quarta-feira, janeiro 25, 2006
“Soares é fixe”
“Soares é fixe”, disse-se dele. “Soares é fixíssimo”, diz ele dele próprio. Mas talvez seja ele, hoje, o único a acreditar verdadeiramente nisso. E a campanha, bem como o resultado de depois de amanhã, traduzem/irão traduzir isto mesmo: o político teve o seu tempo; o homem, coitado!
Há uma diálise interessante no fenómeno Mário Soares. O povo gostou e gosta do homem. É simpático, é afável, consegue passar na multidão e entrosar-se nela. Politicamente teve um estilo, uma forma, uma maneira única de se mexer no caldeirão das multidões. A ele se perdoa, e perdoou, mais que a qualquer outro: o povo reconhece-lhe, ainda, alguma mestria no que fez no passado. Mas teve os seus dias. Sim, teve. E a diálise é precisamente esta: Soares teve importância, Soares não tem importância. Soares é história, passado. Soares não tem futuro. Como qualquer homem, e saber reconhecê-lo é uma virtude, é finito, limitado. Passado, presente e futuro não são a mesma coisa. Coitado do homem!
Saber sair do palco ou de cena, neste como noutros casos, é um dom. Que uns têm e outros não. E tem tudo a ver com liderança. A liderança pode aplicar-se tanto ao processo/conceito de liderar como às pessoas/indivíduos que desempenham essa liderança. Mais, o processo de liderança encontra expressão em duas características particulares: 1) a característica da actualidade, i.e., aquela que confere uma direcção e assegura hoje um caminho, uma condução; 2) a característica do potencial, i.e., aquela que responde pela capacidade acumulada para liderar, para fazer futuro.
Warren Bennis, conceituado autor sobre liderança, acrescentaria a esta aproximação outras características. Um líder, segundo Bennis, deve ter: 1) Visão comprometida com os outros, i.e., capacidade de prever/fazer futuro e de pensar nas outras pessoas, levando-as consigo; 2) Capacidade de comunicação, i.e., clareza na transmissão das suas ideias e modelos e no que pretende para o futuro; 3) Confiança, i.e., assegurar que o caminho percorrido em busca da visão é consistente e correcto; 4) Criatividade e uso dessa criatividade.
As coisas da liderança, seja pelo actual versus potencial, seja pelas características apontadas por Bennis, apresentam um traço comum, transversal, a que se chama futuro. E o futuro, embora ninguém saiba muito bem o que é, nem como é, acaba por poder ser identificado com a porção de tempo que ainda está para vir, i.e., o lugar no espaço-tempo em que irão ocorrer os eventos que ainda não ocorreram. É no futuro que o homem se imagina e realizar os seus sonhos; é lá que ocorrem os fenómenos de felicidade, estabilidade, riqueza, saúde, entre tantos outros, que hoje - pelas mais diversas circunstâncias - cada qual não consegue ver ocorrer.
E foi aqui que Soares se enganou redondamente. Soares não está no imaginário futuro das pessoas, nos sonhos, por mais que o quisesse. Pode dizer-se que nada tem a ver com a idade do homem, mas tem. Porque a idade permite-nos aspirar, ou não, a um tempo maior ou menor do que estará por vir. Doa isto o que doer, e dói muito quando a idade avança, mas para efeitos de liderança conta o saber quando parar, o saber quando o homem se deve sobrepor ao político para viver o devir, por pequeno que seja, apenas enquanto homem.
Soares não soube fazê-lo. Depois de amanhã poderá ser recordado por muitas coisas, as que fez e as que deixou de fazer. Mas depois de amanhã passará, também, a ter direito a menos uma linha no seu currículo para a história: pode ter sido um político, mas nunca terá sido um líder. Porque os líderes têm que saber sair de cena quando o momento não é o deles. Coitado do homem!
José C. Car.
Há uma diálise interessante no fenómeno Mário Soares. O povo gostou e gosta do homem. É simpático, é afável, consegue passar na multidão e entrosar-se nela. Politicamente teve um estilo, uma forma, uma maneira única de se mexer no caldeirão das multidões. A ele se perdoa, e perdoou, mais que a qualquer outro: o povo reconhece-lhe, ainda, alguma mestria no que fez no passado. Mas teve os seus dias. Sim, teve. E a diálise é precisamente esta: Soares teve importância, Soares não tem importância. Soares é história, passado. Soares não tem futuro. Como qualquer homem, e saber reconhecê-lo é uma virtude, é finito, limitado. Passado, presente e futuro não são a mesma coisa. Coitado do homem!
Saber sair do palco ou de cena, neste como noutros casos, é um dom. Que uns têm e outros não. E tem tudo a ver com liderança. A liderança pode aplicar-se tanto ao processo/conceito de liderar como às pessoas/indivíduos que desempenham essa liderança. Mais, o processo de liderança encontra expressão em duas características particulares: 1) a característica da actualidade, i.e., aquela que confere uma direcção e assegura hoje um caminho, uma condução; 2) a característica do potencial, i.e., aquela que responde pela capacidade acumulada para liderar, para fazer futuro.
Warren Bennis, conceituado autor sobre liderança, acrescentaria a esta aproximação outras características. Um líder, segundo Bennis, deve ter: 1) Visão comprometida com os outros, i.e., capacidade de prever/fazer futuro e de pensar nas outras pessoas, levando-as consigo; 2) Capacidade de comunicação, i.e., clareza na transmissão das suas ideias e modelos e no que pretende para o futuro; 3) Confiança, i.e., assegurar que o caminho percorrido em busca da visão é consistente e correcto; 4) Criatividade e uso dessa criatividade.
As coisas da liderança, seja pelo actual versus potencial, seja pelas características apontadas por Bennis, apresentam um traço comum, transversal, a que se chama futuro. E o futuro, embora ninguém saiba muito bem o que é, nem como é, acaba por poder ser identificado com a porção de tempo que ainda está para vir, i.e., o lugar no espaço-tempo em que irão ocorrer os eventos que ainda não ocorreram. É no futuro que o homem se imagina e realizar os seus sonhos; é lá que ocorrem os fenómenos de felicidade, estabilidade, riqueza, saúde, entre tantos outros, que hoje - pelas mais diversas circunstâncias - cada qual não consegue ver ocorrer.
E foi aqui que Soares se enganou redondamente. Soares não está no imaginário futuro das pessoas, nos sonhos, por mais que o quisesse. Pode dizer-se que nada tem a ver com a idade do homem, mas tem. Porque a idade permite-nos aspirar, ou não, a um tempo maior ou menor do que estará por vir. Doa isto o que doer, e dói muito quando a idade avança, mas para efeitos de liderança conta o saber quando parar, o saber quando o homem se deve sobrepor ao político para viver o devir, por pequeno que seja, apenas enquanto homem.
Soares não soube fazê-lo. Depois de amanhã poderá ser recordado por muitas coisas, as que fez e as que deixou de fazer. Mas depois de amanhã passará, também, a ter direito a menos uma linha no seu currículo para a história: pode ter sido um político, mas nunca terá sido um líder. Porque os líderes têm que saber sair de cena quando o momento não é o deles. Coitado do homem!
José C. Car.
Águas da Ponte
Dadas as recentes noticias publicadas na WEB e na comunicação social entendo tal como outros já assim se manifestaram, o dever de esclarecer, na medida do possivel dos meus conhecimentos e dos dados conhecidos (nas fontes de informação acima referidas)
A fim de assegurar a qualidade da água para consumo humano, foi criado em 2001 o Diploma Legal, conhecido pelo Decreto Lei 243 que regula esta actividade e tendo como objectivo principal proteger a saúde humana dos efeitos nocivos de qualquer contaminação de água destinada ao consumo humano.
Em síntese, e entre outros este diploma, obriga a que as entidades gestoras, anualmente enviem ao IRAR para aprovação, um programa de controlo de qualidade da água fornecida, que basicamente, estipula, os parâmetros a analisar e a frequência de monitorização por zona de abastecimento.
Também determina, que em caso de incumprimento dos valores máximos permitidos, seja informada a autoridade de saúde, designadamente das situações que comportem risco para a saúde humana. Desta situação, deve a entidade gestora, no caso o município, informar e difundir das medidas que a autoridade de saúde determine, de forma a minimizar os potenciais efeitos do consumo dessa água.
Deve ainda tornar acessível, ao público esta informação, alem de trimestralmente, publicitar, quer nos editais, quer na imprensa regional.
Pelo que foi possível saber, pelo site do IRAR, estes dados dizem respeito a 2004, porém segundo outras fontes de informação, a situação tem-se mantido em 2005.
Como Vereador do nosso município (embora até à data nada tenha sido também informado aos senhores vereadores da oposição) e como técnico nesta matéria, sinto-me, obviamente, obrigado a recomendar para o não consumo da água da rede (das zonas abastecidas pelas captações de Barroqueira, Barreiras, Vale de Açor, Vale da Bica, Vale de Vilão, Vale do Arco, Carvalhoso, Domingão, Foros do Domingão, Escusa, Fazenda, Vale de Bispo, Vale de Boi, Tramaga, Torre das Vargens) devendo esta precaução manter-se até informação do Senhor Delegado de Saúde e esperando que a Câmara Municipal de Ponte de Sor venha a prestar todos os esclarecimentos nesta matéria, como a lei impõe, a bem de todos nós.
Joaquim Lizardo
A fim de assegurar a qualidade da água para consumo humano, foi criado em 2001 o Diploma Legal, conhecido pelo Decreto Lei 243 que regula esta actividade e tendo como objectivo principal proteger a saúde humana dos efeitos nocivos de qualquer contaminação de água destinada ao consumo humano.
Em síntese, e entre outros este diploma, obriga a que as entidades gestoras, anualmente enviem ao IRAR para aprovação, um programa de controlo de qualidade da água fornecida, que basicamente, estipula, os parâmetros a analisar e a frequência de monitorização por zona de abastecimento.
Também determina, que em caso de incumprimento dos valores máximos permitidos, seja informada a autoridade de saúde, designadamente das situações que comportem risco para a saúde humana. Desta situação, deve a entidade gestora, no caso o município, informar e difundir das medidas que a autoridade de saúde determine, de forma a minimizar os potenciais efeitos do consumo dessa água.
Deve ainda tornar acessível, ao público esta informação, alem de trimestralmente, publicitar, quer nos editais, quer na imprensa regional.
Pelo que foi possível saber, pelo site do IRAR, estes dados dizem respeito a 2004, porém segundo outras fontes de informação, a situação tem-se mantido em 2005.
Como Vereador do nosso município (embora até à data nada tenha sido também informado aos senhores vereadores da oposição) e como técnico nesta matéria, sinto-me, obviamente, obrigado a recomendar para o não consumo da água da rede (das zonas abastecidas pelas captações de Barroqueira, Barreiras, Vale de Açor, Vale da Bica, Vale de Vilão, Vale do Arco, Carvalhoso, Domingão, Foros do Domingão, Escusa, Fazenda, Vale de Bispo, Vale de Boi, Tramaga, Torre das Vargens) devendo esta precaução manter-se até informação do Senhor Delegado de Saúde e esperando que a Câmara Municipal de Ponte de Sor venha a prestar todos os esclarecimentos nesta matéria, como a lei impõe, a bem de todos nós.
Joaquim Lizardo
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Fazer Portugal Maior
Análise dos resultados
O Prof. Cavaco Silva foi ontem eleito com maioria absoluta, logo na primeira volta, o 18º Presidente da Républica Portuguesa. Mais de dois milhões e setecentos mil eleitores entenderam atríbuir-lhe o sentido de voto, através do mais importante instrumento democrático : o voto.
O mérito desta eleição pertence ao Homem e ao perfil Cavaco Silva bem como indirectamente a todos os homens e mulheres livres, que de uma forma empenhada, cívica e democrática se bateram pela sua eleição.
Foi esse imenso Portugal cheio de assimetrias sociais, económicas e culturais que o elegeu.
Em relação aos outros candidatos:
Nunca gostei da forma como Manuel Alegre actuou na campanha. Aquele estilo poético suburbano misturado com um certo patriotismo grafitado, não foi coerente. Aquele poder dos cidadãos a que Alegre se referia induziam nas pessoas um certo anarquismo requintado, muito próprio de franjas do eleitorado que nele votaram. Quando o sistema não está a correr bem, os candidatos pseudo-anti-sistema ganham força. Mas pergunto-me? Onde esteve o Alegre, destes 31 anos?
O grande derrotado da noite foi Mário Soares. Um político como ele, com o seu passado, a sua importância e o seu contributo para Portugal democrático, não precisava de ter manchado o seu currículo. Mas todos conhecemos Mário Soares, e todos sabemos que a sua derrota deve-se em parte a um partido socialista dividido, que empurrou Soares para a frente, desmobilizando-se logo de seguida. Este self made man não tinha necessidade de se submeter a tamanha humilhação.
Apesar da subida eleitoral Jerónimo teve uma noite infeliz. Fez uma declaração irracional e muito pouco digna. Era evitável, a ladaínha do costume quando falou em Cavaco Silva, bem como a culpabilização do PS pelo resultado da esquerda. Parecia uma cassete gravada, inspirada nos discursos do PREC e no ênfase atribuído á dicotomia esquerda-direita. Será que ela existe? Dúvido...
Tive um gosto especial no resultado de Louçã. Louçã perdeu. Caíu a máscara daquele espaço político, será que se esgotou a área de influência? Qual PRD! Não, é provável que não, penso que a estratégia vai ser ennveredar por um caminho ainda mais populista á esquerda.
Uma nota especial para os resultados em Ponte de Sor. O Prof. Cavaco Silva, venceu as eleições no nosso concelho, de uma forma expressiva cerca de três mil eleitores votaram nele,tendo em atenção o histórico dos resultados e o espartilhamento dos outros cinco candidatos, foi um excelente resultado e enche de orgulho todos os que apoiaram e acreditaram nesta candidatura.
Tal como o próprio Cavaco Silva disse ontem( e muito bem )a maioria que o elegeu dissolveu-se no exacto momento da sua eleição. A hora não é de olhar aos números, a hora é de mudança de arregaçar as mangas e começar a trabalhar.
Fechou-se ontem um ciclo na nossa democracia, encontramos um novo timoneiro, um Homem livre e simples, capaz de dar um contributo decisivo para que esta caravela, chamada Portugal, siga o rumo certo, capaz de dar aos que aqui estão e ás gerações que virão, um futuro melhor.
Porque acreditamos todos e temos orgulho em sermos Portugueses!
Parafraseando uma frase já perdida: P`rá frente Portugal!
Martinho
O Prof. Cavaco Silva foi ontem eleito com maioria absoluta, logo na primeira volta, o 18º Presidente da Républica Portuguesa. Mais de dois milhões e setecentos mil eleitores entenderam atríbuir-lhe o sentido de voto, através do mais importante instrumento democrático : o voto.
O mérito desta eleição pertence ao Homem e ao perfil Cavaco Silva bem como indirectamente a todos os homens e mulheres livres, que de uma forma empenhada, cívica e democrática se bateram pela sua eleição.
Foi esse imenso Portugal cheio de assimetrias sociais, económicas e culturais que o elegeu.
Em relação aos outros candidatos:
Nunca gostei da forma como Manuel Alegre actuou na campanha. Aquele estilo poético suburbano misturado com um certo patriotismo grafitado, não foi coerente. Aquele poder dos cidadãos a que Alegre se referia induziam nas pessoas um certo anarquismo requintado, muito próprio de franjas do eleitorado que nele votaram. Quando o sistema não está a correr bem, os candidatos pseudo-anti-sistema ganham força. Mas pergunto-me? Onde esteve o Alegre, destes 31 anos?
O grande derrotado da noite foi Mário Soares. Um político como ele, com o seu passado, a sua importância e o seu contributo para Portugal democrático, não precisava de ter manchado o seu currículo. Mas todos conhecemos Mário Soares, e todos sabemos que a sua derrota deve-se em parte a um partido socialista dividido, que empurrou Soares para a frente, desmobilizando-se logo de seguida. Este self made man não tinha necessidade de se submeter a tamanha humilhação.
Apesar da subida eleitoral Jerónimo teve uma noite infeliz. Fez uma declaração irracional e muito pouco digna. Era evitável, a ladaínha do costume quando falou em Cavaco Silva, bem como a culpabilização do PS pelo resultado da esquerda. Parecia uma cassete gravada, inspirada nos discursos do PREC e no ênfase atribuído á dicotomia esquerda-direita. Será que ela existe? Dúvido...
Tive um gosto especial no resultado de Louçã. Louçã perdeu. Caíu a máscara daquele espaço político, será que se esgotou a área de influência? Qual PRD! Não, é provável que não, penso que a estratégia vai ser ennveredar por um caminho ainda mais populista á esquerda.
Uma nota especial para os resultados em Ponte de Sor. O Prof. Cavaco Silva, venceu as eleições no nosso concelho, de uma forma expressiva cerca de três mil eleitores votaram nele,tendo em atenção o histórico dos resultados e o espartilhamento dos outros cinco candidatos, foi um excelente resultado e enche de orgulho todos os que apoiaram e acreditaram nesta candidatura.
Tal como o próprio Cavaco Silva disse ontem( e muito bem )a maioria que o elegeu dissolveu-se no exacto momento da sua eleição. A hora não é de olhar aos números, a hora é de mudança de arregaçar as mangas e começar a trabalhar.
Fechou-se ontem um ciclo na nossa democracia, encontramos um novo timoneiro, um Homem livre e simples, capaz de dar um contributo decisivo para que esta caravela, chamada Portugal, siga o rumo certo, capaz de dar aos que aqui estão e ás gerações que virão, um futuro melhor.
Porque acreditamos todos e temos orgulho em sermos Portugueses!
Parafraseando uma frase já perdida: P`rá frente Portugal!
Martinho
quinta-feira, janeiro 19, 2006
As muletas de Sócrates
Já sabíamos que o Estado não era uma pessoa de bem, mas nunca pensámos que esse mesmo Estado fosse agora - em quadrilhas politicamente organizadas - assaltar cada uma das famílias que usa o carro para se fazer transportar.
Max Weber ensinava que o Estado organizava a violência e podia utilizá-la legitimamente porque só assim se fazia respeitar e disciplinar todas as ameaças internas e os potenciais inimigos externos. Mas esta noção não era tão elástica ao ponto de permitir que o Estado assaltasse - duma vez só - os milhões de portugueses em simultâneo. E mais, consegue a proeza de os assaltar em movimento - deixando-nos completamente indefesos...
Desta feita o ouro negro não aumentou na fonte, o que se agravou, mais uma vez, foram os impostos do Estado relativamente aos produtos petrolíferos com vista a garantir duas coisas:
1) Aumentar a receita do Estado gerido por estes socialistas de tanga e para pagar os elevados ordenados aos amigalhaços da CGD e demais instituições para onde são acomodados os amigos da partido da Rosa;
2) Ajustar o défice que não se consegue estabilizar por via da racionalização das despesas públicas e da reorganização dos serviços na Administração Pública.
3) Pagar os lucros cessantes às empresas concessionárias como a Brisa - que assim vendem menos bilhetes de portagem - e o Estado tem de compensar essas falhas de mercado ao grupo Mello que as explora.
Vnha de Montargil para Ponte de Sôr e ouço na TSF um ouvinte que dizer "que votou no PS mas chama vigarista, mentiroso e aldrabão a José Sócrates".
Mesmo que ache esta linguagem excessiva, tenho de concordar com esta adjectivação, já que este Primeiro Ministro tem governado com recurso a um método: a mentira sistemática, e creio que o homem não foi eleito com base nessa catadupa de mentiras.
A não ser que ele não se sinta visado por elas só porque agora anda de muletas...
As muletas que estão a transformar os portugueses nestas batatas.
Isto é o que se chama esfolar os portugueses vivos, como se fazia aos coelhos.
Só que agora queimam-nos vivos com o petróleo.
Teremos de passar a andar com novos carros empurrados pelo vento???
Será que é desta que se fomenta uma guerra civil às portas de S. Bento - bloqueando Lisboa inteira??
Nota final: se este País não monta rapidamente uma refinaria em Sines, como advertiu no outro dia o empresário Patrick Monteiro de Barros - os portugueses bem se podem mudar todos para Espanha e pagar os nossos impostos lá...
Compensa.
Doravante, sempre que vejo Sócrates aparecem-me sempre duas imagens: a dos portugueses a serem queimados vivos com petróleo acompanhados da metáfora aqui de baixo - transformando as nossas cabeças em batatas maceradas.
Votem mais no PS...
Elejam a mentira como método de fazer política.
Portugal está em regime de autodestruição acelerada.
P.S. No caso da água contaminada no nosso munícipio o caso é igual.
Pedro Manuel
Max Weber ensinava que o Estado organizava a violência e podia utilizá-la legitimamente porque só assim se fazia respeitar e disciplinar todas as ameaças internas e os potenciais inimigos externos. Mas esta noção não era tão elástica ao ponto de permitir que o Estado assaltasse - duma vez só - os milhões de portugueses em simultâneo. E mais, consegue a proeza de os assaltar em movimento - deixando-nos completamente indefesos...
Desta feita o ouro negro não aumentou na fonte, o que se agravou, mais uma vez, foram os impostos do Estado relativamente aos produtos petrolíferos com vista a garantir duas coisas:
1) Aumentar a receita do Estado gerido por estes socialistas de tanga e para pagar os elevados ordenados aos amigalhaços da CGD e demais instituições para onde são acomodados os amigos da partido da Rosa;
2) Ajustar o défice que não se consegue estabilizar por via da racionalização das despesas públicas e da reorganização dos serviços na Administração Pública.
3) Pagar os lucros cessantes às empresas concessionárias como a Brisa - que assim vendem menos bilhetes de portagem - e o Estado tem de compensar essas falhas de mercado ao grupo Mello que as explora.
Vnha de Montargil para Ponte de Sôr e ouço na TSF um ouvinte que dizer "que votou no PS mas chama vigarista, mentiroso e aldrabão a José Sócrates".
Mesmo que ache esta linguagem excessiva, tenho de concordar com esta adjectivação, já que este Primeiro Ministro tem governado com recurso a um método: a mentira sistemática, e creio que o homem não foi eleito com base nessa catadupa de mentiras.
A não ser que ele não se sinta visado por elas só porque agora anda de muletas...
As muletas que estão a transformar os portugueses nestas batatas.
Isto é o que se chama esfolar os portugueses vivos, como se fazia aos coelhos.
Só que agora queimam-nos vivos com o petróleo.
Teremos de passar a andar com novos carros empurrados pelo vento???
Será que é desta que se fomenta uma guerra civil às portas de S. Bento - bloqueando Lisboa inteira??
Nota final: se este País não monta rapidamente uma refinaria em Sines, como advertiu no outro dia o empresário Patrick Monteiro de Barros - os portugueses bem se podem mudar todos para Espanha e pagar os nossos impostos lá...
Compensa.
Doravante, sempre que vejo Sócrates aparecem-me sempre duas imagens: a dos portugueses a serem queimados vivos com petróleo acompanhados da metáfora aqui de baixo - transformando as nossas cabeças em batatas maceradas.
Votem mais no PS...
Elejam a mentira como método de fazer política.
Portugal está em regime de autodestruição acelerada.
P.S. No caso da água contaminada no nosso munícipio o caso é igual.
Pedro Manuel
A Hora da Mudança
Domingo os Portugueses vão ás urnas escolher o futuro Presidente da Républica, trata-se da última eleição de um ciclo eleitoral frenético de dezoito meses. Para uma democracia que se diz ocidental é obra! A verdade é que nestas eleições está em causa a escolha do futuro Chefe de Estado, para os anos decisivos que se avizinham. Sou daqueles que consideram que estas eleições estão revestidas de enorme importância e que a decisão que delas emanar será determinante para os futuro das novas gerações.
A verdade é que, salvo lúcidos momentos na nossa história contemporânea, Portugal nunca se conseguiu afirmar como um país moderno e desenvolvido. Sempre vivemos rodeados de uma cultura de facilitismo, populismo, íntriga, conspiração e mesquinhez que nos impossibilitaram de encetar um rumo uniforme e capaz de nos colocar ao serviço de uma justiça social equilíbrada, de um progresso económico e de uma evolução cultural e social.
Parece que a nossa mentalidade colectiva, nunca se alheou de um certo mito provincianista periférico e sebastiânico. Nunca tivemos um Chefe de Estado catalizador e mobilizador de energias, capaz de sair do pedestral do elitismo político, do conforto palaciano de Belém, dos salões aburguesados da capital. Nenhum deles soube, para além de umas pomposas presidências abertas, compreender as verdadeiras necessidades de todos em torno dessa realidade que o país atravessa e de definir uma linha concertada de consenso nacional.
Eu vou votar Cavaco Silva. Não por ter sido um bom ministro das finanças e primeiro-ministro ou um excelente líder partidário, eu vou votar Cavaco Silva, porque acho que é o único dos seis candidatos com uma visão de futuro, com carisma e personalidade vincada e capaz de puxar por todos os Portugueses no sentido de um rumo que até agora nos tem faltado.
Não se trata de ser de esquerda ou de direita, trata-se de compreender a realidade e de saber que este é o momento certo e indubitavélmente uma das últimas oportunidades para apanharmos o comboio do desenvolvimento, prosperidade e modernidade.
Confesso que para além do melhor candidato, Cavaco é também um modelo, que qualquer Português deve seguir, quer de humildade, quer de coragem, esforço e delicação. Bem sei, que se este não fosse um momento de profunda necessidade, Cavaco não se canditaria. Cavaco não depende da política, nem dos seus privilégios desmesurados, Cavaco não precisa da ribalta nem da idolatria.
É com os olhos no futuro, naquilo que queremos para a nossa entidade colectiva que todos devemos ir votar. Esta é a hora, de deixarmos os nossos preconceitos, ideologias ,e egoísmos partidários e de nos unirmos todos em torno dessa causa tão nobre que é Portugal !
« Porque, meus amigos, a política não é uma viagem de recreio, é uma coisa muito séria que, quando levada com honestidade, é um serviço que se presta á comunidade, muitas vezes à custa de grandes sacrifícios» Anibal Cavaco Silva, 19 de Maio de 1985
Martinho
A verdade é que, salvo lúcidos momentos na nossa história contemporânea, Portugal nunca se conseguiu afirmar como um país moderno e desenvolvido. Sempre vivemos rodeados de uma cultura de facilitismo, populismo, íntriga, conspiração e mesquinhez que nos impossibilitaram de encetar um rumo uniforme e capaz de nos colocar ao serviço de uma justiça social equilíbrada, de um progresso económico e de uma evolução cultural e social.
Parece que a nossa mentalidade colectiva, nunca se alheou de um certo mito provincianista periférico e sebastiânico. Nunca tivemos um Chefe de Estado catalizador e mobilizador de energias, capaz de sair do pedestral do elitismo político, do conforto palaciano de Belém, dos salões aburguesados da capital. Nenhum deles soube, para além de umas pomposas presidências abertas, compreender as verdadeiras necessidades de todos em torno dessa realidade que o país atravessa e de definir uma linha concertada de consenso nacional.
Eu vou votar Cavaco Silva. Não por ter sido um bom ministro das finanças e primeiro-ministro ou um excelente líder partidário, eu vou votar Cavaco Silva, porque acho que é o único dos seis candidatos com uma visão de futuro, com carisma e personalidade vincada e capaz de puxar por todos os Portugueses no sentido de um rumo que até agora nos tem faltado.
Não se trata de ser de esquerda ou de direita, trata-se de compreender a realidade e de saber que este é o momento certo e indubitavélmente uma das últimas oportunidades para apanharmos o comboio do desenvolvimento, prosperidade e modernidade.
Confesso que para além do melhor candidato, Cavaco é também um modelo, que qualquer Português deve seguir, quer de humildade, quer de coragem, esforço e delicação. Bem sei, que se este não fosse um momento de profunda necessidade, Cavaco não se canditaria. Cavaco não depende da política, nem dos seus privilégios desmesurados, Cavaco não precisa da ribalta nem da idolatria.
É com os olhos no futuro, naquilo que queremos para a nossa entidade colectiva que todos devemos ir votar. Esta é a hora, de deixarmos os nossos preconceitos, ideologias ,e egoísmos partidários e de nos unirmos todos em torno dessa causa tão nobre que é Portugal !
« Porque, meus amigos, a política não é uma viagem de recreio, é uma coisa muito séria que, quando levada com honestidade, é um serviço que se presta á comunidade, muitas vezes à custa de grandes sacrifícios» Anibal Cavaco Silva, 19 de Maio de 1985
Martinho
UM ÚNICO CANDIDATO
A vitória categórica e esmagadora de Cavaco Silva na primeira volta das eleições presidenciais é um sinal animador de que Portugal, finalmente, atingiu a maioridade democrática e que já não tem medo dos papões e fantasmas com que a sua velha ama (leia-se Mário Soares) o quer obrigar a comer a sopa (leia-se a reelegê-lo Presidente).
Nestas eleições, quer se queira, quer não, há apenas um candidato presidencial: Cavaco Silva. Todos os outros são anti-candidato presidencial.
Ora, o tempo em que o povo português engolia tudo o que lhe impingiam à conta do papão do fascismo já lá vai. Hoje, felizmente, o povo português já cresceu o suficiente para perceber que o Homem-Do-Saco-Que-Leva-Os-Meninos-Que-Não-Comem-A-Sopa não só não existe como tem servido apenas de estratagema para nos caçarem o voto, à falta de melhores argumentos.
Além disso, a argumentação dos diferentes “anti-candidato presidencial Cavaco Silva”, de tão contraditória, chega a ser ridícula.
Para Mário Soares, o Presidente da República não tem, praticamente, poder nenhum. É apenas um árbitro que mal pode usar o apito. Ora, se assim é, nem se percebe por que razão é tão importante impedir a vitória de quem quer que seja, nem tão pouco por que decidiu voltar a candidatar-se aos 81 anos. Se o Presidente não aquece, nem arrefece…
Mas o que mais me choca em Mário Soares é a sua hipocrisia. Há um ano, aquando das eleições no PS, disse e escreveu, no Expresso e na Visão, o pior de José Sócrates, tentando mobilizar o partido contra este. Nessa altura, quando se perfilava a candidatura de Guterres à Presidência da República, Cavaco da Silva era, para Mário Soares, um excelente candidato e um homem cheio de qualidades para o cargo. A partir do momento em que passou a ser candidato, José Sócrates passou a ser um óptimo primeiro-ministro e um grande estadista e Cavaco Silva o diabo em pessoa que só sabe de Economia e mal.
Para uns, isto é política. Para outros (para aqueles que têm da política uma visão mais nobre), isto é cinismo e hipocrisia. E para outros, mais condescendentes com a idade do candidato, isto é apenas o reflexo natural da sua idade. Em boa verdade não partilho deste último ponto de vista, se bem que Mário Soares pareça muitas vezes estar a reeditar combates da sua juventude que, mantendo-se ainda bem vivos na sua memória, não têm qualquer correspondência no mundo em que vivemos. E este desfasamento da realidade é, de certa forma, próprio de uma pessoa da sua idade. Aliás, foi o próprio Mário Soares a invocar a razão da idade para mostrar a sua discordância pela eleição do novo papa Bento XVI que, por sinal, é mais novo do que ele. E foi também Mário Soares, na sua recente entrevista ao Expresso, que pôs a hipótese de renunciar se sentisse que estava a perder as suas faculdades mentais. Ou seja, o próprio Mário Soares reconhece que essa é uma hipótese a considerar, tendo em conta a sua avançada idade. Sendo certo que não é fácil, depois de perdidas as faculdades mentais, uma pessoa reconhecer que as perdeu.
Por sua vez, para os outros candidatos, a luta contra Cavaco Silva é a luta contra a direita. Acontece que a única coisa que distingue os candidatos de esquerda de Cavaco Silva é, apenas e tão-só, o facto de eles se intitularem de esquerda. Porque, quanto ao resto, analisados os programas e escutadas as suas intervenções, todos os candidatos vão, afinal, fazer o mesmo.
Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã conseguem, no entanto, atingir o cúmulo do contorcionismo político, na medida em que pretendem convencer o eleitorado de que votar contra as políticas do Governo de José Sócrates é eleger, na segunda volta, o candidato de esquerda Mário Soares que é precisamente o candidato apoiado por José Sócrates, pelo PS e pelos governantes socialistas e aquele que maior apoio promete ao Governo socialista. Como diria Jorge Palma: «Deixa-me rir!».
Felizmente, o povo português já começou a perceber que não são os rótulos que fazem as pessoas. Pessoas boas, competentes, sérias, solidárias e leais, assim como pessoas más, incompetentes, oportunistas, interesseiras, egoístas e desleais, existem em todo o lado e em todos os partidos. Lá vai o tempo em que bastava rotular uma pessoa de esquerda para transformar qualquer sapo num príncipe encantado ou rotular uma pessoa de direita para cobrir de lepra a pessoa mais extraordinária.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Nestas eleições, quer se queira, quer não, há apenas um candidato presidencial: Cavaco Silva. Todos os outros são anti-candidato presidencial.
Ora, o tempo em que o povo português engolia tudo o que lhe impingiam à conta do papão do fascismo já lá vai. Hoje, felizmente, o povo português já cresceu o suficiente para perceber que o Homem-Do-Saco-Que-Leva-Os-Meninos-Que-Não-Comem-A-Sopa não só não existe como tem servido apenas de estratagema para nos caçarem o voto, à falta de melhores argumentos.
Além disso, a argumentação dos diferentes “anti-candidato presidencial Cavaco Silva”, de tão contraditória, chega a ser ridícula.
Para Mário Soares, o Presidente da República não tem, praticamente, poder nenhum. É apenas um árbitro que mal pode usar o apito. Ora, se assim é, nem se percebe por que razão é tão importante impedir a vitória de quem quer que seja, nem tão pouco por que decidiu voltar a candidatar-se aos 81 anos. Se o Presidente não aquece, nem arrefece…
Mas o que mais me choca em Mário Soares é a sua hipocrisia. Há um ano, aquando das eleições no PS, disse e escreveu, no Expresso e na Visão, o pior de José Sócrates, tentando mobilizar o partido contra este. Nessa altura, quando se perfilava a candidatura de Guterres à Presidência da República, Cavaco da Silva era, para Mário Soares, um excelente candidato e um homem cheio de qualidades para o cargo. A partir do momento em que passou a ser candidato, José Sócrates passou a ser um óptimo primeiro-ministro e um grande estadista e Cavaco Silva o diabo em pessoa que só sabe de Economia e mal.
Para uns, isto é política. Para outros (para aqueles que têm da política uma visão mais nobre), isto é cinismo e hipocrisia. E para outros, mais condescendentes com a idade do candidato, isto é apenas o reflexo natural da sua idade. Em boa verdade não partilho deste último ponto de vista, se bem que Mário Soares pareça muitas vezes estar a reeditar combates da sua juventude que, mantendo-se ainda bem vivos na sua memória, não têm qualquer correspondência no mundo em que vivemos. E este desfasamento da realidade é, de certa forma, próprio de uma pessoa da sua idade. Aliás, foi o próprio Mário Soares a invocar a razão da idade para mostrar a sua discordância pela eleição do novo papa Bento XVI que, por sinal, é mais novo do que ele. E foi também Mário Soares, na sua recente entrevista ao Expresso, que pôs a hipótese de renunciar se sentisse que estava a perder as suas faculdades mentais. Ou seja, o próprio Mário Soares reconhece que essa é uma hipótese a considerar, tendo em conta a sua avançada idade. Sendo certo que não é fácil, depois de perdidas as faculdades mentais, uma pessoa reconhecer que as perdeu.
Por sua vez, para os outros candidatos, a luta contra Cavaco Silva é a luta contra a direita. Acontece que a única coisa que distingue os candidatos de esquerda de Cavaco Silva é, apenas e tão-só, o facto de eles se intitularem de esquerda. Porque, quanto ao resto, analisados os programas e escutadas as suas intervenções, todos os candidatos vão, afinal, fazer o mesmo.
Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã conseguem, no entanto, atingir o cúmulo do contorcionismo político, na medida em que pretendem convencer o eleitorado de que votar contra as políticas do Governo de José Sócrates é eleger, na segunda volta, o candidato de esquerda Mário Soares que é precisamente o candidato apoiado por José Sócrates, pelo PS e pelos governantes socialistas e aquele que maior apoio promete ao Governo socialista. Como diria Jorge Palma: «Deixa-me rir!».
Felizmente, o povo português já começou a perceber que não são os rótulos que fazem as pessoas. Pessoas boas, competentes, sérias, solidárias e leais, assim como pessoas más, incompetentes, oportunistas, interesseiras, egoístas e desleais, existem em todo o lado e em todos os partidos. Lá vai o tempo em que bastava rotular uma pessoa de esquerda para transformar qualquer sapo num príncipe encantado ou rotular uma pessoa de direita para cobrir de lepra a pessoa mais extraordinária.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
terça-feira, janeiro 17, 2006
Só eu sei porque não fico em casa!
No próximo Domingo, Portugal vai a votos para eleger o nosso próximo Presidente. Para os jovens que hoje têm á volta de 20 anos, este vai ser o Presidente que nos vai acompanhar durante a entrada no mundo de trabalho, o Presidente do início da vida adulta, vai ser o nosso Presidente. Quando formos Domingo exercer o nosso dever e direiro de voto para a eleição do mais alto representante da Nação, não é só mais uma eleição. Esta é a Eleição! É a eleição do melhor português para representar Portugal.
Para esta eleição temos duas pessoas, dois estilos, duas personalidades. De um lado temos o "menino" de bem, que envelheceu mas não deixou de ser mimado. Faz birras, é trapalhão, anda sempre á procura da CHUCHA. Tem um ar bonacheirão, simpático, com uma certa piada, a imagem típica de um avô já reformado que gosta de mimar os netos. Soares é o avô que todas as crianças queriam ter...Em contraposição temos um homem com sentido e pose de Estado, credênciado em toda a Europa,"frio e duro", como Jerónimo Sousa constantemente refere acerca de Cavaco Silva, mas o que ele não consegue perceber é que no próximo Domingo não vamos votar em cremes quentes e suaves para o rosto, mas sim o nosso próximo Presidente.
"Eu não falo com vocês!" Diz Mário Soares aos jornalistas. Diz que estão do lado de Cavaco. Mas a razão da birra não é essa, a birra é por não estarem do lado dele.
Também não estão do lado de Cavaco. É ouvi-los na televisão a dizer que os jantares-comícios não estão cheios nas salas para 4 mil pagantes. É verdade se considerarem a cadeira de Cavaco vazia quando ele não lá está sentado. Logo de seguida mostram um jantar-comício gratuito de Soares para 500 pessoas. Casa Cheia!
Existe também uma certa irritação dos jornalistas e de Soares quando alguém do CDS-PP (sim, Dr. Soares, o CDS é o mesmo que o PP, e não, Dr. Soares, Ribeiro e Castro não é deputado do PS, é o presidente do CDS-PP) ou do PSD quando manifesta apoio a Cavaco. Sacrilégio!!! Não podem, não podem, não podem! Mas do outro lado vemos Sócrates e sua brigado do reumático a apelarem ao voto em Soares.( Estou para ver Soares a apelar o voto em si mesmo no dia das eleições...que hábito!)
Soares apela ao voto de toda a esquerda para derrubar Cavaco. Cavaco apela ao voto de todos os portugueses para um Portugal maior!
No próximo Domingo vamos todos votar em Cavaco Silva, vamos todos votar por Portugal!
Gonçalo Godinho e Santos
Para esta eleição temos duas pessoas, dois estilos, duas personalidades. De um lado temos o "menino" de bem, que envelheceu mas não deixou de ser mimado. Faz birras, é trapalhão, anda sempre á procura da CHUCHA. Tem um ar bonacheirão, simpático, com uma certa piada, a imagem típica de um avô já reformado que gosta de mimar os netos. Soares é o avô que todas as crianças queriam ter...Em contraposição temos um homem com sentido e pose de Estado, credênciado em toda a Europa,"frio e duro", como Jerónimo Sousa constantemente refere acerca de Cavaco Silva, mas o que ele não consegue perceber é que no próximo Domingo não vamos votar em cremes quentes e suaves para o rosto, mas sim o nosso próximo Presidente.
"Eu não falo com vocês!" Diz Mário Soares aos jornalistas. Diz que estão do lado de Cavaco. Mas a razão da birra não é essa, a birra é por não estarem do lado dele.
Também não estão do lado de Cavaco. É ouvi-los na televisão a dizer que os jantares-comícios não estão cheios nas salas para 4 mil pagantes. É verdade se considerarem a cadeira de Cavaco vazia quando ele não lá está sentado. Logo de seguida mostram um jantar-comício gratuito de Soares para 500 pessoas. Casa Cheia!
Existe também uma certa irritação dos jornalistas e de Soares quando alguém do CDS-PP (sim, Dr. Soares, o CDS é o mesmo que o PP, e não, Dr. Soares, Ribeiro e Castro não é deputado do PS, é o presidente do CDS-PP) ou do PSD quando manifesta apoio a Cavaco. Sacrilégio!!! Não podem, não podem, não podem! Mas do outro lado vemos Sócrates e sua brigado do reumático a apelarem ao voto em Soares.( Estou para ver Soares a apelar o voto em si mesmo no dia das eleições...que hábito!)
Soares apela ao voto de toda a esquerda para derrubar Cavaco. Cavaco apela ao voto de todos os portugueses para um Portugal maior!
No próximo Domingo vamos todos votar em Cavaco Silva, vamos todos votar por Portugal!
Gonçalo Godinho e Santos
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Uma da Campanha de Alegre
Sejamos francos: quem é que nunca teve vontade de chamar "azedo" a Louçã, como Alegre chamou? Quem é que nunca quis dizer, alto e bom som, que ele parece um "director espiritual"? Quem é que nunca pensou, por um momento sequer, que ele anda mesmo "aos tostões"?
Louçã sentiu-se insultado. Acho bem. Quem é que não se sentiria insultado se lhe chamassem "azedo"? Quem é que não se sentiria insultado se lhe chamassem "director espiritual"? Quem é que não se sentiria insultado se lhe atirassem à cara que anda "aos tostões"?
Obrigado a Alegre e a Louçã por terem feito o que Cavaco nunca poderá fazer.
in http://www.pulo-do-lobo.blogspot.com/
Louçã sentiu-se insultado. Acho bem. Quem é que não se sentiria insultado se lhe chamassem "azedo"? Quem é que não se sentiria insultado se lhe chamassem "director espiritual"? Quem é que não se sentiria insultado se lhe atirassem à cara que anda "aos tostões"?
Obrigado a Alegre e a Louçã por terem feito o que Cavaco nunca poderá fazer.
in http://www.pulo-do-lobo.blogspot.com/
A Presidência da Esquerda
A partir de 1986, a eleição de um novo presidente foi sempre um momento de bipolarização, opondo geralmente antigos líderes de partidos da direita a antigos líderes de partidos da esquerda. Em 1986 e 1996, os partidos de esquerda elegeram dois ex-líderes do PS em confrontos cerrados entre a esquerda e a direita. Depois, reelegeram-nos, em 1991 e em 2001, com largas maiorias, quase sem oposição, em eleições com abstenção elevada. Estas reeleições não nos devem enganar. Nenhum dos presidentes abusou da constituição ou se deixou identificar descaradamente com um partido, mas nenhum foi também verdadeiramente neutro ou equidistante. Nos vinte anos desde 1986, a Presidência da República tornou-se o fundamento da tutela da esquerda na vida política portuguesa.
Conforme era da praxe na cultura da esquerda republicana, os presidentes da esquerda recusaram o presidencialismo. Repetidamente, renunciaram a tentar governar, ou sequer a subordinar o governo à sua orientação – ambições que a Constituição, de qualquer maneira, não lhes consentia. Mário Soares (1986-1996) fez questão de despojar a presidência de quaisquer fumos eanistas. O poder estava nos partidos parlamentares. Não desejava um partido do presidente. A sua Presidência seria apenas uma “magistratura de influência”, moderadora e moderada (no uso do veto e da dissolução), à volta de temas consensuais: “prestígio de Portugal no mundo”; “projecto europeu”; e Timor. Jorge Sampaio (desde 1996), pelo seu lado, prometeu discutir apenas “valores”, sem se atrever a sugerir “políticas concretas”. O presidente, segundo Sampaio, devia limitar-se a recolher e disseminar “informação”; a “decisão” era com o governo. Tudo isto era credível, vindo de um intelectual da esquerda e assessor jurídico, que toda a vida fizera precisamente isso. Com ele, a Presidência seria apenas uma advocacia pacífica.
Isso não os impediu, porém, de controlar a governação. Nunca se conformaram com a ideia de que lhes competia apenas fiscalizar formalidades constitucionais, nem jamais admitiram comportar-se como um órgão de poder dependente do Parlamento. Ao contrário da velha tradição de intolerância da esquerda republicana tiveram de aceitar governos de direita, saídos de eleições legislativas finalmente, depois de 1976, eficientes para produzirem rotações no poder. Os presidentes prestaram-se a colaborar lealmente com os governos, mas não abdicaram de lhes apontar determinados fins, em nome dos quais os foram criticando em declarações públicas ou através do uso do poder de vetar leis. Assim, entre 1986 e 2006, consentiram à direita que governasse frequentemente, mas apenas para alcançar certos objectivos técnicos: o crescimento da riqueza, ou o reequilíbrio das finanças. Prestaram-se a “intervir”, ameaçando com a dissolução, sempre que consideraram que a direita não podia assegurar esses resultados.
Mário Soares, uma vez eleito, desorientou a esquerda. Não dissolveu a Assembleia, onde a direita adquirira uma pequena maioria governamental. Mais tarde, recusou-se a aceitar a alternativa de um governo de socialista e eanistas, com o apoio dos comunistas. Mais do que complacência para com o chefe de governo da direita, Cavaco Silva, movia-o um ódio entranhado ao general Eanes. Desde 1991-1992, sem o perigo do eanismo e da reeleição, Soares aproveitou a mudança de ciclo económico para tentar favorecer uma mudança de ciclo governativo. Começou a denunciar o optimismo oficial e a falar da necessidade de solidariedade e justiça social. Propôs-se encontrar “grandes desígnios” para a nação, supostamente alienada pelo economicismo. Perante os escândalos denunciados pela imprensa escrita e televisão, recuperou a “honradez republicana”. Astuto, farejou uma quebra de vontade e ânimo em Cavaco Silva, e resolveu ajudar no fim do “cavaquismo”. Foi o tempo das “Presidências Abertas”, dos pedidos de fiscalização sobre a constitucionalidade das leis, e da vaga ameaça de dissolução do Parlamento. A direita, acossada, começou a falar de diminuir os poderes da Presidência, nomeadamente o de dissolver livremente o Parlamento.
Os presidentes da esquerda não foram presidentes de partido em sentido estrito, mas de uma área política na medida em que a sua interpretação dos objectivos da sociedade e possibilidades da governação coincidia com essa área política. Ou seja, os presidentes da esquerda não se limitaram a garantir a democracia, mas a concepção que a esquerda tinha da democracia, uma concepção que, aliás, contribuíram para transformar. A crise do socialismo na segunda metade da década de 1980 facilitou-lhes a vida. No caso de Soares, a esquerda não lhe exigiu que defendesse o “socialismo” quando começaram as privatizações das empresas nacionalizadas. Mas ao transformar a esquerda, fazendo-a conformar-se com alguns elementos de iniciativa privada depois dos delírios colectivistas da década de 1970, os presidentes contribuíram também para transformar as direitas. Os presidentes da esquerda não tiveram por objectivo afastar a direita do poder, mas foram fundamentais para reduzir a direita a uma condição tecnocrática, com a qual alguns líderes da direita se conformaram.
Em Dezembro de 2004, a destruição presidencial de um governo de direita com uma maioria parlamentar absoluta mostrou a ilusão do parlamentarismo no regime português. É verdade que o regime português é diferente do regime francês da V República. Mas a Constituição portuguesa permitiu também que o presidente se tornasse o actor de um golpe de estado constitucional, ao serviço de uma parte do espectro político. Viu-se em 1993-1995 e em 2004. Enquanto Guterres, com uma maioria relativa, esteve no governo, Sampaio foi de facto um presidente parlamentarista. Tudo isso deixou de ser verdade quando a direita subiu ao poder. O presidente passou então a opinar, a discordar, a censurar, a bloquear. Pouco saiu das televisões e quase nunca deixou de fornecer frases assassinas aos jornais. Na segunda metade de 2004 soube explorar a divisão nos sectores de opinião de direita para, apesar da solidez do apoio parlamentar, derrubar o governo de Santana Lopes. Mostrou assim que o presidente não tem de se reduzir a uma interpretação formal da situação política. Mostrou ainda outra coisa: que o presidente é sempre mais forte, mesmo que seja menos popular. Jorge Sampaio foi eleito na eleição para órgãos de soberania nacional menos participada desde 1975, com 49,1 por cento de abstenção. Mas o presidente eleito pelo mais pequeno número de votantes desde 1976 serviu para destruir uma maioria parlamentar que tinha tido mais votos do que ele. A escolha de 2 411 000 2 milhões e quatrocentos e onze mil eleitores nas presidenciais de 2001 foi suficiente para anular a escolha de 2 677 000 2 milhões e seiscentos e setenta e sete mil eleitores nas legislativas de 2002.
Só a submissão da direita facilitou aos presidentes da esquerda desempenharem um papel de integradores da comunidade política. Para qualquer solução política governativa, a sintonia com o presidente é pelo menos tão importante como uma maioria parlamentar. Até agora, a esquerda beneficiou disso, e daí o seu paradoxal domínio do debate político, apesar de 13 anos de governos de direita nas últimas duas décadas. O presidente não governa, mas também ninguém governa verdadeiramente sem o presidente. Um presidente serve de facto para muita coisa. A bem dizer, para tudo o que é mais fundamental.
» PARA QUE SERVE UM PRESIDENTE ?
Rui Ramos
in http://www.revista-atlantico.com.pt/
Conforme era da praxe na cultura da esquerda republicana, os presidentes da esquerda recusaram o presidencialismo. Repetidamente, renunciaram a tentar governar, ou sequer a subordinar o governo à sua orientação – ambições que a Constituição, de qualquer maneira, não lhes consentia. Mário Soares (1986-1996) fez questão de despojar a presidência de quaisquer fumos eanistas. O poder estava nos partidos parlamentares. Não desejava um partido do presidente. A sua Presidência seria apenas uma “magistratura de influência”, moderadora e moderada (no uso do veto e da dissolução), à volta de temas consensuais: “prestígio de Portugal no mundo”; “projecto europeu”; e Timor. Jorge Sampaio (desde 1996), pelo seu lado, prometeu discutir apenas “valores”, sem se atrever a sugerir “políticas concretas”. O presidente, segundo Sampaio, devia limitar-se a recolher e disseminar “informação”; a “decisão” era com o governo. Tudo isto era credível, vindo de um intelectual da esquerda e assessor jurídico, que toda a vida fizera precisamente isso. Com ele, a Presidência seria apenas uma advocacia pacífica.
Isso não os impediu, porém, de controlar a governação. Nunca se conformaram com a ideia de que lhes competia apenas fiscalizar formalidades constitucionais, nem jamais admitiram comportar-se como um órgão de poder dependente do Parlamento. Ao contrário da velha tradição de intolerância da esquerda republicana tiveram de aceitar governos de direita, saídos de eleições legislativas finalmente, depois de 1976, eficientes para produzirem rotações no poder. Os presidentes prestaram-se a colaborar lealmente com os governos, mas não abdicaram de lhes apontar determinados fins, em nome dos quais os foram criticando em declarações públicas ou através do uso do poder de vetar leis. Assim, entre 1986 e 2006, consentiram à direita que governasse frequentemente, mas apenas para alcançar certos objectivos técnicos: o crescimento da riqueza, ou o reequilíbrio das finanças. Prestaram-se a “intervir”, ameaçando com a dissolução, sempre que consideraram que a direita não podia assegurar esses resultados.
Mário Soares, uma vez eleito, desorientou a esquerda. Não dissolveu a Assembleia, onde a direita adquirira uma pequena maioria governamental. Mais tarde, recusou-se a aceitar a alternativa de um governo de socialista e eanistas, com o apoio dos comunistas. Mais do que complacência para com o chefe de governo da direita, Cavaco Silva, movia-o um ódio entranhado ao general Eanes. Desde 1991-1992, sem o perigo do eanismo e da reeleição, Soares aproveitou a mudança de ciclo económico para tentar favorecer uma mudança de ciclo governativo. Começou a denunciar o optimismo oficial e a falar da necessidade de solidariedade e justiça social. Propôs-se encontrar “grandes desígnios” para a nação, supostamente alienada pelo economicismo. Perante os escândalos denunciados pela imprensa escrita e televisão, recuperou a “honradez republicana”. Astuto, farejou uma quebra de vontade e ânimo em Cavaco Silva, e resolveu ajudar no fim do “cavaquismo”. Foi o tempo das “Presidências Abertas”, dos pedidos de fiscalização sobre a constitucionalidade das leis, e da vaga ameaça de dissolução do Parlamento. A direita, acossada, começou a falar de diminuir os poderes da Presidência, nomeadamente o de dissolver livremente o Parlamento.
Os presidentes da esquerda não foram presidentes de partido em sentido estrito, mas de uma área política na medida em que a sua interpretação dos objectivos da sociedade e possibilidades da governação coincidia com essa área política. Ou seja, os presidentes da esquerda não se limitaram a garantir a democracia, mas a concepção que a esquerda tinha da democracia, uma concepção que, aliás, contribuíram para transformar. A crise do socialismo na segunda metade da década de 1980 facilitou-lhes a vida. No caso de Soares, a esquerda não lhe exigiu que defendesse o “socialismo” quando começaram as privatizações das empresas nacionalizadas. Mas ao transformar a esquerda, fazendo-a conformar-se com alguns elementos de iniciativa privada depois dos delírios colectivistas da década de 1970, os presidentes contribuíram também para transformar as direitas. Os presidentes da esquerda não tiveram por objectivo afastar a direita do poder, mas foram fundamentais para reduzir a direita a uma condição tecnocrática, com a qual alguns líderes da direita se conformaram.
Em Dezembro de 2004, a destruição presidencial de um governo de direita com uma maioria parlamentar absoluta mostrou a ilusão do parlamentarismo no regime português. É verdade que o regime português é diferente do regime francês da V República. Mas a Constituição portuguesa permitiu também que o presidente se tornasse o actor de um golpe de estado constitucional, ao serviço de uma parte do espectro político. Viu-se em 1993-1995 e em 2004. Enquanto Guterres, com uma maioria relativa, esteve no governo, Sampaio foi de facto um presidente parlamentarista. Tudo isso deixou de ser verdade quando a direita subiu ao poder. O presidente passou então a opinar, a discordar, a censurar, a bloquear. Pouco saiu das televisões e quase nunca deixou de fornecer frases assassinas aos jornais. Na segunda metade de 2004 soube explorar a divisão nos sectores de opinião de direita para, apesar da solidez do apoio parlamentar, derrubar o governo de Santana Lopes. Mostrou assim que o presidente não tem de se reduzir a uma interpretação formal da situação política. Mostrou ainda outra coisa: que o presidente é sempre mais forte, mesmo que seja menos popular. Jorge Sampaio foi eleito na eleição para órgãos de soberania nacional menos participada desde 1975, com 49,1 por cento de abstenção. Mas o presidente eleito pelo mais pequeno número de votantes desde 1976 serviu para destruir uma maioria parlamentar que tinha tido mais votos do que ele. A escolha de 2 411 000 2 milhões e quatrocentos e onze mil eleitores nas presidenciais de 2001 foi suficiente para anular a escolha de 2 677 000 2 milhões e seiscentos e setenta e sete mil eleitores nas legislativas de 2002.
Só a submissão da direita facilitou aos presidentes da esquerda desempenharem um papel de integradores da comunidade política. Para qualquer solução política governativa, a sintonia com o presidente é pelo menos tão importante como uma maioria parlamentar. Até agora, a esquerda beneficiou disso, e daí o seu paradoxal domínio do debate político, apesar de 13 anos de governos de direita nas últimas duas décadas. O presidente não governa, mas também ninguém governa verdadeiramente sem o presidente. Um presidente serve de facto para muita coisa. A bem dizer, para tudo o que é mais fundamental.
» PARA QUE SERVE UM PRESIDENTE ?
Rui Ramos
in http://www.revista-atlantico.com.pt/
domingo, janeiro 15, 2006
A arrogância esquerdista e a brigada da birra
Estas eleições estão decididas. Há 2 anos, pelo menos. Vai ganhar um candidato que, em Portugal, é conotado com a Direita. As esquerdas sabem que não vão vencer. E as esquerdas, quando perdem, revelam todo o seu mau feitio. As ideologias são sempre birrentas.
É para isto que serve esta campanha: para vermos ao vivo e a cores as entranhas arrogantes das esquerdas. E é inquietante ver todos os dias esta imaturidade democrática. Os candidatos de esquerda – todos e sem excepção - julgam-se senhores do país, julgam-se senhores das instituições. Os nossos esquerdistas fazem lembrar os aristocratas de séculos passados: acham que têm o direito divino à governação. O poder é deles. E não suportam que um membro da “plebe” (leia-se: direita) assuma o comando. É anti-natura, pensam.
Soares diz várias vezes: “mas Ele não fala da globalização”. Errado. Cavaco falou da globalização. Não falou da mesma forma que Soares, mas falou. Deu à globalização uma entoação positiva. Mas, para Soares, falar da globalização é sinónimo de criticar a globalização. Nenhuma pessoa de bem pode encontrar coisas positivas nessa coisa que anda a americanizar o mundo. Logo, Cavaco é inferior, é inculto. A esquerda sempre usou este mecanismo: apelida de inculto aqueles que discordam da “cultura” de esquerda.
E Cavaco ousou não falar do disparate da moda: a “cidadania global”. Quem diria? É sinal de que Cavaco sabe de uma coisa muito simples: uma eleição local tem legitimidade; uma demonstração de rua ao abrigo dos termos “cidadania global” ou “opinião pública mundial” não tem qualquer legitimidade. A não ser que a Rua tenha mais importância que a Urna.
Jerónimo de Sousa prefere falar em interesses obscuros. A forma como Jerónimo fala dos “ricos” faz lembrar a forma como os jacobinos falavam dos nobres: gente sem dignidade, gente a esmagar sem misericórdia. “Os homens do dinheiro”, isto é, os perversos desumanos que sugam as energias do povo. Este “homens do dinheiro” não é um ataque político. É uma recusa pessoal e ética.
Mas o pior chegará na noite de 22. Vai ser um festival de birra. Vão falar de uma investida obscura, de conspiração jornalística. Vão dizer que o povo foi enganado. Outra velha arma: o povo, quando não escolhe a esquerda, vive em “falsa consciência”. A boa consciência, a consciência genuína só aparece quando a esquerda vence.
A campanha não serviu para nada, diz-se. Discordo. Serviu para revelar que a Democracia é uma ameaça para a patrulha da birra ideológica.
[Henrique Raposo]
in http://www.oacidental.blogspot.com/
É para isto que serve esta campanha: para vermos ao vivo e a cores as entranhas arrogantes das esquerdas. E é inquietante ver todos os dias esta imaturidade democrática. Os candidatos de esquerda – todos e sem excepção - julgam-se senhores do país, julgam-se senhores das instituições. Os nossos esquerdistas fazem lembrar os aristocratas de séculos passados: acham que têm o direito divino à governação. O poder é deles. E não suportam que um membro da “plebe” (leia-se: direita) assuma o comando. É anti-natura, pensam.
Soares diz várias vezes: “mas Ele não fala da globalização”. Errado. Cavaco falou da globalização. Não falou da mesma forma que Soares, mas falou. Deu à globalização uma entoação positiva. Mas, para Soares, falar da globalização é sinónimo de criticar a globalização. Nenhuma pessoa de bem pode encontrar coisas positivas nessa coisa que anda a americanizar o mundo. Logo, Cavaco é inferior, é inculto. A esquerda sempre usou este mecanismo: apelida de inculto aqueles que discordam da “cultura” de esquerda.
E Cavaco ousou não falar do disparate da moda: a “cidadania global”. Quem diria? É sinal de que Cavaco sabe de uma coisa muito simples: uma eleição local tem legitimidade; uma demonstração de rua ao abrigo dos termos “cidadania global” ou “opinião pública mundial” não tem qualquer legitimidade. A não ser que a Rua tenha mais importância que a Urna.
Jerónimo de Sousa prefere falar em interesses obscuros. A forma como Jerónimo fala dos “ricos” faz lembrar a forma como os jacobinos falavam dos nobres: gente sem dignidade, gente a esmagar sem misericórdia. “Os homens do dinheiro”, isto é, os perversos desumanos que sugam as energias do povo. Este “homens do dinheiro” não é um ataque político. É uma recusa pessoal e ética.
Mas o pior chegará na noite de 22. Vai ser um festival de birra. Vão falar de uma investida obscura, de conspiração jornalística. Vão dizer que o povo foi enganado. Outra velha arma: o povo, quando não escolhe a esquerda, vive em “falsa consciência”. A boa consciência, a consciência genuína só aparece quando a esquerda vence.
A campanha não serviu para nada, diz-se. Discordo. Serviu para revelar que a Democracia é uma ameaça para a patrulha da birra ideológica.
[Henrique Raposo]
in http://www.oacidental.blogspot.com/
sexta-feira, janeiro 13, 2006
A ESQUERDA COR-DE-ROSA
Segundo o «Expresso», há um milhão de portugueses homossexuais. Francamente, fiquei surpreendido com o número, até porque julgava que se tratava já dum grupo largamente maioritário, capaz de suplantar mesmo o dos seis milhões de benfiquistas, tendo em conta o seu peso, designadamente, na comunicação social. Afinal, parece que há mais de 90% de portugueses que são heterossexuais...
No entanto, quando se pergunta aos candidatos presidenciais, se são a favor ou contra os casamentos de homossexuais, não há um único que seja capaz de representar o sentir da maioria. Mário Soares, Louçã, Jerónimo e Alegre são a favor e Cavaco fica-se por um talvez. E isto é preocupante. Porque uma coisa é o respeito pelas minorias, outra coisa completamente diferente é não haver sequer um candidato presidencial capaz de defender os valores e a concepção do mundo da maioria.
Com efeito, ao contrário do que nos querem fazer crer, a defesa dos casamentos dos homossexuais não tem nada a ver com igualdade de direitos, mas com valores e diferentes concepções do mundo. Porque, se se tratasse apenas de uma questão de igualdade de direitos, então também se teria de legalizar o casamento polígamo, bissexual e, já agora, com o cãozinho, a ovelha ou a porca para que ninguém se sinta discriminado. Defender a liberdade sexual e que ninguém seja discriminado pelas suas preferências ou tendências sexuais não obriga, nem à destruição, nem à subversão das nossas instituições tradicionais.
A este propósito não posso deixar de transcrever a parte final do artigo intitulado «Revolução Cultural» que João Carlos Espada publicou, há dois anos, no jornal «Expresso»:
«Depois do fracasso do colectivismo em economia, um programa de revolução cultural começou a emergir nos mesmos sectores que antes apoiaram o colectivismo igualitário contra as sociedades liberais. Este programa de revolução cultural assenta num paradoxo: em nome de uma alegada liberdade sem entrave, ele procura impor à maioria das pessoas uma mundovisão cultural que é contrária ao que a maioria das pessoas espontaneamente pensa. Essa revolução cultural ataca o casamento, defende a homossexualidade, propõe a legalização das drogas e da eutanásia, e sustenta que o aborto deve ser entendido mais ou menos como a extracção de um dente.
Irving Kristol propõe um teste muito simples para saber se as pessoas comuns realmente concordam com isto: basta perguntar-lhes se é isso que ensinam aos seus filhos ou aos seus netos. Na maioria dos casos não é.
Então, se não é, como se explica que não exista na comunicação social, na “intelligentsia” e nos partidos políticos um movimento mais vocal em defesa daquilo que as pessoas ensinam aos filhos?
A resposta, explica Kristol, é que existe um clima de intimidação cultural contra tudo o que fazemos espontaneamente há muitas gerações. Todas as tradições estão sob suspeita e esse é o programa da revolução cultural».
Ora, quando até o próprio Cavaco Silva se sente inibido de responder peremptoriamente «Não» à pergunta relativa aos casamentos homossexuais, tal só pode significar que a democracia, tal como nós no ocidente a concebemos, está hoje em crise absoluta, na medida em que ninguém se sente com coragem para representar e defender o espaço cultural da maioria. Na verdade que democracia é esta onde os valores e a concepção do mundo da maioria não estão sequer representados ou não podem ser defendidos abertamente por um candidato?
Mas o que ainda se torna mais revoltante nesta ofensiva da esquerda cor-de-rosa contra a família tradicional é a campanha diária levada a cabo por todos os órgãos de comunicação social de promoção da homossexualidade, fazendo-nos crer, através de reportagens, concursos, artigos pseudo-científicos e de opinião, programas de variedades, telenovelas, etc. que o bom gosto, o requinte, a sensibilidade artística, o charme, a inteligência, a educação e a modernidade são um exclusivo dos homossexuais. E começa já a haver mesmo pessoas com vergonha de assumir a sua heterossexualidade com receio de que isso as desqualifique ou que as considerem uns burgessos.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
No entanto, quando se pergunta aos candidatos presidenciais, se são a favor ou contra os casamentos de homossexuais, não há um único que seja capaz de representar o sentir da maioria. Mário Soares, Louçã, Jerónimo e Alegre são a favor e Cavaco fica-se por um talvez. E isto é preocupante. Porque uma coisa é o respeito pelas minorias, outra coisa completamente diferente é não haver sequer um candidato presidencial capaz de defender os valores e a concepção do mundo da maioria.
Com efeito, ao contrário do que nos querem fazer crer, a defesa dos casamentos dos homossexuais não tem nada a ver com igualdade de direitos, mas com valores e diferentes concepções do mundo. Porque, se se tratasse apenas de uma questão de igualdade de direitos, então também se teria de legalizar o casamento polígamo, bissexual e, já agora, com o cãozinho, a ovelha ou a porca para que ninguém se sinta discriminado. Defender a liberdade sexual e que ninguém seja discriminado pelas suas preferências ou tendências sexuais não obriga, nem à destruição, nem à subversão das nossas instituições tradicionais.
A este propósito não posso deixar de transcrever a parte final do artigo intitulado «Revolução Cultural» que João Carlos Espada publicou, há dois anos, no jornal «Expresso»:
«Depois do fracasso do colectivismo em economia, um programa de revolução cultural começou a emergir nos mesmos sectores que antes apoiaram o colectivismo igualitário contra as sociedades liberais. Este programa de revolução cultural assenta num paradoxo: em nome de uma alegada liberdade sem entrave, ele procura impor à maioria das pessoas uma mundovisão cultural que é contrária ao que a maioria das pessoas espontaneamente pensa. Essa revolução cultural ataca o casamento, defende a homossexualidade, propõe a legalização das drogas e da eutanásia, e sustenta que o aborto deve ser entendido mais ou menos como a extracção de um dente.
Irving Kristol propõe um teste muito simples para saber se as pessoas comuns realmente concordam com isto: basta perguntar-lhes se é isso que ensinam aos seus filhos ou aos seus netos. Na maioria dos casos não é.
Então, se não é, como se explica que não exista na comunicação social, na “intelligentsia” e nos partidos políticos um movimento mais vocal em defesa daquilo que as pessoas ensinam aos filhos?
A resposta, explica Kristol, é que existe um clima de intimidação cultural contra tudo o que fazemos espontaneamente há muitas gerações. Todas as tradições estão sob suspeita e esse é o programa da revolução cultural».
Ora, quando até o próprio Cavaco Silva se sente inibido de responder peremptoriamente «Não» à pergunta relativa aos casamentos homossexuais, tal só pode significar que a democracia, tal como nós no ocidente a concebemos, está hoje em crise absoluta, na medida em que ninguém se sente com coragem para representar e defender o espaço cultural da maioria. Na verdade que democracia é esta onde os valores e a concepção do mundo da maioria não estão sequer representados ou não podem ser defendidos abertamente por um candidato?
Mas o que ainda se torna mais revoltante nesta ofensiva da esquerda cor-de-rosa contra a família tradicional é a campanha diária levada a cabo por todos os órgãos de comunicação social de promoção da homossexualidade, fazendo-nos crer, através de reportagens, concursos, artigos pseudo-científicos e de opinião, programas de variedades, telenovelas, etc. que o bom gosto, o requinte, a sensibilidade artística, o charme, a inteligência, a educação e a modernidade são um exclusivo dos homossexuais. E começa já a haver mesmo pessoas com vergonha de assumir a sua heterossexualidade com receio de que isso as desqualifique ou que as considerem uns burgessos.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
quarta-feira, janeiro 11, 2006
UM PAÍS DE GENTE TONTA
Quando ouço professores, pais, comentadores e políticos continuarem a eleger, publicamente, a falta de hábitos de trabalho como a principal causa do insucesso escolar e a necessidade dos trabalhos de casa como estratégia de remediação do problema, não posso deixar de rir às gargalhadas e concluir, forçosamente, que vivemos num país de gente tonta.
Com isto, não quero dizer que não considere essenciais os trabalhos de casa para sedimentar o conhecimento e as aprendizagens. Acontece que o nosso sistema de ensino pós-Roberto Carneiro e Ana Benavente foi estruturado para não haver trabalhos de casa. E das duas uma: ou reduzimos a carga horária dos alunos e o número de disciplinas e introduzimos os trabalhos de casa ou mantemos a actual carga horária e, pura e simplesmente, os trabalhos de casa devem ser banidos.
Com efeito, dar trabalhos de casa a alunos que têm mais 40 horas lectivas é não só revelador da total falta de sensibilidade do professor como de uma extrema crueldade para todos os alunos, sobretudo para os alunos mais desfavorecidos, que residem longe da escola e que não têm pais que lhes façam os TPC ou que paguem a um explicador para lhos fazer.
Exigir trabalhos de casa a alunos de 12, 13 e 14 anos que têm mais de 40 horas lectivas é absolutamente desumano, quando é certo que os professores têm apenas 22 horas lectivas, precisamente para poderem dedicar o resto do tempo aos seus trabalhos de casa e outras actividades escolares.
E se sindicatos, professores e Ministério da Educação não querem a redução da carga horária dos alunos (e todos sabemos porquê), então os trabalhos de casa devem ser proibidos, da mesma forma que não se exigiria a um professor que levasse trabalho para casa se o seu horário lectivo fosse igual aos dos alunos, ou seja, com mais de 40 horas lectivas.
Hoje, um aluno do ensino básico ou secundário entra às 8H30 e sai às 17H30, com uma hora para almoçar, o que significa, para muitos (em regra, os mais desfavorecidos), sair de casa às 7 horas da manhã e chegar à hora de jantar. Obrigar qualquer ser minimamente inteligente a fazer trabalhos de casa, depois de os ter obrigado a passar 9 horas seguidas na escola, fechados numa sala de aula a ouvir professores a debitar matéria, é uma violência só comparável a algumas praxes militares.
Trabalhos de casa, aulas de substituição e de apoio defendidas pela ministra e, por razões óbvias, pelos sindicatos dos professores (que, noutro contexto, seriam absolutamente adequados) são não só totalmente contraproducentes como anti-pedagógicos, na medida em que aumentam o caudal de tráfego numa estrada onde os alunos têm dificuldade em progredir precisamente porque a estrada está já totalmente congestionada de disciplinas.
É natural, pois, que os pais, como sucede cada vez com mais frequência, se substituam aos filhos e lhes façam os trabalham de casa ou paguem para alguém os fazer. Qual é o pai que não se condói de ver o filho a fazer trabalhos de casa até às duas da manhã (alguns deles de disciplinas que só servem para lhes ocupar inutilmente o tempo), quando sabe que o filho se tem de levantar no outro dia às 7H30?
Infelizmente nem todos têm pais que lhes sabem fazer os trabalhos de casa... E como o actual sistema não dá tempo aos alunos para os fazerem, sem a ajuda dos pais ou do explicador, quem não tem pais com dinheiro para o explicador ou com conhecimentos tem, forçosamente, de ficar pelo caminho.
O actual sistema de ensino, sob o pretexto de pôr em pé de igualdade pobres e ricos, criou, à boa maneira socialista, um sistema perverso onde os mais desfavorecidos não têm a mínima hipótese de competir, uma vez que não se lhes dá tempo para fazerem por si aquilo que os outros só conseguem fazer à custa dos pais.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Com isto, não quero dizer que não considere essenciais os trabalhos de casa para sedimentar o conhecimento e as aprendizagens. Acontece que o nosso sistema de ensino pós-Roberto Carneiro e Ana Benavente foi estruturado para não haver trabalhos de casa. E das duas uma: ou reduzimos a carga horária dos alunos e o número de disciplinas e introduzimos os trabalhos de casa ou mantemos a actual carga horária e, pura e simplesmente, os trabalhos de casa devem ser banidos.
Com efeito, dar trabalhos de casa a alunos que têm mais 40 horas lectivas é não só revelador da total falta de sensibilidade do professor como de uma extrema crueldade para todos os alunos, sobretudo para os alunos mais desfavorecidos, que residem longe da escola e que não têm pais que lhes façam os TPC ou que paguem a um explicador para lhos fazer.
Exigir trabalhos de casa a alunos de 12, 13 e 14 anos que têm mais de 40 horas lectivas é absolutamente desumano, quando é certo que os professores têm apenas 22 horas lectivas, precisamente para poderem dedicar o resto do tempo aos seus trabalhos de casa e outras actividades escolares.
E se sindicatos, professores e Ministério da Educação não querem a redução da carga horária dos alunos (e todos sabemos porquê), então os trabalhos de casa devem ser proibidos, da mesma forma que não se exigiria a um professor que levasse trabalho para casa se o seu horário lectivo fosse igual aos dos alunos, ou seja, com mais de 40 horas lectivas.
Hoje, um aluno do ensino básico ou secundário entra às 8H30 e sai às 17H30, com uma hora para almoçar, o que significa, para muitos (em regra, os mais desfavorecidos), sair de casa às 7 horas da manhã e chegar à hora de jantar. Obrigar qualquer ser minimamente inteligente a fazer trabalhos de casa, depois de os ter obrigado a passar 9 horas seguidas na escola, fechados numa sala de aula a ouvir professores a debitar matéria, é uma violência só comparável a algumas praxes militares.
Trabalhos de casa, aulas de substituição e de apoio defendidas pela ministra e, por razões óbvias, pelos sindicatos dos professores (que, noutro contexto, seriam absolutamente adequados) são não só totalmente contraproducentes como anti-pedagógicos, na medida em que aumentam o caudal de tráfego numa estrada onde os alunos têm dificuldade em progredir precisamente porque a estrada está já totalmente congestionada de disciplinas.
É natural, pois, que os pais, como sucede cada vez com mais frequência, se substituam aos filhos e lhes façam os trabalham de casa ou paguem para alguém os fazer. Qual é o pai que não se condói de ver o filho a fazer trabalhos de casa até às duas da manhã (alguns deles de disciplinas que só servem para lhes ocupar inutilmente o tempo), quando sabe que o filho se tem de levantar no outro dia às 7H30?
Infelizmente nem todos têm pais que lhes sabem fazer os trabalhos de casa... E como o actual sistema não dá tempo aos alunos para os fazerem, sem a ajuda dos pais ou do explicador, quem não tem pais com dinheiro para o explicador ou com conhecimentos tem, forçosamente, de ficar pelo caminho.
O actual sistema de ensino, sob o pretexto de pôr em pé de igualdade pobres e ricos, criou, à boa maneira socialista, um sistema perverso onde os mais desfavorecidos não têm a mínima hipótese de competir, uma vez que não se lhes dá tempo para fazerem por si aquilo que os outros só conseguem fazer à custa dos pais.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
segunda-feira, janeiro 09, 2006
A ADVOCACIA E O BASEBOL
Quando estive, há uns anos atrás, em Toronto, tive a curiosidade de assistir a um jogo de basebol. Gostei do espectáculo mas, não fosse o resultado ter sido exibido no painel electrónico, nunca teria sabido quem tinha ganho o jogo. E não me perguntem quem foi o melhor jogador, nem se a equipa que ganhou mereceu ganhar ou se o árbitro teve influência no resultado porque, muito francamente, não saberia responder.
Na verdade, sem se saber e conhecer as regras de um jogo, ninguém é capaz de avaliar o trabalho de uma equipa, de um árbitro ou de um jogador, sendo muitas vezes levado a dar relevância a aspectos absolutamente irrelevantes.
Ora, um dos problemas de que enferma a nossa Justiça é precisamente este. Com efeito, a Justiça dos homens é um jogo de que o cidadão comum não conhece as regras. Por isso, não percebe, nem consegue avaliar o trabalho do advogado, sendo muitas vezes levado a atribuir méritos ao advogado por coisas que não resultaram directamente do seu trabalho (um processo que é arquivado na fase do inquérito, uma penhora que se atrasa, uma condenação que se adia fruto da morosidade do tribunal, etc.), a atribuir culpas aos magistrados por erros de palmatória dos advogados (acções deficientemente propostas, erros na contestação, não cumprimento de prazos, erros na produção da prova, etc.) ou a desvalorizar o papel do advogado nas causas que ganha e em que se julga com razão, como se o facto de ter razão, só por si, lhe desse vencimento na acção (que inocência!).
E não só não consegue avaliar o trabalho do advogado como não entende sequer a sua função, confundindo muitas vezes a idoneidade moral do advogado com a do seu cliente. Daí que, para o homem comum, um bom advogado nunca possa ser um homem sério ou íntegro, caso contrário como é que pode defender um criminoso ou um aldrabão?
Acresce que, ao ter uma ideia bastante distorcida sobre o trabalho do advogado e sobre a advocacia, o cidadão comum é levado, regra geral, a colocar sistematicamente muitas reticências à nota de despesas e honorários que lhe é apresentada pelo seu mandatário.
Grande parte dos portugueses (não é também por acaso que somos um país onde 60% da população é considerada analfabeta funcional) pensa que o trabalho do advogado se resume ao papel de intermediário entre o cliente e o tribunal, onde tudo se resolve com uma palmada no ombro do funcionário judicial, uma conversa no gabinete do juiz ou um discurso inflamado no dia da audiência. Aos papéis, à escrita e ao estudo, os portugueses, provavelmente por serem avessos a estas actividades, dão-lhes muito pouca importância. Para eles, o bom advogado é o da conversa fiada. E como o cliente desconhece o trabalho que o advogado tem de realizar desde o dia em que entrou no seu escritório até ao dia em que recebe a sentença, é levado a desvalorizar a sua actuação.
Esta situação tende a agravar-se na medida em que se vai proletarizando a profissão de advogado. Na verdade, ao transformar-se num centro de acolhimento de todos os desprotegidos do Direito, a advocacia acaba por se transformar numa selva, correndo o risco de vir a ficar, mais depressa do que se pensa, à mercê de pessoas pouco escrupulosas. Para mais num país que acredita, cada vez mais, que o único método verdadeiramente eficaz para alcançar os seus intentos é a cunha e o suborno.
Aliás, o recurso à televisão, para pressionar os tribunais a decidirem mais depressa o seu caso, vem precisamente nesta linha. E o que é um facto é que, infelizmente, a mediatização de um processo faz com que este se torne mais célere. Só que os tribunais, ao darem prioridade aos processos que são exibidos na televisão, acabam por reforçar a já enraizada convicção dos portugueses de que o sucesso na justiça depende, precisamente, da capacidade de pressão de cada parte.
Para o cidadão comum, justiça é uma coisa muita simples: quem deve tem de pagar; quem rouba tem de devolver o que roubou e ser castigado; quem maltrata os outros tem de ser castigado e de indemnizar, etc. etc.
E é isso que sucede nos nossos tribunais? Pois é, a nossa justiça é muito difícil de explicar ao cidadão comum.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Na verdade, sem se saber e conhecer as regras de um jogo, ninguém é capaz de avaliar o trabalho de uma equipa, de um árbitro ou de um jogador, sendo muitas vezes levado a dar relevância a aspectos absolutamente irrelevantes.
Ora, um dos problemas de que enferma a nossa Justiça é precisamente este. Com efeito, a Justiça dos homens é um jogo de que o cidadão comum não conhece as regras. Por isso, não percebe, nem consegue avaliar o trabalho do advogado, sendo muitas vezes levado a atribuir méritos ao advogado por coisas que não resultaram directamente do seu trabalho (um processo que é arquivado na fase do inquérito, uma penhora que se atrasa, uma condenação que se adia fruto da morosidade do tribunal, etc.), a atribuir culpas aos magistrados por erros de palmatória dos advogados (acções deficientemente propostas, erros na contestação, não cumprimento de prazos, erros na produção da prova, etc.) ou a desvalorizar o papel do advogado nas causas que ganha e em que se julga com razão, como se o facto de ter razão, só por si, lhe desse vencimento na acção (que inocência!).
E não só não consegue avaliar o trabalho do advogado como não entende sequer a sua função, confundindo muitas vezes a idoneidade moral do advogado com a do seu cliente. Daí que, para o homem comum, um bom advogado nunca possa ser um homem sério ou íntegro, caso contrário como é que pode defender um criminoso ou um aldrabão?
Acresce que, ao ter uma ideia bastante distorcida sobre o trabalho do advogado e sobre a advocacia, o cidadão comum é levado, regra geral, a colocar sistematicamente muitas reticências à nota de despesas e honorários que lhe é apresentada pelo seu mandatário.
Grande parte dos portugueses (não é também por acaso que somos um país onde 60% da população é considerada analfabeta funcional) pensa que o trabalho do advogado se resume ao papel de intermediário entre o cliente e o tribunal, onde tudo se resolve com uma palmada no ombro do funcionário judicial, uma conversa no gabinete do juiz ou um discurso inflamado no dia da audiência. Aos papéis, à escrita e ao estudo, os portugueses, provavelmente por serem avessos a estas actividades, dão-lhes muito pouca importância. Para eles, o bom advogado é o da conversa fiada. E como o cliente desconhece o trabalho que o advogado tem de realizar desde o dia em que entrou no seu escritório até ao dia em que recebe a sentença, é levado a desvalorizar a sua actuação.
Esta situação tende a agravar-se na medida em que se vai proletarizando a profissão de advogado. Na verdade, ao transformar-se num centro de acolhimento de todos os desprotegidos do Direito, a advocacia acaba por se transformar numa selva, correndo o risco de vir a ficar, mais depressa do que se pensa, à mercê de pessoas pouco escrupulosas. Para mais num país que acredita, cada vez mais, que o único método verdadeiramente eficaz para alcançar os seus intentos é a cunha e o suborno.
Aliás, o recurso à televisão, para pressionar os tribunais a decidirem mais depressa o seu caso, vem precisamente nesta linha. E o que é um facto é que, infelizmente, a mediatização de um processo faz com que este se torne mais célere. Só que os tribunais, ao darem prioridade aos processos que são exibidos na televisão, acabam por reforçar a já enraizada convicção dos portugueses de que o sucesso na justiça depende, precisamente, da capacidade de pressão de cada parte.
Para o cidadão comum, justiça é uma coisa muita simples: quem deve tem de pagar; quem rouba tem de devolver o que roubou e ser castigado; quem maltrata os outros tem de ser castigado e de indemnizar, etc. etc.
E é isso que sucede nos nossos tribunais? Pois é, a nossa justiça é muito difícil de explicar ao cidadão comum.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Mais atenção aos concelhos do interior do País
Mais atenção aos concelhos do interior do País
“É altura de entrarmos na tranquilidade política. Espero que, tão rapidamente quanto possível, o País entre na tranquilidade política”, afirmou Cavaco Silva na inauguração da sede de candidatura em Ponte de Sôr.
Nos últimos dez meses, lembrou Cavaco Silva, tivemos duas eleições, para o Parlamento e para as autarquias e vamos ter as terceiras no próximo dia 22 de Janeiro. É preciso tranquilidade política para que o País comece a trabalhar mais fortemente afirmou depois, num almoço com agricultores em Cabeço de Vide, Fronteira.
Por isso, num momento tão importante para Portugal, é necessário que todos os portugueses façam ouvir a sua voz nas próximas eleições presidenciais.
Num concelho do interior do País, Cavaco Silva lembrou que os políticos devem dar mais atenção a estas regiões: “O que estes concelhos precisam é uma atenção especial dos poderes políticos”
“Precisam de políticas adequadas para que as suas potencialidades possam ser transformadas em realidades. Isto é fundamental para o que chamamos a coesão nacional”, disse.
A passagem de Cavaco Silva por Portalegre foi acompanhada por Leonor Beleza e António Borges e pelo Mandatário Distrital por Portalegre José Roquette.
in www.cavacosilva.pt
“É altura de entrarmos na tranquilidade política. Espero que, tão rapidamente quanto possível, o País entre na tranquilidade política”, afirmou Cavaco Silva na inauguração da sede de candidatura em Ponte de Sôr.
Nos últimos dez meses, lembrou Cavaco Silva, tivemos duas eleições, para o Parlamento e para as autarquias e vamos ter as terceiras no próximo dia 22 de Janeiro. É preciso tranquilidade política para que o País comece a trabalhar mais fortemente afirmou depois, num almoço com agricultores em Cabeço de Vide, Fronteira.
Por isso, num momento tão importante para Portugal, é necessário que todos os portugueses façam ouvir a sua voz nas próximas eleições presidenciais.
Num concelho do interior do País, Cavaco Silva lembrou que os políticos devem dar mais atenção a estas regiões: “O que estes concelhos precisam é uma atenção especial dos poderes políticos”
“Precisam de políticas adequadas para que as suas potencialidades possam ser transformadas em realidades. Isto é fundamental para o que chamamos a coesão nacional”, disse.
A passagem de Cavaco Silva por Portalegre foi acompanhada por Leonor Beleza e António Borges e pelo Mandatário Distrital por Portalegre José Roquette.
in www.cavacosilva.pt
terça-feira, janeiro 03, 2006
CAVACO SILVA em Ponte de Sor
Amanhã, dia 4, pelas 12 horas, o Prof. Cavaco Silva estará em Ponte de Sor para a inauguração da sede de campanha.
Vem apoiar o Professor na sua candidatura à Presidência da República!
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