terça-feira, maio 31, 2005
O passado que não queremos repetir!!!
Ponte de Sôr
Eleições Autárquicas 2001
Presidente Eleito:João José C Taveira Pinto
Freguesias: 7 Eleitores: 15 526
Câmara Municipal
Lista...............Votos.......[%]......Mandatos
PS..................5420.......52,8........4
PCP-PEV.............3517.......34,3........3
PPD/PSD..............972........9,5........0
--------------------------------------------------------------------------------
Assembleia Municipal
Lista Votos [%] Mandatos
PS 5216 50,8 12
PCP-PEV 3441 33,5 7
PPD/PSD 1232 12,0 2
--------------------------------------------------------------------------------
São estes os resultados que queremos estas eleições!?
Parece-me que NÃO!!!
Eleições Autárquicas 2001
Presidente Eleito:João José C Taveira Pinto
Freguesias: 7 Eleitores: 15 526
Câmara Municipal
Lista...............Votos.......[%]......Mandatos
PS..................5420.......52,8........4
PCP-PEV.............3517.......34,3........3
PPD/PSD..............972........9,5........0
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Assembleia Municipal
Lista Votos [%] Mandatos
PS 5216 50,8 12
PCP-PEV 3441 33,5 7
PPD/PSD 1232 12,0 2
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São estes os resultados que queremos estas eleições!?
Parece-me que NÃO!!!
sábado, maio 28, 2005
Onde isto chegou!
O governo quer publicar as declarações fiscais dos contribuintes na internet com o objectivo de promover denúncias por parte de vizinhos invejosos de contribuintes que, tendo sinais exteriores de riqueza, fogem ao fisco. Isto mesmo foi assumido pelo Ministro das Finanças ontem na televisão. Ou seja, a ideia é transformar cada português num bufo, como nos tempos da PIDE.
Os Socialistas funcionam ao contrário
Num país pobre e endividado, sem perspectivas de crescimento animadoras, perante um cenário orçamental adverso, o Primeiro Ministro explica:
«Vamos cumprir o nosso programa eleitoral com uma excepção: o aumento dos impostos»
Mesmo aceitando jogar no cenário deste pequeno embuste político que foi a previsão orçamental tornada pública, mandaria o bom senso que estivessem, no mínimo, quietos com os impostos e, isso sim, deixassem de cumprir algumas das outras promessas.
Mas não. Os socialistas e todas as pessoas minimamente informadas sabiam da dimensão do desequilíbrio das contas do Estado. Prometeram despesa e mais despesa. O resultado está aí e, infelizmente, não surpreende.
«Vamos cumprir o nosso programa eleitoral com uma excepção: o aumento dos impostos»
Mesmo aceitando jogar no cenário deste pequeno embuste político que foi a previsão orçamental tornada pública, mandaria o bom senso que estivessem, no mínimo, quietos com os impostos e, isso sim, deixassem de cumprir algumas das outras promessas.
Mas não. Os socialistas e todas as pessoas minimamente informadas sabiam da dimensão do desequilíbrio das contas do Estado. Prometeram despesa e mais despesa. O resultado está aí e, infelizmente, não surpreende.
Justiça injusta
Anda por aí um curioso conceito de justiça que diz que aqueles que mais ganham, que são também aqueles que mais valor produzem para outros, devem pagar mais impostos, em termos percentuais, que aqueles que menos ganham, e que são também aqueles que menos valor produzem para os outros. Ou seja, aqueles que se prepararam durante toda a vida, que são rigorosos no que fazem, que desempenham exemplarmente uma profissão e que por isso agradam aos seus clientes ou empregadores ao ponto de estes lhes pagarem voluntariamente mais de 60 mil euros por ano devem ser penalizados por isso. Aqueles que não se prepararam, que trabalham pouco e mal e que não produzem nada de valor devem ser subsidiados com rendimentos mínimos. Que se chame a isto solidariedade, ainda se aceita, embora estejamos a falar de uma forma de solidariedade imposta pelo estado. Agora que se lhe chame justiça é que não faz sentido nenhum.
O slogan «os ricos que paguem a crise» não reflecte nenhum conceito de justiça digno desse nome. Trata-se na realidade de um slogan cujo objectivo é redistribuir dinheiro dos que produzem bens e serviços que a sociedade valoriza para os que não contribuem com absolutamente nada para o bem estar dos outros.
www.ablasfemia.blogspot.com
O slogan «os ricos que paguem a crise» não reflecte nenhum conceito de justiça digno desse nome. Trata-se na realidade de um slogan cujo objectivo é redistribuir dinheiro dos que produzem bens e serviços que a sociedade valoriza para os que não contribuem com absolutamente nada para o bem estar dos outros.
www.ablasfemia.blogspot.com
quinta-feira, maio 26, 2005
Um post à José Sócrates
Este discurso não tem nada a ver com o discurso que Durão Barroso aqui fez há três anos atrás. Eu, por exemplo, não falei sobre tangas, não lancei o pânico, não vou aumentar os impostos nem sequer anunciar que as promessas de campanha não vão ser cumpridas.
O pacote de investimentos? Qual pacote de investimentos? Ah! Aquele pacote! A parceria boas intenções públicas/carcanhol privado? Sabem...nunca gostei de pacotes. Sempre preferi medidas. Daquelas pequenas e maneirinhas. Bela ideia, não acham? Pelo menos os jornalistas andaram entretidos com isso durante imenso tempo.
O problema foi esta coisa do défice. Quer dizer, eu sabia que o défice era grande. Só não sabia que era assim tão grande. Aquelas promessas não eram bem promessas. Eram mais intenções de campanha. Desejos. Eu “desejo” não aumentar impostos. Eu “desejo” relançar a economia. Eu “desejo” ser nomeado para um cargo internacional ao fim de dois anos de governo. Não prometo nada, mas desejo imenso.
Como isto está tudo muito frágil, já mandei os meus ministros não fazerem nada nem dizerem nada. Mandei-os estarem quietos. Eles, tão queridos, já estavam quietos há imenso tempo.
[Rodrigo Moita de Deus]
www.oacidental.blogspot.com
O pacote de investimentos? Qual pacote de investimentos? Ah! Aquele pacote! A parceria boas intenções públicas/carcanhol privado? Sabem...nunca gostei de pacotes. Sempre preferi medidas. Daquelas pequenas e maneirinhas. Bela ideia, não acham? Pelo menos os jornalistas andaram entretidos com isso durante imenso tempo.
O problema foi esta coisa do défice. Quer dizer, eu sabia que o défice era grande. Só não sabia que era assim tão grande. Aquelas promessas não eram bem promessas. Eram mais intenções de campanha. Desejos. Eu “desejo” não aumentar impostos. Eu “desejo” relançar a economia. Eu “desejo” ser nomeado para um cargo internacional ao fim de dois anos de governo. Não prometo nada, mas desejo imenso.
Como isto está tudo muito frágil, já mandei os meus ministros não fazerem nada nem dizerem nada. Mandei-os estarem quietos. Eles, tão queridos, já estavam quietos há imenso tempo.
[Rodrigo Moita de Deus]
www.oacidental.blogspot.com
Nada de fundamentalismos
Vái na volta e lá vêm as questões fracturantes á baila, é como se neste Portugal se tivesse pudor de discutir assuntos urgentes e a prioridade seja aquele tipo de questões que por muito que se disseque o conteúdo nunca passamos da cepa torta.
Ultimamente tem-se falado muito na educação sexual.
Penso que a discussão que tem sido feita é inadequada e muito redutora. A questão da Educação Sexual não deve ser tratada como uma conversa de café ou como um passatempo que foge á rotina dos dias escolares.
Primeiro que tudo á que falar da pessoa humana, como uma entidade orgânica e modelada pela sociedade em que vive, sendo por isso naturalmente munida de estereótipos e preconceitos. O respeito pela dignidade da pessoa humana e da sua intimidade é condição essencial para que este debate seja positivo e credível.
Sou daqueles que acha que a escola não é só um sítio onde se formam (para a vida profissional activa) pessoas mas também um local de cultura e de desenvolvimento de competências quer humanas, quer sociais. A escola deve fomentar o desenvolvimento salutar de cada jovem incutindo-lhe valores universais e capazes de contribuir para o seu desenvolvimento enquanto Homem.
A Educação Sexual não pode ser uma mera disciplina análoga ao corrículo, nem um mero espaço de distracção da miúdagem.
A Educação sexual não é uma exclusiva competência da escola, mas também de toda a sociedade civilizada.
Os assuntos tem de ser abordados de uma forma séria e responsável e não com meras palavras científicas ou graçolas desviantes.Não compete ao docente de Matemática ou Filosofia abordar questões desta índole como se fosse uma obrigação curricular, é por isso que considero que devia ser supervisionada por psicólogos e técnicos superiores da área da saúde.
Eu considero que introduzir uma disciplina desta índole nos currículos é extremamente complexa e analisando os benefícios e os malefícios para o aluno é preferível que a educação sexual seja dada sobre a forma de seminários e palestras de componente obrigatória e nos chamados períodos de pouca actividade lectiva para todos os alunos pré-adolescentes e adolescentes.
Os assuntos a abordar devem visar um objectivo principal: uma educação para a saúde sexual enquanto condição humana. Deve-se promover a informação sobre o desenvolvimento humano, as relações interpessoais e um correcto esclarecimento dos meios de contracepção, planeamento familiar e doenças sexualmente transmissíveis.
Não cabe á escola, por mais que tentamos, substituir o papel de confiança entre o jovem e o grupo onde se insere(com as cumplicidades devidas) e principalmente a relação entre o jovem e a família. É no seio de uma relação aberta e cumplíce que os pais devem alertar, formar e compreender a educação sexual como um assunto importante no desenvolvimento cívico do seu filho.
Entendo por isso que a educação sexual não deve seguir o mero modelo fundamentalista que alguns defendem, mas sim um papel sério e responsável, respeitando as relações familiares e sociais .
Há que respeitar as motivações e a intimidade da pessoa humana bem como a liberdade que cada um tem de abordar voluntariamente ou não estas questões!
Hugo Martinho
www.intramolecular.blogspot.com
Ultimamente tem-se falado muito na educação sexual.
Penso que a discussão que tem sido feita é inadequada e muito redutora. A questão da Educação Sexual não deve ser tratada como uma conversa de café ou como um passatempo que foge á rotina dos dias escolares.
Primeiro que tudo á que falar da pessoa humana, como uma entidade orgânica e modelada pela sociedade em que vive, sendo por isso naturalmente munida de estereótipos e preconceitos. O respeito pela dignidade da pessoa humana e da sua intimidade é condição essencial para que este debate seja positivo e credível.
Sou daqueles que acha que a escola não é só um sítio onde se formam (para a vida profissional activa) pessoas mas também um local de cultura e de desenvolvimento de competências quer humanas, quer sociais. A escola deve fomentar o desenvolvimento salutar de cada jovem incutindo-lhe valores universais e capazes de contribuir para o seu desenvolvimento enquanto Homem.
A Educação Sexual não pode ser uma mera disciplina análoga ao corrículo, nem um mero espaço de distracção da miúdagem.
A Educação sexual não é uma exclusiva competência da escola, mas também de toda a sociedade civilizada.
Os assuntos tem de ser abordados de uma forma séria e responsável e não com meras palavras científicas ou graçolas desviantes.Não compete ao docente de Matemática ou Filosofia abordar questões desta índole como se fosse uma obrigação curricular, é por isso que considero que devia ser supervisionada por psicólogos e técnicos superiores da área da saúde.
Eu considero que introduzir uma disciplina desta índole nos currículos é extremamente complexa e analisando os benefícios e os malefícios para o aluno é preferível que a educação sexual seja dada sobre a forma de seminários e palestras de componente obrigatória e nos chamados períodos de pouca actividade lectiva para todos os alunos pré-adolescentes e adolescentes.
Os assuntos a abordar devem visar um objectivo principal: uma educação para a saúde sexual enquanto condição humana. Deve-se promover a informação sobre o desenvolvimento humano, as relações interpessoais e um correcto esclarecimento dos meios de contracepção, planeamento familiar e doenças sexualmente transmissíveis.
Não cabe á escola, por mais que tentamos, substituir o papel de confiança entre o jovem e o grupo onde se insere(com as cumplicidades devidas) e principalmente a relação entre o jovem e a família. É no seio de uma relação aberta e cumplíce que os pais devem alertar, formar e compreender a educação sexual como um assunto importante no desenvolvimento cívico do seu filho.
Entendo por isso que a educação sexual não deve seguir o mero modelo fundamentalista que alguns defendem, mas sim um papel sério e responsável, respeitando as relações familiares e sociais .
Há que respeitar as motivações e a intimidade da pessoa humana bem como a liberdade que cada um tem de abordar voluntariamente ou não estas questões!
Hugo Martinho
www.intramolecular.blogspot.com
SEXO NA SALA DE AULA
A introdução da disciplina de «Educação Sexual» nas nossas escolas, defendida por quase toda a gente (associações de pais, de alunos e partidos políticos) é a demonstração clara que, para muita gente, a cabeça só serve mesmo para usar o chapéu.
Em primeiro lugar, como se o excesso de disciplinas e a sobrecarga horária não fossem já um dos principais cancros do nosso sistema educativo. E nada melhor do que inventar mais uma disciplina.
Em segundo lugar e partindo do princípio que esta disciplina faria parte dos currículos do 7ºano ao 12º ano, fica-se sem saber como iriam os professores ocupar as centenas de horas do curso. Com trabalhos práticos? Com trabalhos em grupo? Ou com trabalhos manuais? E o que se ensinaria nestas aulas? Qual o modelo de ensino a seguir?
O modelo científico, ensinando a forma como se formam os espermatazóides e qual o trajecto que têm de percorrer para fecundar o óvulo? Para ensinar isto já existe a Biologia.
Ou o modelo preconceituoso, ensinando a mesma coisa mas recorrendo à metáfora das corolas e dos estames para evitar falar directamente em espermatozóides e óvulos? Bem, mas para ensinar isto já existem as disciplinas de Botânica e de Religião e Moral.
Ou o modelo “conselheiro sexual”, em que os alunos colocam as suas dúvidas e o professor esclarece? Para isso, já existe a revista «Maria», para além de ninguém estar a ver um aluno a levantar o dedo durante a aula para expor as dúvidas que o atormentam.
Ou o modelo prá-frentex, em que se explica, sem quaisquer preconceitos e, se possível, recorrendo aos meios audio-visuais, como se pratica o sexo oral, anal, em grupo, sado-masoquista, assim como as diferentes utilizações dos diversos acessórios sexuais? Ora, também não me parece, assim à primeira vista, que seja este o método mais adequado.
Mas o problema não é só do método: é também do professor que iria leccionar a disciplina. Porque, como todos devíamos saber, a sexualidade tem uma forte matriz ideológica. E nesta questão não há professores neutros.
Ora, qualquer pessoa que pense um bocadinho não poderá deixar de chegar à conclusão que a disciplina de «Educação Sexual» ou é absolutamente inútil, no caso de ensinar o que já todos sabem, ou potencialmente perigosa, no caso de pretender ir mais além.
Com isto não significa que a educação sexual deva estar arredada das nossas escolas. Pelo contrário, deve fazer parte do currículo de todas as disciplinas e todos os professores devem estar preparados para a abordar, assim como para responder às questões que os alunos pretendam ver esclarecidas. Ou seja, Educação Sexual, sim! Disciplina de «Educação Sexual», não!
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Em primeiro lugar, como se o excesso de disciplinas e a sobrecarga horária não fossem já um dos principais cancros do nosso sistema educativo. E nada melhor do que inventar mais uma disciplina.
Em segundo lugar e partindo do princípio que esta disciplina faria parte dos currículos do 7ºano ao 12º ano, fica-se sem saber como iriam os professores ocupar as centenas de horas do curso. Com trabalhos práticos? Com trabalhos em grupo? Ou com trabalhos manuais? E o que se ensinaria nestas aulas? Qual o modelo de ensino a seguir?
O modelo científico, ensinando a forma como se formam os espermatazóides e qual o trajecto que têm de percorrer para fecundar o óvulo? Para ensinar isto já existe a Biologia.
Ou o modelo preconceituoso, ensinando a mesma coisa mas recorrendo à metáfora das corolas e dos estames para evitar falar directamente em espermatozóides e óvulos? Bem, mas para ensinar isto já existem as disciplinas de Botânica e de Religião e Moral.
Ou o modelo “conselheiro sexual”, em que os alunos colocam as suas dúvidas e o professor esclarece? Para isso, já existe a revista «Maria», para além de ninguém estar a ver um aluno a levantar o dedo durante a aula para expor as dúvidas que o atormentam.
Ou o modelo prá-frentex, em que se explica, sem quaisquer preconceitos e, se possível, recorrendo aos meios audio-visuais, como se pratica o sexo oral, anal, em grupo, sado-masoquista, assim como as diferentes utilizações dos diversos acessórios sexuais? Ora, também não me parece, assim à primeira vista, que seja este o método mais adequado.
Mas o problema não é só do método: é também do professor que iria leccionar a disciplina. Porque, como todos devíamos saber, a sexualidade tem uma forte matriz ideológica. E nesta questão não há professores neutros.
Ora, qualquer pessoa que pense um bocadinho não poderá deixar de chegar à conclusão que a disciplina de «Educação Sexual» ou é absolutamente inútil, no caso de ensinar o que já todos sabem, ou potencialmente perigosa, no caso de pretender ir mais além.
Com isto não significa que a educação sexual deva estar arredada das nossas escolas. Pelo contrário, deve fazer parte do currículo de todas as disciplinas e todos os professores devem estar preparados para a abordar, assim como para responder às questões que os alunos pretendam ver esclarecidas. Ou seja, Educação Sexual, sim! Disciplina de «Educação Sexual», não!
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
quarta-feira, maio 25, 2005
Medidas demagógicas emblemáticas
José Sócrates anunciou o fim das subvenções vitalícias dos actuais titulares de cargos públicos.
Resultados previsíveis:
1. Degradação da qualidade do pessoal político;
2. Em vez de subvenções vitalícias os políticos terão que ser compensados de outra forma. Por exemplo, com lugares nas empresas públicas, comissões nos negócios públicos, cargos inúteis em comissões e fundações;
3. A popularidade de Sócrates entre os taxistas vai aumentar;
4. Impacto no défice desprezável.
O governo criou um novo escalão de IRS de 42 por cento para contribuintes com rendimentos anuais superiores a 60 mil euros.
Resultados previsíveis:
1. a fuga ao fisco vai aumentar
2. os trabalhadores mais produtivos, e logo melhor pagos, vão começar a trabalhar menos
3. o impacto no défice será desprezável
4. A popularidade de Sócrates entre as sopeiras vai aumentar;
Resultados previsíveis:
1. Degradação da qualidade do pessoal político;
2. Em vez de subvenções vitalícias os políticos terão que ser compensados de outra forma. Por exemplo, com lugares nas empresas públicas, comissões nos negócios públicos, cargos inúteis em comissões e fundações;
3. A popularidade de Sócrates entre os taxistas vai aumentar;
4. Impacto no défice desprezável.
O governo criou um novo escalão de IRS de 42 por cento para contribuintes com rendimentos anuais superiores a 60 mil euros.
Resultados previsíveis:
1. a fuga ao fisco vai aumentar
2. os trabalhadores mais produtivos, e logo melhor pagos, vão começar a trabalhar menos
3. o impacto no défice será desprezável
4. A popularidade de Sócrates entre as sopeiras vai aumentar;
terça-feira, maio 24, 2005
PS diz-se "chocado" com valor do défice público
Lembro mais uma vez que estamos a falar do défice de 2005, ano em que o PS é governo durante 75% do tempo.
O mais interessante disto tudo é que o défice de 6.83% já tem em conta:
1. a promessa irresponsável do PS de manter as SCUTs sem portagem;
2. gastos na Saúde que o PS não está disposto a cortar;
3. que o estado não vai recorrer a receitas extraordinárias tal como o PS tem vindo a prometer;
4. os subsídios aos 150 mil desempregados que o PS prometeu empregar;
5. uma revisão em baixa do crescimento que o PS prometeu acelerar;
6. os aumentos dos funcionários públicos com que todos concordaram.
E nos 6.83% não estão incluidas as despesas extra da responsabilidade do PS com o plano tecnológico, o pacote de obras públicas de 20 mil milhões de euros (que deverá incluir a OTA e o TGV) e o rendimento mínimo para os reformados.
PS -Também não estão incluidos nos 6.83% despesas que o PS não queria que fossem cortadas: despesas com o crédito à habitação, os benefícios fiscais, o aumento dos funcionários públicos durante dois anos consecutivos, juros das despesas com investimento e os juros da dívida pública correspondentes às receitas extraordinárias
O mais interessante disto tudo é que o défice de 6.83% já tem em conta:
1. a promessa irresponsável do PS de manter as SCUTs sem portagem;
2. gastos na Saúde que o PS não está disposto a cortar;
3. que o estado não vai recorrer a receitas extraordinárias tal como o PS tem vindo a prometer;
4. os subsídios aos 150 mil desempregados que o PS prometeu empregar;
5. uma revisão em baixa do crescimento que o PS prometeu acelerar;
6. os aumentos dos funcionários públicos com que todos concordaram.
E nos 6.83% não estão incluidas as despesas extra da responsabilidade do PS com o plano tecnológico, o pacote de obras públicas de 20 mil milhões de euros (que deverá incluir a OTA e o TGV) e o rendimento mínimo para os reformados.
PS -Também não estão incluidos nos 6.83% despesas que o PS não queria que fossem cortadas: despesas com o crédito à habitação, os benefícios fiscais, o aumento dos funcionários públicos durante dois anos consecutivos, juros das despesas com investimento e os juros da dívida pública correspondentes às receitas extraordinárias
E agora Sócrates?
O dia depois da história vitória do Benfica vai ficar marcado na história.
Soube-se hoje que o défice das contas públicas para o corrente ano é de 6,83%.Números bem gordos.Enfim, por este andar não sei onde vamos parar.
A situação é extremamente dificil e complicada.
O governo socialista encapotado pelo governador do Banco de Portugal e do (isento?) presidente choramingão Jorge Sampaio, anuncia ao país e ao mundo com pompa e circunstância a constataçao de um facto que não é de ontem , nem de hoje, mas de sempre.O mediatismo como se tem abordado a questão do défice é preocupante, começo a pensar e a temer o pior.Sócrates tem estado calado, mas em surdina começam a surgir rumores que a serem válidos vão mergulhar Portugal num pais de absoluta recessão económica.Mas o que é que aí vem?Uma banhada de impostos á classe média ou o despesismo característico dos socialistas.Opto pela segunda hípótese, Sócrates não vai fugir ao pecado da vaidade e luxúria que caracterizam os socialistas e vai querer ganhar as autarticas, custe o que custar.Se aumentasse os impostos ou retirasse nutrientes ao enormissímo monstro da administração pública o povo não o perdoaria.Por outro lado, Mário Soares suspenso nos seus jardins babilónicos, qual guardião da esquerda oponente e ressabiada de Santa Apolónica não iria permitir tamanho acto.Sócrates encontrou a primeira curva do seu mandato e corre o risco de se espalhar ao comprido na mesma se arrastar o problemas das contas públicas até Outubro.
Do meu ponto de vista, e sou quase leigo nesta matéria, o problema do défice reside no lado das despesas e não no das receitas.Todos sabemos que a classe média portuguesa está a perder poder de compra, está sobre-endividada e um aumento da carga fiscal para as mesmas não só ia diminuir o seu poder de compra como também iria reduzir potenciais investimentos no país tendo como alvo essa classe.Se à classe mais baixa o aumento de impostos não se coloca, eu penso que actualmente também não é a melhor altura para alterar a carga fiscal das empresas e das instituições que criam emprego e investem.Posto isto, onde o estado deve cortar e muito é na despesa pública. E esse corte não é um mero corte orçamental ou de funcionários, mas sim uma reforma capaz de estruturar positivamente a administração pública. A função pública representa em Portugal a classe dos remediados e da estagnação ao que chegou o país. É necessário restruturar o sistema de empregabilidade e de funcionalidade, tornando-a mais eficiente e mais barata ao bolso dos contribuintes.Mas o problema principal do Estado enquanto instituição é a panóplia de sectores que tem sobre a sua alçada.
O Estado não deve ter uma posição interventiva, mas sim reguladora do país enquanto economia independente.O Estado não é um bom gestor e adapta-se mal ás exigências do mundo competitivo e dinãmico em que vivemos.
Temos que repensar a política de financiamento da saúde, modernizando-a e tornando-a ainda mais justa, reduzindo custos e aumentando a eficiência, efectuando um escalonamento e uma diferenciação positiva dos cidadãos económicamente de modo a que quem mais pode,pague mais.Temos que repensar a política da educação, economizando recursos financeiros e aumentando a competência dos recursos humanos, explorando o seu potencial.Temos que repensar a política de justiça, desburocratizando-a e tornando-a ao serviço do cidadão.Temos que repensar todo o sistema de reformas, de subsidio de desemprego e de prestações sociais. Temos que dar a quem precisa realmente e fiscalizar situações fraudulentas. Temos que inovar e pensar num sistema de segurança social semi-privado controlado pelo Estado e capaz de valorizar positivamente o dinheiro descontado pelos trabalhadores. Temos que meter os desempregados a efectuar trabalho útil para a sociedade enquanto estiverem nessa situação.Temos que repensar a política de incentivo á formação de empresas, modernizando-nos e adaptando-nos á exigência dos novos tempos.Temos que por fim a sorvedores de dinheros públicos, como são as autarquias, temos que acabar com a política das rotundas.
É isto que Sócrates tem que fazer obrigatoriamente para podermos controlar esse monstro!
Será capaz?
Receio bem que não!
Hugo Martinho
www.intramolecular.blogspot.com
Soube-se hoje que o défice das contas públicas para o corrente ano é de 6,83%.Números bem gordos.Enfim, por este andar não sei onde vamos parar.
A situação é extremamente dificil e complicada.
O governo socialista encapotado pelo governador do Banco de Portugal e do (isento?) presidente choramingão Jorge Sampaio, anuncia ao país e ao mundo com pompa e circunstância a constataçao de um facto que não é de ontem , nem de hoje, mas de sempre.O mediatismo como se tem abordado a questão do défice é preocupante, começo a pensar e a temer o pior.Sócrates tem estado calado, mas em surdina começam a surgir rumores que a serem válidos vão mergulhar Portugal num pais de absoluta recessão económica.Mas o que é que aí vem?Uma banhada de impostos á classe média ou o despesismo característico dos socialistas.Opto pela segunda hípótese, Sócrates não vai fugir ao pecado da vaidade e luxúria que caracterizam os socialistas e vai querer ganhar as autarticas, custe o que custar.Se aumentasse os impostos ou retirasse nutrientes ao enormissímo monstro da administração pública o povo não o perdoaria.Por outro lado, Mário Soares suspenso nos seus jardins babilónicos, qual guardião da esquerda oponente e ressabiada de Santa Apolónica não iria permitir tamanho acto.Sócrates encontrou a primeira curva do seu mandato e corre o risco de se espalhar ao comprido na mesma se arrastar o problemas das contas públicas até Outubro.
Do meu ponto de vista, e sou quase leigo nesta matéria, o problema do défice reside no lado das despesas e não no das receitas.Todos sabemos que a classe média portuguesa está a perder poder de compra, está sobre-endividada e um aumento da carga fiscal para as mesmas não só ia diminuir o seu poder de compra como também iria reduzir potenciais investimentos no país tendo como alvo essa classe.Se à classe mais baixa o aumento de impostos não se coloca, eu penso que actualmente também não é a melhor altura para alterar a carga fiscal das empresas e das instituições que criam emprego e investem.Posto isto, onde o estado deve cortar e muito é na despesa pública. E esse corte não é um mero corte orçamental ou de funcionários, mas sim uma reforma capaz de estruturar positivamente a administração pública. A função pública representa em Portugal a classe dos remediados e da estagnação ao que chegou o país. É necessário restruturar o sistema de empregabilidade e de funcionalidade, tornando-a mais eficiente e mais barata ao bolso dos contribuintes.Mas o problema principal do Estado enquanto instituição é a panóplia de sectores que tem sobre a sua alçada.
O Estado não deve ter uma posição interventiva, mas sim reguladora do país enquanto economia independente.O Estado não é um bom gestor e adapta-se mal ás exigências do mundo competitivo e dinãmico em que vivemos.
Temos que repensar a política de financiamento da saúde, modernizando-a e tornando-a ainda mais justa, reduzindo custos e aumentando a eficiência, efectuando um escalonamento e uma diferenciação positiva dos cidadãos económicamente de modo a que quem mais pode,pague mais.Temos que repensar a política da educação, economizando recursos financeiros e aumentando a competência dos recursos humanos, explorando o seu potencial.Temos que repensar a política de justiça, desburocratizando-a e tornando-a ao serviço do cidadão.Temos que repensar todo o sistema de reformas, de subsidio de desemprego e de prestações sociais. Temos que dar a quem precisa realmente e fiscalizar situações fraudulentas. Temos que inovar e pensar num sistema de segurança social semi-privado controlado pelo Estado e capaz de valorizar positivamente o dinheiro descontado pelos trabalhadores. Temos que meter os desempregados a efectuar trabalho útil para a sociedade enquanto estiverem nessa situação.Temos que repensar a política de incentivo á formação de empresas, modernizando-nos e adaptando-nos á exigência dos novos tempos.Temos que por fim a sorvedores de dinheros públicos, como são as autarquias, temos que acabar com a política das rotundas.
É isto que Sócrates tem que fazer obrigatoriamente para podermos controlar esse monstro!
Será capaz?
Receio bem que não!
Hugo Martinho
www.intramolecular.blogspot.com
segunda-feira, maio 23, 2005
"Nada disto aconteceu”
Quanto à experiência de poder do PS, desde a queda do cavaquismo, em 1995-96, até 2002, existe uma espécie de amnésia. A verdade, se calhar, é que nada do que a seguir se enumera alguma vez existiu. A saber:
- Acumulação de défice excessivo nas contas públicas, originando o despertar da repressão de Bruxelas, para além de incentivo irresponsável ao gasto individual e desprezo pelos apelos à moderação e à poupança.
- Saída de Sousa Franco do Executivo, depois de as linhas mestras das suas políticas de saneamento da conta pública se terem tornado inviáveis, ou politicamente indesejáveis. - Análise negra do estado da economia portuguesa, por parte de Cavaco Silva, numa entrevista famosa de Julho de 2000.
- Alegações de políticos, empresários e governantes, segundo os quais a banca portuguesa estava a ser vendida ao desbarato ao estrangeiro.
- Anunciados planos de combate à evasão fiscal, anunciados falhanços dos mesmos planos, anunciada continuação da dita.
- Ligações perversas da política ao futebol, com o cortejo conhecido de enxovalhos, confusões e negócios.
- Insistência na política de co-incineração como única via possível de tratamento de resíduos perigosos, apesar da divisão dos especialistas e da oposição do "homem da rua", certamente manipulado por caciques e envenenado pela Comunicação Social privada.
- Episódio dito do "queijo Limiano", ou a cedência da alma em troco devotos no Parlamento
-Quedas sucessivas de ministros da Defesa, conflitos entre titulares e primeiro-ministro, queixas de falta de meios, espectáculo de parca mobilização de recursos para tarefas externas, divulgação pública de listas de agentes "secretos", novelo de escândalos em torno da aquisição de armamento e fardamento, cenas de estalada entre chefes políticos e chefes da "comunidade de informações".
- Tragédia da ponte de Entre-os-Rios, originando a demissão de JorgeCoelho, e suspeita geral sobre o estado das obras públicas.
- Inundação do túnel do metro em Santa Apolónia, e alegação de que o mesmo foi ali feito com grande risco, sem as precauções devidas e não levando até ao fim estudos exaustivos sobre as características do subsolo.
- Escândalos na JAE, corrupio de acusações e alegações, e declarações críticas do engenheiro Cravinho, dizendo que Guterres havia sido derrotado pelos "grandes interesses" e pelos lobbies (Janeiro de 2000)
- Colapso na gestão das grandes cidades, que levou a uma maré de rejeição, em 2001, e à passagem da era PS para a era PSD, em Lisboa, Coimbra, Porto, Sintra, etc..
- Fantasmas desastrosos, como o espectáculo de "Porto, Capital da Cultura", com obras a juncar a vida do cidadão comum, turistas perdidos e desiludidos, projectos inacabados, escândalos financeiros e "mistérios"como os da Casa da Música.
- Escândalo em torno da Fundação para a Segurança, levando à saída"apocalíptica" de Fernando Gomes do barco do guterrismo, e a sugestões de conspirações no seio do poder, com o primeiro-ministro a saber tudo e a calar ainda mais.
- Filosofia de miséria na RTP, levando o serviço público à pré-morte, depois de anos de insanidade financeira, extravagâncias de programação, guerras civis de chefias e tentativas infantis de controlo político, dos telejornais às entrelinhas
- Desinteresse pela política por parte dos cidadãos mais de um terço decidiu não votar nas legislativas de Outubro de 1999, mesmo depois de Guterres ter dito que o seu pior inimigo era a abstenção
- Estado geral de guerra civil dentro do Governo e da maioria quase-absoluta, levando António Guterres a bater com a porta, clamando que o país se encontrava num pântano.
Enfim, foi tudo um sonho.
- Acumulação de défice excessivo nas contas públicas, originando o despertar da repressão de Bruxelas, para além de incentivo irresponsável ao gasto individual e desprezo pelos apelos à moderação e à poupança.
- Saída de Sousa Franco do Executivo, depois de as linhas mestras das suas políticas de saneamento da conta pública se terem tornado inviáveis, ou politicamente indesejáveis. - Análise negra do estado da economia portuguesa, por parte de Cavaco Silva, numa entrevista famosa de Julho de 2000.
- Alegações de políticos, empresários e governantes, segundo os quais a banca portuguesa estava a ser vendida ao desbarato ao estrangeiro.
- Anunciados planos de combate à evasão fiscal, anunciados falhanços dos mesmos planos, anunciada continuação da dita.
- Ligações perversas da política ao futebol, com o cortejo conhecido de enxovalhos, confusões e negócios.
- Insistência na política de co-incineração como única via possível de tratamento de resíduos perigosos, apesar da divisão dos especialistas e da oposição do "homem da rua", certamente manipulado por caciques e envenenado pela Comunicação Social privada.
- Episódio dito do "queijo Limiano", ou a cedência da alma em troco devotos no Parlamento
-Quedas sucessivas de ministros da Defesa, conflitos entre titulares e primeiro-ministro, queixas de falta de meios, espectáculo de parca mobilização de recursos para tarefas externas, divulgação pública de listas de agentes "secretos", novelo de escândalos em torno da aquisição de armamento e fardamento, cenas de estalada entre chefes políticos e chefes da "comunidade de informações".
- Tragédia da ponte de Entre-os-Rios, originando a demissão de JorgeCoelho, e suspeita geral sobre o estado das obras públicas.
- Inundação do túnel do metro em Santa Apolónia, e alegação de que o mesmo foi ali feito com grande risco, sem as precauções devidas e não levando até ao fim estudos exaustivos sobre as características do subsolo.
- Escândalos na JAE, corrupio de acusações e alegações, e declarações críticas do engenheiro Cravinho, dizendo que Guterres havia sido derrotado pelos "grandes interesses" e pelos lobbies (Janeiro de 2000)
- Colapso na gestão das grandes cidades, que levou a uma maré de rejeição, em 2001, e à passagem da era PS para a era PSD, em Lisboa, Coimbra, Porto, Sintra, etc..
- Fantasmas desastrosos, como o espectáculo de "Porto, Capital da Cultura", com obras a juncar a vida do cidadão comum, turistas perdidos e desiludidos, projectos inacabados, escândalos financeiros e "mistérios"como os da Casa da Música.
- Escândalo em torno da Fundação para a Segurança, levando à saída"apocalíptica" de Fernando Gomes do barco do guterrismo, e a sugestões de conspirações no seio do poder, com o primeiro-ministro a saber tudo e a calar ainda mais.
- Filosofia de miséria na RTP, levando o serviço público à pré-morte, depois de anos de insanidade financeira, extravagâncias de programação, guerras civis de chefias e tentativas infantis de controlo político, dos telejornais às entrelinhas
- Desinteresse pela política por parte dos cidadãos mais de um terço decidiu não votar nas legislativas de Outubro de 1999, mesmo depois de Guterres ter dito que o seu pior inimigo era a abstenção
- Estado geral de guerra civil dentro do Governo e da maioria quase-absoluta, levando António Guterres a bater com a porta, clamando que o país se encontrava num pântano.
Enfim, foi tudo um sonho.
NOITES À DIREITA*
*projecto liberal
1. Está a chegar o tempo de começar a fazer alguma coisa de novo à Direita, para além dos partidos, mas nunca contra qualquer partido.
2. Está a chegar o tempo de afirmar a existência de novas direitas, que só sabem viver em Democracia e que não a trocam por nada deste mundo.
3. Está a chegar o tempo de uma Direita que não acredita em utopias, porque conhece a realidade e sabe que esta não se transforma só com boas intenções.
4. Está a chegar o tempo de uma Direita que sabe ouvir e quer discutir com quem tem espírito independente, seja de Esquerda ou de Direita, para poder avançar com novas propostas.
5. Está a chegar o tempo de uma Direita que já não se revê em velhos costumes e bandeiras ultrapassadas, mas que também não se resigna à agenda política da Esquerda.
6. Está a chegar o tempo de uma Direita que assuma uma atitude mais liberal. Mais liberal nos costumes, na economia, na política e na sociedade, nomeadamente no modo como olha e se relaciona com os media.
7. Está a chegar o tempo de uma Direita que acredita na liberdade de cada pessoa e na responsabilidade individual como valores primeiros da Democracia.
8. Está a chegar o tempo de uma Direita que defende o princípio de que a interferência do Estado na esfera privada do cidadão deve ficar circunscrita ao mínimo indispensável.
9. Está a chegar o tempo de uma Direita que acredita no liberalismo económico como factor vital para o aumento de produtividade da economia portuguesa, essencial ao bem-estar dos cidadãos.
10. Está a chegar o tempo de uma Direita que não acredita no fim das ideologias e defende que a Democracia precisa de Esquerda e de Direita porque vive da alternância e o centro não é alternativa.
[PPM]
www.oacidental.blogspot.com
1. Está a chegar o tempo de começar a fazer alguma coisa de novo à Direita, para além dos partidos, mas nunca contra qualquer partido.
2. Está a chegar o tempo de afirmar a existência de novas direitas, que só sabem viver em Democracia e que não a trocam por nada deste mundo.
3. Está a chegar o tempo de uma Direita que não acredita em utopias, porque conhece a realidade e sabe que esta não se transforma só com boas intenções.
4. Está a chegar o tempo de uma Direita que sabe ouvir e quer discutir com quem tem espírito independente, seja de Esquerda ou de Direita, para poder avançar com novas propostas.
5. Está a chegar o tempo de uma Direita que já não se revê em velhos costumes e bandeiras ultrapassadas, mas que também não se resigna à agenda política da Esquerda.
6. Está a chegar o tempo de uma Direita que assuma uma atitude mais liberal. Mais liberal nos costumes, na economia, na política e na sociedade, nomeadamente no modo como olha e se relaciona com os media.
7. Está a chegar o tempo de uma Direita que acredita na liberdade de cada pessoa e na responsabilidade individual como valores primeiros da Democracia.
8. Está a chegar o tempo de uma Direita que defende o princípio de que a interferência do Estado na esfera privada do cidadão deve ficar circunscrita ao mínimo indispensável.
9. Está a chegar o tempo de uma Direita que acredita no liberalismo económico como factor vital para o aumento de produtividade da economia portuguesa, essencial ao bem-estar dos cidadãos.
10. Está a chegar o tempo de uma Direita que não acredita no fim das ideologias e defende que a Democracia precisa de Esquerda e de Direita porque vive da alternância e o centro não é alternativa.
[PPM]
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Ilusão deficitária
O défice público em Portugal é de 6,83 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), disse hoje o ministro de Estado e das Finanças, Luís Campos e Cunha, no final da reunião com o governador do Banco de Portugal, que entregou ao Governo um relatório sobre a situação financeira do país.
O défice não é de 6,83%. Pode ser de 6,83%! O relatório do governador do Banco de Portugal refere-se ao ano de 2005. Para quem ainda não percebeu, faltam uns 7 meses para o final do ano.
Logo, trata-se de uma previsão que pode, ou não, verificar-se. O défice poderá ser igual, maior ou menor que o valor agora apresentado. Tudo depende da evolução da economia e... das medidas a implementar pelo governo socialista.
www.oinsurgente.blogspot.com
O défice não é de 6,83%. Pode ser de 6,83%! O relatório do governador do Banco de Portugal refere-se ao ano de 2005. Para quem ainda não percebeu, faltam uns 7 meses para o final do ano.
Logo, trata-se de uma previsão que pode, ou não, verificar-se. O défice poderá ser igual, maior ou menor que o valor agora apresentado. Tudo depende da evolução da economia e... das medidas a implementar pelo governo socialista.
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O Estado e a educação sexual
Em Portugal discute-se a educação sexual nas escolas. É importante saber-se o que o Governo de José Sócrates vai fazer. O que se conhece é aterrador. Trata-se de crianças
Falta na sociedade de hoje uma coisa simples respeito e cuidado com o outro. Se quiserem, cerimónia, acanhamento. De uma forma genérica, o cuidado foi-se perdendo pela vulgarização do que se define como absoluto: somos todos iguais. Não somos e é nesse preciosismo que se constrói a liberdade.
Somos iguais sendo diferentes - e é nessa verdade que surge o combate assumido pelo novo chefe da Igreja Católica. Um combate ao relativismo.
A eleição de Joseph Ratzinger levantou um coro de frustração que envolveu pessoas como Mário Soares. Um entre muitos que, no mundo em que querem viver, preferiam um Papa sem regras ou contradições.
Os argumentos são, também eles, vulgares há o preservativo, a pílula do dia seguinte, o aborto, a droga que está aí e é incontrolável. Dito isto, legalize-se tudo o que é costume.
É óbvio que ninguém no seu perfeito juízo quererá ilegalizar o preservativo, uma escolha pessoal ou negar a droga que existe. Muito menos deixar de questionar o tratamento que se dá à vida humana. Não é assim que se faz o combate ele é duro por ser contra a corrente do facilitismo a que a espécie triunfante regularmente cede para justificar as suas fraquezas.
Em Portugal discute-se a educação sexual. O Estado está preocupado e quer ser responsável a ideia é ensinar no currículo básico. Trata-se de crianças.
E o que se conhece do desenho de um programa educacional é aterrador. Susceptível de se imaginar o trabalho de um professor numa sala de aula. Exemplos possíveis estão num texto exemplar de Henrique Monteiro no Expresso.
Questiona-se o articulista sobre o efeito de algumas questões que o programa possibilita "Em que pontos gostas mais que te toquem? Já te masturbaste? Onde? Com quem? Imagina que chegaste a um país onde a maioria da população é homossexual..." E se estas perguntas fossem feitas "a um adulto, num emprego"?
Imaginem que isto acontece a crianças, ditado por um Estado que acha que a educação sexual é uma obrigação social e, nesse pressuposto, se deve substituir à família, aos pais que devem ser educadores.
É assim que pensam os fundamentalistas que gritam com o argumento do reaccionarismo e descobrem a homofobia. Eles andam por aí, já fabricaram um dia de luta nacional e engrossam a frente de tontos que alimenta o grupo de Francisco Louçã.
É importante saber-se o que o Governo de José Sócrates vai fazer. Há vida além do défice.
RAUL VAZ
www.dn.pt
Falta na sociedade de hoje uma coisa simples respeito e cuidado com o outro. Se quiserem, cerimónia, acanhamento. De uma forma genérica, o cuidado foi-se perdendo pela vulgarização do que se define como absoluto: somos todos iguais. Não somos e é nesse preciosismo que se constrói a liberdade.
Somos iguais sendo diferentes - e é nessa verdade que surge o combate assumido pelo novo chefe da Igreja Católica. Um combate ao relativismo.
A eleição de Joseph Ratzinger levantou um coro de frustração que envolveu pessoas como Mário Soares. Um entre muitos que, no mundo em que querem viver, preferiam um Papa sem regras ou contradições.
Os argumentos são, também eles, vulgares há o preservativo, a pílula do dia seguinte, o aborto, a droga que está aí e é incontrolável. Dito isto, legalize-se tudo o que é costume.
É óbvio que ninguém no seu perfeito juízo quererá ilegalizar o preservativo, uma escolha pessoal ou negar a droga que existe. Muito menos deixar de questionar o tratamento que se dá à vida humana. Não é assim que se faz o combate ele é duro por ser contra a corrente do facilitismo a que a espécie triunfante regularmente cede para justificar as suas fraquezas.
Em Portugal discute-se a educação sexual. O Estado está preocupado e quer ser responsável a ideia é ensinar no currículo básico. Trata-se de crianças.
E o que se conhece do desenho de um programa educacional é aterrador. Susceptível de se imaginar o trabalho de um professor numa sala de aula. Exemplos possíveis estão num texto exemplar de Henrique Monteiro no Expresso.
Questiona-se o articulista sobre o efeito de algumas questões que o programa possibilita "Em que pontos gostas mais que te toquem? Já te masturbaste? Onde? Com quem? Imagina que chegaste a um país onde a maioria da população é homossexual..." E se estas perguntas fossem feitas "a um adulto, num emprego"?
Imaginem que isto acontece a crianças, ditado por um Estado que acha que a educação sexual é uma obrigação social e, nesse pressuposto, se deve substituir à família, aos pais que devem ser educadores.
É assim que pensam os fundamentalistas que gritam com o argumento do reaccionarismo e descobrem a homofobia. Eles andam por aí, já fabricaram um dia de luta nacional e engrossam a frente de tontos que alimenta o grupo de Francisco Louçã.
É importante saber-se o que o Governo de José Sócrates vai fazer. Há vida além do défice.
RAUL VAZ
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"Sexo” é assunto privado.
A masturbação intelectual dos pós-modernos e a burocratização do sexo. E por que carga-de-água estes pedagogos...
...nunca metem os filhos no ensino público?
1 - Nesta Era de “imbecilização” às mãos da pedagogia pós-moderna, a escola tem de ser um reflexo da sociedade. Se os miúdos começam a ter sexo aos 15, então, temos de ensinar-lhes a masturbação aos 10. Brilhante. Problema? Quando isso sucede, a escola deixa de ser escola e passa a ser outra coisa qualquer.
Este caso é tão ridículo que parece coisa de Monty Pythons. O pessoal do “Gato Fedorento” vai adorar fazer uma rábula com esta “masturbação intelectual” (Woody Allen). Porque é isso que está em cima da mesa: uma masturbação intelectual de alguns iluminados. Meus caros, podem masturbar-se à vontade.
Só peço um favor: façam-no em casa.
2- Por que carga-de-água estes iluminados julgam que podem entrar assim na privacidade das crianças? Já não há direito à privacidade? A sociedade do Orwell, do Huxley e do Zamiatiane já esteve mais longe de ganhar vida.
3 – Algumas pessoas não compreendem as críticas. Dizem: “mas a masturbação é uma coisa tão natural. Não sejam moralistas”. É pá, obrigado! Sabem, é que as direitas ainda fazem sexo de luz apagada. Obrigado. Não sabia que a masturbação era natural…
A questão não é saber se é natural ou não. Não é isso que está em causa. Uma coisa é tratar as coisas com naturalidade, outra é impor, via estado, uma espécie de burocratização dos comportamentos sexuais. O diálogo sobre o sexo é um direito exclusivo dos pais. São eles que devem decidir o momento e o conteúdo das conversas. O estado não tem nada que meter o bedelho nestas coisas.
Em suma, o estado nem deve dar “religião e moral” nem oferecer “masturbação assistida”. Os comportamentos privados não pertencem à esfera pública. Querem que os professores ensinem as raízes quadradas da masturbação? Óptimo. Construam escolas privadas onde isso seja legítimo, mas não tenham a arrogância de impor uma visão moral aos restantes, servindo-se, ainda por cima, dos instrumentos do estado.
4. Há aqui muito feminismo radical. O feminismo radical (atenção, minhas caras, estou a criticar o feminismo e não as mulheres) sempre quis atacar a família. Porque a família, aqui, é uma espécie de tirania. E esta medida é precisamente um ataque à maternidade/paternidade, ao direito que os pais têm sobre a educação dos seus filhos. O feminismo radical, é bom lembrar, põe em causa um dos preceitos básicos do nosso regime constitucional: o privado não é um espaço político.
5– Os iluminados apelidarão as pessoas que discordam desta medida com o velho cliché: “reaccionários”. Pois bem, então, também têm de chamar reaccionário ao maior intelectual vivo: George Steiner (ler as “Lições dos Mestres”).
6- Curioso: os indivíduos que planeiam estas experiências nas escolas públicas colocam sempre os seus filhos nos melhores colégios privados. Muito Curioso. Nós (aqueles que tiveram e têm de passar pelo suplício do ensino público) somos cobaias de pós-modernos iluminados, que, curiosamente, não querem expor os seus próprios filhos às suas próprias experiências…
8 – Aos políticos, uma palavra: limpem o ministério. Estes pedagogos não querem saber das crianças. Querem saber apenas da sua “masturbação intelectual”.
[Henrique Raposo]
www.oacidental.blogspot.com
...nunca metem os filhos no ensino público?
1 - Nesta Era de “imbecilização” às mãos da pedagogia pós-moderna, a escola tem de ser um reflexo da sociedade. Se os miúdos começam a ter sexo aos 15, então, temos de ensinar-lhes a masturbação aos 10. Brilhante. Problema? Quando isso sucede, a escola deixa de ser escola e passa a ser outra coisa qualquer.
Este caso é tão ridículo que parece coisa de Monty Pythons. O pessoal do “Gato Fedorento” vai adorar fazer uma rábula com esta “masturbação intelectual” (Woody Allen). Porque é isso que está em cima da mesa: uma masturbação intelectual de alguns iluminados. Meus caros, podem masturbar-se à vontade.
Só peço um favor: façam-no em casa.
2- Por que carga-de-água estes iluminados julgam que podem entrar assim na privacidade das crianças? Já não há direito à privacidade? A sociedade do Orwell, do Huxley e do Zamiatiane já esteve mais longe de ganhar vida.
3 – Algumas pessoas não compreendem as críticas. Dizem: “mas a masturbação é uma coisa tão natural. Não sejam moralistas”. É pá, obrigado! Sabem, é que as direitas ainda fazem sexo de luz apagada. Obrigado. Não sabia que a masturbação era natural…
A questão não é saber se é natural ou não. Não é isso que está em causa. Uma coisa é tratar as coisas com naturalidade, outra é impor, via estado, uma espécie de burocratização dos comportamentos sexuais. O diálogo sobre o sexo é um direito exclusivo dos pais. São eles que devem decidir o momento e o conteúdo das conversas. O estado não tem nada que meter o bedelho nestas coisas.
Em suma, o estado nem deve dar “religião e moral” nem oferecer “masturbação assistida”. Os comportamentos privados não pertencem à esfera pública. Querem que os professores ensinem as raízes quadradas da masturbação? Óptimo. Construam escolas privadas onde isso seja legítimo, mas não tenham a arrogância de impor uma visão moral aos restantes, servindo-se, ainda por cima, dos instrumentos do estado.
4. Há aqui muito feminismo radical. O feminismo radical (atenção, minhas caras, estou a criticar o feminismo e não as mulheres) sempre quis atacar a família. Porque a família, aqui, é uma espécie de tirania. E esta medida é precisamente um ataque à maternidade/paternidade, ao direito que os pais têm sobre a educação dos seus filhos. O feminismo radical, é bom lembrar, põe em causa um dos preceitos básicos do nosso regime constitucional: o privado não é um espaço político.
5– Os iluminados apelidarão as pessoas que discordam desta medida com o velho cliché: “reaccionários”. Pois bem, então, também têm de chamar reaccionário ao maior intelectual vivo: George Steiner (ler as “Lições dos Mestres”).
6- Curioso: os indivíduos que planeiam estas experiências nas escolas públicas colocam sempre os seus filhos nos melhores colégios privados. Muito Curioso. Nós (aqueles que tiveram e têm de passar pelo suplício do ensino público) somos cobaias de pós-modernos iluminados, que, curiosamente, não querem expor os seus próprios filhos às suas próprias experiências…
8 – Aos políticos, uma palavra: limpem o ministério. Estes pedagogos não querem saber das crianças. Querem saber apenas da sua “masturbação intelectual”.
[Henrique Raposo]
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Este país, o nosso
Na quarta-feira será conhecido o «Relatório Constâncio», que nos dirá, mais uma vez, que estamos de «tanga».
No mesmo dia e no dia seguinte, munidos de tangas, biquinis ou fio dental, 500 mil portugueses rumam em direcção às praias do sul, para 4 dias de «reflexão»....
www.ablasfemia.blogspot.com
No mesmo dia e no dia seguinte, munidos de tangas, biquinis ou fio dental, 500 mil portugueses rumam em direcção às praias do sul, para 4 dias de «reflexão»....
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A BARRIGA É MINHA!
De todos os argumentos usados pelos defensores da liberalização do aborto, o mais medieval, o mais reaccionário e o mais estúpido é, sem qualquer sombra de dúvida: «A barriga é minha!».
Este tem sido, aliás, ao longo dos séculos, o grande argumento para justificar todo o tipo de barbaridades e violações, desde os direitos humanos aos direitos dos animais, passando pelos atentados ecológicos e urbanísticos.
Por que é que os homens batem nas mulheres? Porque «a mulher é minha». Por que é que os pais espancam e violam os filhos? Porque «o filho é meu». Por que é que os donos maltratam os animais? Porque «o cão é meu». Por que é que existem tantos atentados urbanísticos? Porque «a casa é minha» e «o terreno é meu».
No século XXI e num país civilizado, este argumento já não é admissível. Porque, para além dos direitos de propriedade, dos pais, do marido e do direito à nossa barriga, há uma sem número de outros direitos que interagem com estes e que os limitam. Além disso, vivemos num mundo onde são cada vez mais valorizados e reforçados os direitos dos mais desprotegidos, como é o caso dos menores, das minorias étnicas, dos animais, do meio ambiente, etc. E se no século XXI, como todos sabemos e aceitamos, até os animais, as plantas, as árvores e os rios têm direitos, quanto mais os seres humanos...
Ora, se um agricultor não pode sequer invocar o argumento de que o terreno é dele para destruir um simples ninho de cegonha como pode uma mulher querer justificar o aborto com o facto de ser a dona da barriga? Pode haver outros argumentos (que os há). Mas nunca este. Obviamente.
Não é, no entanto, de estranhar que seja precisamente o Bloco de Esquerda que mais utiliza este argumento na defesa do aborto, uma vez que se trata de um partido manifestamente reaccionário, como, aliás, ficou bem demonstrado pela espontânea afirmação de Francisco Louçã no recente debate com Paulo Portas, a propósito deste tema: «O senhor não pode falar do direito à vida porque nunca gerou vida. Não sabe o que é gerar vida. Eu tenho uma filha. Eu sei o que é um sorriso de uma criança.»
E ainda dizem que não há machões em Portugal. É assim mesmo, Francisco Louçã. Só tem direito a falar do aborto os homens que fazem amor sem preservativo, porque só esses é que sabem o que é gerar vidas. Homossexuais, lésbicas, homens castos ou praticantes de sexo seguro? Bico calado!
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Este tem sido, aliás, ao longo dos séculos, o grande argumento para justificar todo o tipo de barbaridades e violações, desde os direitos humanos aos direitos dos animais, passando pelos atentados ecológicos e urbanísticos.
Por que é que os homens batem nas mulheres? Porque «a mulher é minha». Por que é que os pais espancam e violam os filhos? Porque «o filho é meu». Por que é que os donos maltratam os animais? Porque «o cão é meu». Por que é que existem tantos atentados urbanísticos? Porque «a casa é minha» e «o terreno é meu».
No século XXI e num país civilizado, este argumento já não é admissível. Porque, para além dos direitos de propriedade, dos pais, do marido e do direito à nossa barriga, há uma sem número de outros direitos que interagem com estes e que os limitam. Além disso, vivemos num mundo onde são cada vez mais valorizados e reforçados os direitos dos mais desprotegidos, como é o caso dos menores, das minorias étnicas, dos animais, do meio ambiente, etc. E se no século XXI, como todos sabemos e aceitamos, até os animais, as plantas, as árvores e os rios têm direitos, quanto mais os seres humanos...
Ora, se um agricultor não pode sequer invocar o argumento de que o terreno é dele para destruir um simples ninho de cegonha como pode uma mulher querer justificar o aborto com o facto de ser a dona da barriga? Pode haver outros argumentos (que os há). Mas nunca este. Obviamente.
Não é, no entanto, de estranhar que seja precisamente o Bloco de Esquerda que mais utiliza este argumento na defesa do aborto, uma vez que se trata de um partido manifestamente reaccionário, como, aliás, ficou bem demonstrado pela espontânea afirmação de Francisco Louçã no recente debate com Paulo Portas, a propósito deste tema: «O senhor não pode falar do direito à vida porque nunca gerou vida. Não sabe o que é gerar vida. Eu tenho uma filha. Eu sei o que é um sorriso de uma criança.»
E ainda dizem que não há machões em Portugal. É assim mesmo, Francisco Louçã. Só tem direito a falar do aborto os homens que fazem amor sem preservativo, porque só esses é que sabem o que é gerar vidas. Homossexuais, lésbicas, homens castos ou praticantes de sexo seguro? Bico calado!
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
domingo, maio 22, 2005
De onde vimos e para onde vamos?
Portugal, nove séculos de história nos contemplam. Este cantinho á beira mar plantado, nas palavras do poeta, impar na sua história, sempre conseguiu levar a água ao seu moínho.
Começamos do nada, partindo de um condado, conquistamos terras e pessoas, dominamos um império entramos em decadência e depois estabilizamos.
Os nossos problemas ao longo da história, foram quase sempre os mesmos, os problemas que hoje pensamos ser actuais são afinal patologias crónicas de um doente.
No entanto, a nossa doença crónica não se trata com cuidados paliativos, como alguns querem fazer parecer, nem com terapia de choque.
Comparo os problemas do défice orçamental, da lentidão e desumanização da justiça e saúde, do cancro da educação a uma doença crónica que se arrasta no tempo e que os médicos teimam em fazer terapia de continuação.No entanto, tal como em todos os doentes, a forma como vivemos a situação depende muito da mentalidade de cada um. E este é o cerne da questão!
Somos um país pobre em recursos naturais e materiais, não conseguimos de forma alguma produzir aquilo que precisamos de consumir, no entanto, ao longo da história sempre conseguimos estreitar relações de forma a superar esse problema.Viram-mo-nos para o mar á cinco séculos e hoje temos de nos virar para a Europa. A Europa oferece-nos hoje a grande oportunidade que sempre disperdiçamos em toda a história: um desenvolvimento sólido e sustentável. È para a Europa que temos de apontar prioridades, promovendo o crescimento económico e façando dele uma opção estratégica para a nossas empresas. O mercado único é a grande oportunidade( é única) de fazermos frente aos Estados Unidos e ao emergente gigante asiático(China).
O nosso problema com a Europa não é de soberania nacional nem de autonomia democrática e cívil, como alguns querem fazer parecer, o nosso problema com a Europa, somos nós próprios.Temos ainda hoje em Portugal, leis e legislação muito burocrática e incompatíveis com os novos desafios que o novo mundo nos exige. Temos de pensar e mudar isso, senão corremos o risco de perder o tão ansiado comboio do progresso e desenvolvimeno.
No passado, sempre conseguimos dar a volta á situação, mal ou bem, sempre nos safamos da tão temida banca rota.E safamo-nos porque tivemos pequenos génios que souberam tomar medidas estruturais e muito importantes para a consolidação de uma economia de mercado estável e ao serviço dos cosumidores. Curiosamente, penso que o principal problema da aplicação de políticas justas e duradoiras nasce da premiscuidade da mera e obsoleta alternancia democrática. Penso que sobre determinadas políticas de cariz estrutural e determinante para o futuro do país deveria haver os chamados pactos de regime de forma a que um consenso alargado pode-se permitir a aplicação prática das mesmas medidas. Andar a alterar constantemente leis básicas e só cria instabilidade e descontrolo.
A nossa sociedade, por incrível que pareça, vive muito de modas. Somos aquilo que os outros querem que nos sejamos e não aquilo que queremos ser, somos aquilo porque o outro é e nãoo que deviamos ser. Falta-nos um espírito de independencia crítica capaz de nos desenvolver social e intelectualmente como seres cultivados e não por mero produto de ideologias emergentes e revolucionárias.
A partir do momento em que abrirmos os olhos, com olhos de ver, para o mundo que nos rodeia, nós portugueses, podemos então dizer que "cumprimos Portugal".
Hugo Martinho
www.intramolecular.blogspot.com
Começamos do nada, partindo de um condado, conquistamos terras e pessoas, dominamos um império entramos em decadência e depois estabilizamos.
Os nossos problemas ao longo da história, foram quase sempre os mesmos, os problemas que hoje pensamos ser actuais são afinal patologias crónicas de um doente.
No entanto, a nossa doença crónica não se trata com cuidados paliativos, como alguns querem fazer parecer, nem com terapia de choque.
Comparo os problemas do défice orçamental, da lentidão e desumanização da justiça e saúde, do cancro da educação a uma doença crónica que se arrasta no tempo e que os médicos teimam em fazer terapia de continuação.No entanto, tal como em todos os doentes, a forma como vivemos a situação depende muito da mentalidade de cada um. E este é o cerne da questão!
Somos um país pobre em recursos naturais e materiais, não conseguimos de forma alguma produzir aquilo que precisamos de consumir, no entanto, ao longo da história sempre conseguimos estreitar relações de forma a superar esse problema.Viram-mo-nos para o mar á cinco séculos e hoje temos de nos virar para a Europa. A Europa oferece-nos hoje a grande oportunidade que sempre disperdiçamos em toda a história: um desenvolvimento sólido e sustentável. È para a Europa que temos de apontar prioridades, promovendo o crescimento económico e façando dele uma opção estratégica para a nossas empresas. O mercado único é a grande oportunidade( é única) de fazermos frente aos Estados Unidos e ao emergente gigante asiático(China).
O nosso problema com a Europa não é de soberania nacional nem de autonomia democrática e cívil, como alguns querem fazer parecer, o nosso problema com a Europa, somos nós próprios.Temos ainda hoje em Portugal, leis e legislação muito burocrática e incompatíveis com os novos desafios que o novo mundo nos exige. Temos de pensar e mudar isso, senão corremos o risco de perder o tão ansiado comboio do progresso e desenvolvimeno.
No passado, sempre conseguimos dar a volta á situação, mal ou bem, sempre nos safamos da tão temida banca rota.E safamo-nos porque tivemos pequenos génios que souberam tomar medidas estruturais e muito importantes para a consolidação de uma economia de mercado estável e ao serviço dos cosumidores. Curiosamente, penso que o principal problema da aplicação de políticas justas e duradoiras nasce da premiscuidade da mera e obsoleta alternancia democrática. Penso que sobre determinadas políticas de cariz estrutural e determinante para o futuro do país deveria haver os chamados pactos de regime de forma a que um consenso alargado pode-se permitir a aplicação prática das mesmas medidas. Andar a alterar constantemente leis básicas e só cria instabilidade e descontrolo.
A nossa sociedade, por incrível que pareça, vive muito de modas. Somos aquilo que os outros querem que nos sejamos e não aquilo que queremos ser, somos aquilo porque o outro é e nãoo que deviamos ser. Falta-nos um espírito de independencia crítica capaz de nos desenvolver social e intelectualmente como seres cultivados e não por mero produto de ideologias emergentes e revolucionárias.
A partir do momento em que abrirmos os olhos, com olhos de ver, para o mundo que nos rodeia, nós portugueses, podemos então dizer que "cumprimos Portugal".
Hugo Martinho
www.intramolecular.blogspot.com
O Aborto
Tem-se assistido nos últimos anos a um intenso monólogo sobre o aborto (que alguns insistem em suavizar com o eufemismo “interrupção voluntária da gravidez”), cujo objectivo tem sido intoxicar a opinião pública com uma sucessão de mentiras técnico-científicas e morais. O drama do aborto é antigo. Á semelhança de outras manifestações de violência e de desrespeito pela Vida do próximo, o drama do aborto coexiste com a dignidade da vida. A verdadeira novidade, aquela que os partidários das culturas da morte se esforçam para nos impor (mas que na realidade consiste num retrocesso civilizacional), é a tentativa de o “normalizar” e “banalizar”, tirando-lhe a gravidade ética de que se reveste, porventura considerá-lo um “direito”da mulher/mãe. “Na minha barriga mando eu”, lembram-se?
Há um consenso generalizado na sociedade sobre o drama do aborto: o inimaginável sofrimento da mãe que aborta, e o esforço sem tréguas que deve visar o combate às causas sociais e humanas que levam tantas mulheres a pôr fim precoce a uma gravidez. No entanto, em nenhum momento podemos esquecer que a Vida é o primeiro fundamento da ética, e não é possível construir uma sociedade justa apoiada em injustiças.
Por definição, o aborto “é a morte do feto, no útero materno ou fora dele, independentemente do tempo de gestação”. Existem três tipos de aborto: 1) O aborto espontâneo; 2) não desejado, mas indirectamente resultante da intervenção necessária para salvar a mãe; 3) VOLUNTÁRIO (incluindo o aborto com nascimento parcial – partial birth abortion – admitido por algumas legislações).
O cerne da questão da legalização do aborto reside numa pergunta: o embrião humano e o feto são, ou não, um ser humano desde o primeiro momento? Todos os defensores das leis pró-aborto se desdobram em explicações justificativas, dando a entender que nas primeiras semanas o feto não é uma pessoa humana. Recorrem mesmo à filosofia de inspiração cristã que define a pessoa como uma capacidade de relação, para afirmarem que só estamos perante uma pessoa humana quando é clara a sua capacidade de relação. Ignoram os mais recentes progressos científicos no campo da Embriologia e da Bioética; no primeiro caso desconhecem totalmente o processo de embriogénese e no segundo desconhecem que desde os primeiros momentos, estabelece-se uma relação vital, que se desenvolve progressivamente, entre o feto e a mãe, afirmando assim a sua alteridade em relação à própria mãe.
Será, então, o aborto uma questão política e/ou uma questão religiosa? Tem-se caído no erro de proclamar o aborto como uma exigência de determinadas orientações políticas. É preciso "despolitizar" o problema; só assim a discussão ganhará objectividade. A defesa da Vida é um valor supra-político-partidário, na medida em que deve inspirar qualquer política que esteja ao serviço do Homem e da sociedade. É indigno da maturidade política de um povo que alguém seja a favor da legalização do aborto só porque pertence a um determinado partido ou segue uma certa visão da sociedade.
De igual modo, os defensores da legalização do aborto pretendem, por vezes, fazer passar essa mensagem, remetendo o problema para o foro íntimo da consciência e afirmando que num Estado laico, onde há separação entre a Igreja e o Estado, não se pode impor à sociedade a dimensão religiosa do problema. Mas a inviolabilidade da vida humana, desde o seu início até à morte natural, é uma questão de direito natural. E quando os decisores políticos relegam o problema para o campo das opções de consciência, é preciso não esquecer que na moderna concepção dos Estados, o Estado é considerado “pessoa de bem” e, por isso, também tem consciência.
Todos reconhecemos que a mulher é protagonista principal, embora não única, no drama do aborto, porque a decisão é sua, porque lhe sofre as consequências. Mas o aborto não é redutível a uma afirmação dos direitos da mulher, do direito ao que se passa no seu corpo, como tem sido afirmado. Uma das primeiras manifestações da maternidade é o reconhecimento, pela mãe, da alteridade do seu filho, isto é, reconhecer que traz no seu útero outra pessoa, em relação à qual, além dos deveres específicos da mãe, tem os mesmos deveres que qualquer indivíduo tem perante a vida de outrem.
“Vida promovida, vida ameaçada, eis o paradoxo da dimensão dramática da vida humana. O único caminho para precaver todas as formas de violência sobre a vida humana, é o cultivo da sua beleza e dignidade e do serviço generoso que lhe podemos prestar. Só amando e servindo a vida, evitaremos as violências sobre a vida. Não esgotemos no drama do aborto os nossos deveres para com a vida.”
in Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa
Rui Pedro Oliveira Bento; estudante de Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra; Católico.
Há um consenso generalizado na sociedade sobre o drama do aborto: o inimaginável sofrimento da mãe que aborta, e o esforço sem tréguas que deve visar o combate às causas sociais e humanas que levam tantas mulheres a pôr fim precoce a uma gravidez. No entanto, em nenhum momento podemos esquecer que a Vida é o primeiro fundamento da ética, e não é possível construir uma sociedade justa apoiada em injustiças.
Por definição, o aborto “é a morte do feto, no útero materno ou fora dele, independentemente do tempo de gestação”. Existem três tipos de aborto: 1) O aborto espontâneo; 2) não desejado, mas indirectamente resultante da intervenção necessária para salvar a mãe; 3) VOLUNTÁRIO (incluindo o aborto com nascimento parcial – partial birth abortion – admitido por algumas legislações).
O cerne da questão da legalização do aborto reside numa pergunta: o embrião humano e o feto são, ou não, um ser humano desde o primeiro momento? Todos os defensores das leis pró-aborto se desdobram em explicações justificativas, dando a entender que nas primeiras semanas o feto não é uma pessoa humana. Recorrem mesmo à filosofia de inspiração cristã que define a pessoa como uma capacidade de relação, para afirmarem que só estamos perante uma pessoa humana quando é clara a sua capacidade de relação. Ignoram os mais recentes progressos científicos no campo da Embriologia e da Bioética; no primeiro caso desconhecem totalmente o processo de embriogénese e no segundo desconhecem que desde os primeiros momentos, estabelece-se uma relação vital, que se desenvolve progressivamente, entre o feto e a mãe, afirmando assim a sua alteridade em relação à própria mãe.
Será, então, o aborto uma questão política e/ou uma questão religiosa? Tem-se caído no erro de proclamar o aborto como uma exigência de determinadas orientações políticas. É preciso "despolitizar" o problema; só assim a discussão ganhará objectividade. A defesa da Vida é um valor supra-político-partidário, na medida em que deve inspirar qualquer política que esteja ao serviço do Homem e da sociedade. É indigno da maturidade política de um povo que alguém seja a favor da legalização do aborto só porque pertence a um determinado partido ou segue uma certa visão da sociedade.
De igual modo, os defensores da legalização do aborto pretendem, por vezes, fazer passar essa mensagem, remetendo o problema para o foro íntimo da consciência e afirmando que num Estado laico, onde há separação entre a Igreja e o Estado, não se pode impor à sociedade a dimensão religiosa do problema. Mas a inviolabilidade da vida humana, desde o seu início até à morte natural, é uma questão de direito natural. E quando os decisores políticos relegam o problema para o campo das opções de consciência, é preciso não esquecer que na moderna concepção dos Estados, o Estado é considerado “pessoa de bem” e, por isso, também tem consciência.
Todos reconhecemos que a mulher é protagonista principal, embora não única, no drama do aborto, porque a decisão é sua, porque lhe sofre as consequências. Mas o aborto não é redutível a uma afirmação dos direitos da mulher, do direito ao que se passa no seu corpo, como tem sido afirmado. Uma das primeiras manifestações da maternidade é o reconhecimento, pela mãe, da alteridade do seu filho, isto é, reconhecer que traz no seu útero outra pessoa, em relação à qual, além dos deveres específicos da mãe, tem os mesmos deveres que qualquer indivíduo tem perante a vida de outrem.
“Vida promovida, vida ameaçada, eis o paradoxo da dimensão dramática da vida humana. O único caminho para precaver todas as formas de violência sobre a vida humana, é o cultivo da sua beleza e dignidade e do serviço generoso que lhe podemos prestar. Só amando e servindo a vida, evitaremos as violências sobre a vida. Não esgotemos no drama do aborto os nossos deveres para com a vida.”
in Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa
Rui Pedro Oliveira Bento; estudante de Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra; Católico.
sexta-feira, maio 20, 2005
Um problema político
Nada me autoriza a falar sobre finanças públicas; só me parece óbvio que, ao contrário do que por vezes se diz, o défice do Estado não é um mero problema contabilístico ou de economia orçamental mas uma questão política, a consequência de uma cultura e de ideologia erradas, feita de maus hábitos, imprudência e pouco planeamento. Um défice a caminho dos 7% mostra um país afastado do que antes se chamava "governo limitado". Um país sem respeito pela equidade entre gerações. Um país que não pode investir, que não pode reduzir impostos, que não tem liberdade. Por esta via ainda nos tornaremos um país sul-americano, com baixo crescimento económico, um Estado corrupto e uma inalterável desigualdade social. Não é muito diferente nascer nos Estados Unidos ou na América Latina excepto se se nascer pobre. Receio que a latinização de Portugal esteja em curso.
Que o défice é antes de tudo uma questão política, pode comprovar-se pelas entrevistas de anteontem, no DN, a um grupo de economistas. Não disseram nada que não se adivinhasse. Mas sintomaticamente, a maioria diverge sobre as medidas a tomar uns pedem acções imediatas e duras, outros soluções de continuidade; uns sugerem aumentos de impostos, outros a redução de prestações sociais; uns pretendem que o défice é prévio à economia, outros temem que resolver primeiro o défice não mude os problemas de fundo.
Na última década, muitos economistas ocuparam a pasta das Finanças. Nem por isso o défice diminuiu. A razão é que, de Sousa Franco a Bagão Félix (para não recuar ao cavaquismo), os ministros das finanças serviram políticas e primeiros-ministros. Não foram eles que erraram, mas aquelas políticas; e, salvo casos pontuais e conflitos esporádicos, a maioria nunca se opôs aos paradigmas que lhes foram impostos. O destino de um ministro das Finanças costuma ser ou a glória ou a miséria. Não há, de facto, meios-termos.
Pedro Lomba
www.dn.pt
Que o défice é antes de tudo uma questão política, pode comprovar-se pelas entrevistas de anteontem, no DN, a um grupo de economistas. Não disseram nada que não se adivinhasse. Mas sintomaticamente, a maioria diverge sobre as medidas a tomar uns pedem acções imediatas e duras, outros soluções de continuidade; uns sugerem aumentos de impostos, outros a redução de prestações sociais; uns pretendem que o défice é prévio à economia, outros temem que resolver primeiro o défice não mude os problemas de fundo.
Na última década, muitos economistas ocuparam a pasta das Finanças. Nem por isso o défice diminuiu. A razão é que, de Sousa Franco a Bagão Félix (para não recuar ao cavaquismo), os ministros das finanças serviram políticas e primeiros-ministros. Não foram eles que erraram, mas aquelas políticas; e, salvo casos pontuais e conflitos esporádicos, a maioria nunca se opôs aos paradigmas que lhes foram impostos. O destino de um ministro das Finanças costuma ser ou a glória ou a miséria. Não há, de facto, meios-termos.
Pedro Lomba
www.dn.pt
Dia das mentiras
Já todos percebemos o que se vai passar nos próximos dias ou meses. Vamos assistir à rábula da “tanga” em nova versão.
A semana que hoje termina foi excelente para Portugal, e não estou a ironizar. Depois de alguns meses de ilusões, baseadas em coisa nenhuma, percebemos que o nosso défice vai a caminho dos 7%, que o nosso desemprego não pára de subir e ainda vai subir bastante, que os impostos vão aumentar e que as nossas equipas de futebol são de uma miséria franciscana e estão falidas. Digo isto, porque o pior que pode acontecer a um país é viver em ilusão permanente. Para que tudo isto seja perfeito, só falta o Benfica perder o campeonato e colocar o país numa depressão profunda.
Tudo isto escrito por uma pessoa moderadamente optimista (categoria em que me coloco ou me tento colocar), parece um absurdo mas é a única maneira de o Governo deixar de estar preso ao que prometeu na campanha eleitoral. Todos sabemos que a campanha eleitoral para as legislativas é, em sentido lato, um dia das mentiras em versão alargada – sabe quem mente e sabe quem ouve. O que é mais estranho é que o Governo continue, meses depois da campanha, a desmentir ou a adiar aquilo que todos sabemos que vai acontecer. O caso das SCUTS e do IVA é o mais absurdo.
Não é preciso ser um génio das finanças para se perceber que o modelo das SCUTS é insustentável nos próximos anos, altura em que o Orçamento de Estado mais vai ter que desembolsar para compensar as “portagens virtuais”. Por várias vezes o PS e o Governo deram a entender que teriam de rever algumas das SCUTS e até já explicaram em que condições e porquê podem rever a inexistência das portagens. Mas, inexplicavelmente, recuam no próprio dia, dizendo que ainda estão a estudar o assunto. Mas estão a estudar o quê? A questão das portagens virtuais estuda-se numa tarde! A única coisa que não se estuda (nem que se demore dois meses) é a dimensão dos protestos, boicotes e cortes de estrada que vão existir. Aposto que são as estas as questões que o governo está a estudar...
A outra, mais espantosa, é a do IVA. E digo “mais espantosa” porque, ainda durante a campanha eleitoral, o então porta-voz Manuel Pinho descaiu-se e deu a entender que a subida da taxa máxima do IVA seria inevitável. Foi logo desmentido e o Governo do PS ainda hoje está a pagar esse desmentido.
É fácil perceber o desespero de Luís Campos e Cunha: o País está uma desgraça, a economia não vai crescer grande coisa, os custos sociais vão aumentar muito e as promessas da campanha e do programa de Governo atrapalham muito. A única boa notícia para Campos e Cunha vem da máquina fiscal, onde Paulo Macedo, contra todas as expectativas, tem feito um bom trabalho e está a fazer, pela primeira vez, com que os portugueses passem a ter medo das Finanças. Bem ou mal, foi assim que o Fisco se endireitou em Espanha e é assim que está direito nos EUA.
É claro que já todos percebemos o que se vai passar nos próximos dias ou meses. Vamos assistir à rábula da “tanga” em nova versão:
1. Vítor Constâncio divulga um défice brutal.
2. O Governo deita as mãos à cabeça.
3. O Governo culpa o executivo anterior.
4. Sócrates pede desculpa ao país e diz que não vai poder cumprir o que prometeu.
5. Campos e Cunha começa a trabalhar e receita Prozac aos portugueses e a si mesmo.
Conclusão: porque é que, ao fim de muitos anos, temos sempre a sensação de que não saímos do mesmo sítio?
Ricardo Costa
www.diarioeconomico.com
A semana que hoje termina foi excelente para Portugal, e não estou a ironizar. Depois de alguns meses de ilusões, baseadas em coisa nenhuma, percebemos que o nosso défice vai a caminho dos 7%, que o nosso desemprego não pára de subir e ainda vai subir bastante, que os impostos vão aumentar e que as nossas equipas de futebol são de uma miséria franciscana e estão falidas. Digo isto, porque o pior que pode acontecer a um país é viver em ilusão permanente. Para que tudo isto seja perfeito, só falta o Benfica perder o campeonato e colocar o país numa depressão profunda.
Tudo isto escrito por uma pessoa moderadamente optimista (categoria em que me coloco ou me tento colocar), parece um absurdo mas é a única maneira de o Governo deixar de estar preso ao que prometeu na campanha eleitoral. Todos sabemos que a campanha eleitoral para as legislativas é, em sentido lato, um dia das mentiras em versão alargada – sabe quem mente e sabe quem ouve. O que é mais estranho é que o Governo continue, meses depois da campanha, a desmentir ou a adiar aquilo que todos sabemos que vai acontecer. O caso das SCUTS e do IVA é o mais absurdo.
Não é preciso ser um génio das finanças para se perceber que o modelo das SCUTS é insustentável nos próximos anos, altura em que o Orçamento de Estado mais vai ter que desembolsar para compensar as “portagens virtuais”. Por várias vezes o PS e o Governo deram a entender que teriam de rever algumas das SCUTS e até já explicaram em que condições e porquê podem rever a inexistência das portagens. Mas, inexplicavelmente, recuam no próprio dia, dizendo que ainda estão a estudar o assunto. Mas estão a estudar o quê? A questão das portagens virtuais estuda-se numa tarde! A única coisa que não se estuda (nem que se demore dois meses) é a dimensão dos protestos, boicotes e cortes de estrada que vão existir. Aposto que são as estas as questões que o governo está a estudar...
A outra, mais espantosa, é a do IVA. E digo “mais espantosa” porque, ainda durante a campanha eleitoral, o então porta-voz Manuel Pinho descaiu-se e deu a entender que a subida da taxa máxima do IVA seria inevitável. Foi logo desmentido e o Governo do PS ainda hoje está a pagar esse desmentido.
É fácil perceber o desespero de Luís Campos e Cunha: o País está uma desgraça, a economia não vai crescer grande coisa, os custos sociais vão aumentar muito e as promessas da campanha e do programa de Governo atrapalham muito. A única boa notícia para Campos e Cunha vem da máquina fiscal, onde Paulo Macedo, contra todas as expectativas, tem feito um bom trabalho e está a fazer, pela primeira vez, com que os portugueses passem a ter medo das Finanças. Bem ou mal, foi assim que o Fisco se endireitou em Espanha e é assim que está direito nos EUA.
É claro que já todos percebemos o que se vai passar nos próximos dias ou meses. Vamos assistir à rábula da “tanga” em nova versão:
1. Vítor Constâncio divulga um défice brutal.
2. O Governo deita as mãos à cabeça.
3. O Governo culpa o executivo anterior.
4. Sócrates pede desculpa ao país e diz que não vai poder cumprir o que prometeu.
5. Campos e Cunha começa a trabalhar e receita Prozac aos portugueses e a si mesmo.
Conclusão: porque é que, ao fim de muitos anos, temos sempre a sensação de que não saímos do mesmo sítio?
Ricardo Costa
www.diarioeconomico.com
A surpresa
Não criamos riqueza suficiente para sustentar o actual modelo social, tal como está estruturado.
Não deveria haver surpresa quanto à gravidade da situação do País, nomeadamente quanto à degradação das contas do Estado, e à necessidade de serem tomadas urgentemente medidas profundas.
Já há muito se percebeu que a forma como a Sociedade Portuguesa funciona e está organizada não permite alcançar os respectivos objectivos últimos, que passam por um maior desenvolvimento económico e, principalmente, por uma maior felicidade e realização pessoal dos cidadãos.
Acresce que não criamos riqueza suficiente para sustentar o actual modelo social, tal como está estruturado, sendo insustentável a progressão da despesa pública e incomportável a ineficiência e o peso do Estado.
Ainda recentemente, na apreciação dos programas eleitorais de Governo, diversas vozes e alguns movimentos da Sociedade Civil salientaram que a gravidade da situação não estava a ser totalmente explicitada, nem assumidas as medidas necessárias para a corrigir.
Tem que se redefinir o papel do Estado no sentido de este passar a ser, essencialmente, um garante da igualdade de oportunidades, da prestação de serviços públicos de qualidade e a entidade que define as regras do jogo – fiscalizando, regulando e administrando eficazmente a Justiça.
O Estado tem, ainda, de combater com determinação a pobreza, ao mesmo tempo que coordena a atribuição das diversas prestações sociais por forma a lhes dar consistência e evitar sobreposições, fraudes ou desincentivos ao trabalho e à iniciativa por parte dos cidadãos.
Reafirma-se, assim, a necessidade de se tomarem imediatamente medidas estruturantes relacionadas directamente com o Estado e com a despesa pública, que passam por:
• Estabelecer um novo processo de planeamento plurianual do Estado, assente numa gestão por objectivos com responsáveis claros, normas contabilísticas estáveis e transparentes, publicamente reportadas e auditadas por comissão independente – planeamento esse que fixe um objectivo a médio prazo para a despesa pública face ao PIB (próximo dos 40%) explicitando as áreas e as formas da sua redução.
• Criar comissões independentes para avaliação dos principais investimentos públicos, cujos pressupostos mais importantes e fundamentos de decisão deverão ficar registados e passíveis de ser publicamente consultados.
• Criar um corpo de quadros de topo da Administração Pública profissionalizados, devidamente recrutados e seleccionados, com a formação adequada, com remuneração competitiva face ao mercado de trabalho, incluindo bónus variáveis pelo cumprimento de objectivos.
• Estabelecer processos de avaliação para os principais serviços públicos, conduzidos por comissões independentes que permitam estabelecer e acompanhar indicadores de desempenho, qualidade e eficiência, promovendo a competitividade interna e externa.
• Desenvolver um programa estruturado de redução dos custos do pessoal da Administração Pública (nomeadamente face ao PIB), a partir de uma avaliação das necessidades de efectivos futuros, promovendo a integração de excedentários na Sociedade, através de apoios específicos à formação e à sua colocação em novas oportunidades profissionais – para além da concessão de uma indemnização que permita alcançar uma rescisão por mútuo acordo. Aumentos salariais na Função Pública nos próximos 3 anos, em princípio, só seriam concedidos sob a forma de prémios variáveis relacionados com o cumprimento de objectivos, tais como a redução de custos (eliminar-se-iam os aumentos/promoções automáticas).
• Reestruturar a Segurança Social, aumentando a idade da reforma e/ou mantendo essa idade, mas atribuindo menos benefícios. Igualar o esquema da Caixa Geral de Pensões ao Regime Geral.
No que diz respeito a decisões sobre impostos, as mesmas deverão ser enquadradas numa estratégia e planeamento integrado para angariação de receitas do Estado, explicitando o peso das várias componentes: sistema fiscal (e qual), pagamento de serviços públicos (quais e como) e outras receitas (privatizações etc).
Qualquer aumento de impostos, neste momento, deverá sempre ser considerado como excepcional e temporário e só admissível se existir em paralelo um compromisso, sustentado num planeamento adequado, quanto à redução da despesa pública. Esta redução deverá ser, aliás, compatível com o aumento da qualidade dos serviços públicos e permitirá, posteriormente, diminuir de modo significativo a carga fiscal.
António Carrapatoso
www.diarioeconomico.com
Não deveria haver surpresa quanto à gravidade da situação do País, nomeadamente quanto à degradação das contas do Estado, e à necessidade de serem tomadas urgentemente medidas profundas.
Já há muito se percebeu que a forma como a Sociedade Portuguesa funciona e está organizada não permite alcançar os respectivos objectivos últimos, que passam por um maior desenvolvimento económico e, principalmente, por uma maior felicidade e realização pessoal dos cidadãos.
Acresce que não criamos riqueza suficiente para sustentar o actual modelo social, tal como está estruturado, sendo insustentável a progressão da despesa pública e incomportável a ineficiência e o peso do Estado.
Ainda recentemente, na apreciação dos programas eleitorais de Governo, diversas vozes e alguns movimentos da Sociedade Civil salientaram que a gravidade da situação não estava a ser totalmente explicitada, nem assumidas as medidas necessárias para a corrigir.
Tem que se redefinir o papel do Estado no sentido de este passar a ser, essencialmente, um garante da igualdade de oportunidades, da prestação de serviços públicos de qualidade e a entidade que define as regras do jogo – fiscalizando, regulando e administrando eficazmente a Justiça.
O Estado tem, ainda, de combater com determinação a pobreza, ao mesmo tempo que coordena a atribuição das diversas prestações sociais por forma a lhes dar consistência e evitar sobreposições, fraudes ou desincentivos ao trabalho e à iniciativa por parte dos cidadãos.
Reafirma-se, assim, a necessidade de se tomarem imediatamente medidas estruturantes relacionadas directamente com o Estado e com a despesa pública, que passam por:
• Estabelecer um novo processo de planeamento plurianual do Estado, assente numa gestão por objectivos com responsáveis claros, normas contabilísticas estáveis e transparentes, publicamente reportadas e auditadas por comissão independente – planeamento esse que fixe um objectivo a médio prazo para a despesa pública face ao PIB (próximo dos 40%) explicitando as áreas e as formas da sua redução.
• Criar comissões independentes para avaliação dos principais investimentos públicos, cujos pressupostos mais importantes e fundamentos de decisão deverão ficar registados e passíveis de ser publicamente consultados.
• Criar um corpo de quadros de topo da Administração Pública profissionalizados, devidamente recrutados e seleccionados, com a formação adequada, com remuneração competitiva face ao mercado de trabalho, incluindo bónus variáveis pelo cumprimento de objectivos.
• Estabelecer processos de avaliação para os principais serviços públicos, conduzidos por comissões independentes que permitam estabelecer e acompanhar indicadores de desempenho, qualidade e eficiência, promovendo a competitividade interna e externa.
• Desenvolver um programa estruturado de redução dos custos do pessoal da Administração Pública (nomeadamente face ao PIB), a partir de uma avaliação das necessidades de efectivos futuros, promovendo a integração de excedentários na Sociedade, através de apoios específicos à formação e à sua colocação em novas oportunidades profissionais – para além da concessão de uma indemnização que permita alcançar uma rescisão por mútuo acordo. Aumentos salariais na Função Pública nos próximos 3 anos, em princípio, só seriam concedidos sob a forma de prémios variáveis relacionados com o cumprimento de objectivos, tais como a redução de custos (eliminar-se-iam os aumentos/promoções automáticas).
• Reestruturar a Segurança Social, aumentando a idade da reforma e/ou mantendo essa idade, mas atribuindo menos benefícios. Igualar o esquema da Caixa Geral de Pensões ao Regime Geral.
No que diz respeito a decisões sobre impostos, as mesmas deverão ser enquadradas numa estratégia e planeamento integrado para angariação de receitas do Estado, explicitando o peso das várias componentes: sistema fiscal (e qual), pagamento de serviços públicos (quais e como) e outras receitas (privatizações etc).
Qualquer aumento de impostos, neste momento, deverá sempre ser considerado como excepcional e temporário e só admissível se existir em paralelo um compromisso, sustentado num planeamento adequado, quanto à redução da despesa pública. Esta redução deverá ser, aliás, compatível com o aumento da qualidade dos serviços públicos e permitirá, posteriormente, diminuir de modo significativo a carga fiscal.
António Carrapatoso
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Défice, corrupção e nacionalizações estão de volta
O "Verão quente" está de volta. Défice, corrupção e nacionalização de bens de estrangeiros estão de novo na agenda de um País perplexo.
Um empresário é detido por alegado tráfico de influências. A sede do grupo Espírito Santo é devassada e três altos dirigentes do BES constituídos arguidos. O ministro dos Transportes ordena o confisco dos terrenos da Bombardier. Estão de volta as nacionalizações contra o capital estrangeiro, que faz sabotagem económica. O Governo dá mostras de não saber o que anda a fazer. Testa medidas na comunicação: dá o dito por não dito e à falta de informação sucede-se o desmentido, dando ideia que não há gestão de informação no Governo.
www.semanario.pt
Um empresário é detido por alegado tráfico de influências. A sede do grupo Espírito Santo é devassada e três altos dirigentes do BES constituídos arguidos. O ministro dos Transportes ordena o confisco dos terrenos da Bombardier. Estão de volta as nacionalizações contra o capital estrangeiro, que faz sabotagem económica. O Governo dá mostras de não saber o que anda a fazer. Testa medidas na comunicação: dá o dito por não dito e à falta de informação sucede-se o desmentido, dando ideia que não há gestão de informação no Governo.
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Posição oficial da JSD Nacional acerca da I.V.G.
A Juventude Social Democrata caracteriza-se, na sua génese ideológica, pela valorização do humanismo, bem como dos grandes princípios da justiça, da liberdade e da solidariedade.
Nesse espírito Humanista, que é pedra basilar da Social Democracia Portuguesa, a Comissão Política Nacional da JSD definiu, relativamente à temática da Interrupção Voluntária da Gravidez, as seguintes posições:
Defendemos que a Assembleia da República deverá pronunciar-se, de forma inequívoca e imediata, pela suspensão de processos de criminalização, entenda-se julgamento em tribunal de mulheres que tenham optado pela Interrupção Voluntária da Gravidez.
No entanto, a JSD entende que quem por qualquer meio fizer abortar uma mulher grávida fora do âmbito da lei vigente deve continuar a ser punido com pena de prisão. Não aceitamos que haja quem faça negócio explorando perversamente as fraquezas e fragilidades de outro ser humano.
Defendemos que este não é o momento para realizar qualquer consulta pública sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. Não permitiremos que nenhuma partido e, neste caso, o Partido Socialista, transforme esta questão sensível e de cariz sobejamente pessoal, numa arma de arremesso político com meras intenções eleitoralistas, tendo em conta a proximidade das eleições autárquicas.
Sendo a questão da Interrupção Voluntária da Gravidez suprapartidária, entendemos, enquanto maior estrutura de Juventude Portuguesa, ter a obrigação de informar e esclarecer os Jovens Portugueses sobre esta matéria. Nessa medida iremos realizar campanhas de informação, no âmbito de uma Campanha Nacional de esclarecimento sobre as várias propostas dos Partidos Portugueses que irá percorrer não só a estrutura mas também as escolas e as universidades . Somente com informação disponível é que qualquer pessoa pode então decidir de forma responsável e consciente. Ao contrário de outras Juventudes Partidárias, a JSD irá cumprir com o seu dever cívico, contribuindo para a consciencialização da população portuguesa numa matéria tão complexa e sensível como a do aborto.
Repugna-nos, enquanto Social Democratas, que haja partidos políticos, como o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, que explorem esta matéria de extrema sensibilidade com fins meramente eleitoralistas ao invés de cumprirem a sua missão cívica de informar os Portugueses, de forma objectiva, sobre as várias opções em discussão.
Conforme aprovado no último Congresso Nacional da JSD, será fomentado um debate interno sobre esta problemática, em Conselho Nacional, de modo a esclarecer e informar todos os militantes. Pretendemos também que sejam os militantes a assumir uma posição clara relativamente à pertinência do Referendo sobre a IVG.
Ao reconhecer que o diploma da Interrupção Voluntária da Gravidez é totalmente apolítico e apartidário, a Juventude Social Democrata não tomará nenhuma posição oficial na eventualidade de se realizar novo referendo sobre esta matéria.
A Comissão Política Nacional não pretende de qualquer modo limitar a consciência de ninguém, sendo a participação e expressão livre para cada militante.
Não podemos passar à margem desta discussão sem encarar globalmente todas as questões envolventes. O quadro de evolução demográfica do nosso país tem vindo a sofrer uma grave inversão. A pirâmide etária encontra-se alterada e com perspectivas de agravamento, o que faz antever consequências nefastas em termos sociais e económicos para o nosso país.
Articulando todas estas questões, a JSD assume o compromisso de defender e apresentar uma proposta ao Grupo Parlamentar do PSD e ao Governo Português, com as seguintes linhas de orientação:
Incentivos à Natalidade
Família – Reformas de apoio à Instituição Familiar enquanto primeira e mais importante fonte de valores e pilar da formação para a cidadania
Adopção - solução real e desburocratizada
Educação Sexual – a prevenção começa na formação
JSD Nacional
Nesse espírito Humanista, que é pedra basilar da Social Democracia Portuguesa, a Comissão Política Nacional da JSD definiu, relativamente à temática da Interrupção Voluntária da Gravidez, as seguintes posições:
Defendemos que a Assembleia da República deverá pronunciar-se, de forma inequívoca e imediata, pela suspensão de processos de criminalização, entenda-se julgamento em tribunal de mulheres que tenham optado pela Interrupção Voluntária da Gravidez.
No entanto, a JSD entende que quem por qualquer meio fizer abortar uma mulher grávida fora do âmbito da lei vigente deve continuar a ser punido com pena de prisão. Não aceitamos que haja quem faça negócio explorando perversamente as fraquezas e fragilidades de outro ser humano.
Defendemos que este não é o momento para realizar qualquer consulta pública sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. Não permitiremos que nenhuma partido e, neste caso, o Partido Socialista, transforme esta questão sensível e de cariz sobejamente pessoal, numa arma de arremesso político com meras intenções eleitoralistas, tendo em conta a proximidade das eleições autárquicas.
Sendo a questão da Interrupção Voluntária da Gravidez suprapartidária, entendemos, enquanto maior estrutura de Juventude Portuguesa, ter a obrigação de informar e esclarecer os Jovens Portugueses sobre esta matéria. Nessa medida iremos realizar campanhas de informação, no âmbito de uma Campanha Nacional de esclarecimento sobre as várias propostas dos Partidos Portugueses que irá percorrer não só a estrutura mas também as escolas e as universidades . Somente com informação disponível é que qualquer pessoa pode então decidir de forma responsável e consciente. Ao contrário de outras Juventudes Partidárias, a JSD irá cumprir com o seu dever cívico, contribuindo para a consciencialização da população portuguesa numa matéria tão complexa e sensível como a do aborto.
Repugna-nos, enquanto Social Democratas, que haja partidos políticos, como o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, que explorem esta matéria de extrema sensibilidade com fins meramente eleitoralistas ao invés de cumprirem a sua missão cívica de informar os Portugueses, de forma objectiva, sobre as várias opções em discussão.
Conforme aprovado no último Congresso Nacional da JSD, será fomentado um debate interno sobre esta problemática, em Conselho Nacional, de modo a esclarecer e informar todos os militantes. Pretendemos também que sejam os militantes a assumir uma posição clara relativamente à pertinência do Referendo sobre a IVG.
Ao reconhecer que o diploma da Interrupção Voluntária da Gravidez é totalmente apolítico e apartidário, a Juventude Social Democrata não tomará nenhuma posição oficial na eventualidade de se realizar novo referendo sobre esta matéria.
A Comissão Política Nacional não pretende de qualquer modo limitar a consciência de ninguém, sendo a participação e expressão livre para cada militante.
Não podemos passar à margem desta discussão sem encarar globalmente todas as questões envolventes. O quadro de evolução demográfica do nosso país tem vindo a sofrer uma grave inversão. A pirâmide etária encontra-se alterada e com perspectivas de agravamento, o que faz antever consequências nefastas em termos sociais e económicos para o nosso país.
Articulando todas estas questões, a JSD assume o compromisso de defender e apresentar uma proposta ao Grupo Parlamentar do PSD e ao Governo Português, com as seguintes linhas de orientação:
Incentivos à Natalidade
Família – Reformas de apoio à Instituição Familiar enquanto primeira e mais importante fonte de valores e pilar da formação para a cidadania
Adopção - solução real e desburocratizada
Educação Sexual – a prevenção começa na formação
JSD Nacional
quinta-feira, maio 19, 2005
Relativamente ao défice
Tendo eu formação na área económica, devo dizer que concordo em pleno com as medidas que o meu amigo Carlos propôs.
Quando fui Ministro das Finanças no governo do Prof. Cavaco Silva tivemos que por em pratica medidas, algumas impopulares para melhorar a economia e as finanças do país. Mais tarde revelou-se o sucesso da implantação das mesmas, tendo Portugal atravessado um período prospero, entrando assim para a CEE de forma seria e credível do ponto de vista financeiro.Saudações a todos os Galveenses.
Jorge Braga de Macedo
http://www.tertulia-e-companhia.blogspot.com/
Quando fui Ministro das Finanças no governo do Prof. Cavaco Silva tivemos que por em pratica medidas, algumas impopulares para melhorar a economia e as finanças do país. Mais tarde revelou-se o sucesso da implantação das mesmas, tendo Portugal atravessado um período prospero, entrando assim para a CEE de forma seria e credível do ponto de vista financeiro.Saudações a todos os Galveenses.
Jorge Braga de Macedo
http://www.tertulia-e-companhia.blogspot.com/
NÃO FUJAS AO FISCO, NÃO!
Não há hoje ninguém que não advogue, como uma das grandes medidas para o combate ao déficit, o aumento das receitas pela via do combate à evasão fiscal. Por sua vez, não há também ninguém que não defenda o pagamento das dívidas das empresas à Segurança Social como uma das medidas cruciais para evitar o colapso da própria Segurança Social.
Acontece que a maioria dos defensores destas medidas, por aquilo que eu oiço, está completamente a leste das inevitáveis consequências da sua implementação. Aliás, tenho a certeza absoluta que a esmagadora maioria daqueles que as defendem à boca cheia pelas mesas dos cafés seriam os primeiros a revoltarem-se contra os efeitos colaterais que as mesmas produziriam, se fossem aplicadas com o rigor necessário.
Quanto às dívidas das empresas à Segurança Social, era bom que todos estivéssemos conscientes de que, hoje em dia, uma percentagem muito significativa das nossas empresas só consegue sobreviver e manter-se em actividade em virtude de não pagar à Segurança Social. E por que é que não pagam? A resposta é muito simples e não tem nada a ver com as fantasias anti-capitalistas que ainda povoam a imaginação de muitos de nós: não pagam, pura e simplesmente, porque não podem. Por um lado, a nossa mão-de-obra não é qualificada e a sua produtividade é muito reduzida, por outro, os encargos das nossas empresas são muito pesados, tendo até em conta o facto de sermos um país periférico, com um mercado interno pouco estimulante e atulhado de produtos altamente competitivos (quer em termos de qualidade, quer em termos de preço), provenientes de outros países. Acresce que não temos uma tradição verdadeiramente capitalista. Com efeito, quanto a este aspecto, tanto o salazarismo como o socialismo pós-25 de Abril guiaram-se pela mesma cartilha, na medida em que elegeram sempre como seu principal inimigo o espírito capitalista da livre iniciativa. Hoje, em Portugal, ou se é funcionário público ou subsidiodependente. E ninguém pense que pode ser outra coisa. Empresários, no verdadeiro sentido da palavra, no que isso comporta de risco, de independência em relação ao Estado e de capacidade de iniciativa, são raríssimos.
Ora, nas actuais circunstâncias, temos de ter a consciência que obrigar as empresas a pagar as suas dívidas à Segurança Social implicará necessariamente a declaração de falência da maioria delas e a consequente subida em flecha do desemprego que poderá atingir números como em Espanha com a governação do socialista Filipe Gonzalez, onde o desemprego se chegou a aproximar dos 30%.
Mas este é um processo pelo qual teremos necessariamente de passar? Não duvido. Mas só espero que a esquerda folclórica que agora tanto reclama estas medidas, não seja depois a primeira a vir queixar-se do desemprego... Porque essa vai ser necessariamente a sua consequência imediata.
Quantos à evasão fiscal, também vejo toda a gente a olhar para cima, para os grandes... Ora, não são os grandes, nem os pequenos que fogem ao fisco. Os grandes porque não necessitam, uma vez que são protegidos pelas próprias leis; os pequenos porque não têm rendimentos que o justifiquem.
Quem foge então ao fisco? A classe média e média-baixa. Ou seja, os pequenos e médios agricultores, construtores civis e comerciantes (feirantes, incluídos), os que fazem biscates fora do horário normal de trabalho e aos fins-de-semana (professores - com as explicações -, pedreiros, mecânicos, pintores, electricistas, etc. etc.), os médicos, economistas, advogados, engenheiros e arquitectos que trabalham para as pessoas de menores rendimentos e que, como tal, prescindem dos recibos para não terem de pagar IVA, etc. etc. etc.
Tendo em conta os nossos baixos salários, é precisamente à conta destas actividades que não são declaradas ao fisco que a nossa classe média consegue tirar os rendimentos que lhe permitem manter uma vida digna e com alguma qualidade.
Ora, o combate à evasão fiscal irá afectar, sobretudo, os rendimentos da classe média. Veremos se depois consegue, sem eles, continuar a pagar as prestações das casas, dos carros e das férias que está a pagar a prestações, assim como os estudos dos filhos.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
Acontece que a maioria dos defensores destas medidas, por aquilo que eu oiço, está completamente a leste das inevitáveis consequências da sua implementação. Aliás, tenho a certeza absoluta que a esmagadora maioria daqueles que as defendem à boca cheia pelas mesas dos cafés seriam os primeiros a revoltarem-se contra os efeitos colaterais que as mesmas produziriam, se fossem aplicadas com o rigor necessário.
Quanto às dívidas das empresas à Segurança Social, era bom que todos estivéssemos conscientes de que, hoje em dia, uma percentagem muito significativa das nossas empresas só consegue sobreviver e manter-se em actividade em virtude de não pagar à Segurança Social. E por que é que não pagam? A resposta é muito simples e não tem nada a ver com as fantasias anti-capitalistas que ainda povoam a imaginação de muitos de nós: não pagam, pura e simplesmente, porque não podem. Por um lado, a nossa mão-de-obra não é qualificada e a sua produtividade é muito reduzida, por outro, os encargos das nossas empresas são muito pesados, tendo até em conta o facto de sermos um país periférico, com um mercado interno pouco estimulante e atulhado de produtos altamente competitivos (quer em termos de qualidade, quer em termos de preço), provenientes de outros países. Acresce que não temos uma tradição verdadeiramente capitalista. Com efeito, quanto a este aspecto, tanto o salazarismo como o socialismo pós-25 de Abril guiaram-se pela mesma cartilha, na medida em que elegeram sempre como seu principal inimigo o espírito capitalista da livre iniciativa. Hoje, em Portugal, ou se é funcionário público ou subsidiodependente. E ninguém pense que pode ser outra coisa. Empresários, no verdadeiro sentido da palavra, no que isso comporta de risco, de independência em relação ao Estado e de capacidade de iniciativa, são raríssimos.
Ora, nas actuais circunstâncias, temos de ter a consciência que obrigar as empresas a pagar as suas dívidas à Segurança Social implicará necessariamente a declaração de falência da maioria delas e a consequente subida em flecha do desemprego que poderá atingir números como em Espanha com a governação do socialista Filipe Gonzalez, onde o desemprego se chegou a aproximar dos 30%.
Mas este é um processo pelo qual teremos necessariamente de passar? Não duvido. Mas só espero que a esquerda folclórica que agora tanto reclama estas medidas, não seja depois a primeira a vir queixar-se do desemprego... Porque essa vai ser necessariamente a sua consequência imediata.
Quantos à evasão fiscal, também vejo toda a gente a olhar para cima, para os grandes... Ora, não são os grandes, nem os pequenos que fogem ao fisco. Os grandes porque não necessitam, uma vez que são protegidos pelas próprias leis; os pequenos porque não têm rendimentos que o justifiquem.
Quem foge então ao fisco? A classe média e média-baixa. Ou seja, os pequenos e médios agricultores, construtores civis e comerciantes (feirantes, incluídos), os que fazem biscates fora do horário normal de trabalho e aos fins-de-semana (professores - com as explicações -, pedreiros, mecânicos, pintores, electricistas, etc. etc.), os médicos, economistas, advogados, engenheiros e arquitectos que trabalham para as pessoas de menores rendimentos e que, como tal, prescindem dos recibos para não terem de pagar IVA, etc. etc. etc.
Tendo em conta os nossos baixos salários, é precisamente à conta destas actividades que não são declaradas ao fisco que a nossa classe média consegue tirar os rendimentos que lhe permitem manter uma vida digna e com alguma qualidade.
Ora, o combate à evasão fiscal irá afectar, sobretudo, os rendimentos da classe média. Veremos se depois consegue, sem eles, continuar a pagar as prestações das casas, dos carros e das férias que está a pagar a prestações, assim como os estudos dos filhos.
Santana-Maia Leonardo, in Primeira Linha
O que fazer com o défice?
Começa a ser preocupante: já todos percebemos que o défice para 2005 deverá rondar os sete por cento, de acordo com as conclusões da Comissão Constâncio, mas ninguém sabe, na verdade, como se vai equilibrar e resolver o assunto.
Tanto mais grave é, quanto o tempo está a passar, e não há nenhuma medida ainda tomada para reduzir esta situação.
Mesmo que a Comissão apresente os seus resultados muito brevemente, como se espera, o país está a terminar o primeiro semestre, e isso significa que nenhuma medida terá efeitos importantes este ano.
Pior: todas as decisões são impopulares, porque vão implicar custos sociais e económicos importantes, e com esta lentidão, e eleições à porta, não existe um grande entusiasmo. Pelo que se viu no «Expresso», as medidas do ministro das Finanças não agradam ao PM, ou vice-versa. Então que fazer? Deixar passar mais tempo? Perder mais oportunidades? Fazer de conta que não existe?
Carlos Marques Sousa
http://www.tertulia-e-companhia.blogspot.com/
Tanto mais grave é, quanto o tempo está a passar, e não há nenhuma medida ainda tomada para reduzir esta situação.
Mesmo que a Comissão apresente os seus resultados muito brevemente, como se espera, o país está a terminar o primeiro semestre, e isso significa que nenhuma medida terá efeitos importantes este ano.
Pior: todas as decisões são impopulares, porque vão implicar custos sociais e económicos importantes, e com esta lentidão, e eleições à porta, não existe um grande entusiasmo. Pelo que se viu no «Expresso», as medidas do ministro das Finanças não agradam ao PM, ou vice-versa. Então que fazer? Deixar passar mais tempo? Perder mais oportunidades? Fazer de conta que não existe?
Carlos Marques Sousa
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PCP
PCP I
Ao que parece, o PCP vai propor em breve o fim do voto por correspondência dos emigrantes. Já imagino a alternativa: o voto de braço no ar.
PCP II
O Avante elogiou Estaline a propósito de uma estátua que lhe levantaram na Sibéria. Compreende-se: ninguém fez mais pelo desenvolvimento da região.
Pedro Picoito
www.amaoinvisivel.blogspot.com
Ao que parece, o PCP vai propor em breve o fim do voto por correspondência dos emigrantes. Já imagino a alternativa: o voto de braço no ar.
PCP II
O Avante elogiou Estaline a propósito de uma estátua que lhe levantaram na Sibéria. Compreende-se: ninguém fez mais pelo desenvolvimento da região.
Pedro Picoito
www.amaoinvisivel.blogspot.com
A linguagem do Bloco
Num ensaio célebre de 1945, George Orwell observou que a política destrói a linguagem porque a torna falsa, empolada, artificial. Podia ter sido escrito hoje à esquerda ou à direita vê-se o mesmo abuso pela metáfora estafada, pelo jargão oco, pela palavra sem significação. Se lermos um discurso de qualquer político no activo descobriremos, sem dificuldades, muitos exemplos dessa devastação verbal: a linguagem posta ao serviço de políticas fictícias, criadas por políticos fictícios.
O caso do Bloco de Esquerda. Não é possível compreender o crescimento desta organização sem pensar na política da linguagem que os dirigentes bloquistas avidamente cultivam. Primeiro, ter uma política da linguagem, eficaz e persuasiva, requer uma presença constante nos meios por onde essa linguagem circula (e não creio que Francisco Louçã tenha recusado alguma vez uma ida à televisão). Depois, ao contrário do PCP, que cresceu clandestinamente com uma linguagem moldada pelo marxismo (de que, no fundo, a famosa cassete comunista foi sempre uma simplificação para compreensão do povo), os chefes do Bloco de Esquerda formaram-se nas lutas estudantis com uma linguagem política que eles próprios criaram e em que um bom slogan pode valer mais do que uma ideia. Sabendo que o fim do comunismo foi também o esgotamento de um projecto hegemónico de linguagem política, o Bloco usa obsessivamente a linguagem para afirmar a sua agenda política alternativa. Não tem filiados mas "aderentes", não faz congressos mas "convenções", não fala em pluralismo mas em "direito de tendência", não tem um líder mas uma "mesa nacional", não é um partido mas um "movimento". O Bloco precisa de uma diferença e originalidade que se constroem com a linguagem, porque só assim é que Louçã convence os aderentes de que o Bloco é um partido único, incorrupto, o único verdadeiramente democrático. Os aderentes estão convencidos.
Pedro Lomba in Diário de Noticias
O caso do Bloco de Esquerda. Não é possível compreender o crescimento desta organização sem pensar na política da linguagem que os dirigentes bloquistas avidamente cultivam. Primeiro, ter uma política da linguagem, eficaz e persuasiva, requer uma presença constante nos meios por onde essa linguagem circula (e não creio que Francisco Louçã tenha recusado alguma vez uma ida à televisão). Depois, ao contrário do PCP, que cresceu clandestinamente com uma linguagem moldada pelo marxismo (de que, no fundo, a famosa cassete comunista foi sempre uma simplificação para compreensão do povo), os chefes do Bloco de Esquerda formaram-se nas lutas estudantis com uma linguagem política que eles próprios criaram e em que um bom slogan pode valer mais do que uma ideia. Sabendo que o fim do comunismo foi também o esgotamento de um projecto hegemónico de linguagem política, o Bloco usa obsessivamente a linguagem para afirmar a sua agenda política alternativa. Não tem filiados mas "aderentes", não faz congressos mas "convenções", não fala em pluralismo mas em "direito de tendência", não tem um líder mas uma "mesa nacional", não é um partido mas um "movimento". O Bloco precisa de uma diferença e originalidade que se constroem com a linguagem, porque só assim é que Louçã convence os aderentes de que o Bloco é um partido único, incorrupto, o único verdadeiramente democrático. Os aderentes estão convencidos.
Pedro Lomba in Diário de Noticias
A esperteza saloia
Sócrates é um senhor muito esperto. Ele estudou bem a lição e aprendeu com os erros de Barroso: Nunca se deve começar a governar dizendo que afinal a situação é grave. Quando numa campanha eleitoral se promete optimismo e confiança, os primeiros meses de governo têm de comprovar a tentativa de incutir esse optimismo e confiança nos portugueses. Só depois, quando o Presidente do Banco de Portugal apresenta o relatório das contas públicas é que surge a oportunidade de, como quem foi apanhado de surpresa, cair na real e mudar para uma política de rigor e sacrifício. De nada interessa que Constâncio viesse a alertar para o estado das contas públicas há anos. Para um tipo esperto como o nosso Primeiro-Ministro só conta o que ele disse agora em Maio. Só agora Sócrates ficou surpreendido, só agora, com a surpresa estampada no rosto, ele pode dizer que afinal a confiança não basta, que nem tudo é uma questão ideológica.
Estou muito satisfeito. Desde há vários anos que não tínhamos um chefe de governo assim tão esperto. Ele é a esperteza em pessoa e nós, que ouvimos e aceitamos tudo com a pureza dos estúpidos, somos os saloios. Na verdade, estamos todos bem entregues.
por André Abrantes Amaral
www.oinsurgente.blogspot.com
Estou muito satisfeito. Desde há vários anos que não tínhamos um chefe de governo assim tão esperto. Ele é a esperteza em pessoa e nós, que ouvimos e aceitamos tudo com a pureza dos estúpidos, somos os saloios. Na verdade, estamos todos bem entregues.
por André Abrantes Amaral
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terça-feira, maio 17, 2005
Horizontes da educação
Todos os dias somos confrontados com notícias que dão conta da enormissíma falta de funcionários e técnicos altamente qualificados no nosso mercado de trabalho. No entanto, o contraditório também costuma ser notícia, isto é, cerca de 50 mil licenciados estão no desemprego.
Estes factos pragmáticos são inafastáveis da nossa realidade social e da doença que padece a nossa sociedade.
Todo o nosso sistema de ensino do básico ao superior, está mau estruturado e na sua essência está absolutamente ultrapassado quer no conteúdo quer na forma.
Actualmente não estamos a formar jovens para a prática quer do exercício profissional, quer em termos humanos. As escolas são hoje, nalguns casos, meros depósitos de crianças e jovens.
Perdeu-se o sentido humanista e de formação da personalidade e de valores como papel principal da escola. A indisciplina dos nossos alunos é hoje um acto aceite pela sociedade, enquanto a repreensão dos professores é um acto criticável e muitas vezes extremamente nefasto para o professor. Há uma completa confusão dos valores que já não fazem da escola o centro de formação e valorização das capacidades humanas.
Os conteúdos programáticos são hoje ineficazes e proporcionais ao facilitismo. Falta rigor e exigência aos nossos alunos, dá-se muita Educação Física, Plástica, Musical e muito pouco Português, Matemática.
Na prática verifica-se que os doze anos de ensino liceal nada acrescentam de sólido aos conhecimentos que á priori são básicos para qualquer indivíduo.
As universidades servem hoje para dar diplomas e perderam funções de investigação, inovação e desenvolvimento de competências.
Acabou-se a imagem de um ensino superior baseado na investigação, discussão e observação dos problemas estimulando o desenvolvimento das capacidades racionais de cada um. Começaram a proliferar cursos em universidades sem o mínimo de qualidade provocando uma total banalização dos mesmos. Criaram-se montanhas de faculdades e institutos politécnicos sem assegurar requisitos mínimos como a qualidade do corpo docente a ligação ao meio e a criação de infrastruturas de apoio.
Falta em Portugal aquilo que há em muitos países desenvolvidos: campus universitários. Mesmo que não seja em cidades centrais um campus deve ter as infrastruturas necessárias a poder assegurar uma total integração do aluno na universidade, deve ter para além da estrutura de ensino, bibliotecas, centros de informática e novas tecnologias, espaços de debate e informação, residências e também espaços de lazer e cultura.
Temos que repensar a nossa política de educação em função da nova exigência dos tempos e enquadrá-la numa sociedade onde a competição, o mérito a qualidade e o trabalho devem ser palavras de ordem.
Hugo Martinho
Estes factos pragmáticos são inafastáveis da nossa realidade social e da doença que padece a nossa sociedade.
Todo o nosso sistema de ensino do básico ao superior, está mau estruturado e na sua essência está absolutamente ultrapassado quer no conteúdo quer na forma.
Actualmente não estamos a formar jovens para a prática quer do exercício profissional, quer em termos humanos. As escolas são hoje, nalguns casos, meros depósitos de crianças e jovens.
Perdeu-se o sentido humanista e de formação da personalidade e de valores como papel principal da escola. A indisciplina dos nossos alunos é hoje um acto aceite pela sociedade, enquanto a repreensão dos professores é um acto criticável e muitas vezes extremamente nefasto para o professor. Há uma completa confusão dos valores que já não fazem da escola o centro de formação e valorização das capacidades humanas.
Os conteúdos programáticos são hoje ineficazes e proporcionais ao facilitismo. Falta rigor e exigência aos nossos alunos, dá-se muita Educação Física, Plástica, Musical e muito pouco Português, Matemática.
Na prática verifica-se que os doze anos de ensino liceal nada acrescentam de sólido aos conhecimentos que á priori são básicos para qualquer indivíduo.
As universidades servem hoje para dar diplomas e perderam funções de investigação, inovação e desenvolvimento de competências.
Acabou-se a imagem de um ensino superior baseado na investigação, discussão e observação dos problemas estimulando o desenvolvimento das capacidades racionais de cada um. Começaram a proliferar cursos em universidades sem o mínimo de qualidade provocando uma total banalização dos mesmos. Criaram-se montanhas de faculdades e institutos politécnicos sem assegurar requisitos mínimos como a qualidade do corpo docente a ligação ao meio e a criação de infrastruturas de apoio.
Falta em Portugal aquilo que há em muitos países desenvolvidos: campus universitários. Mesmo que não seja em cidades centrais um campus deve ter as infrastruturas necessárias a poder assegurar uma total integração do aluno na universidade, deve ter para além da estrutura de ensino, bibliotecas, centros de informática e novas tecnologias, espaços de debate e informação, residências e também espaços de lazer e cultura.
Temos que repensar a nossa política de educação em função da nova exigência dos tempos e enquadrá-la numa sociedade onde a competição, o mérito a qualidade e o trabalho devem ser palavras de ordem.
Hugo Martinho
segunda-feira, maio 16, 2005
O aborto e a fome de desforra
Nunca se deve esquecer que há pessoas sérias e bem-intencionadas favoráveis à legalização do aborto. Isto deve ser recordado porque essa campanha está a ser conduzida de forma tão infame, tão vergonhosa, tão canalha, que é fácil ignorá-lo.
Há oito anos, a 20 de Fevereiro de 1997, a lei de liberalização da prática do aborto foi pela primeira vez votada em Portugal, e recusada no Parlamento, por 112 votos contra, 111 a favor e três abstenções. Perante este resultado inesperado, o Partido Socialista manifestou a sua "elevação" democrática, substituindo os deputados a quem dera liberdade de voto e, na mesma legislatura, reapreciando a mesma lei, agora obedientemente aprovada por 116 votos, contra 107 e três abstenções.
Essa infâmia democrática foi tão evidente que, honra seja feita aos parlamentares, a Assembleia acabou por decidir convocar um referendo para legitimar uma decisão que ela própria tinha manchado. O que aconteceu depois foi a mais extraordinária manifestação de maturidade democrática do Portugal moderno. Grupos de cidadãos anónimos, com meios improvisados e sem qualquer apoio partidário, enfrentaram as poderosíssimas forças da esquerda maciçamente mobilizadas. E ganharam. O referendo de 28 de Junho de 1998 confirmou a decisão original da Assembleia, com 50,9% contra a lei, 49,1% a favor e 68% de abstenção.
Este facto, mais surpreendente que o primeiro, justificaria evidentemente uma forte reflexão política e uma decidida revisão de métodos e posições. Mas o fundamento das forças chamadas "populares" é julgarem-se iluminadas pela verdade indiscutível. O povo só tem razão quando concorda com elas.
Assim, assistimos desde então, com particular vigor hoje, à ânsia descontrolada em impor uma lei que por duas vezes foi já democraticamente rejeitada. Quando o Governo diz que quer resolver a questão por referendo, significa que haverá tantos referendos até que a sua opinião ganhe. E ameaça já impô-la na Assembleia, se o povo se atrever a não concordar com ele.
Todas estas práticas, que noutras circunstâncias levantariam urros de indignação política, neste tema pareceram justificadas. A razão é que os que lutam pela legalização do aborto estão convencidos de que defendem a mais elevada justiça perante forças obscurantistas e retrógradas. No entanto, são eles quem obscurece o problema, ocultando dois elementos centrais da questão a vida do bebé, evidentemente envolvida, e o tremendo drama futuro do remorso da mãe que abortou. O problema é tudo menos evidente.
Porquê então esta fúria fanática num ponto tão controverso? Será que o País não tem problemas muito mais graves e urgentes? Todos sabemos tristemente que sim! Será por causa dos números astronómicos de abortos clandestinos? Claro que não! Eles sabem, melhor que ninguém, que esses números não têm base séria e foram inventados na lógica de que uma mentira muito repetida fica verdade. Serão os julgamentos de mulheres? Isso ainda menos. Todos se lembram que antes desta campanha não havia em Portugal processos desses. Eles apareceram nos últimos anos e são sempre oportunidades para grandes manifestações abortistas. É pelo menos de desconfiar da origem de tal afã judicial.
Este aspecto, aliás, aponta para um outro elemento importante. Enquanto as forças opostas à banalização do aborto se preocupam genuinamente com as pessoas envolvidas, criando dezenas de instituições para apoio às famílias e crianças, do lado contrário a questão é meramente legal. A vitória é política e os casos reais são apenas usados como arma de arremesso. Hoje esses dramas são simples argumentos para debate, e na eventualidade de um dia ser aprovada a lei, o desinteresse por eles será total, como era antes de terem apostado estrategicamente no tema.
Estes episódios levam a suspeitar que o que está afinal em causa é, não o aborto, mas sobretudo a honra ferida da esquerda, a infantil fome de desforra. Por isso é fácil esquecer que também lá há pessoas sérias e bem-intencionadas.
João César das Neves
www.dn.pt
Há oito anos, a 20 de Fevereiro de 1997, a lei de liberalização da prática do aborto foi pela primeira vez votada em Portugal, e recusada no Parlamento, por 112 votos contra, 111 a favor e três abstenções. Perante este resultado inesperado, o Partido Socialista manifestou a sua "elevação" democrática, substituindo os deputados a quem dera liberdade de voto e, na mesma legislatura, reapreciando a mesma lei, agora obedientemente aprovada por 116 votos, contra 107 e três abstenções.
Essa infâmia democrática foi tão evidente que, honra seja feita aos parlamentares, a Assembleia acabou por decidir convocar um referendo para legitimar uma decisão que ela própria tinha manchado. O que aconteceu depois foi a mais extraordinária manifestação de maturidade democrática do Portugal moderno. Grupos de cidadãos anónimos, com meios improvisados e sem qualquer apoio partidário, enfrentaram as poderosíssimas forças da esquerda maciçamente mobilizadas. E ganharam. O referendo de 28 de Junho de 1998 confirmou a decisão original da Assembleia, com 50,9% contra a lei, 49,1% a favor e 68% de abstenção.
Este facto, mais surpreendente que o primeiro, justificaria evidentemente uma forte reflexão política e uma decidida revisão de métodos e posições. Mas o fundamento das forças chamadas "populares" é julgarem-se iluminadas pela verdade indiscutível. O povo só tem razão quando concorda com elas.
Assim, assistimos desde então, com particular vigor hoje, à ânsia descontrolada em impor uma lei que por duas vezes foi já democraticamente rejeitada. Quando o Governo diz que quer resolver a questão por referendo, significa que haverá tantos referendos até que a sua opinião ganhe. E ameaça já impô-la na Assembleia, se o povo se atrever a não concordar com ele.
Todas estas práticas, que noutras circunstâncias levantariam urros de indignação política, neste tema pareceram justificadas. A razão é que os que lutam pela legalização do aborto estão convencidos de que defendem a mais elevada justiça perante forças obscurantistas e retrógradas. No entanto, são eles quem obscurece o problema, ocultando dois elementos centrais da questão a vida do bebé, evidentemente envolvida, e o tremendo drama futuro do remorso da mãe que abortou. O problema é tudo menos evidente.
Porquê então esta fúria fanática num ponto tão controverso? Será que o País não tem problemas muito mais graves e urgentes? Todos sabemos tristemente que sim! Será por causa dos números astronómicos de abortos clandestinos? Claro que não! Eles sabem, melhor que ninguém, que esses números não têm base séria e foram inventados na lógica de que uma mentira muito repetida fica verdade. Serão os julgamentos de mulheres? Isso ainda menos. Todos se lembram que antes desta campanha não havia em Portugal processos desses. Eles apareceram nos últimos anos e são sempre oportunidades para grandes manifestações abortistas. É pelo menos de desconfiar da origem de tal afã judicial.
Este aspecto, aliás, aponta para um outro elemento importante. Enquanto as forças opostas à banalização do aborto se preocupam genuinamente com as pessoas envolvidas, criando dezenas de instituições para apoio às famílias e crianças, do lado contrário a questão é meramente legal. A vitória é política e os casos reais são apenas usados como arma de arremesso. Hoje esses dramas são simples argumentos para debate, e na eventualidade de um dia ser aprovada a lei, o desinteresse por eles será total, como era antes de terem apostado estrategicamente no tema.
Estes episódios levam a suspeitar que o que está afinal em causa é, não o aborto, mas sobretudo a honra ferida da esquerda, a infantil fome de desforra. Por isso é fácil esquecer que também lá há pessoas sérias e bem-intencionadas.
João César das Neves
www.dn.pt
domingo, maio 15, 2005
Eleitoralismo nos municípios portugueses
É hoje ponto assente na literatura de política económica que os interesses pessoais dos governantes podem influenciar as políticas adoptadas, causando distorções na economia que diminuem o bem-estar social. Partindo desta ideia genérica, os estudos sobre os ciclos político-económicos analisam de que forma o desejo de serem reeleitos e a ideologia dos políticos afectam a evolução da economia. Modelos recentes tendem a assumir que, embora todos os políticos sejam eleitoralistas, eles diferem no seu nível de competência, que conhecem antes do eleitorado. Na véspera das eleições, políticos eleitoralistas tiram partido desta assimetria de informação procurando sinalizar um elevado grau de competência ao eleitorado. Poderão, por exemplo, aumentar os gastos públicos e/ou reduzir os impostos antes das eleições, com o objectivo de aparentarem estar a fazer uma boa gestão do erário público. É expectável que tais aumentos das despesas estimulem temporariamente a economia, gerando mais emprego e crescimento económico pouco antes das eleições.
Atendendo a que só faltam cinco meses para as próximas eleições autárquicas, pareceu-me oportuno referir nesta coluna as conclusões de um estudo que empreendi recentemente em co-autoria com Linda Veiga, da Universidade do Minho, no qual averiguamos a existência de ciclos político-económicos no âmbito dos 278 municípios de Portugal Continental. Para tal, realizámos testes econométricos que incidem, em primeiro lugar, sobre as finanças municipais, testando a hipótese de os défices orçamentais e as despesas serem maiores no ano das eleições do que nos restantes anos do ciclo eleitoral, usando dados para o período compreendido entre 1979 e 2001. Um segundo grupo de testes incide sobre o emprego ao serviço das empresas de cada município, no período 1985-2000.
A investigação realizada revela claramente a existência de ciclos político-económicos nos municípios de Portugal Continental. Em consonância com modelos económicos recentes de ciclos eleitoralistas, os autarcas portugueses gerem os instrumentos de política económica de forma a revelarem maior competência pouco antes dos escrutínios. Há forte evidência de que os défices e as despesas municipais, com destaque para as de investimento, aumentam significativamente no ano das eleições e, em vários casos, no ano anterior. Com efeito, os resultados indicam que, mantendo tudo o resto constante, o aumento nas despesas totais em anos de eleições, face à média amostral, é de 4 por cento, nas de capital é de 7,5 por cento e nas despesas de investimento é de 8,2 por cento. Esta gestão eleitoralista das despesas pelos dirigentes locais incide principalmente nas rubricas de investimento mais visíveis pelo eleitorado, tais como Outros Edifícios e Construções Diversas, o que denota claramente a intenção de ganhar votos mostrando obra feita. No que diz respeito às subdivisões destas rubricas, merecem especial destaque os ciclos eleitoralistas em Viadutos, arruamentos e obras complementares e Viação rural, com aumentos face à média amostral de 46,9 e 16,8 por cento, respectivamente.
Também se verificam ciclos político económicos ao nível do emprego municipal, aumentando este em anos de eleições. A relação entre estes resultados e os obtidos para as despesas municipais é intuitiva. Por exemplo, dados os acréscimos verificados nas despesas em Outros Edifícios e Construções Diversas, não constitui surpresa o facto de se verificarem aumentos do emprego no sector da Construção e Obras Públicas em anos de eleições.
Em suma, os resultados deste estudo revelam claramente o comportamento eleitoralista dos autarcas portugueses que, em anos de eleições, aumentam as despesas municipais, fazendo crescer o emprego municipal, com o intuito de melhorarem as suas hipóteses de reeleição. Tendo em conta que o eleitoralismo se traduz numa perda de bem-estar, na medida em que as políticas são seleccionadas com o objectivo de maximizar os votos e não o bem-estar social, e que a tendência para elevar a despesa e o endividamento pouco antes das eleições autárquicas poderá, ocasionalmente, dificultar o respeito do Pacto de Estabilidade e Crescimento, entendo ser benéfica a recente imposição de regras mais apertadas à gestão das finanças públicas locais que dificultam a gestão eleitoralista das mesmas pelos autarcas. No entanto, o resultado prático dessas regras só poderá ser aferido quando estiverem disponíveis dados sobre as finanças municipais para o último ciclo eleitoral (2002-2005). Ou seja, só então poderemos averiguar se teve continuidade a gestão eleitoralista das finanças municipais verificada entre 1979 e 2001.
Francisco Veiga
http://www.semanarioeconomico.com
Atendendo a que só faltam cinco meses para as próximas eleições autárquicas, pareceu-me oportuno referir nesta coluna as conclusões de um estudo que empreendi recentemente em co-autoria com Linda Veiga, da Universidade do Minho, no qual averiguamos a existência de ciclos político-económicos no âmbito dos 278 municípios de Portugal Continental. Para tal, realizámos testes econométricos que incidem, em primeiro lugar, sobre as finanças municipais, testando a hipótese de os défices orçamentais e as despesas serem maiores no ano das eleições do que nos restantes anos do ciclo eleitoral, usando dados para o período compreendido entre 1979 e 2001. Um segundo grupo de testes incide sobre o emprego ao serviço das empresas de cada município, no período 1985-2000.
A investigação realizada revela claramente a existência de ciclos político-económicos nos municípios de Portugal Continental. Em consonância com modelos económicos recentes de ciclos eleitoralistas, os autarcas portugueses gerem os instrumentos de política económica de forma a revelarem maior competência pouco antes dos escrutínios. Há forte evidência de que os défices e as despesas municipais, com destaque para as de investimento, aumentam significativamente no ano das eleições e, em vários casos, no ano anterior. Com efeito, os resultados indicam que, mantendo tudo o resto constante, o aumento nas despesas totais em anos de eleições, face à média amostral, é de 4 por cento, nas de capital é de 7,5 por cento e nas despesas de investimento é de 8,2 por cento. Esta gestão eleitoralista das despesas pelos dirigentes locais incide principalmente nas rubricas de investimento mais visíveis pelo eleitorado, tais como Outros Edifícios e Construções Diversas, o que denota claramente a intenção de ganhar votos mostrando obra feita. No que diz respeito às subdivisões destas rubricas, merecem especial destaque os ciclos eleitoralistas em Viadutos, arruamentos e obras complementares e Viação rural, com aumentos face à média amostral de 46,9 e 16,8 por cento, respectivamente.
Também se verificam ciclos político económicos ao nível do emprego municipal, aumentando este em anos de eleições. A relação entre estes resultados e os obtidos para as despesas municipais é intuitiva. Por exemplo, dados os acréscimos verificados nas despesas em Outros Edifícios e Construções Diversas, não constitui surpresa o facto de se verificarem aumentos do emprego no sector da Construção e Obras Públicas em anos de eleições.
Em suma, os resultados deste estudo revelam claramente o comportamento eleitoralista dos autarcas portugueses que, em anos de eleições, aumentam as despesas municipais, fazendo crescer o emprego municipal, com o intuito de melhorarem as suas hipóteses de reeleição. Tendo em conta que o eleitoralismo se traduz numa perda de bem-estar, na medida em que as políticas são seleccionadas com o objectivo de maximizar os votos e não o bem-estar social, e que a tendência para elevar a despesa e o endividamento pouco antes das eleições autárquicas poderá, ocasionalmente, dificultar o respeito do Pacto de Estabilidade e Crescimento, entendo ser benéfica a recente imposição de regras mais apertadas à gestão das finanças públicas locais que dificultam a gestão eleitoralista das mesmas pelos autarcas. No entanto, o resultado prático dessas regras só poderá ser aferido quando estiverem disponíveis dados sobre as finanças municipais para o último ciclo eleitoral (2002-2005). Ou seja, só então poderemos averiguar se teve continuidade a gestão eleitoralista das finanças municipais verificada entre 1979 e 2001.
Francisco Veiga
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Está na altura de valorizarmos os nossos jovens!
Região de Turismo distingue alunos de Ponte
de Sor
A Região de Turismo do Norte Alentejano distribuiu, a 29 de Abril, os prémios relativos ao II Concurso Escolar Ambiental VALNOR. Neste concurso, que fez parte da 7ª edição do Festival Ambiente 2004 participaram as escolas do 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico dos 15 concelhos que compõem o Distrito de Portalegre. O tema do concurso desta edição foi “Arte & Ambiente no Norte Alentejano” e nos trabalhos entregues apenas foram utilizados materiais reutilizáveis ou recicláveis. Os alunos da EB João Pedro de Andrade de Ponte de Sor, Jessica, João, Márcio e Nelson, auxiliados pela professora Carla Laranjo arrecadaram o terceiro prémio destinado a alunos do 2.º Ciclo, com o trabalho “a chegada da cegonha”. Esta escola teve ainda uma menção honrosa com o trabalho sobre a “Anta da Ordem”, elaborado pelos alunos Hugo, João, Marco, Ricardo e Tiago, e acompanhado, novamente, pela professora Carla Laranjo.
http://www.ecosdosor.com
de Sor
A Região de Turismo do Norte Alentejano distribuiu, a 29 de Abril, os prémios relativos ao II Concurso Escolar Ambiental VALNOR. Neste concurso, que fez parte da 7ª edição do Festival Ambiente 2004 participaram as escolas do 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico dos 15 concelhos que compõem o Distrito de Portalegre. O tema do concurso desta edição foi “Arte & Ambiente no Norte Alentejano” e nos trabalhos entregues apenas foram utilizados materiais reutilizáveis ou recicláveis. Os alunos da EB João Pedro de Andrade de Ponte de Sor, Jessica, João, Márcio e Nelson, auxiliados pela professora Carla Laranjo arrecadaram o terceiro prémio destinado a alunos do 2.º Ciclo, com o trabalho “a chegada da cegonha”. Esta escola teve ainda uma menção honrosa com o trabalho sobre a “Anta da Ordem”, elaborado pelos alunos Hugo, João, Marco, Ricardo e Tiago, e acompanhado, novamente, pela professora Carla Laranjo.
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sábado, maio 14, 2005
A Jota não tem medo!!!
”... hoje ... o medo joga-se no enfrentamento possível da competitividade. ... O medo do rival, do colega, dos outros candidatos ao mesmo lugar... o medo de todos os outros. Medo extraordinariamente agravado pela subavaliação que o indivíduo faz de si mesmo, julgando-se sempre abaixo do nível exigido, nunca à altura do que se lhe pede. ... contribui também para que a incompetência aumente por falta de audácia, de coragem... O medo de ‘não estar à altura’ impera, arruinando as potencialidades criativas”
José Gil, Portugal Hoje: O Medo de Existir
José Gil, Portugal Hoje: O Medo de Existir
quinta-feira, maio 12, 2005
Socialistas...
No séc. XXI, segundo os socialistas portugueses:
"A Finlândia é o país da Nokia; a Espanha é o país da Zara; e Portugal tem que ser o país do plano (QUINQUENAL) tecnológico"
(Manuel Pinho, Porta-Voz para os Assuntos Económicos do Partido Socialista)
Em 1981 os países nórdicos Suécia, Noruega e Finlândia criaram a primeira rede internacional de telefones móveis. E criaram porque?
1. Uma parte da população vivia em áreas absolutamente inóspitas e de díficil acesso, e este facto faz com o acesso a redes de comunicações seja vital, sobretudo no inverno, dado o grau de isolamento que as condições geográficas impõem.
2. Os nórdicos chegaram à conclusão que o custo de levar uma linha de comunicações terrestre a cada cidadão dessas zonas custava 800 USD$, enquanto que se a ligação fosse realizada sem fios custaria 500 USD$.
Conclusão: 13 anos depois (1994) 12% dos escandinavos possuiam telefones móveis, logo seguidos de uns meros 6% de americanos.
Nos anos 70 e 80, a Nokia era uma empresa que fabricava borracha, pneus, papel, televisões e... equipamentos de telecomunicações, o que a deixava numa posição de potencial fornecedor deste movimento de expansão. Mas não só:
Continue a ler...
1. Imaginem o que é que NUNCA existiu na Finlândia: Um monopólio nacional de telecomunicações. O mercado de telecomunicações na Finlândia era desde há muito fornecido por aproximadamente 50 (cinquenta!) empresas de telecomunicações locais, cujas administrações estipulavam preços por referendo, o que se traduz em baixos preços.
2. Esta cultura, nada centralista e absolutamente sensível ao tema preços, desde sempre obrigou a Nokia a uma grande ginástica. Mais. As compras nórdicas eram absolutamente despojadas de qualquer sentimento patriótico: Se a Nokia não apresentasse um bom preço, a encomenda seria feita, por exemplo, à sueca Ericsson ou à americana Motorola.
Não existe sombra de semelhança entre este clima de concorrência e a realidade do mercado das telecomunicações nos restantes países desenvolvidos à altura (anos 80 e inícios de 90), que se caracterizavam por monopólios nacionais e/ou estatais efectuando compras a fornecedores locais ou produzindo os seus próprios equipamentos.
O mercado finlandês, por seu lado, obrigava a Nokia a uma constante pressão competitiva, com pressão nos custos de fabrico ao mesmo tempo que a obrigava a manter-se na vanguarda do desenvolvimento tecnológico.
Apesar de nessa fase a Motorola conseguir suplantar a Nokia em vendas (mas não em margem operacional, devido à pressão custos e preço), hoje em dia é a Nokia quem lidera o mercado.
Lidera porque os nórdicos, atenção, movidos por uma necessidade concreta, avançaram para a tecnologia digital 5 (cinco!) anos antes do resto de países.
Lidera porque desde a sua fundação os gestores e engenheiros da Nokia forneceram um mercado aberto e concorrencial. Lidera porque para além de deter know-how e equipamentos com qualidade, estes tinham sido forjados e eram demonstradamente competitivos em mercado aberto.
Foi a cultura de resposta a necessidades concretas e às exigências de um mercado aberto que forjou a Nokia.
Mais do que um Choque Tecnológico, a implementação deste tipo de cultura Nokia deixaria, isso sim, os Socialistas em Estado de Choque.
Colocar o Plano Quinquenal Flop Choque Tecnológico do Partido Socialista ao mesmo nível das fundações e presente realidade da Nokia seria risível não lesse eu algumas sondagens face a tendências de voto nas legislativas de dia 20.
Quem quer uma Nokia tem que deixar que o mercado tenha os seus factores elásticos para que as empresas se ajustem às necessidades que vão surjindo. Tem de deixar que as escolhas dos consumidores decidam quem é efectivamente melhor. E tem sempre de procurar as escolhas mais eficientes, não criando protecções artificiais que desaparecem assim que se atravessa a fronteira.
Para os nossos Socialistas as Nokias criam-se com Planos Quinquenais. Enfim... Socialistas...
www.amaoinvisivel.blogspot.com
"A Finlândia é o país da Nokia; a Espanha é o país da Zara; e Portugal tem que ser o país do plano (QUINQUENAL) tecnológico"
(Manuel Pinho, Porta-Voz para os Assuntos Económicos do Partido Socialista)
Em 1981 os países nórdicos Suécia, Noruega e Finlândia criaram a primeira rede internacional de telefones móveis. E criaram porque?
1. Uma parte da população vivia em áreas absolutamente inóspitas e de díficil acesso, e este facto faz com o acesso a redes de comunicações seja vital, sobretudo no inverno, dado o grau de isolamento que as condições geográficas impõem.
2. Os nórdicos chegaram à conclusão que o custo de levar uma linha de comunicações terrestre a cada cidadão dessas zonas custava 800 USD$, enquanto que se a ligação fosse realizada sem fios custaria 500 USD$.
Conclusão: 13 anos depois (1994) 12% dos escandinavos possuiam telefones móveis, logo seguidos de uns meros 6% de americanos.
Nos anos 70 e 80, a Nokia era uma empresa que fabricava borracha, pneus, papel, televisões e... equipamentos de telecomunicações, o que a deixava numa posição de potencial fornecedor deste movimento de expansão. Mas não só:
Continue a ler...
1. Imaginem o que é que NUNCA existiu na Finlândia: Um monopólio nacional de telecomunicações. O mercado de telecomunicações na Finlândia era desde há muito fornecido por aproximadamente 50 (cinquenta!) empresas de telecomunicações locais, cujas administrações estipulavam preços por referendo, o que se traduz em baixos preços.
2. Esta cultura, nada centralista e absolutamente sensível ao tema preços, desde sempre obrigou a Nokia a uma grande ginástica. Mais. As compras nórdicas eram absolutamente despojadas de qualquer sentimento patriótico: Se a Nokia não apresentasse um bom preço, a encomenda seria feita, por exemplo, à sueca Ericsson ou à americana Motorola.
Não existe sombra de semelhança entre este clima de concorrência e a realidade do mercado das telecomunicações nos restantes países desenvolvidos à altura (anos 80 e inícios de 90), que se caracterizavam por monopólios nacionais e/ou estatais efectuando compras a fornecedores locais ou produzindo os seus próprios equipamentos.
O mercado finlandês, por seu lado, obrigava a Nokia a uma constante pressão competitiva, com pressão nos custos de fabrico ao mesmo tempo que a obrigava a manter-se na vanguarda do desenvolvimento tecnológico.
Apesar de nessa fase a Motorola conseguir suplantar a Nokia em vendas (mas não em margem operacional, devido à pressão custos e preço), hoje em dia é a Nokia quem lidera o mercado.
Lidera porque os nórdicos, atenção, movidos por uma necessidade concreta, avançaram para a tecnologia digital 5 (cinco!) anos antes do resto de países.
Lidera porque desde a sua fundação os gestores e engenheiros da Nokia forneceram um mercado aberto e concorrencial. Lidera porque para além de deter know-how e equipamentos com qualidade, estes tinham sido forjados e eram demonstradamente competitivos em mercado aberto.
Foi a cultura de resposta a necessidades concretas e às exigências de um mercado aberto que forjou a Nokia.
Mais do que um Choque Tecnológico, a implementação deste tipo de cultura Nokia deixaria, isso sim, os Socialistas em Estado de Choque.
Colocar o Plano Quinquenal Flop Choque Tecnológico do Partido Socialista ao mesmo nível das fundações e presente realidade da Nokia seria risível não lesse eu algumas sondagens face a tendências de voto nas legislativas de dia 20.
Quem quer uma Nokia tem que deixar que o mercado tenha os seus factores elásticos para que as empresas se ajustem às necessidades que vão surjindo. Tem de deixar que as escolhas dos consumidores decidam quem é efectivamente melhor. E tem sempre de procurar as escolhas mais eficientes, não criando protecções artificiais que desaparecem assim que se atravessa a fronteira.
Para os nossos Socialistas as Nokias criam-se com Planos Quinquenais. Enfim... Socialistas...
www.amaoinvisivel.blogspot.com
Portugal visto de Espanha
Há pouco tempo um amigo enviou-me uma cópia de um artigo de jornal escrito em castelhano e que falava de Portugal. Ler aquele artigo foi um choque muito violento. E foi tão mais violento porque não só as estatísticas referidas no texto se aproximam muito da realidade que todos conhecemos, como eram evidenciadas, preto no branco, pelos espanhóis.
Foi muito humilhante ler acerca da nossa indústria têxtil que "... os empresarios no realizaron los necessarios ajustes para actualizarla. Pero la zona del Norte donde se encouentra el sector textil tiene mas autos Ferrari por metro quadrado que Italia"; ou citações de analistas portugueses como Perez Metello "Los únicos contribuyentes a cabalidad de las arcas del Estado son los trabajadores contratados, que descuentam en la forza laboral"; ou a visão de um Executivo espanhol acerca da experiência com empresários portugueses "están mas interesados en la imagen que proyetan que en el resultado de su trabajo"; ou ainda que " con más profesores por cantidad de alumnos que la mayor parte de los miembros de la OCDE, tampoco consigue dar una educación y formacion profesional competitivas con el resto de los países industrializados"..... É que nós já sabemos tudo isto, mas dói muito mais quando são os estrangeiros que vêm por a nu as nossas desgraças. E a farpa dói ainda mais quando esses estrangeiros são os nossos vizinhos...
Se eu hoje pensasse em qualquer feito positivo que rapidamente pudesse contrapor, ao ler aquele texto, só me lembraria de acrescentar os nossos resultados no futebol e, claro está, o Mourinho.
O futebol é de facto o nosso motivo de orgulho nacional e os Figos e os Mourinhos o nosso melhor produto de exportação... De resto, rebuscando bem no baú da memória, que mais poderia eu argumentar a nosso favor e face a um povo que conseguiu provar que era possível apanhar o comboio da Europa, mesmo partindo do "grupo dos pobres" da União Europeia. Só nós fomos ficando para trás, olhando para o nosso umbigo e sempre orgulhosos de nós próprios pobrezinhos mas honrados (!), o fado e o bacalhau, o sol e a simpatia...
Creio, contudo, que nas novas gerações começam a emergir hoje muitos jovens com uma experiência internacional. Os programas de intercâmbio universitários e a crescente mobilidade internacional estão a dar origem a gerações menos provincianas, de horizontes mais alargados e cujas ambições já não são meramente os símbolos de um "novo-riquismo" insuportável que dominou a década de 90. Criar uma geração de empreendedores dispostos a correr risco e com uma cultura de competição vai ser a única chance para um país que se habituou a viver à custa dos subsídios comunitários.
Mas o actual Governo vai ter uma grande responsabilidade na forma como vai traçar as grandes directivas para os próximos quatro anos. Torna-se imperativo um desempenho de grande coragem e rigor para poder devolver à classe política em Portugal a credibilidade que foi perdendo nos últimos 10 anos. Só com uma liderança forte será possível efectuar as reformas urgentes, adiadas ao longo dos anos, e impulsionar a economia para a trajectória de convergência.
Fátima Barros
Foi muito humilhante ler acerca da nossa indústria têxtil que "... os empresarios no realizaron los necessarios ajustes para actualizarla. Pero la zona del Norte donde se encouentra el sector textil tiene mas autos Ferrari por metro quadrado que Italia"; ou citações de analistas portugueses como Perez Metello "Los únicos contribuyentes a cabalidad de las arcas del Estado son los trabajadores contratados, que descuentam en la forza laboral"; ou a visão de um Executivo espanhol acerca da experiência com empresários portugueses "están mas interesados en la imagen que proyetan que en el resultado de su trabajo"; ou ainda que " con más profesores por cantidad de alumnos que la mayor parte de los miembros de la OCDE, tampoco consigue dar una educación y formacion profesional competitivas con el resto de los países industrializados"..... É que nós já sabemos tudo isto, mas dói muito mais quando são os estrangeiros que vêm por a nu as nossas desgraças. E a farpa dói ainda mais quando esses estrangeiros são os nossos vizinhos...
Se eu hoje pensasse em qualquer feito positivo que rapidamente pudesse contrapor, ao ler aquele texto, só me lembraria de acrescentar os nossos resultados no futebol e, claro está, o Mourinho.
O futebol é de facto o nosso motivo de orgulho nacional e os Figos e os Mourinhos o nosso melhor produto de exportação... De resto, rebuscando bem no baú da memória, que mais poderia eu argumentar a nosso favor e face a um povo que conseguiu provar que era possível apanhar o comboio da Europa, mesmo partindo do "grupo dos pobres" da União Europeia. Só nós fomos ficando para trás, olhando para o nosso umbigo e sempre orgulhosos de nós próprios pobrezinhos mas honrados (!), o fado e o bacalhau, o sol e a simpatia...
Creio, contudo, que nas novas gerações começam a emergir hoje muitos jovens com uma experiência internacional. Os programas de intercâmbio universitários e a crescente mobilidade internacional estão a dar origem a gerações menos provincianas, de horizontes mais alargados e cujas ambições já não são meramente os símbolos de um "novo-riquismo" insuportável que dominou a década de 90. Criar uma geração de empreendedores dispostos a correr risco e com uma cultura de competição vai ser a única chance para um país que se habituou a viver à custa dos subsídios comunitários.
Mas o actual Governo vai ter uma grande responsabilidade na forma como vai traçar as grandes directivas para os próximos quatro anos. Torna-se imperativo um desempenho de grande coragem e rigor para poder devolver à classe política em Portugal a credibilidade que foi perdendo nos últimos 10 anos. Só com uma liderança forte será possível efectuar as reformas urgentes, adiadas ao longo dos anos, e impulsionar a economia para a trajectória de convergência.
Fátima Barros
quarta-feira, maio 11, 2005
"Pode indicar-me um país que seja mesmo livre?"
Fui há dias ao cais dos navios de longo curso. Na sala de espera vi grande número de orientais de todas as idades. Junto à porta um senhor idoso, que percebi ser o patriarca do grupo, explicou-me que ia levar a família para um país livre. Viera da China à procura de liberdade mas, como se enganara, ia para outras paragens. Mostrei estranheza por esta sua afirmação e ele explicou "Disseram-me que este país tinha grande amor à liberdade porque, tal como o meu, vivera sob ditadura muitos anos mas depois tivera uma revolução. Afinal não é assim. Simplesmente enganei-me. Não quero ofender ninguém, nem estou zangado. Vou-me embora."
Ele, vendo-me indignado, comentou "Disseram-me que esta era uma economia livre, onde cada um se podia esforçar por satisfazer os clientes. Mas a minha loja foi criticada e agredida só porque tinha preços baixos, horários alargados e vendia muito. Os outros lojistas, como gostam de descansar, zangaram-se connosco por trabalharmos. Não nos conhecem, mas inventaram histórias horríveis sobre nós. Os sindicatos atacaram-nos porque os meus familiares querem trabalhar mais. Parece que não se pode. Depois vieram as autoridades. Sabe quantos decretos, portarias, regulamentos, é preciso cumprir para ter uma loja aberta? Os fiscais encontram sempre coisas para multar ou proibir. Era assim também na China. Foi por isso que saímos de lá."
Expliquei-lhe que essas são as leis dos países civilizados. A economia é livre, mas nós queremos essas regras. Ele sorriu e respondeu "Não me parece que sejam assim tão civilizados se precisam de tantas limitações. Se querem mesmo essas condições, porque não as cumprem livremente e precisam de as impor nas leis? Acho muito estranho que se use a liberdade para eliminar a própria liberdade!" Ele continuou: "Cometi um crime porque as etiquetas dos produtos não obedeciam às regras estabelecidas. Como os tribunais assumem que os empresários são todos criminosos, condenam sempre. De onde vim também era assim."
Retorqui que as leis, inspectores, sindicatos e tribunais servem para nos proteger dos abusos. É para nosso bem que somos limitados pelas leis. "Mas isso é exactamente como na China", contrapôs ele. "Lá também há imensos funcionários que sabem melhor do que nós o que nós queremos e estão sempre prontos a proteger-nos de nós mesmos. Foi assim que nos tiraram a liberdade. Por isso saí de lá."
"A comida que nós comemos não pode ser vendida porque não respeita as vossas condições sanitárias. Disseram-me que até alguns dos vossos pratos tradicionais estão proibidos pela mesma razão. Grande liberdade! Há uns meses comprei um carro", continuou. "Pensava que num país livre isso era o suficiente para poder andar. Mas depois descobri que tinha de comprar também coletes, cintos de segurança, cadeirinhas. Os limites à circulação são tantos que é impossível cumprir todos. A estrada é mais livre na China. Acabei por vender o carro para pagar a multa porque eu não tinha a licença para atropelar." Depois de várias perguntas acabei por perceber que falava do seguro.
"Mas aqui há liberdade de pensamento!", disse eu. O homem fez uma cara triste e respondeu "Aqui dão-me liberdade para pensar? Mas isso foi a única coisa que o Governo nunca me tirou na China. Pensar é sempre livre."
"Pode dizer e escrever tudo o que pensa, fazer um partido para defender essas ideias!" Ele respondeu "Posso mesmo? Já leu algum jornal que diga estas coisas? Que aconteceria a esse meu partido, se eu o fizesse? A vossa liberdade é só para pensar o que todos pensam. Os que pensam diferente, são considerados malucos ou criminosos e deixam de contar." Não soube o que responder. Ele disse: "Li agora que vos querem dar a liberdade de abortar. Essa tínhamos na China. Engraçado como eles nos dão sempre liberdade para matar, não é?" Ficámos em silêncio. Soou uma sirene. Ele despediu-se e, à saída, ainda perguntou: "Pode indicar-me um país que seja mesmo livre?" Eu estava demasiado deprimido para responder.
João César das Neves
Ele, vendo-me indignado, comentou "Disseram-me que esta era uma economia livre, onde cada um se podia esforçar por satisfazer os clientes. Mas a minha loja foi criticada e agredida só porque tinha preços baixos, horários alargados e vendia muito. Os outros lojistas, como gostam de descansar, zangaram-se connosco por trabalharmos. Não nos conhecem, mas inventaram histórias horríveis sobre nós. Os sindicatos atacaram-nos porque os meus familiares querem trabalhar mais. Parece que não se pode. Depois vieram as autoridades. Sabe quantos decretos, portarias, regulamentos, é preciso cumprir para ter uma loja aberta? Os fiscais encontram sempre coisas para multar ou proibir. Era assim também na China. Foi por isso que saímos de lá."
Expliquei-lhe que essas são as leis dos países civilizados. A economia é livre, mas nós queremos essas regras. Ele sorriu e respondeu "Não me parece que sejam assim tão civilizados se precisam de tantas limitações. Se querem mesmo essas condições, porque não as cumprem livremente e precisam de as impor nas leis? Acho muito estranho que se use a liberdade para eliminar a própria liberdade!" Ele continuou: "Cometi um crime porque as etiquetas dos produtos não obedeciam às regras estabelecidas. Como os tribunais assumem que os empresários são todos criminosos, condenam sempre. De onde vim também era assim."
Retorqui que as leis, inspectores, sindicatos e tribunais servem para nos proteger dos abusos. É para nosso bem que somos limitados pelas leis. "Mas isso é exactamente como na China", contrapôs ele. "Lá também há imensos funcionários que sabem melhor do que nós o que nós queremos e estão sempre prontos a proteger-nos de nós mesmos. Foi assim que nos tiraram a liberdade. Por isso saí de lá."
"A comida que nós comemos não pode ser vendida porque não respeita as vossas condições sanitárias. Disseram-me que até alguns dos vossos pratos tradicionais estão proibidos pela mesma razão. Grande liberdade! Há uns meses comprei um carro", continuou. "Pensava que num país livre isso era o suficiente para poder andar. Mas depois descobri que tinha de comprar também coletes, cintos de segurança, cadeirinhas. Os limites à circulação são tantos que é impossível cumprir todos. A estrada é mais livre na China. Acabei por vender o carro para pagar a multa porque eu não tinha a licença para atropelar." Depois de várias perguntas acabei por perceber que falava do seguro.
"Mas aqui há liberdade de pensamento!", disse eu. O homem fez uma cara triste e respondeu "Aqui dão-me liberdade para pensar? Mas isso foi a única coisa que o Governo nunca me tirou na China. Pensar é sempre livre."
"Pode dizer e escrever tudo o que pensa, fazer um partido para defender essas ideias!" Ele respondeu "Posso mesmo? Já leu algum jornal que diga estas coisas? Que aconteceria a esse meu partido, se eu o fizesse? A vossa liberdade é só para pensar o que todos pensam. Os que pensam diferente, são considerados malucos ou criminosos e deixam de contar." Não soube o que responder. Ele disse: "Li agora que vos querem dar a liberdade de abortar. Essa tínhamos na China. Engraçado como eles nos dão sempre liberdade para matar, não é?" Ficámos em silêncio. Soou uma sirene. Ele despediu-se e, à saída, ainda perguntou: "Pode indicar-me um país que seja mesmo livre?" Eu estava demasiado deprimido para responder.
João César das Neves
A missão da política!
A ciência política nasce da divergência de opiniões que caracteriza a sociedade em geral.
Por outro lado, desde que o homem é um ser racional que utililiza e faz-se valer dos valores e atitudes para poder trilhar caminhos indespensáveis á organização de uma sociedade.
A história das ideias políticas confunde-se com a complexidade da vivência humana.As ciência política desenvolveu-se com base no natural pragmatismo que caracteriza o homem.É com base na elaboração de padrões sociais, da distinção do mau e do bom que nasce a necessidade de estabelecer regras básicas de funcionamento social.
A política á uma ciência em constante expansão sendo talvez a que é mais influênciada por outras ciências, uma vez que o seu fundamento assenta na normalização do indivíduo.Outras áreas do saber humanistico como o Direito e a Religião são fulcrais para o seu desenvolvimento.
A ideologia, ou seja as ideias basilares, em política são diferentes entre cada organização.
A formação de partidos políticos é um fenómeno característico de uma sociedade democrática que centra no povo a capacidade de decisão sobre os mais capazes que querem ver na política.As organizações políticas não são hoje estruturas estáticas onde reina no unanimismo ou a complacência total, muito pelo contrário são espaços de debate e de confronto mesmo entre aqueles que partilham uma matriz política semelhante. Os partidos teimaram ao longo do tempo, em descobrir que o seu sucesso, nasce na capacidade de os abrir á sociedade civil, deixando de ser grupos restritos para passarem a ser agregações multi-ideológicas.
A actual hierarquização partidária em que os dirigentes são naturais candidatos a cargos públicos está completamente desactualizada, as pessoas já não querem o A, B ou C só porque é presidente deste ou daquele partido, as pessoas hoje querem uma cara, um rosto, que mesmo representando a matriz partidária, pode não ser necessáriamente presidente ou dirigente
È ao encontro das pessoas que as estruturas partidárias devem ir,é ao encontro dos problemas que afligem o Zé a Maria ou o Chico.O Zé não quer saber se o candidato é de esquerda ou direita, o que o Zé quer saber é o que fez esse homem para merecer esse lugar, qual a sua notoriedade que projecto tem para ele.
A política não é um mero exercício do poder pelo poder,a política é a busca incessante de uma melhor vida para os outros.
Cada vez me convenço mais, que os melhores políticos são aqueles que não precisam dela para sobreviver, veja-se o caso de Cavaco Silva, esse homem a quem os portugueses confiaram duas maiorias absolutas, dez anos do seu futuro e ainda hoje esperam ansiosamente que ele volte.Mas ele não precisa da política, é por isso que foi tão bom!
Aos que ainda hoje continuam agarrados á cadeira do poder, resta a esperança de terem um pingo de dignidade.
Hugo Martinho
Por outro lado, desde que o homem é um ser racional que utililiza e faz-se valer dos valores e atitudes para poder trilhar caminhos indespensáveis á organização de uma sociedade.
A história das ideias políticas confunde-se com a complexidade da vivência humana.As ciência política desenvolveu-se com base no natural pragmatismo que caracteriza o homem.É com base na elaboração de padrões sociais, da distinção do mau e do bom que nasce a necessidade de estabelecer regras básicas de funcionamento social.
A política á uma ciência em constante expansão sendo talvez a que é mais influênciada por outras ciências, uma vez que o seu fundamento assenta na normalização do indivíduo.Outras áreas do saber humanistico como o Direito e a Religião são fulcrais para o seu desenvolvimento.
A ideologia, ou seja as ideias basilares, em política são diferentes entre cada organização.
A formação de partidos políticos é um fenómeno característico de uma sociedade democrática que centra no povo a capacidade de decisão sobre os mais capazes que querem ver na política.As organizações políticas não são hoje estruturas estáticas onde reina no unanimismo ou a complacência total, muito pelo contrário são espaços de debate e de confronto mesmo entre aqueles que partilham uma matriz política semelhante. Os partidos teimaram ao longo do tempo, em descobrir que o seu sucesso, nasce na capacidade de os abrir á sociedade civil, deixando de ser grupos restritos para passarem a ser agregações multi-ideológicas.
A actual hierarquização partidária em que os dirigentes são naturais candidatos a cargos públicos está completamente desactualizada, as pessoas já não querem o A, B ou C só porque é presidente deste ou daquele partido, as pessoas hoje querem uma cara, um rosto, que mesmo representando a matriz partidária, pode não ser necessáriamente presidente ou dirigente
È ao encontro das pessoas que as estruturas partidárias devem ir,é ao encontro dos problemas que afligem o Zé a Maria ou o Chico.O Zé não quer saber se o candidato é de esquerda ou direita, o que o Zé quer saber é o que fez esse homem para merecer esse lugar, qual a sua notoriedade que projecto tem para ele.
A política não é um mero exercício do poder pelo poder,a política é a busca incessante de uma melhor vida para os outros.
Cada vez me convenço mais, que os melhores políticos são aqueles que não precisam dela para sobreviver, veja-se o caso de Cavaco Silva, esse homem a quem os portugueses confiaram duas maiorias absolutas, dez anos do seu futuro e ainda hoje esperam ansiosamente que ele volte.Mas ele não precisa da política, é por isso que foi tão bom!
Aos que ainda hoje continuam agarrados á cadeira do poder, resta a esperança de terem um pingo de dignidade.
Hugo Martinho
terça-feira, maio 10, 2005
Não há dinheiro para a escola?
Ponte de Sor é de facto uma terra absurdamente singular.Tenho pena ás vezes daqueles que querem fazer alguma coisa por ela,que têm ideias e que sobretudo têm vontade de trabalhar.
Vou contar-vos um episódio que me aconteceu Há algum tempo,quando era o presidente da associação de estudantes da escola secundária.
Como é do conhecimento geral essa organização, por sinal a única do género na Ponte de Sor, não teme atribuida qualquer verba (nem um cêntimo de euro!) por qualquer entidade público-privada, tornando-se por isso extremamente dificil gerir o que quer que seja. Na altura a única fonte de receita eram os quinhentos escudos de lucro que obtinhamos pelo aluguer dos cacifos aos alunos.Não tinhamos verba para actividades desportivas, cinema ou mesmo conferência. Estavamos na época do pantanoso e transloucado governo socialista de Guterres, foi então que resolvi escrever duas cartas: uma para a Câmara Municipal e outra para a Junta a pedir auxílio. A resposta da Câmara veio 2 meses depois(nesta terra não deve de haver correios) e era obviamente negativa:«neste momento não há verba», a resposta da Junta que eu saiba até hoje, passados mais de 3 anos ainda não chegou.
Este acontecimento ajudou-me a compreender o caracter dos nossos governantes.
Mas afinal há verba para o Eléctrico e não há para a escola?
Mas afinal há verba para festas da cidade e arredores e não há para a escola?
Mas afinal há verba para viagens transcontinentais da comitiva presidencial da ponte e não há para a escola?
Há dinheiro para fazer e desfazer rotundas e não há para a escola?
Sinceramente, isto deixou-me a mim e aos restantes membros da direcção indignados.
Talvez Catarina tenhas razao, os jovens não votam!
Mas atenção,a culpa não é de uma única pessoa é de todos os que constituem os orgãos de soberania autartica.
Envergonha-me saber que tudo se fez pelo desporto e nada se fez pela educação.Isto só mostra que afinal nem todos os socialistas têm a paixoneta da educação!
Mas é sobretudo triste assistir á miséria revoltante que chegou o nosso país, á completa decadência á falta de objectivo´que impera no nosso pais a partir do dia 20 de fevereiro. As trapalhadas afinal, também já começaram:
- são hospitais que devem ser feitos, mas que já não vão ser feitos;
- é um ministro da saúde caduco, em guerra aberta com os farmacêuticos a favorecer o lobby dos grandes hipermercados deixando á mercê de funcionários sem qualificação a saúde as pessoas
- é a falta de rigor na agenda dos referendos, com confusão de prioridades
- é um ministro dos negócios estrangeiros ex-conservador, ex-direita,ex-tudo o que defendeu
Às vezes confesso, tenho algumas dificuldades em perceber se é o doutor Louçã se o Ps que nos governa tal são as semelhanças.
Triste sina!
Hugo Martinho
Vou contar-vos um episódio que me aconteceu Há algum tempo,quando era o presidente da associação de estudantes da escola secundária.
Como é do conhecimento geral essa organização, por sinal a única do género na Ponte de Sor, não teme atribuida qualquer verba (nem um cêntimo de euro!) por qualquer entidade público-privada, tornando-se por isso extremamente dificil gerir o que quer que seja. Na altura a única fonte de receita eram os quinhentos escudos de lucro que obtinhamos pelo aluguer dos cacifos aos alunos.Não tinhamos verba para actividades desportivas, cinema ou mesmo conferência. Estavamos na época do pantanoso e transloucado governo socialista de Guterres, foi então que resolvi escrever duas cartas: uma para a Câmara Municipal e outra para a Junta a pedir auxílio. A resposta da Câmara veio 2 meses depois(nesta terra não deve de haver correios) e era obviamente negativa:«neste momento não há verba», a resposta da Junta que eu saiba até hoje, passados mais de 3 anos ainda não chegou.
Este acontecimento ajudou-me a compreender o caracter dos nossos governantes.
Mas afinal há verba para o Eléctrico e não há para a escola?
Mas afinal há verba para festas da cidade e arredores e não há para a escola?
Mas afinal há verba para viagens transcontinentais da comitiva presidencial da ponte e não há para a escola?
Há dinheiro para fazer e desfazer rotundas e não há para a escola?
Sinceramente, isto deixou-me a mim e aos restantes membros da direcção indignados.
Talvez Catarina tenhas razao, os jovens não votam!
Mas atenção,a culpa não é de uma única pessoa é de todos os que constituem os orgãos de soberania autartica.
Envergonha-me saber que tudo se fez pelo desporto e nada se fez pela educação.Isto só mostra que afinal nem todos os socialistas têm a paixoneta da educação!
Mas é sobretudo triste assistir á miséria revoltante que chegou o nosso país, á completa decadência á falta de objectivo´que impera no nosso pais a partir do dia 20 de fevereiro. As trapalhadas afinal, também já começaram:
- são hospitais que devem ser feitos, mas que já não vão ser feitos;
- é um ministro da saúde caduco, em guerra aberta com os farmacêuticos a favorecer o lobby dos grandes hipermercados deixando á mercê de funcionários sem qualificação a saúde as pessoas
- é a falta de rigor na agenda dos referendos, com confusão de prioridades
- é um ministro dos negócios estrangeiros ex-conservador, ex-direita,ex-tudo o que defendeu
Às vezes confesso, tenho algumas dificuldades em perceber se é o doutor Louçã se o Ps que nos governa tal são as semelhanças.
Triste sina!
Hugo Martinho
O nosso concelho e a Juventude
Na verdade temos hoje em Portugal, além de um abismo social, um outro abismo maior que é o abismo da linguagem; Quem pretende fazer uma política direccionada para a juventude depara-se com diversas análises, conclusões, e diversas fórmulas mágicas de sistemas governamentais, todas distantes dos jovens.
O abismo ostenta-se na política em geral, na distância entre a política pública e a população, e fica ainda maior quando observamos a relação da política com a juventude.
Cerca de 20 % da população do concelho de Ponte de Sor é composta por jovens. De acordo com os dados do Ministério da Educação e do IEFP, 40 % dos jovens acabam os seus cursos superiores e não tem emprego.35 % Acaba o ensino secundário e não continua os estudos . Em temos gerais 40% é o valor de desemprego jovem que engloba o nosso concelho.
Chegamos pois a brilhante conclusão que nenhuma estrutura governamental é suficiente para suprir, a curto prazo, os problemas existentes no concelho.
Na faixa etária ao qual se insere a juventude, permanece o problema do emprego, o problema da violência, o problema da falta de espaços de cultura e de lazer, tudo muito eminente, tudo muito visível e não é necessário nenhum perito para se aperceber desta situação. A juventude não é só composta pelos grupos mais tradicionais, como os movimentos estudantis, movimentos sindicais, ou o movimento pastoral.
Hoje temos uma enorme quantidade de grupos jovens. São grupos culturais, grupos desportivos, entidades, associações, que tem quase sempre uma relação de afirmação comportamental.
È necessário elaborar estratégias para que até mesmo os cursos de capacitação profissional oferecidos, sejam consonantes com os aspectos do comportamento que os jovens têm.
Apoiar empresas novas, ideias e iniciativas do âmbito juvenil proporciona um maior e melhor desenvolvimento para o nosso concelho.
Outra interface importante está no sector de educação.
È importantíssimo negociar a fixação de um pólo universitário no nosso concelho. Este é sem duvida um ponto fulcral no desenvolvimento da nossa região.
Valorizar, entender, e compreender os Grupos do concelho é fundamental. Todos os grupos de jovens do concelho de Ponte de Sor, sejam eles desportivos, sociais, ou religiosos, tem de ser apoiados financeiramente e igualmente ao nível de acções e iniciativas de carácter profissional e educacional, ao ponto de sobrevalorizar os mesmos.
Quando isso acontece, deparamo-nos com surpresas agradáveis, na certa, não só a nível das competências científicas e /ou académicas demonstradas, mas principalmente em termos de hábitos de trabalho comprovados, empenho e interesse evidenciados.
Carlos Marques Sousa
Conselheiro Nacional JSD
O abismo ostenta-se na política em geral, na distância entre a política pública e a população, e fica ainda maior quando observamos a relação da política com a juventude.
Cerca de 20 % da população do concelho de Ponte de Sor é composta por jovens. De acordo com os dados do Ministério da Educação e do IEFP, 40 % dos jovens acabam os seus cursos superiores e não tem emprego.35 % Acaba o ensino secundário e não continua os estudos . Em temos gerais 40% é o valor de desemprego jovem que engloba o nosso concelho.
Chegamos pois a brilhante conclusão que nenhuma estrutura governamental é suficiente para suprir, a curto prazo, os problemas existentes no concelho.
Na faixa etária ao qual se insere a juventude, permanece o problema do emprego, o problema da violência, o problema da falta de espaços de cultura e de lazer, tudo muito eminente, tudo muito visível e não é necessário nenhum perito para se aperceber desta situação. A juventude não é só composta pelos grupos mais tradicionais, como os movimentos estudantis, movimentos sindicais, ou o movimento pastoral.
Hoje temos uma enorme quantidade de grupos jovens. São grupos culturais, grupos desportivos, entidades, associações, que tem quase sempre uma relação de afirmação comportamental.
È necessário elaborar estratégias para que até mesmo os cursos de capacitação profissional oferecidos, sejam consonantes com os aspectos do comportamento que os jovens têm.
Apoiar empresas novas, ideias e iniciativas do âmbito juvenil proporciona um maior e melhor desenvolvimento para o nosso concelho.
Outra interface importante está no sector de educação.
È importantíssimo negociar a fixação de um pólo universitário no nosso concelho. Este é sem duvida um ponto fulcral no desenvolvimento da nossa região.
Valorizar, entender, e compreender os Grupos do concelho é fundamental. Todos os grupos de jovens do concelho de Ponte de Sor, sejam eles desportivos, sociais, ou religiosos, tem de ser apoiados financeiramente e igualmente ao nível de acções e iniciativas de carácter profissional e educacional, ao ponto de sobrevalorizar os mesmos.
Quando isso acontece, deparamo-nos com surpresas agradáveis, na certa, não só a nível das competências científicas e /ou académicas demonstradas, mas principalmente em termos de hábitos de trabalho comprovados, empenho e interesse evidenciados.
Carlos Marques Sousa
Conselheiro Nacional JSD