liberais ou os reformistas. Trata-se de unir os Portugueses em torno de um projecto ambicioso para Portugal.
Nenhum dos restantes candidatos reúne condições de perfil, estratégia e convicçãocapaz de mobilizar os Porugueses e colocá-los no rumo certo, na construção de uma sociedade mais justa, mais desenvolvida, capaz de estimular o mérito e o rigor, e capaz de pegar nas competências de cada um, colocando-as ao serviço de Porugal.

Martinho

domingo, novembro 20, 2005

 

Deve ser por isso que lhe chamam Super Mário: o senhor gosta imenso de voar ..

"Comunicado de apoio

A Associação das Agências de Viagem Portuguesas (AAVP) vem por este meio anunciar que apoia incondicionalmente o candidato Mário Soares à Presidência da República pelas seguintes razões:

1986
11 a 13 de Maio - Grã-Bretanha
06 a 09 de Julho - França
12 a 14 de Setembro - Espanha
17 a 25 de Outubro - Grã-Bretanha e França
28 de Outubro - Moçambique
05 a 08 de Dezembro - São Tomé e Príncipe
08 a 11 de Dezembro - Cabo Verde

1987
15 a 18 de Janeiro - Espanha
24 de Março a 05 de Abril - Brasil
16 a 26 de Maio - Estados Unidos
13 a 16 de Junho - França e Suíça
16 a 20 de Outubro - França
22 a 29 de Novembro - Rússia
14 a 19 de Dezembro - Espanha

1988
18 a 23 de Abril - Alemanha
16 a 18 de Maio - Luxemburgo
18 a 21 de Maio - Suíça
31 de Maio a 05 de Junho - Filipinas
05 a 08 de Junho - Estados Unidos
08 a 13 de Agosto - Equador
13 a 15 de Outubro - Alemanha
15 a 18 de Outubro - Itália
05 a 10 de Novembro - França
12 a 17 de Dezembro - Grécia

1989
19 a 21 de Janeiro - Alemanha
31 de Janeiro a 05 de Fevereiro - Venezuela
21 a 27 de Fevereiro - Japão
27 de Fevereiro a 05 de Março - Hong-Kong e Macau
05 a 12 de Março - Itália
24 de Junho a 02 de Julho - Estados Unidos
12 a 16 de Julho - Estados Unidos
17 a 19 de Julho - Espanha
27 de Setembro a 02 de Outubro - Hungria
02 a 04 de Outubro - Holanda
16 a 24 de Outubro - França
20 a 24 de Novembro - Guiné-Bissau
24 a 26 de Novembro - Costa do Marfim
26 a 30 de Novembro - Zaire
27 a 30 de Dezembro - República Checa

1990
15 a 20 de Fevereiro - Itália
10 a 21 de Março - Chile e Brasil
26 a 29 de Abril - Itália
05 a 06 de Maio - Espanha
15 a 20 de Maio - Marrocos
09 a 11 de Outubro - Suécia
27 a 28 de Outubro - Espanha
11 a 12 de Novembro - Japão

1991
29 a 31 de Janeiro - Noruega
21 a 23 de Março - Cabo Verde
02 a 04 de Abril - São Tomé e Príncipe
05 a 09 de Abril - Itália
17 a 23 de Maio - Rússia
08 a 11 de Julho - Espanha
16 a 23 de Julho - México
27 de Agosto a 01 de Setembro - Espanha
14 a 19 de Setembro - França e Bélgica
08 a 10 de Outubro - Bélgica
22 a 24 de Novembro - França
08 a 12 de Dezembro - Bélgica e França

1992
10 a 14 de Janeiro - Estados Unidos
23 de Janeiro a 04 de Fevereiro - Índia
09 a 11 de Março - França
13 a 14 de Março - Espanha
25 a 29 de Abril - Espanha
04 a 06 de Maio - Suíça
06 a 09 de Maio - Dinamarca
26 a 28de Maio - Alemanha
30 a 31 de Maio - Espanha
01 a 07 de Junho - Brasil
11 a 13 de Junho - Espanha
13 a 15 de Junho - Alemanha
19 a 21 de Junho - Itália
14 a 16 de Outubro - França
16 a 19 de Outubro - Alemanha
19 a 21 de Outubro - Áustria
21 a 27 de Outubro - Turquia
01 a 03 de Novembro - Espanha
17 a 19 de Novembro - França
26 a 28 de Novembro - Espanha
13 a 16 de Dezembro - França

1993
17 a 21 de Fevereiro - França
14 a 16 de Março - Bélgica
06 a 07 de Abril - Espanha
18 a 20 de Abril - Alemanha
21 a 23 de Abril - Estados Unidos
27 de Abril a 02 de Maio - Grã-Bretanha e Escócia
14 a 16 de Maio - Espanha
17 a 19 de Maio - França
22 a 23 de Maio - Espanha
01 a 04 de Junho - Irlanda
04 a 06 de Junho - Islândia
05 a 06 de Julho - Espanha
09 a 14 de Julho - Chile
14 a 21 de Julho - Brasil
24 a 26 de Julho - Espanha
06 a 07 de Agosto - Bélgica
07 a 08 de Setembro - Espanha
14 a 17 de de Outubro - Coreia do Norte
18 a 27 de Outubro - Japão
28 a 31 de Outubro - Hong-Kong e Macau

1994
02 a 05 de Fevereiro - França
27 de Fevereiro a 03 de Março - Espanha (incluindo Canárias)
18 a 26 de Março - Brasil
08 a 12 de Maio - África do Sul (Tomada de posse de Mandela)
22 a 27 de Maio - Itália
27 a 31 de Maio - África do Sul
06 a 07 de Junho - Espanha
12 a 20 de Junho - Colômbia
05 a 06 de Julho - França
10 a 13 de Setembro - Itália
13 a 16 de Setembro - Bulgária
16 a 18 de Setembro - França
28 a 30 de Setembro - Guiné-Bissau
09 a 11 de Outubro - Malta
11 a 16 de Outubro - Egipto
17 a 18 de Outubro - Letónia
18 a 20 de Outubro - Polónia
09 a 10 de Novembro - Grã-Bretanha
15 a 17 de Novembro - República Checa
17 a 19 de Novembro - Suíça
27 a 28 de Novembro - Marrocos
07 a 12 de Dezembro - Moçambique
30 de Dezembro a 09 de Janeiro 1995 - Brasil

1995
31 de Janeiro a 02 de Fevereiro - França
12 a 13 de Fevereiro - Espanha
07 a 08 de Março - Tunísia
06 a 10 de Abril - Macau
10 a 17 de Abril - China
17 a 19 de Abril - Paquistão
07 a 09 de Maio - França
21 de Setembro - Espanha
23 a 28 de Setembro - Turquia
14 a 19 de Outubro - Argentina e Uruguai
20 a 23 de Outubro - Estados Unidos
27 de Outubro - Espanha
31 de Outubro a 04 de Novembro - Israel
04 e 05 de Novembro - Faixa de Gaza e Cisjordânia
05 e 06 de Novembro - Cidade de Jerusalêm
15 a 16 de Novembro - França
17 a 24 de Novembro - África do Sul
24 a 28 de Novembro - Ilhas Seychelles
04 a 05 de Dezembro - Costa do Marfim
06 a 10 de Dezembro - Macau
11 a 16 de Dezembro - Japão

1996
08 a 11 de Janeiro - Angola

Durante os anos que ocupou o Palácio de Belém, Soares visitou 57 países (alguns várias vezes, como por exemplo Espanha, que visitou 24 vezes; e a França, onde esteve 21 vezes), percorrendo no total 992.809 KMS o que corresponde a 22 vezes a volta ao mundo."

quinta-feira, novembro 10, 2005

 

Assembleia de Militantes

Convoca-se todos os militantes do PSD para a Assembleia de Militantes, dia 12 de Novembro, sábado, pelas 16 horas na sede do partido.

quarta-feira, novembro 09, 2005

 

O NOSSO FREI TOMÁS

A campanha desencadeada pelo Governo contra as diferentes classes profissionais, a coberto de uma imprensa amestrada e incompetente, para além de ser injusta, é profundamente imoral.

Não questiono obviamente, como já por diversas vezes referi, a necessidade de todos nós fazermos alguns sacrifícios e termos de ver sacrificados alguns direitos adquiridos. Mas uma coisa é cada um de nós ter de perder direitos adquiridos para ajudar o país a sair do buraco em que a incompetência de sucessivos Governos o enterrou; outra coisa, completamente diferente, é nós assistirmos à expropriação, pelo Governo, de direitos adquiridos como se fossem privilégios absolutamente ilegítimos e que tivessem sido roubados a alguém.

E a diferença faz todo o sentido. Porque, enquanto, no primeiro caso, aquilo que é retirado a cada classe profissional é entendido como um direito legítimo mas que tem de ser sacrificado por causa da conjuntura; no segundo caso, pelo contrário, os direitos são retirados, não por necessidade da conjuntura, mas porque eles mesmos são ilegítimos. Ou seja, se, no primeiro caso, se pede um sacrifício às diferentes classes profissionais, no segundo, põe-se ostensivamente em causa a dignidade e a idoneidade moral da própria classe profissional a quem se exige o sacrifício.

E como se tudo isto não bastasse, ainda temos de assistir a toda uma trupe de jornalistas, analistas e comentadores a atiçar as massas populares contra as diferentes classes profissionais, como se tivessem sido estas (e não os sucessivos governantes e deputados da Nação) a enterrar o país no buraco onde se encontra.

A forma como o Governo e jornalistas se aliaram para vergar os juizes (os professores esses já vivem vergados por natureza...) é, de facto, bem elucidativa do seu modus operandi.

Quando se trata de lhes retirar direitos, José Sócrates, o Ministro da Justiça e os jornalistas falam dos juizes como sendo uma corporação; quando se trata de os impedir de fazer greve, passam a ser considerados órgão de soberania. Era impossível haver maior cinismo nesta dualidade de tratamento.

«Imaginem se o Governo ou a Assembleia da República (os outros órgãos de soberania) também fizessem greve», argumentava, ainda esta semana, António Barreto, no “Público”, para demonstrar a ilegitimidade da greve dos juizes. Só que esta suposição revela um cinismo impressionante. Dêem aos juizes a possibilidade de estabelecer os seus vencimentos, direitos e privilégios, como acontece com os políticos que nos governam e que lêem o jornal na Assembleia da República, e verão que os juizes também deixarão de fazer greves.

Acresce que o Governo e a maioria parlamentar não têm a mínima autoridade moral para exigir a quem quer que seja sacrifícios, quando não só mantêm, para os ministros e funcionários dos Ministérios, sistemas alternativos de saúde como também pelo facto de terem retido (escandalosamente) a lei que põe termo aos privilégios dos políticos para permitir que os autarcas agora eleitos ainda beneficiassem com ela.

Ou seja, o corte dos direitos das diferentes classes profissionais entra em vigor de imediato, enquanto o corte dos privilégios escandalosos dos políticos só se aplica aos eleitos nas próximas eleições, ou seja, daqui a quatro anos. Se é que alguma vez se vem a aplicar. Sabendo nós o que a casa gasta, o mais certo é, daqui a quatro anos, o Governo considerar que já não é necessário pedir mais sacrifícios e, consequentemente, revogar a lei que acabava com os privilégios dos políticos.

Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

sábado, novembro 05, 2005

 

Faz Pena...

Faz pena assistir ao debate sobre o aborto.
Faz pena que o Partido Socialista não perceba que, mais uma vez, anda a reboque do Bloco de Esquerda.
Faz pena que o PCP qualifique todos os que, pela simples razão de se manterem firmes nas suas convicções, são arrogantes e hipócritas.
Faz pena que não se lembrem que também eles, os comunistas, por pensarem o que pensam já foram no passado acusados das coisas mais inconcebíveis.
Faz pena que os que defendem a discriminação até às 10, ou 12 semanas não digam que a partir das 10 semanas e um dia, ou das 12 semanas e um dia a mãe que pratica o aborto é afinal, para eles, uma criminosa.
Faz pena que não tenham a honestidade de dizer quem perde horas de sono, oferece fins de semana, recebe crianças em casa e apoia de facto famílias em necessidade, são os mesmos que não apoiam a legalização do aborto.
Faz pena que tragam Deus à conversa, quando afinal se trata apenas de saber se um feto é ou não vida humana.
Faz pena que o argumento utilizado é apenas que “em toda a Europa” o aborto já é permitido, como se tudo o que viesse da Europa fosse um dogma a ser aceite sem reservas.
Faz pena que quem quer a legalização do aborto não aceite discutir, ou afirmar sem tibiezas quando afinal começa a vida, porque a questão não é somenos importância.
Faz pena que não percebam que afinal é preciso um critério legal para definir o início da vida. Faz pena que não reconheçam que se afinal “aquilo” é vida, então não pode ser eliminada.
Faz pena que não percebam que uma coisa é condenar o acto, outra é condenar quem o pratica porque, por vezes, parece não haver outra solução.
Faz pena que não ouçam quem defende para as mães que abortaram não necessariamente a prisão, mas a formação e o apoio efectivo.
Faz pena que não entendam que ninguém pode impedir um outro de nascer.
Faz pena ouvir que se ninguém pode obrigar ninguém a ter um filho, o que é verdade, já se aceita que a mãe obrigue o filho a não nascer.
Faz pena que o único consolo que têm para oferecer a uma mãe em dificuldades é que pode “desembaraçar-se do filho” de forma higiénica e barata.
Faz pena que não digam que afinal é bom viver, independentemente da vontade dos progenitores.
Faz pena o descrédito do deputados na felicidade de alguém que teve o azar de não ser desejado. Faz pena que não conheçam mais crianças adoptadas, porque perceberiam que o destino de alguém não desejado não tem que ser, forçosamente, o caixote de lixo.
Faz pena verificar que quem é geneticamente deficiente é mal aceite na sociedade.
Faz pena que os deputados deste país não exijam maiores apoios às mães em dificuldades.
Faz pena constatar que os deputados da esquerda apoiam o mais forte contra o mais fraco.
Faz pena que não exijam mais educação/ formação.
Faz pena constatar que existem mães empurradas a rejeitar filhos porque nunca há dinheiro para a família.
Faz pena pensar que se o resultado do referendo tivesse sido outro, os que agora pedem a sua repetição não o consentiriam.

E os hipócritas somos nós...!

Pedro Vassalo

in http://pela-vida.blogspot.com/

 

A PROFISSÃO MAIS ANTIGA DO MUNDO

Se toda a gente a reconhece como a profissão mais antiga do mundo, mal se percebe porque não está legalizada no nosso país. Tanto mais quando é a única profissão que, tendo evoluído muito pouco desde o tempo das cavernas até hoje, tem sempre mantido uma procura elevada. Ora, tecer considerações de ordem moral sobre uma profissão com este currículo e esta implantação cultural na história da humanidade, fazendo já parte do nosso ADN colectivo, parece-me manifestamente idiota. Contra factos não há argumentos.

A situação que se vive hoje em Portugal, neste campo, é bem reveladora da hipocrisia em que o nosso povo sempre gostou de viver. Por um lado, permite-se a prostituição; por outro, proíbe-se a existência de casas que vivam da prostituição. Ou seja, não é proibido uma mulher vender sexo à beira da estrada, onde o único cuidado de higiene é um rolo de papel higiénico e onde a mulher está sujeita a ser roubada, maltratada e violada, para além de necessitar inevitavelmente de um “chulo” protector. Mas é proibida a existência de casas de sexo licenciadas, com os impostos em dia, quartos e casas de banho desinfectados, onde as mulheres estão protegidas e são controladas, periodicamente, pelos serviços de saúde.

E não se pense que há uma terceira via, porque não há. A escolha é apenas entre uma situação e outra. É óbvio que uma profissão que já vem do tempo das cavernas não se acaba por decreto-lei. Aliás, mantendo esta profissão a procura que todos os dados estatísticos confirmam, tal só pode significar que se trata de uma profissão essencial para o próprio equilíbrio da comunidade humana tal como está organizada e nós a concebemos. Que ninguém duvide de que a proibição absoluta da prostituição com a perseguição e repressão efectiva de prostitutas e clientes poria em risco a paz social e seria um foco permanente de tensões. O sexo é muito mais importante do que o que as pessoas (algumas) pensam. E infelizmente há demasiada gente que não tem outra possibilidade de satisfazer os seus impulsos que não seja através do recurso a prostitutas. Ou será que haverá por aí algumas boas samaritanas disponíveis para satisfazer, gratuitamente, as taras e manias (como dizia Marco Paulo) de certos enjeitados ou tarados? Cuidado! Olhem que há por aí cada um…

Não tenho, no entanto, qualquer dúvida de que grande parte das mulheres que se dedica à prostituição, preferia ter outra profissão, desde que ganhasse o mesmo, bem entendido. Agora o que é difícil é, com as suas habilitações, arranjarem um emprego onde ganhem mais de dois mil e quinhentos euros por mês, que é o que ganha, em média, uma prostituta de 3ª classe. Porque andar a lavar o chão e as casas de banho a troco do salário mínimo nacional, isso elas não querem. E há mesmo prostitutas (as de top) que auferem muito mais de cinco mil euros por mês, chegando a cobrar 250 euros por saída e mais de 500 euros por noite. E se pedem isso aos clientes é porque há quem pague. Experimentem lá ir oferecer a uma mulher destas o emprego honrado de mulher a dias para ver se ela aceita?

Além disso, num tempo em que o sexo deixou de ser tabu, não percebo a relutância que existe em haver pessoas que cobrem alguma coisa por isso. O problema é delas, desde, evidentemente, que o façam de livre vontade. Ao Estado deve caber apenas regulamentar a actividade por forma a proteger a saúde pública e a evitar a exploração sexual e o tráfico de mulheres, assim como a fuga aos impostos de uma actividade altamente lucrativa.

Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha

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